Biondi: Nunca foi tão fácil lucrar

Tempo de leitura: 6 min

Do livro O Brasil Privatizado, de Aloysio Biondi (íntegra aqui)

PRIMEIRA PARTE aqui

SEGUNDA PARTE aqui

TERCEIRA PARTE:

Qualidade dos serviços, outra mentira

O governo enganou a sociedade, também, com o anúncio de rápida melhoria na qualidade dos serviços e a promessa de punição para os “compradores” das estatais que não atingissem as metas definidas nos contratos. Utilizando como exemplos, ainda, os setores de energia e telefonia, pode-se comprovar essas mentiras.

O governo e os meios de comunicação sempre esconderam que as metas estabelecidas para os “compradores” das telefônicas somente passariam a valer a partir de… dezembro de 1999. Isto é, na prática, os “compradores” poderiam deixar de atender os consumidores, ou não melhorar substancialmente os serviços, durante todo o segundo semestre de 1998 e o ano inteiro de 1999. Por quê?

Como as metas valem somente a partir do ano 2000, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), pretensamente encarregada de fiscalizar o setor, nada poderia fazer contra os abusos, a não ser advertências… Tudo “combinado” com os “compradores”. Foi exatamente essa alegação, a de que as metas valeriam somente a partir de 2000, que a Anatel usou durante quatro meses, de dezembro de 1998 a março de 1999, para não tomar nenhuma providência contra os desmandos da Telefônica em São Paulo.

Somente com a imensa grita da população, desta vez merecedora de atenção dos meios de comunicação, o governo finalmente se movimentou e puniu estas empresas, com base na lei que reformulou o sistema de telecomunicações, e havia sido posta de lado nos contratos.

Há quem acredite na boa-fé do governo e julgue que essas estranhas “bondades” foram provocadas apenas por incompetência…

Há quem prefira, porém, a hipótese de que foi tudo um jogo de cartas marcadas, para permitir que os “compradores” adiassem gastos e investimentos para a melhoria dos serviços.

E para a Light e outras empresas fornecedoras de energia elétrica?

Aqui, a “bondade” do governo bateu recordes. No caso da Light, o contrato previu – isto mesmo, previu – e autorizou a piora dos serviços, pois permitiu um número maior de blecautes ou “apagões”, e também de interrupções mais prolongadas no fornecimento de energia. Incrível?

Pois essa “piora autorizada” foi denunciada antes mesmo da assinatura do contrato com a Light, por uma organização não-governamental do Rio, o Grupo de Acompanhamento Institucional do Sistema de Energia, do qual o físico Luís Pinguelli Rosa é um dos integrantes.

Como se não bastasse, a multa fixada para as empresas de energia que desrespeitarem até os limites “simpáticos” combinados com o governo é absolutamente ridícula. Quanto? Apenas 0,1% do faturamento anual. Ou seja, se a Light ou a Eletropaulo ou a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) faturarem 1,2 bilhão de reais em um ano, a multa será de apenas 1,2 milhão de reais…

Deu para entender a jogada? Se as empresas privatizadas deixarem de investir 100 milhões, 200 milhões ou 400 milhões de reais para atender os moradores, as indústrias, as empresas de determinada região ou cidade, pagarão apenas 1,2 milhão de reais de multa… Isso não é multa. É prêmio do governo aos “compradores”.

Por que é tão fácil as privatizadas lucrarem

– Ah, mas as estatais sempre dão prejuízos, tiram dinheiro da saúde e da educação… É incrível como essas empresas estão dando lucros, logo no primeiro ano depois da privatização…

Esse argumento também foi largamente repetido para a população.

Ele também é falso. Ponto por ponto, pode-se explicar as razões dos “lucros” rápidos das empresas privatizadas:

• TARIFAS E PREÇOS
– os reajustes de 100%, 300%, 500% antes da privatização garantem lucros aos novos donos. E há aumentos até de última hora, como o reajuste de 58% para as contas de energia no Rio, poucos dias antes do leilão da Light.

• DEMISSÕES – também antes de privatizar, o governo tem feito demissões maciças de trabalhadores das estatais, isto é, gastou bilhões com o pagamento de indenizações e direitos trabalhistas, que na verdade seriam de responsabilidade dos “compradores”. Exemplos: o governo de São Paulo demitiu 10.026 funcionários de sua empresa ferroviária, a Fepasa, de 1995 a 1998. E ficou ainda responsável pelo pagamento a 50 mil (!!!) aposentados da ferrovia.

