Maierovitch: Enxurrada de provas chegam nesta semana ao Conselho de Ética

Tempo de leitura: 3 min

por Wálter Fanganiello Maierovitch, no blog Sem Fronteiras, sugestão de NVM News

O senador Demóstenes Torres cumpriu, durante anos e à perfeição, o papel de tartufo. Ou melhor, ele representou, com os cidadãos brasileiros na plateia, o hipócrita-dissimulado da consagrada comédia de Molière intitulada Le Tartuffe.

Não fosse a Operação Monte Carlo da Polícia Federal revelar, por meio de interceptações telefônicas legais, a sua participação em organização criminosa comandada por Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes continuaria no papel de farsante e a pavimentar a estrada política que o levaria ao governo do estado de Goiás.

No Conselho de Ética do Senado foi instaurado um procedimento disciplinar contra Demóstenes Torres por atuação marcada pela falta de decoro parlamentar. E o procedimento está, até terça próxima, na fase de apresentação de defesa por parte de Demóstenes, acusado, em face de representação feita pelo partido PSOL, de quebra de decoro parlamentar.

Até a torcida do Flamengo sabe ser indecoroso um senador da República manter vínculos de amizade com um notório marginal de alto coturno, caso de Carlinhos Cachoeira. Trata-se de amizade, frise-se, com um contumaz violador do Código Penal. A respeito desses laços de amizade já existe prova provada. E isso já bastaria para levar à cassação do mandato.

Mas, existe algo mais. Demóstenes, além de amizade já comprovada e regalada com o recebimento de presente nupcial caríssimo (uma cozinha de luxo completa), realizava “negócios”, dava satisfações e prestava contribuição nos ilícitos consumados ou tramados por Cachoeira. Quanto a isso, a prova está no inquérito sigiloso que tramita sob a supervisão do ministro Ricardo Lewandowski. Ainda não chegou aos autos do procedimento disciplinar da Comissão de Ética do Senado

Até a semana passada, Lewandowski resistia em deferir o encaminhamento de cópias xerográficas do inquérito policial (Operação Monte Carlo) ao supracitado Conselho de Ética do Senado.

Sobre essa resistência, cabe uma pergunta: A quem interessa essa resistência???

Essa resistência baseada em formalismo só interessa ao crime organizado, aos seus membros e aliados, caso de Demóstenes.

A resistência, pelo que circula, chegará ao fim nesta semana. É que o ministro Lewandowski vai deferir o envio de cópia de algumas peças da Operação Monte Carlo. Peças que se referirem ao senador Demóstenes. As demais peças só serão encaminhadas, se pedidas, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), recém-instalada.

Ora, de posse do teor dos diálogos interceptados e gravados pela Polícia Federal, haverá, nos autos do processo disciplinar sobre quebra de decoro parlamentar, uma enxurrada de provas contra Demóstenes.

As novas provas só chegarão depois de terça-feira, último dia do prazo para Demóstenes entregar a sua defesa. Assim, haverá necessidade de se abrir novo prazo para a defesa poder se manifestar.

Pelo andar da carruagem, não existe possibilidade, salvo as surpresas de votação secreta, de Demóstenes não ser cassado por falta de decoro. Tudo isso sem prejuízo do ajuizamento de futura ação criminal por parte do Ministério Público. Fora, evidentemente, processo administrativo no Conselho Nacional do Ministério Público, pois, se cassado no Senado, Demóstenes volta ao Ministério Público do estado de Goiás: o chefe do Ministério Público estadual é o irmão de Demóstenes.

Pano rápido. Na semana passada, os telejornais mostraram Demóstenes a desfilar pelo Senado, esteve no plenário e cruzou com colegas senadores. Como se percebeu, Demóstenes despediu-se do papel em panos de Varão de Plutarco e se mostra em panos de Tartufo.

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Jairo_Beraldo

"Fora, evidentemente, processo administrativo no Conselho Nacional do Ministério Público, pois, se cassado no Senado, Demóstenes volta ao Ministério Público do estado de Goiás: o chefe do Ministério Público estadual é o irmão de Demóstenes."

