Contestação a nomes de ruas, avenidas e praças [2]
Meu artigo recebeu 24 comentários, muitos deles críticos, não ao artigo em si, mas às figuras históricas que emprestam nome a certos logradouros. Como por exemplo o delegado-torturador Fleury e o ex-presidente Floriano Peixoto. Um bom número das criticas, merecidamente, foi dirigida aos homenageados “jornalista” Roberto Marinho e “jornalista” Maurício Sirotsky Sobrinho.
Também houve contribuições sobre a Guerra do Contestado.
Não sou historiador, portanto o que escrevo é de ouvir falar (a chamada “história oral”), ler e sentir. Por muitos anos houve silêncio sobre a Guerra do Contestado. Pouco se falava e pouco se escrevia. José Maria Tardin, que não é o “monge” da guerra, mas sim ex-prefeito de São João do Triunfo, Paraná, interessou-se, quando ocupou o cargo, por buscar a história do Contestado entre os remanescentes de famílias de lá que tinham migrado para seu município. Segundo conta, ninguém queria falar sobre a guerra. Os poucos que falavam se diziam com medo de serem perseguidos.
De todas as contribuições ao meu texto, comento duas. Ernani Mundstock escreveu que na Guerra do Contestado pela primeira vez o avião serviu como máquina de guerra. Sim, mas apenas para reconhecimento de terreno. Parte desta história, e deste avião, está exposta no Museu Paranaense.
Hildermes José Medeiros afirmou ser importante uma revolução cultural, a fim de “banir aqueles sem qualificação para receber qualquer homenagem em nome do povo brasileiro”. Cita ele alguns nomes da história do Brasil. Para ele, para mim e para muitos, essas figuras não merecem a homenagem, mas aqueles que a ofereceram certamente entenderam diferente. O que fazer?
Creio que, primeiro, aprofundar o conhecimento da história do nosso país é fundamental. Com isso, o tempo corrigirá as “distorções”. Coloco entre aspas porque o que é distorção histórica para mim não é para outros. Talvez o mais importante fosse, ao dar o nome ao logradouro publico, colocar uma placa informando quem foi o homenageado. Imagine na Rua Delegado Fleury uma placa explicando: “Delegado, torturador e matador”. Será que alguém iria querer morar nessa rua? Ou Coronel Moreira César, como diz o Hildermes, conhecido como “terra-treme, o corta-cabeças, que era o que fazia com muitos prisioneiros”.
Dr. Rosinha, médico pediatra, é deputado federal (PT-PR) e vice-presidente brasileiro do Parlamento do Mercosul. No twitter: @DrRosinha
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