No Rio, o governo do estado, antes da privatização, incumbiu- se de demitir nada menos que a metade – mais exatamente 6.200 – dos 12 mil funcionários do seu banco, o Banerj. Com essas demissões, além de se livrar do pagamento de indenizações e aposentadorias, os “compradores” receberam também folhas de pagamento mais baixas, mês a mês – e isso vale para quase todas as estatais privatizadas.

• DÍVIDAS “ENGOLIDAS” – esse é um ponto que nunca ficou claro para o povo brasileiro: ao longo de 30 anos, desde o final dos anos 1960, o governo freqüentemente usou as estatais para “segurar” a inflação ou beneficiar certos setores da economia, geralmente por serem considerados “estratégicos” para o país.

Como assim? Houve períodos em que o governo evitou reajustes de preços e tarifas de produtos (como o aço) e serviços fornecidos pelas estatais, na tentativa de reduzir as pressões e controlar as taxas de inflação.

Esses “achatamentos” e “congelamentos” de preços foram os principais responsáveis por prejuízos ou baixos lucros apresentados por algumas estatais, que passavam a acumular dívidas ao longo dos anos – sofrendo então nova “sangria” de recursos, representada pelos juros que tinham de pagar sobre essas dívidas. Certo ou errado, as estatais foram usadas como arma contra a inflação por governos que achavam que o combate à carestia era a principal prioridade do país. O mal é que nunca foi suficientemente explicado à população que essa decisão arruinava as empresas estatais, dando motivo a falsas acusações de “incompetência” e “sacos sem fundo” contra elas.

Quando veio a onda das privatizações, o governo fez exatamente o contrário. Primeiro, como visto acima, aumentou os preços (até 300%, no caso do aço) e tarifas (até 500%, repita-se) cobrados pelas empresas que seriam privatizadas. Mas – o que é espantoso – o governo fez muito mais: “engoliu”, passou para o Tesouro, dívidas que eram das estatais, bilhões e bilhões de reais que deveriam ser pagos pelos “compradores” – mesmo que esse pagamento fosse feito a longo prazo, mediante acordo com os credores.

Exemplos? Na venda da Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista), o governo ficou responsável por dívidas de 1,5 bilhão de reais (além de o governo paulista ter adiado o recebimento de 400 milhões de reais em ICMS atrasado). Quanto o governo recebeu pela venda? Só 300 milhões de reais. Isto é, o governo “ganhou” uma dívida de 1,5 bilhão reais, e os “compradores” pagaram somente 300 milhões. A venda da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de Volta Redonda, não foi diferente: o governo “engoliu” dívidas de no mínimo 1 bilhão de reais.

Então, pode-se entender que, com essa política, ficou muito fácil para os “compradores” terem grandes lucros rapidamente: já no primeiro ano, além das tarifas e preços majorados, além da folha salarial reduzida, eles se livraram de pagar prestações dessas dívidas, bem como os juros sobre elas. Receberam as empresas “limpinhas”, prontas para os lucros. É a essa política que o governo chama de “saneamento das estatais”, preparatório para a privatização. Quem não quer?

• DÍVIDAS TRANSFERIDAS – aqui, cabe um parêntese importante. O governo, quando divulga os resultados do processo de privatização, sempre gosta de dizer que, além do preço da “venda”, deve-se
levar em conta, ainda, as dívidas que aquelas estatais apresentavam, e que foram transferidas para o comprador.

Nesse argumento, há uma dupla mentira. Primeiro, como foi demonstrado acima, há dívidas que o governo “engole”, e sobre as quais ele e os meios de comunicação nunca falam… Em segundo lugar, no caso das dívidas que permanecem sob responsabilidade dos “compradores”, é preciso lembrar que eles vão contar com o faturamento da própria empresa para pagá-las. Ao contrário do governo, que fica com as dívidas “engolidas” e tem de pagá-las com dinheiro do Tesouro, dos impostos, ou seja, de toda a população brasileira.

Dinheiro nosso.

• FUNDOS DE PENSÃO – exatamente como as grandes empresas privadas, também as empresas estatais mantêm planos especiais de aposentadoria ou planos de pensão para seus funcionários.

Em vários casos, os “compradores” ficaram livres também desses compromissos. Como assim? O governo – estados ou União – “transferiu” os aposentados para sua folha de pagamentos ou se responsabilizou, no caso dos fundos de pensão, pelo pagamento dos benefícios aos funcionários existentes.

No caso da Fepasa, o número de aposentados que “ficaram” com o governo chega a nada menos de 50 mil. No entanto, o mais escandaloso foi o caso do Banco do Estado do Rio de Janeiro. Para privatizá-lo, o governo “engoliu” todos os compromissos futuros do plano de pensão dos funcionários.

