Juvandia Moreira: Bancários conquistam avanços graças à mobilização da categoria

Tempo de leitura: 2 min

da assessoria de Imprensa dos Sindicato dos Bancários de São Paulo

No dia de maior adesão à greve em São Paulo, Osasco e região, com a participação de 42.400 bancários, a federação dos bancos (Fenaban) apresentou proposta de reajuste salarial de 9%, sendo 1,5% de aumento real de salários. Já para o piso, o reajuste é maior (12%), o que elevaria de R$ 1.250 para R$ 1.400, representando aumento real de 4,30%. A proposta inclui ainda cláusula que coíbe o transporte de numerário por bancários e o fim da divulgação de rankings individuais dos funcionários, combatendo o assédio moral.

O Comando Nacional dos Bancários orienta a realização de assembleias na próxima segunda-feira, 17 de outubro, aprovação da proposta e encerramento da greve, que chegará ao 21º dia.

“Os bancários entraram em greve para garantir aumento real de salários, participação maior nos lucros e resultados (PLR) e valorização nos pisos, bem como melhoria nas condições de trabalho”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. “Conquistamos avanços graças à forte mobilização da categoria, que chegará ao oitavo ano consecutivo de aumento real nos salários e dois anos seguidos de valorização maior no piso, o que pode representar 30,3%de reajuste nominal no salário inicial entre 2009 e 2011”, destacou.

Confira a proposta

Reajuste – O reajuste proposto para salários é de 9% (que representa aumento real de 1,5%)

Verbas salariais – Nas demais verbas salariais, como vales e auxílios, a elevação é de 9%.

Piso – No piso da Convenção Coletiva, o reajuste previsto é 12% (aumento real de 4,30%) elevando o valor de R$ 1.250 para R$ 1.400

PLR – A regra básica da Participação nos Lucros e Resultados será de 90% do salário mais R$ 1.400. Assim, a parte fixa, que em 2010 foi de R$ 1.100,80, será reajustada em 27,18%. Nos maiores bancos, como Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, os trabalhadores devem receber 2,2 salários a título de PLR. Isso porque a regra determina que devem ser distribuídos no mínimo 5% lucro líquido. Se isso não acontecer, os valores de PLR devem ser aumentados até chegar a 2,2 salários com teto de R$ 17.220,04.

Aumento no valor adicional – Pela proposta, o valor adicional à PLR passaria de R$ 2.400 para R$ 2.800, o que significa aumento de 16,66% em relação ao que foi pago em 2010.
Dias parados – O Comando Nacional dos Bancários também garantiu, junto à federação dos bancos, que não serão descontados dos trabalhadores os dias em greve. Pela proposta da Fenaban, haverá compensação desses dias no máximo até 15 de dezembro.

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Comentários

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Leo V

O que impressiona é o comportamento da Contec e da Contraf, "centrais" dos bancários, que só divulgam o resultado das assembléias que aprovaram as propostas dos bancos, mas não divulgam o resultado das bases que rejeitaram as propostas e votaram pela continuidade da greve.

Depois reclamam que são chamados de pelegos e manipuladores.

Walcir P.

Entrando no debate sobre a proposta de acordo entre bancários e FENABAN, entendo que os 9% arrancados pelos trabalhadores, após mais de 20 dias de greve, é uma vitória significativa para a categoria. Fiz a greve "no chão do banco" e pude perceber o quanto os bancários foram comprometidos e criativos para participarem da greve. Ou alguém acha que não houve ameaças dos bancos em cima de seus empregados para não aderirem ao movimento? O Itaú, por exemplo, utilizou-se de helicópteros para colocar bancários para dentro de seus prédios, bem como interditos proibitórios para acabar com a greve.

De qualquer forma, os bancários fizeram a greve e arrancaram (esse é o termo mesmo – arrancaram) pelo oitavo ano consecutivo, com muita luta e muito diálogo nas portas das agências paralisadas aumento real de salário e aumento maior ainda para o piso da categoria – o aumento real no piso foi de 4,5%.

A luta não acaba com a finalização da campanha salarial de 2011.

