Juvandia Moreira: “Itaú está usando helicóptero para furar nossa greve”
Tempo de leitura: 2 minPrédio na Zona Oeste da cidade de São Paulo, onde funciona o SAC
Conceição Lemes
É praxe no meio sindical patronal: sempre que há uma greve importante, as empresas mandam pegar funcionários em casa. Evitam, assim, que eles passem pelos portões tradicionais, onde geralmente tem diretores do sindicato dos trabalhadores.
No setor bancário, é uma prática antissindical frequente. Geralmente, os bancos recorrem a helicóptero.
“Em anos anteriores isso aconteceu em quase todos, este ano é só no Itaú”, denuncia Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osaco e Região.” O Itaú está transportando de maneira irregular bancários de helicóptero, já que não tem autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar pousos e decolagens do prédio na zona oeste da capital, onde funciona o Serviço de Atendimento ao Cliente da instituição financeira. É uma forma para tentar furar a nossa greve.”
Hoje cedo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região denunciou o fato à Anac e solicitou vistoria do órgão competente. Também comunicou a Defesa Civil e estuda ainda outras medidas judiciais para interromper essa irregularidade. Os bancários estão em greve há 11 dias.
“Em vez de apresentar uma proposta decente à categoria bancária, os bancos preferem desrespeitar o legítimo direito de mobilização dos trabalhadores utilizando práticas antissindicais”, protesta Juvandia. “Por exemplo, obrigá-los a entrar de madrugada, transferir para locais de trabalho distantes e ainda transportando-os de helicóptero para que não possam participar dos protestos.”
“Os bancos espalham boatos e utilizam-se de ações judiciais e ameaças para tentar obrigar os bancários a voltar ao trabalho”, prossegue Juvandia. “Essas práticas só demonstram o desrespeito dos donos das instituições financeiras pelos seus empregados.”
Os bancários estão em greve desde 27 de setembro.
Apoie o VIOMUNDO
“Nós só deflagramos a greve porque, após um mês e meio de negociações, o setor patronal nos deu aumento real de apenas 0,56%”, protesta Juvandia. “Os bancos, cujo lucro cresceu 20% apenas no primeiro semestre do ano, têm condições de retomar as negociações, melhorar essa proposta e atender às demais reivindicações da categoria que buscam melhores condições de trabalho para reduzir o adoecimento que atinge níveis epidêmicos no setor. Os bancários estão abertos à negociação, está nas mãos dos bancos por fim à greve.”
Leia também:





Comentários
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!