Para isso, o então governador Marcello Alencar tomou um empréstimo de nada menos de 3,3 bilhões de reais, mesmo sabendo que o banco seria vendido por apenas 330 milhões de reais, isto é, um preço dez vezes menor. Pior ainda: esse valor foi pago em “moedas podres”, negociadas no mercado com desconto de 50%, ou seja, os 330 milhões de reais representavam mesmo, no final das contas, apenas 165 milhões de reais, ou praticamente 20 vezes menos do que o valor do empréstimo de 3,3 bilhões…

Tudo para livrar os “compradores” de futuros gastos. Essa operação escandalosa agravou os problemas financeiros do Rio, como o novo governador, Anthony Garotinho, não se cansa de apontar.

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Comentários

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Nelson

No monumental “As Veias Abertas da América Latina”, de leitura obrigatória para quem quer conhecer a História da "Nuestra América", o jornalista e escritor uruguaio, Eduardo Galeano desfere uma frase lapidar, a qual nunca esqueci:

“Na América Latina sempre se entregam os recursos em nome da falta de recursos”.

A meu ver, esta frase serve como síntese do que representam as privatizações e a alienação do patrimônio público de nossos países.

Quando privatizamos, estamos entregando os recursos que temos, altamente valiosos, para a obtenção de gordos lucros privados que vão parar nas mãos, bolsos, contas, cofres, de um pequeno punhado de já milionários ou bilionários.

São os mesmos recursos que deveríamos utilizar para promover o desenvolvimento sustentável de nossos países e garantir uma vida digna a cada cidadão ou cidadã desta ”Pátria Grande”.

Em suma. Se o dano econômico imediato causado pelas privatizações a nós outros é enorme, em dano ainda maior se constitui a perda da soberania sobre aquilo que nos pertence que se reflete na perda da capacidade de planejar o futuro que queremos para nossos países.

Creio que é um pouco disso – sem êxito, infelizmente – que Aloysio Biondi sempre procurou fazer com que enxergássemos com seus escritos.

Horridus Bendegó

"Malfadado Brasil, torço,/
em teu seio, por uma guerra civil!/
Derramas o sangue que forja um povo.
Só faltas tu, no mundo, amarelado Brasil!
Horridus Bendegó

Marcus Fitz

Olá Pessoal;

É a velha dinâmica capitalista tupiniquim onde privatiza o lucro e socializa o prejuízo…

Um livro interessante de adquirir é o da pesquisadora inglesa Frances Stonor Saunders: "Quem pagou a Conta? A CIA na guerra fria da cultura" – Editora Record.

Mesmo sob a ótica de uma estrangeira, o livro se mostra isento de partidarismos locais e vai fundo na podridão que foi o "patrosímio" yankee e sobra até para um sociólogo carioca, radicado no Condado de Higienópolis (que atualmente se encontra em tratamento à base de generosas baforadas de Cannabis Sativa – dizem as más linguas que estuda a possibilidade de migrar para o Skunk ou Haxixe).

Link da resenha do livro: http://port.pravda.ru/mundo/10-09-2009/27949-ciag

MF

Paulo

O tucano EUNÃOSABIA realmente não sabe de nada. Se baseia somente no jornalismo de esgoto da direita e repete as mesmas asneiras de sempre. Bye bye direita raivosa !!!!

Operante Livre

Certa vez, assisti à apresentação dos "grandes feitos" de um político do PSD? que se orgulhava de dizer que tinha contribuído muito para o planejamento da privatização das teles e que isto geraria mais empregos. Este político viu-se desconcertado quando lhe perguntei se havia outras alternativas estudadas para gerar empregos que não a venda e "melhoria tecnológica". Eu era um peixe fora d´água na situação. E já percebia que era muita mentira escondida atrás de definições não contestadas. Ainda usam esta velha tática de repetir uma mentira para acobertar reais motivos. E não vão mudar, mesmo que contem algumas poucas coisas que não sejam mentiras. É o discurso da ideologia dominadora de consciências.

Gerson Carneiro

Quando o EUNAOSABIA ler "A Privataria Tucana" vai ficar sabendo de tudo.

Sem ler, meu caro, não adianta vir tocar sua tuba aqui.

Melhor mesmo seria ler "O Combo" indicado pelo Azenha.

    Sr.Indignado

    Estou lendo, anotando, e tomando um calmante a cada capítulo…. não sei se meu coração aguenta.
    O povo deu duro para pagar, sem opção, bilhões em impostos, para depois serem fruto de bandidagem.
    Só senti coisa parecida quando li "As veias abertas da américa latina".

