Igor Felippe: Folha só tem olhos para atos de mulheres no exterior

Tempo de leitura: 3 min

por Igor Felippe

Ontem, 8 de Março,  as mulheres fizeram marchas por todo o Brasil. Só as da Via Campesina realizaram protestos em 11 estados e no Distrito Federal, para marcar o Dia Internacional da Mulher, cobrando da presidenta Dilma Rousseff a realização dar eforma agrária, um novo modelo agrícola baseado em pequenas propriedades e o veto das mudanças no Código Florestal.

Entre as manifestações, foram realizadas quatro ocupações (de dois latifúndios, um engenho e uma empresa), três protestos no Incra (com duas ocupações) e quatro marchas (abaixo, saiba mais das ações).

A Folha, no entanto,  ficou atenta apenas às mulheres das Filipinas, Turquia, Egito e os EUA…Do Brasil, saiu uma notinha da marcha das mulheres no centro de São Paulo, escondida no caderno Cidades, sem apresentar as pautas da manifestação. Ou seja, quase nada.

Por quê?

A mídia brasileira tem mais  simpatia pelas manifestações fora do país, porque não tratam dos privilégios dos donos dos grandes jornais, rádios e TVs nem não afetam diretamente os seus interesses.

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FOLHA DE SÃO PAULO

Mulheres vão às ruas pelos seus direitos

Manifestações são organizadas em lugares como Filipinas, Turquia, Egito e os EUA

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DIOGO BERCITO

DE SÃO PAULO

De véu, de óculos escuros, de peitos de fora. Mulheres protestaram ontem ao redor do mundo como quiseram ou puderam, participando de manifestações em países de tolerância e igualdade de gênero variadas como Filipinas, Egito, China e EUA.

Entre as demonstrações públicas do Dia Internacional da Mulher, a Turquia servia ontem como microcosmo da luta feminina, ao reunir em seu território três acontecimentos relativos à data.

Primeiro, o Parlamento aprovou um pacote de leis voltado à proteção de mulheres e crianças. A Turquia trava batalha contra práticas como o assassinato de mulheres acusadas de ter manchado a reputação alheia.

A afinidade do país com os valores ocidentais é discutida há anos pela União Europeia, bloco ao qual tenta aderir.

Depois, enquanto celebrava a aprovação dessas leis, o país debatia o assassinato de Diyar Bengitay, 40, morta ontem em Istambul por um membro de sua família.

Ela havia deixado sua casa após discutir com o marido.

Por fim, integrantes do grupo feminista ucraniano Femen tiraram as blusas e fizeram um protesto-topless, manifestando-se contra o abuso de mulheres na Turquia.

“Foi um dia incrível”, afirma Lydia Frempong, porta-voz do grupo International Women’s Day, criado em 2001 para incentivar a manifestação global a respeito do tema.

Frempong cita protestos globais -vistos desde Londres, em que a organização está baseada, até o Cairo, onde centenas marcharam pedindo que metade da Assembleia Constituinte seja formada por mulheres.

“A situação da mulher depende muito do país. Em locais como Afeganistão e Índia, ela ainda não tem contato com a educação e é oprimida”, diz.

Protestos no centro marcam Dia Internacional da Mulher

DE SÃO PAULO – O Dia Internacional da Mulher foi marcado por atos em São Paulo. Na praça da Sé, no centro, centenas se reuniram a fim de lembrar a data.

Perto dali, outra centena de manifestantes ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto tentou fechar a av. Tiradentes. Eles protestavam contra a ação policial na reintegração do Pinheiro, em São José dos Campos, ocorrida em janeiro. Para impedir a marcha, a PM isolou os manifestantes na praça da Luz alegando que fechar a avenida complicaria o trânsito.

Outro grupo de ao menos 200 mulheres ocupou um prédio de dez andares na esquina da praça João Mendes com a rua Quintino Bocaiuva.

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