PS – há uma forte corrente dentro do MPE-GO para que Demostenes seja expurgado dos quadros de promotores, antes mesmo de terminar a tramitação no congresso. Ditin Torres, já pediu afastamento para averiguação de conversas interceptadas citando seu nome. Demostenes terá que sobreviver como advogado e com os 30% recebidos de Cachoeira. Mas, pelas suas mazelas, ficará ainda de bom tamanho. A não ser que Çerra se eleja presidente e o conduza ao STF.

Marcelo de Matos

"Levantamento feito pelo Congresso em Foco revela que oito dos 32 integrantes da comissão que investigará Carlinhos Cachoeira respondem a ações penais e inquéritos no STF". Eles poderiam trocar de lugares durante a CPMI: os investigadores vão sentar na cadeira dos investigados e vice-versa. Agora eu sento aí e Vossa Excelência vem sentar no meu lugar. Pronto: está resolvido o problema.

Pafuncio

Não alimentemos ilusões. Muita coisa ainda precisa mudar nesse pais.

Marat

1) Para o bem do Brasil, Demóstenes tem de ser guilhotinado (calma, calma)… guilhotinado da política;
2) O povo goiano é bom demais para carregar fardos tão pesados quanto Demóstenes e Perillo. Vamos acordar, povo de Goiás, PSDB nunca mais!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Gilson Rocha

O ministro Ricardo Lewandowski, autorizou a
abertura de processo contra três deputados federais
por Goiás envolvidos com o bicheiro Carlinhos
Cachoeira e do senador Demóstenes Torres.
Os três:
Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Rubens Otoni (PT-GO) e
Sandes Júnior (PP-GO).

FrancoAtirador

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CPI CACHOEIRA/VEJA/DEMÓSTENES

Nomes dos integrantes da CPMI do Cachoeira já foram anunciados

Por Iolando Lourenço e Ivan Richard, repórteres da Agência Brasil

Brasília – Todos os partidos já indicaram seus representantes para integrarem a Comissão Parlamentar de Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Há 16 deputados titulares e igual número de suplentes. Há também 16 senadores titulares e o mesmo número de suplentes. Daqui a pouco a presidente em exercício do Congresso, deputado Rose de Freitas (PMDB-ES), fará a leitura dos indicados para a CPMI.

Criada para investigar as relações do empresário de jogos de azar, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e agentes públicos e privados, a CPI deverá ser instalada amanhã no Congresso Nacional. Terá como presidente o senador Vital do Rego (PMDB-PB) e como relator o deputado Odair Cunha (PT-MG). Os vices-presidente deverão ser eleitos na reunião de instalação da comissão.

O relator Odair Cunha (MG) e os deputados Cândido Vaccarezza (SP) e Paulo Teixeira (SP) foram indicados pelo PT, assim como Íris de Araújo (GO) e Luiz Pitiman (DF) representarão o PMDB. Já Carlos Sampaio (SP) e Fernando Francischini (PR) receberam indicação do PSDB.

Também foram indicados por seus partidos para integrar a CPMI os deputados Filipe Pereira (PSC-RJ), Gladson Cameli (PP-AC), Maurício Quintella Lessa (PR-AL), Miro Teixeira (PDT-RJ), Onix Lorenzoni (DEM-RS), Paulo Foletto (PSB-ES), Rubens Bueno (PPS-PR) e Silvio Costa (PTB-PE) . O deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) foi indicado como represente dos partidos que não têm direito a cadeira na CPMI devido ao pequeno número de suas bancadas.

No Senado, os indicados como titulares para a CPMI são os senadores José Pimentel (CE) e Humberto Costa (PE) pelo PT, Álvaro Dias (PR) e Cássio Cunha Lima (PB) pelo PSDB. O PMDB indicou Vital do Rego (PB), Sérgio Souza (PR) e Ricardo Ferraço (ES). Vanessa Graziotin (AM) foi indicada pelo PcdoB, Ciro Nogueira (PI) pelo PP.