    Gerson Carneiro

    Quem deve ficar, e estar, a ponto de ter um ataque são os responsáveis pela privataria, companheiro. Devemos viver para presenciar os malandros pagarem pela "esperteza" deles.

    Ontem, 03/01/12, Amaury Jr. deu entrevista na rádio Itatiaia em Minas Gerais, falando, é claro, sobre "A Privataria Tucana". Aécio deve ter ficado só sorrisos. A casa caiu para a máfia tucana em Minas Gerais.

    Antonio Nunes

    será q vamos precisar de um livros sobre o MENSALÃO PETISTA, pra Lula saber de tudo tb?

    era só o q me faltava!

    Gerson Carneiro

    Antonio Nunes, taí uma boa oportunidade. Escreva o livro sobre o "MENSALÃO PETISTA". Com farta documentação, igual o "A Privataria Tucana". Se ficar tão bom quanto eu leio e prometo enviar um para o Lula. Boa sorte. Estamos aguardando…

    Antonio Nunes

    nem preciso de 10 anos de "pesquisa"…

    basta ler as 30 mil páginas do processo q está no STF!

    sabia não?

    acho extremamente perigoso esse filtro ideológico q protege alguns e incrimina outros… sendo q TODOS cometeram o mesmo delito!

    vou pelo caminho mais simples: adoraria q os corruptos DE TODOS OS PARTIDOS estivessem presos!

    fica mais fácil assim…

    Gerson Carneiro

    Eu quero é o livro. Vai sair? Quando?

    Antonio Nunes

    xiiiiiiiiiiii

    vc tb precisa de livro pra saber da roubalheira petista?

    vc tb "não sabia"?

    triste…

    Gerson Carneiro

    Sim, preciso. Você vai escrever, ou não? O Amaury escreveu. É como te falei, a oportunidade está aí sorrindo para você.

    Escreva, recheado de documentos comprobatórios tal o livro do Amaury. Prometo ler e mandar um exemplar para o Lula.

    Aliás, você já comprou e leu "A Privataria Tucana"?

    Comprei 5 exemplasres, distribui (doei 2 para a biblioteca do SESC) e ganhei mais um em concurso do Conversa Afiada sobre frase envolvendo o Çerra.

    Marcus Fitz

    Olá Gerson, boa tarde.

    Parte desse "combo" eu já tenho à tempos – os 2 livros saíram depois em um único volume – , quando estava na faculdade, era como se fosse o "livro vermelho" do Mao.
    Se tiver oportunidade leia o que mencionei aqui – "Quem pagou a Conta? A CIA na guerra fria da cultura" – Frances Stonor Saunders – Editora Record.
    É uma leitura às vezes densa, mas compensa no final.
    Azenha, será você poderia incluir esse livro no combo, o que acha?

    MF

M. S. Romares

A façanha foi sem precedentes pois eles não so espoliaram e delapidaram e patrimônio público como conseguiram quebrar a auto-estima de milhões brasileiros. A recuperação disso foi iniciada no governo LULA. Mas tem muito a ser feito e nenhum retrocesso será aceitavel.

Pedrôncio

Nossa, fiz o download do livro e li em 3 horas! Muito esclarecedor.

Davi Lemos

Papo furado, de verdade, é o de quem fala de popularização/barateamento de telefone sem levar em conta a revolução tecnológica nas telecomunicações durante o período. A popularização teria se dado mesmo com a telefonia estatizada, com a diferença que os preços seriam altos ou não. Tudo iria depender do governo da ocasião. Como bem sabemos, o governo da ocasião fez o que fez: doou aos compadres.

    Nelson

    Tens razão, Davi. A tarifa básica, por exemplo, era de R$ 0,61 até dezembro de 1995. Então, como o projeto já era de privatizar – entregar a galinha dos ovos de ouro para os lucros de uns poucos -, em janeiro de 1996, com a telefonia ainda estatal, essa tarifa deu um salto de mais de 510%, chegando aos R$ 3,73. Hoje, ela custa em torno dos R$ 41,00.
    Ou seja, um aumento de mais de 6.600%.
    Que se apresente o trabalhador ou o pequeno empresário ou o pequeno agricultor que tenha obtido um aumento que equivalha a dez por cento disso nos seus rendimentos nesses últimos quatorze anos. Não via aparecer um sequer.
    As privatizações foram idealizadas para garantir gordos lucros para alguns, já "balofos" de tanto ganhos.
    Melhora na qualidade dos serviços, tarifas mais baixas? Fala sério! Isto é, como diz meu já nonagenário pai, "conversa prá boi dormir".

