Denúncia do Jornal JÁ vira livro
sugerido por FC
Uma Reportagem, Duas Sentenças traz um resumo do relatório enviado à organização internacional Article 19
O editor do jornal JÁ, Elmar Bones autografa nesta quarta-feira, 7, às 19 horas, na Feira do Livro, a obra ‘Uma Reportagem, Duas Sentenças – O Caso do Jornal JÁ’.
O título é a versão resumida um relatório enviado à Article 19 – organização internacional que se dedica à proteção e promoção da liberdade de expressão e informações – denunciando internacionalmente a condenação do jornal de bairro na Justiça, por ação da família do ex-governador Germano Rigotto (formalmente, é uma ação assinada por sua mãe, Julieta).
O recurso a uma corte internacional é a última possibilidade que resta à JÁ Editores, como tentativa de reverter a decisão que estrangula financeiramente o jornal.
Com 25 anos de atividades e um Premio Esso (o principal prêmio de jornalismo no país), a JÁ Editores teve a situação financeira agravada por dois processos apresentados pela família Rigotto, em razão de uma reportagem publicada em 2001.
No processo penal, acusado de calúnia, injúria e difamação . O jornalista foi absolvido em todas as instâncias, apesar dos recursos da família Rigotto, e o processo pelo Código Penal foi arquivado. Mas, em 2003, Bones acabou sendo condenado na área cível ao pagamento de uma indenização de R$ 17 mil. Em agosto de 2005 a Justiça determinou a penhora dos bens da empresa.
O livro publica os documentos judiciais que serviram de fonte ao trabalho e reproduz a reportagem que tratou de fraude ocorrida dentro na CEEE, “a maior fraude da história gaúcha”, segundo o jornalista Luiz Cláudio Cunha, e o envolvimento de Lindomar Rigotto, irmão do ex-governador.
A quebra do sigilo bancário de Lindomar revelou um crédito em sua conta de R$ 1,17 milhão, de fonte não esclarecida. Na Assembleia Legislativa foi criada uma CPI.
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O relator da CPI, Pepe Vargas (PT), primo de Lindomar e Germano Vargas Rigotto, apesar do parentesco, foi inclemente na sua acusação final: “De tudo o que se apurou, tem-se como comprovada a prática de corrupção passiva e enriquecimento ilícito de Lindomar Vargas Rigotto”.
Além dele, a CPI indiciou outras 12 pessoas e 11 empresas, botando no mesmo balaio nomes vistosos como Camargo Corrêa, Alstom, Brown Boveri, Coemsa, Sultepa e Lorenzetti.
No final de 1996, a Assembléia remeteu as 260 caixas de papelão da CPI ao Ministério Público, de onde nasceu o processo n° 011960058232 da 2ª Vara Cível da Fazenda Pública em Porto Alegre.
Os autos somam 30 volumes e 80 anexos e mofam ainda na primeira instância do Judiciário, protegidos por um inacreditável “segredo de justiça”.
São já 17 anos de completo sigilo sobre a maior fraude da história do Rio Grande.
Apesar disso, ou justamente por isso, Elmar Bones e o jornal JÁ foram os punidos!
No livro que será lançado e autografado nesta quarta-feira, Elmar registra sua indignação . “(…) um Tribunal de Justiça resgatar uma ação que já está arquivada para punir um pequeno jornal, porque ele cumpriu o seu papel de não deixar cair no esquecimento fatos de interesse público… Isso um jornalista não pode aceitar calado”, escreve.
O autor dedica a obra aos colegas que se perguntam: o que aconteceu com o JÁ?. “Não dá pra explicar num encontro fortuito. O que ‘está’ acontecendo com o JÁ é algo inacreditável, não comporta simplificações. Por isso, escrevi o livro”.
Elmar Bones receberá o público às 19h desta quarta-feira, 7, na Praça de Autógrafos da Feira do Livro de Porto Alegre.
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