da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) repudia a declaração do técnico Luis Felipe Scolari sobre o trabalho dos bancários do Banco do Brasil, feita na entrevista coletiva desta quinta-feira 29, no Rio de Janeiro, ao reassumir o posto de treinador da Seleção Brasileira.
Ao afirmar que, “se não tiver pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil, senta no escritório e não faz nada”, Felipão não apenas desrespeita os trabalhadores bancários, como demonstra total desconhecimento sobre a realidade do trabalho no sistema financeiro nacional.
Cerca de 1.200 bancários são afastados do trabalho mensalmente, por razões de saúde, vítimas do assédio moral e da pressão violenta para que cumpram as metas abusivas de produção e vendas impostas pelas instituições financeiras, inclusive o Banco do Brasil.
Luis Felipe Scolari começou mal como novo técnico da Seleção Brasileira. Esperamos que ele não esteja tão desatualizado sobre futebol quanto está sobre as relações de trabalho nos bancos.
Carlos Cordeiro
Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)
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Rio de Janeiro, 29 de novembro de 2012.
NOTA DE REPÚDIO DOS BANCÁRIOS DO RIO À DECLARAÇÃO DE FELIPE SCOLARI SOBRE OS BANCÁRIOS DO BANCO DO BRASIL
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O ex-técnico da Seleção Brasileira de Futebol e novamente seu treinador, Luiz Felipe Scolari, é o mesmo responsável pela armação do atual time do Palmeiras que acaba de cair para a Segunda Divisão, embora tenha pulado antes fora do barco. Na posição que ora assume, fruto de um complô interno com os cartolas da CBF, deveria conhecer melhor o trabalho e a participação dos 500 mil bancários brasileiros, em especial os do Banco do Brasil, na construção de uma economia mais sólida e respeitada em todo o mundo.
No Banco do Brasil seus funcionários têm feito verdadeiros gols de placa. Apesar da redução dos juros do BB em benefício da população, conseguiram levar a instituição a conquistar um lucro lucro líquido de R$ 8,347 bilhões nos nove primeiros meses de 2012, fazendo os ativos da empresa chegarem a R$ 1,1 trilhão ao final de setembro. Resultados alcançados mesmo tendo de trabalhar sob pressão e com assédio moral, obrigados a cumprir metas muitas vezes inatingíveis, o que prejudica sua saúde.
Lamentamos a declaração irresponsável do técnico Felipão a respeito dos bancários do Banco do Brasil, que, segundo ele, sentam no escritório para nada fazer. Felipão, que faz elogios públicos ao sanguinário ex-ditador chileno Pinochet, pisou na bola outra vez, após mentir ontem à imprensa, ao afirmar que jamais teve contato com a atual direção da CBF visando à sua contratação. Aliás, instituição presidida por um ex-deputado que apoiou a ditadura militar e que, em pronunciamentos à época, na Câmara Federal, denunciou “jornalistas de esquerda na TV Cultura de São Paulo”, o que culminou na prisão e, a seguir, na tortura e no assassinato do jornalista Vladimir Herzog, um herói da resistência democrática brasileira.
Torcemos pelo Brasil e fazemos votos de que o técnico da segundona tenha sorte ao comandar uma seleção de primeira.
Almir Aguiar
Presidente do Sindicato dos Bancários do Município do Rio de Janeiro
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