    Antonio Nunes

    o Sr poderia explicar pq a tal "revolução tecnológica" não barateou a telefonia fixa no Brasil, antes da privatização?

    uma linha fixa custava, no plano de expansão, cerca de R$ 1.600 reais e levava cerca de 2 anos para ser instalada!

    acho q nem em Uganda, era tão ruim assim!

    e no resto do mundo, a telefonia fixa já estava em patamares MUITO mais baratos!

    é simplesmente mentira dizer q sem os BILHÕES de investimento q foram feitos DEPOIS da privatização, teriamos uma linha de telefone fixo custando cerca de R$ 100 e sendo instalada em 24 horas e mais celulares q habitantes no Brasil!

    como o Sr disse em seu comentário… PAPO FURADO!

    Davi Lemos

    O sr pode ler este texto aqui ó: http://www.amalgama.blog.br/09/2010/ideologia-pri

    É melhor que ficar papagueando essa sua ladainha ultrapassada que ninguem acredita mais.

    E outra: telecomunicação não é a padaria da esquina, é setor estratégico. Defender venda de serviços estratégicos é, ou interesse, ou burrice.

    Antonio Nunes

    no meu caso é interesse…

    tenho todo interesse em ter serviços de melhor qualidade!

    e qual o seu motivo de querer a TELERJ de volta?

    ignorancia ou burrice?

    Davi Lemos

    A privatização não garantiu nem preços justos nem qualidade do serviço. Tanto que as assinaturas de telefonia fixa tem caído ano a ano. As teles, já foi dito milhares de vezes, são campeãs de reclamações. Vai lá no Reclame Aqui e veja com seus próprios olhos. Com a telefonia celular não é diferente: você pode pagar bem barato por ligações locais de uma operadora para a mesma, mas tente ligar de uma para outra diferente, e é aí que eles fazem a festa. Sem falar nos planos pós pago, um verdadeiro assalto, na qualidade da ligação, que varia muito, nos planos de internet 3G… a lista é longa.

    Antonio Nunes

    nem a estatização gerou preços justos ou qualidade dos serviços! ou o Sr era o único cliente satisfeito com os serviços das teles estatais?

    o q vai melhorar os serviços e os preços é a atuação do ESTADO como REGULADOR E FISCALIZADOR, não como dono!

    sobre o declinio da telefonia fixa, ACORDA! o q está provocando este movimento é a expansão da telefonia celular, cidadão! o Brasil tem mais linhas de celular do q habitantes!!!

    e por ultimo…

    sabe pq a TELERJ não era campeã de reclamações no PROCON?

    pq não existia PROCON!

    Marcio H Silva

    O Procon Existia sim mané do PIG. Foi criado em 1991 no RJ.
    "E, nos anos 90, conseguimos grandes vitórias, com a nova Constituição. Passamos a ter o Código de Defesa do Consumidor, porque a Constituição estipulava a obrigação do Congresso Nacional aprovar o Código."
    Qual o ticket medio da fixa? e do celular pré e pós? qual é mais rentável? qual o percentual de pré-pago e pós pago no país? Qual serviço sustenta a Oi e a Telefónica?
    Qual órgão fiscalizador atendeu aos in teresses dos usuários no país?
    Responda, e deixe de churumelas!

    Antonio Nunes

    ué…

    voltou, seu CUT?

    mas não é vc q não tem tempo a perder comigo?

    então… VAZA!

    rsrsrsrs

    PS: ai meu Deus, mais um com saudades da TELERDA! só rindo pra não chorar…

    Davi Lemos

    O numero de assinantes de telefone fixo tem caido porque é cara, ruim, e ainda vem varios brindes junto, como a inexplicavel assinatura e as ligações cobradas que ninguém faz mas estão lá para pagar. Do celular, pelo menos, as pessoas ficam menos reféns. Órgãos fiscalizadores são pra inglês ver, estão lá pra enganar, não funcionam e jamais vão funcionar por um simples motivo: não são para funcionar. O problema dos privateiros é com a velha desculpa: privatizaram, mas não fizeram do jeito certo! Não existe jeito certo com privatização, ela é feita para dar lucro aos acionistas, e se o melhor jeito é economizando com melhoria, com preços altos e serviços ruins, então é assim que vai ser.

    Antonio Nunes

    quem disse q o motivo da queda da trelefonia fixa é esse?

    vc?

    baseado em… sua opinião?

    então fico com a minha!

    faz o seguinte:

    arrruma um movimento pela volta da TELERJ aqui no Rio…

    vai ser o maior sucesso!

    rsrsrsrsrsrs

    ps: o problema dos "estateiros" é confundir ignorancia com patriotismo!