O ex-presidente Fernando Collor (AL) representará o PTB, Jayme Campos (MT) o DEM, Lídice da Mata (BA) o PSB, Paulo Davim (RN) o PV, Pedro Taques (MT) o PDT e Vicentinho Alves (TO) o PR. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) ocupará a vaga destinada aos pequenos partidos.

Edição: José Romildo

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-04-2

FrancoAtirador

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CPI CACHOEIRA/VEJA/DEMÓSTENES

Relator: 1ª providência da CPMI será ter acesso aos inquéritos sobre Cachoeira

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse que a primeira medida que vai sugerir ao colegiado será a aprovação de um requerimento para que os parlamentares tenham acesso aos dois inquéritos que tratam das Operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), que se encontram no Supremo Tribunal Federal (STF). Essas operações investigaram as atividades ilegais do contraventor Carlinhos Cachoeiera.

Segundo o deputado, a partir dessas informações é que será definido um cronograma de depoimentos na comissão. “Vamos começar pelos inquéritos da PF, que têm dados muito mais amplos do que as informações que saíram na imprensa.” Questionado se Cachoeira seria um dos primeiros a ser ouvido, o relator afirmou que é claro ele deporá na CPMI, mas que isso acontecerá no momento adequado.

Agência Câmara de Notícias

O PT indicou o deputado Odair Cunha (MG) para ser o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar o caso Cachoeira. A indicação foi feita nesta manhã, poucas horas antes do prazo final. Por ter a maior bancada na Câmara, além do relator, o partido tem direito a outras cinco indicações: duas para titulares e três para suplentes.

Os petistas indicados como titulares foram os deputados Paulo Teixeira (SP) e Cândido Vaccarezza (SP), e para suplentes: Dr. Rosinha (PR), Sibá Machado (AC) e Luiz Sérgio (RJ). Paulo Teixeira afirmou que o eixo da investigação deverá ser “essa organização criminosa e seus tentáculos dentro do aparelho de Estado, que criam influência e acabam impedindo o País de realizar corretamente suas atividades”.

O relator Odair Cunha afirmou que a sua expectativa é avançar no objetivo central da CPMI. "Queremos produzir uma investigação séria e serena, que realmente identifique esse poder paralelo instalado a partir das relações desse senhor, o Carlinhos Cachoeira", disse Cunha. "E que a gente termine, de verdade, identificando e jogando luz nesse submundo", completou.

Sobre um possível envolvimento de integrantes do governo com Cachoeira, o relator disse que o importante é deixar claro que o foco está no empresário de jogos de azar e nas suas relações, e não no Palácio do Planalto: "Se no curso dos trabalhos aparecerem indícios e provas, nós vamos fazer a investigação doa a quem doer."

Cunha afirmou que deverá se reunir em breve com o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), para definir um roteiro de trabalho. O relator preferiu não adiantar os nomes dos primeiros convocados a prestarem esclarecimentos à CPMI: "A decisão sobre quem serão os primeiros convocados vai ser tomada a partir da análise dos documentos colocados à disposição da CPMI."

O anúncio oficial dos membros da CPMI está marcado para esta noite, em sessão do Congresso Nacional.

A comissão será composta por 32 titulares – 16 deputados e 16 senadores – e igual número de suplentes. À composição prevista no requerimento de criação da CPMI (15 deputados e 15 senadores e seus respectivos suplentes) foram acrescidas, com base no Regimento do Congresso, duas vagas para as bancadas minoritárias (uma para o Senado e outra para a Câmara), que não alcançaram número suficiente para participar pelo cálculo da proporcionalidade.

A instalação está prevista para amanhã (25), quando serão eleitos o presidente e o vice-presidente da comissão.

<img src="http://www2.camara.gov.br/agencia/imagens/imgNoticiaUpload1335308404364.jpg"&gt;

Fabio_Passos

A investigação de demóstenes certamente vai desbaratar toda a quadrilha que deu um golpe na República: demóstenes – roberto civita – cachoeira – gilmar dantas.

Esta quadrilha merece cadeia!

