Privatas do Caribe: livro de repórter identifica esquema de espionagem tucano

Tempo de leitura: 3 min

por Luiz Carlos Azenha

O novo livro de Amaury Ribeiro Jr., Privatas do Caribe, já foi entregue à editora.

Acrescido de uma informação bombástica sobre o esquema de espionagem que teria servido ao ex-governador paulista José Serra desde 2008, inclusive no período eleitoral de 2010. Segundo Amaury, Serra recorreu a uma empresa de um ex-agente do Serviço Nacional de Informações, paga com dinheiro público.

O Amaury garante que, desta vez, o livro sai: o lançamento será entre o final de outubro e o início de novembro.

O trecho que li é muito bem documentado e, politicamente, devastador.

Segue a abertura do livro:

Privatas do Caribe

A fantástica viagem das fortunas tucanas desde os porões da privataria até o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas

Amaury Ribeiro Jr.

Prepare-se: o que está logo adiante não é uma narrativa qualquer.

Apoie o VIOMUNDO

Você está embarcando em uma grande reportagem que vai devassar os subterrâneos da privatização realizada no Brasil sob FHC.

Os porões da privataria.

É, talvez, a mais profunda e abrangente abordagem jamais feita deste tema.

Mas que não se limita a resgatar a selvageria neoliberal dos anos 1990, que dizimou o patrimônio público nacional, deixando o país mais pobre e os ricos mais ricos.

Se fosse apenas isso, o livro já se justificaria.

Mas vai além ao perseguir a conexão entre a onda privatizante e a abertura de contas sigilosas e de empresas de fachada nos paraísos fiscais da América Central.

Onde se lava mais branco não somente o dinheiro sujo da corrupção, mas também o do narcotráfico, do contrabando de armas e do terrorismo.

Um ervanário que, após a assepsia, retorna limpo ao Brasil.

Resultado de uma busca incansável de mais de dez anos do autor, Amaury Ribeiro Jr. — um dos mais importantes e premiados repórteres investigativos do país, com passagens por IstoÉ, O Globo, Correio Braziliense entre outras redações — o livro registra as relações históricas de altos próceres do tucanato com a realização de depósitos e a abertura de empresas de fachada no exterior.

Devota-se particularmente a perscrutar as atividades do clã do ex-governador paulista José Serra nesse vaivem entre o Brasil e os paraísos caribenhos.

Sempre calcado em documentos oficiais, obtidos em juntas comerciais, cartórios, no ministério público e na Justiça.

Assim, comprova as movimentações da filha do ex-candidato do PSDB à Presidência, Verônica, e as de seu marido, o empresário Alexandre Bourgeois.

Que seguiram, no Caribe, as lições do ex-tesoureiro de Serra e eminência parda das privatizações, Ricardo Sérgio de Oliveira.

Descreve ainda suas ligações perigosas com o banqueiro Daniel Dantas.

Detém-se na impressionante trajetória do primo político de Serra, o empresário Gregório Marin Preciado que, mesmo na bancarrota, conseguiu participar do leilão das estatais.

E arrematar empresas públicas!

Estas páginas também revelarão que o então governador Serra contratou, com o aporte dos cofres paulistas, um renomado araponga antes sediado no setor mais implacável do Serviço Nacional de Informações, o extinto SNI.

E que Verônica Serra foi indiciada sob a acusação de praticar o crime que, na disputa eleitoral de 2010, acusou os adversários políticos de seu pai de terem praticado.

Desvinculado de qualquer filiação partidária, militante do jornalismo, Ribeiro Jr. do mesmo modo como rastreou o dinheiro dos privatas do Caribe, esteve na linha de frente das averiguações sobre o “Mensalão”.

Seu olhar também visitou os bastidores da campanha do PT para averiguar os vazamentos de informações que perturbaram a candidatura presidencial em 2010.

E sustenta que, na luta por ocupar espaço a qualquer preço, companheiros abriram fogo amigo contra companheiros, traficando intrigas para adversários políticos incrustados na mídia mais hostil à Dilma Rousseff.

É isso e muito mais. À leitura.

O Editor

Leia também:

Rodrigo Vianna conversa com Amaury Ribeiro Jr.

Eloi Pietá e a regulamentação da mídia no Brasil

Zé Dirceu: De quem era a câmera?

Presidente da Petrobras diz que reportagem é “asquerosa”

Walter Pinheiro: “O que Veja fez não é jornalismo sério, é bandalheira”

Paulo Teixeira repudia o jornalismo de Veja: Provocação e delinquência

Humberto Costa, no Senado: É preciso debater ética da mídia

Devanir Ribeiro, fotografado no hotel: Jornalismo “podre e mentiroso”

A denúncia original de Zé Dirceu: Repórter cometeu crime

Escritório de advogados diz que Veja é versão tupiniquim de tabloide inglês

Brasil de Fato: Se for crime,  puna-se a Veja!

Delcídio do Amaral: Eu derrubei o Palocci?

Apoie o VIOMUNDO


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Leia também