    Davi Lemos

    Se vc leu o texto que indiquei, ficou sabendo que o número de telefones fixos vem caindo. E não há motivos para acreditar que não vão continuar caindo: são muito caros, enquanto que celular, apesar de ter uns dos minutos mais caros do mundo, acaba saindo mais barato, pelos motivos que já indiquei. A telerj, como disse antes, poderia ser boa ou ruim: escolheram pelo sucateamento, pra ter um "bom" motivo pra ser vendida. Hoje, temos um servicinho sem vergonha e caríssimo que pode até contentar alguns, pricipalmente os donos do negócio.

    Antonio Nunes

    claro, claro…

    escolheram pelo sucateamento da TELERJ nos ultimos… 30 anos antes da privatização!

    quanto ao telefone fixo, acabou a era do "telefone da familia ou da casa" (fixo)… agora é o tempo do "MEU telefone" (celular)…

    as novas gerações tem telefone celular no lufgar do fixo pela praticidade e nada mais!

    mas continue com a sua ladainha… quem sabe o Sr convence alguem a participar da sua passeata pela volta da TELERJ!

    rsrsrsrs

    Davi Lemos

    Telefone celular por causa da praticidade? Praticidade??? Continue rindo. A propósito, quem veio antes da privatização?

    Davi Lemos

    Ele não vai responder, é só chavão privatista.

    Marcio H Silva

    Ignorância e burrice sua, que só deve se informar pelos PIGs.
    Não da para perder muito tempo com um sujeito já moldado pelo sistema como voce.
    Só te faço uma pergunta: qual país que tem seu sistema de telecom ( incluindo satélite) nas mãos de estrangeiros?
    Onde que o serviço hoje é melhor que antigamente?
    Estas empresas investem em treinamento? voce sabe responder? o cara que entra na sua para fazer reparos é de que empresa?
    Quem são os campeões de processos no Procon e Justiça?
    Já ouviu o termo: "sucatear para entregar?"
    Voce é irmão gemeo do EUNÃOSABIA? nosso mascote aqui do blog?

    Antonio Nunes

    se não tem "tempo pra perder", passa reto pelos meus comentários, bocó!

    e me poupe dos seus discursos copiados de jornalzinho da CUT…

    Antonio Nunes

    se não tem tempo a perder, passa reto!

    e aproveita e me poupa desse discurso de jornalzinho da CUT…

    pedro o grande

    Pera aí, esse R$ 100,00 que vc fala do preço do telefone é apenas taxa de instalação, nada mais. Antigamente era o comprador que financiava as teles, pois junto com a linha vinha ações da empresa e vc era dono da linha. Não é mais. O serviço das teles privatizadas é tão bom que são campeãs de reclamações no Procon e de ações na justiça. Talvez vc seja um privilegiado vivendo na ilha da fantasia. Mas quando essa sorte acabar…então se prepare para dor de cabeça.

    Antonio Nunes

    hj vc não é dono da linha, pq ela não vale mais nada!

    é apenas um serviço e não mais um "patrimonio"…

    quem financia as teles continua sendo quem compra as ações (lançamento primário, conhece?) e o mais interessante é q compra ação quem quiser e quando quiser e não é mais obrigado a comprar ações pq quer um telefone…

    sobre os 2 anos de espera, tá tudo certo, né? vc concorda?

    e mais uma vez: não digo em momento algum q o serviço das teles está maravilhoso! só digo q está MUITO MELHOR do q se continuasse na mão do estado…

CLAUDIO LUIZ PESSUTI

Que saudade do Aloisio Biondi, me lembro em 1996 , ficava esperando a quinta-feira (creio) para ler sua coluna(bem pequena) na Folha de Sao Paulo, quando alguma luz ainda brilhava ali.Era um balsamo ler a verdade diante de tanta mentira que nos era empurrada na época.

    Nelson

    É verdade, Pessuti. Eu também esperava a coluna do Biondi para poder reunir mais argumentos contrários às privatizações, uma vez que na mídia hegemônica em geral a propaganda a favor era avassaladora e o espaço para o contraponto era praticamente inexistente, para não dizer nenhum. Durante um certo período, ele escreveu também aos domingos.

Jair de Souza

Concordo com nosso amigo Fábio Passos quanto à importância da leitura de Brasil Privatizado, do saudoso Aloysio Biondi. O livro de Amaury Ribeiro Jr. tem um valor inestimável por trazer à tona novamente uma questão que a máfia midiática pensava ter soterrado para sempre, e também por apresentar documentos que não deixam saída para ela na tentativa de blindar seus amigos (e agentes) tucanalhas. Porém, é com o livro de Aloysio Biondi que o processo pode ser entendido como um todo, desde suas bases mais profundas. Portanto, creio ser uma obrigação para todos que estamos comprometidos com a luta pela emancipação de nosso povo não apenas ler esta obra, mas também fazer com que seja lida por muitos outros. É quase impossível ficar insensível depois de sua leitura. Podemos compreender porque a máfia midiática tratou de ocultá-la do grande público o quanto pôde.