"Como preparar uma crise institucional" http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMos

"
No dia 1º de setembro de 2008, três ministros do STF (Gilmar Mendes, Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto) foram até o presidente Lula exigir, sem apresentar qualquer prova, "apuração e punição" no episódio da suposta conversa grampeada entre Mendes e o senador Demóstenes Torres. O país esteve à beira de uma grave crise institucional devido a uma conspiração envolvendo Demóstenes Torres-Carlinhos Cachoeira, a revista Veja e, direta ou indiretamente, o ministro Gilmar Mendes.
(…)
Esses episódios mostram o poder devastador do crime, quando associado a veículos de grande penetração.

É um episódio grave demais, para ser varrido para baixo do tapete.
"

Fabio_Passos

CartaMaior e um resumo da direita brasileira:

"
A ARMAÇÃO

Um senador corrupto celebrado pela mídia demotucana como símbolo da ética, uma revista fraudulenta, um bicheiro e o então presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes; jutos, quase levaram o país a uma crise institucional, em setembro de 2008, simulando um grampo da PF que não existiu. Do que mais eles seriam (serão) capazes?
"
http://www.cartamaior.com.br

    ricardo

    O grampo não existitu e, mesmo assim, Lula mandou o Araponga para um exílio alentejano. Não teria sido melhor "chamar o povo para a rua". Que injustiça!

    Fabio_Passos

    araponga?
    Quem se refere ao Paulo Lacerda assim são os ratazanas da revista veja… pilantras a serviço do mafioso daniel dantas.
    Você veio do esgoto?
    Veio sim, não é? … leitor de veja. rsrs

Marcelo de Matos

Enxurrada de provas… Já dizia Machado de Assis que a vida é um enxurro perpétuo. Os temporais de maio do ano passado, porém, carrearam muito cisco para o reino de Aécio Neves. Foi nessa temporada de chuvas, exatamente no dia 13 de maio, pelo telefone, que Carlinhos Cachoeira pediu a Demóstenes Torres para “não esquecer” de uma solicitação especial que lhe havia feito: “É importantíssimo prá mim”, diz o contraventor. “Você consegue pôr ela lá com Aécio… em Uberaba, pô, a mãe dela morreu. É irmã da minha mãe.” E o senador: “Tranquilo. Deixa eu só ligar pro rapaz lá. Deixa eu ligar prá ele.” “Captado pela PF e trazido à luz pelo repórter Fausto Macedo, o diálogo se refere Mônica Beatriz Silva Vieira, uma prima de Cachoeira. Doze dias e sete telefonemas depois dessa conversa, Mônica foi empossada no cargo de Diretora Regional da Secretaria de Estado de Assistência Social em Uberaba”. (do blog do Josias de Souza). Esse Aécio, que arranjou colocação para a prima de Cachoeira e indicou o Secretário da Fazenda de Perillo quer ser Presidente. Será que emplaca?

renato

Eu só quero a CPI e um tufo de prisões.
É pedir demais.

Bonifa

"Et ce n'est pas pécher que pécher en silence." – Tartuffe, acte IV, scène V. Não comete pecado quem peca em silêncio (às escondidas). Problema foi que a Polícia Federal gravou os pecados do tartufo Demóstenes.

    Aristharco

    pécher en silence… estou curioso… tomara que as catadupas (do cachoeira) na CPI demonstrem pecados, pecadões, pecadinhos, principalmente, de figurões aboletados no 4º poder…

Julio Silveira

Meu maior desejo é que se retirem da "clausura" do congresso e os expulsem da ordem dos democratas brasileiros (no sentido lato), esses protitutos da politica infiltrados para corromperem os puros, que lá entraram na busca pelo aperfeiçamento democrático da nação, com ética e respeito a cidadania. Elementos da estirpe desse Demostenes cria um clima de insustentabilidade para aqueles que desejam a boa politica, retirando a fé nos bons e firmando a maxima de que politica no Brasil tem que ser feita colocando a mão na m., o que no meu entender não devia ser verdade.

Paulo Preto

O STF vai livrar todos eles:
http://semfronteiras.blogs.terra.com/2012/04/24/d

Gilson Rocha

Se o senador não for cassado, realmente
tem alguma coisa muito errada neste congresso.
E cassação é pouco, infelizmente não espero nada
mais duro que isso.

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