Base governista quer CPI do Cachoeira até 22 de dezembro

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CPMI do Cachoeira adia votação de 533 requerimentos de quebra de sigilo e convocação de autoridades

31/10/2012 – 17h12

Política

Karine Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Em uma sessão tensa, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira decidiu hoje (31) adiar a votação de 533 requerimentos. Na lista estão 13 considerados prioritários pela oposição, porque pedem a quebra do sigilo bancário de empresas que teriam recebido dinheiro da Construtora Delta. Os pedidos adiados também incluem convocação de autoridades e acareação de envolvidos.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e o senador Randolfe Rodrigues (PSOL- AP) reagiram à decisão de adiar a votação dos requerimentos. “A derrota deixa clara a farsa que se instalou hoje, de que não se quer investigar as relações entre os corruptores. A Delta não virou maior empreiteira do governo de graça, ela pagou por isso”, acusou Onyx.

Oficialmente, os trabalhos da CPMI terminam no próximo domingo (4), e a falta de acordo entre governo e oposição sobre o prazo de prorrogação dos trabalhos acirrou os ânimos na comissão. A oposição queria estender os trabalhos da comissão por 180 dias, mas até agora não reuniu o mínimo de 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.

Já a base do governo protocolou hoje na Secretaria-Geral da Mesa do Congresso requerimento com 212 assinaturas de deputados e 34 de senadores pedindo que os trabalhos da comissão se estendam por mais 48 dias, ou seja, só até 22 de dezembro.

“Não temos esperança. Nós estamos aqui com uma minoria, numericamente insignificante, sem poder interferir no processo. E nós sucumbimos sempre diante da força de uma maioria esmagadora”, disse o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR). Segundo a Secretaria-Geral da Mesa do Congresso, o prazo para apresentação de requerimento para prorrogação da CPI termina no próximo domingo às 18h30.

O relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), rebateu as críticas de que “a morte” da CPMI tenha sido decretada hoje. “A morte da CPI seria se nós não tivéssemos condições regimentais de encaminhar toda a documentação que a CPI tem para os órgãos permanentes de investigação”, ressaltou. Segundo ele, a próxima etapa dos trabalhos da comissão é discutir o relatório e apresentar a versão final até 20 de novembro.

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Ao fim dos trabalhos, a oposição promete apresentar ao Ministério Público Federal uma representação paralela com indícios que não chegaram a ser investigados pela comissão. A CPMI do Cachoeira investiga as relações do empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados.

Edição: Davi Oliveira

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