NELSON NISENBAUM

O texto é sintético, didático, e explica como foi dado o maior golpe da história do ocidente.

EUNAOSABIA

Estradas federais, portos e até os aeroportos estão sendo alvo da privataria petista.. lembrando que os aeroportos no Brasil também são bases da FAB… já pensou se fosse um governo do PSDB… o escarceu que vocês estavam aprontando????

Que lindo ver Dilma pousando seu avião em uma pista e ao desembarcar anunciar com todo pompa que aquele aeroporto será privtaizado.

E não me venham com o papo furado de vocês de concessão e seu bla bla bla… é a mesma coisa fetia pelos anteriores… tudo concessão também…. "É mas nós estamos fazendo concessão e não privatização""…. qua qua qua….

Vocês não enganam é ninguém.

O maior beneficiado com as privatizações foi Lula e o PT… queria eu estar num debate com Lula e ele me perguntar sobre privatização….desmontava ele com duas frases…

Vão comprar ficha de orelhão…. vão pra casa do vizinho pedir pra ligar…. tira o fone do gancho e espera uma hora para dar sinal de linha…. declara o valor da linha no imposto de renda…reserva U$ 7 mil para comprar uma linha… naquele tempo tinha gente que vivia de vender e alugar linha;…

Vocês perderam, simples assim… esse lenga lenga e esse papo furado de vocês não engana é ninguém rapaz.

    Valdeci Elias

    Ná quela época, a estatal ao invez de investir uma parte do lucro, era obrigada a entregar ao governo para pagar a divida.

    Carlos

    Leia o livro.

    Nelson

    Os artigos de Guilherme Hanesh, publicado neste sítio no dia 18/10/2010, e o do engenheiro José Antonio Feijó de Melo, publicado no sítio http://www.ilumina.org.br em 30/11/2006, não dão base alguma a tuas divagações, meu caro Eunãosabia.
    Ao que tudo indica você segue "nãosabendo" das coisas tais como elas são na realidade.

    Ambos os artigos podem ser lidos nos links a seguir:
    http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/guilherme
    http://www.ilumina.org.br/zpublisher/materias/Des

    Gerson Carneiro

    EUNAOSABIA, já comprou e leu o livro "A Privataria Tucana"?

    Se não, sem ler "A Privataria Tucana" não terá respaldo para discutir nada aqui.

    Corra, compre o seu, leia e depois volte para discutirmos.

    PS: a procura pelo livro está grande, tenha paciência.

    pedro o grande

    Deputado acusa que operadoras devem R$ 130 bi em multas

    Redação – Coletiva.net
    21.12.2011

    Com base em levantamento realizado junto a documentos oficiais, o deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB/RS) protocolou nesta quarta-feira, 14, representação na 3ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal contra as operadoras de telefonia fixa e móvel por várias irregularidades. “Trata-se de uma questão social, além das implicações econômicas que atingem quase toda a população do país”, afirma o parlamentar. O deputado assegura que multas da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) contra a operadora no valor superior a R$ 130 bilhões não foram pagas.

    Em documento de 54 páginas entregue ao MPF, Marchezan aponta os problemas de omissão da agência reguladora com as operadoras e as faltas praticadas pelas empresas de telecomunicação. Aponta ainda para o descumprimento de cláusulas contratuais e violação dos direitos dos usuários e não cumprimento de prazos, como o atraso no recolhimento das contribuições setoriais, a exemplo da dívida de R$ 800 milhões das operadoras com o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust).

    Outros indícios de irregularidades também foram encontrados na avaliação dos bens reversíveis, como a não obtenção de anuência prévia da Anatel para as operações de alienação, substituição e oneração desses bens. “As empresas não se sentem obrigadas a depositar os recursos provenientes da alienação de bens reversíveis em conta bancária vinculada”, destaca a representação, que mostra também a ineficácia das penalidades e do recolhimento das multas. Não obstante o alto índice de Procedimentos de Apuração por Descumprimento de Obrigação (6.921 em 2010), totalizando multas no valor de cerca de R$ 136 bilhões, somente cerca de R$ 10 bilhões, ou apenas 7,3% foram efetivamente recolhidos aos cofres públicos, o que mostra a ineficiência da punição.

    Conforme Marchezan, as informações contidas na representação são embasadas em documentos oficiais da própria Anatel e do Ministério das Comunicações. Os dados apontam que o mercado de telecomunicações cresceu 37% este ano, as reclamações contra os serviços subiram 35% e as horas de fiscalização da agência foram reduzidas em 40% no período. “De todas as reclamações recebidas pelos Procons, mais de um terço se referem aos serviços de telecomunicações”, ressaltou.

Gerson Carneiro

Existe também (não sei se já foi falado aqui no Viomundo) a questão dos prédios públicos que foram entregues às empresas "compradoras" das telefônicas. Um patrimônio gigantesco entregue de mão beijada.

    Marcio H Silva

    atizado a prestação de serviço. Os bens ( predios, equipamentos, cabos instalados ) pertencem a população do Brasil. O que se considera é bens reversíveis, no caso de equipamento, a TROCA por tecnologia mais nova. O TCU está de olho, pois são bens pertencentes à união, consequentemente à população.
    Veja esta explicação na matéria: http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php
    O Grande problema é listar este patrimônio, função do BNDES a época da "entrega", BNDES de Cerra e FHC.

    Marcio H Silva

    Comecei o texto assim: Caro Gerson, Só foi privatizado a prestação de serviço.

    Meu dedo no computador tá comendo letras.

    Jacó do B

    Marcio H Silva, concordo com voce, mas o único problema nisso que vc informou, ("O TCU está de olho, pois são bens pertencentes à união, consequentemente à população") é justamente o TCU. É ali que mora o perigo, Tribunal demotucano até a medula! Está aparelhado pelos demotucanos, o Lula e a Dilma não conseguiram emplacar ninguem de confiança, pois a Ana Arraes é mãe do Eduardo Campos, futuro judas do Lula/PT. Abs!

Neo-tupi

Pra completar:
Serra e lei Kandir deram isenção de impostos de presente para a privataria da VALE:

– 13 de setembro de 1996 – Serra e Kandir isentam exportações de minério de ferro com a "Lei Kandir".

– 6 de maio de 1997 – FHC e Serra vendem a Vale a preço de banana, livre do ICMS sobre exportações de ferro.
Detalhes: http://goo.gl/OJZU0

    Nelson

    Foi tudo muito bem planejado, Neo-tupi.

    Lembro que li, há uns três anos, um artigo do diplomata e economista, Adriano Benayon, no qual ele afirma que a Vale do Rio Doce controla riquezas num montante de R$ 3.000.000.000.000,00.

    Já a revista "REFLEXOS DA PRIVATIZAÇÃO-Privatizações, Um jogo de cartas marcadas", do Senge (Sindicato dos Engenheiros do Paraná), que pode ser acessada em http://www.senge-pr.org.br/sessoes/revista.pdf, estima que este mesmo montante chegue à casa dos R$ 8.000.000.000.000,00.

    E o Sr FHC entregou a Vale por pouco mais de R$ 3.000.000.000,00.

    Notou a "pequena" diferença?

    Alguma dúvida se houve corrupção nesse negócio?

Fabio_Passos

Este livro O Brasil Privatizado de Aloysio Biondi precisa ser lido por todo cidadão brasileiro.

Vai além das propinas recebidas pela turma de serra-fhc. Mostra as falcatruas perpetradas contra o patrimônio do povo brasileiro e as mentiras disseminadas pela mídia-corrupta – rede globo / quadrilha veja / estadão / fsp – neste crime de lesa-pátria que foi a privataria neoliberal.

Estes bandidos roubaram o Brasil!
Não vão permanecer impunes… tá chegando a hora destes entreguistas prestar contas ao povo brasileiro.

Marcio H Silva

"FUNDOS DE PENSÃO – exatamente como as grandes empresas privadas, também as empresas estatais mantêm planos especiais de aposentadoria ou planos de pensão para seus funcionários."
No caso da Telebrás, temos a SISTEL, temos porque ainda ta lá, pagando a aposentadoria de quem se aposentou antes de 98. Um crime que se cometeu em 1999, foi que os novos gestores das teles, de olho nesta grana, junto com o pessoal da Superintendência Nacional de Previdência Complementar modificaram as regras da privatização para este ítem. Em 2000, criou-se nucleos dentro da Sistel, onde a grana foi rateada entre as patrocinadorasm e em 2004 criou-se a telemar-prev totalmente independente da SISTEL. Coube a Oi a sua parte proporcional ao numero de empregados. Nesta hora tomamos ferro, porque o beneficio saldado foi-nos surrupiado no ato da migração, quem não migrasse seria demitido. Entrei na Justiça para reaver a parte deste beneficio saldado que me foi surrupiado, vai demorar de 3 a 4 anos mas vou reaver minha grana..

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