Outras lutas virão por ai.

marcio gaúcho

Os banqueiros acabaram por decretar o quanto vão querer faturar em 2012: 1,5% + INPC.
É isso que os bancários devem proporcionar a esses abutres da nação.
Aos bancários, devem trabalhar com procedimentos padrão, venda passiva de produtos e o não cumprimento das metas (sempre abusivas) estabelecidas. Se os gerentes das agências pensam diferente, então que trabalhem mais para garantir o seu.
Estamos "por aqui" dessa exploração !

Angela Reis Martire

Desculpe, mas não consigo considerar aumento real de 1,5% uma vitória. Principalmente se compararmos com os números referentes aos lucros dos bancos. Sou bancária, do Banco do Brasil. Aderi à greve, mas a sensação que tenho é que todos os anos temos férias coletivas neste período do ano. Depois de cerca de 15 dias de paralisação, os banqueiros fazem uma proposta ridícula que imediatamente é aceita pelos sindicatos, que nos chamam para assembleia já com o acordo fechado. Este processo tem se repetido nos últimos anos. Sinto-me duplamente enganada : pelo patrão e pelo sindicato. Vergonha.

    Leo V

    Também sou bancário. Não me senti em férias coletiva porque eu tava na rua, ajudando a fechar agências, entregando panfletos etc.
    O que foi arrancado dos banqueiros é uma vitória ou derrota dependendo do referencial que se adota. O fato é que evidentemente os bancos tem possibilidade de dar um aumento muito, mas muito maior.
    Os bancos tem calculado, na ponta do lápis, a expectativa de prejuízo com a greve. Eles jogam com o cansaço para darem o menor aumento possível. Eles sabem que a greve é desgastante para os relativamente poucos trabalhadores que realmente se engajam nela (e tem que se engajar para compensar a maioria que não pára, os dos bancos privados). E sabem que indo para a Justiça, eles ganham.
    Não acho que se possa, em geral, culpar os sindicatos por isso. O fato é que apesar dos bancários ainda serem uma das poucas categorias que conseguem fazer greve e ainda obter algum ganho (dessa perspectiva uma vitória), a adesão às greves é relativamente baixa, e por isso desgasta muito quem tenta superar isso com militância, então acaba-se fechando um acordo como esse. Se o grosso dos que entram em greve não fizessem greve de pijama, provavelmente se conseguiria mais.

    Angela Reis Martire

    Prefiro ter feito greve de pijama, do que ter ficado na rua ajudando a fechar agências e entregando panfletos. De qualquer forma, será 1,5% de ganho real.
    Calculo que o Leo ache correto o sindicato pedir 12% e assim que os banqueiros acenam com 9%, começam a divulgar o " excelente acordo". Excelente pra quem????? Pra quem como eu passa o ano inteiro me acabando para atingir metas inatingíveis? Eu não acho.
    Temos que pensar e descobrir alternativas para estas "negociações". Acho que tem que ser mais transparentes e negociadas com os empregados diretamente. Vamos pensar juntos sobre isto ?
    Abraço

    Leo V

    Eu também não gosto do jeito que acenam como se o acordo fosse excelente. Só que não dá pra reclamar do 'sindicato' sem entende ro contexto que isso se dá.

    Bem, a assembleia da minha base sindical decidiu hoje pela manhã a continuidade da greve.

jaime

Considerando o lucro dos bancos, se 1,5% é uma conquista, então correr para trás é para descansar.

Fabio_Passos

Boa notícia.
O trabalhador organizado é o que consegue as maiores conquistas.

Mesmo com o PIG apoiando a avareza da banca os trabalhadores venceram esta batalha.

Leo V

Há que se analisar o que é o atual governo, diante da sua prática em relação às greves (servidores de universidades federais, funcionários dos correios, bancários).
Foi-se o tempo em que era possível engolir que o governo do PT não avançava mais por uma questão de "correlação de forças". O que o atual governo tem feito é justamente minar as "forças" que podem fazer a correlação pender no sentido de distribuição de renda, avanços sociais e justiça social. Isso ficou bastante claro com a postura do governo diante de categorias mobilizadas e organizadas de trabalhadores. Espero ter tempo de escrever algo que detalhe mais em fatos essa postura do governo.

    Fabio_Passos

    Minha percepção também é essa.
    Escreva!

    Carlos

    O PT mundou, faz tempo. É poder e quer se manter nele. Para isso tenta minar as categorias organizadas de trabalhadores na luta por melhores salários e distribuição de renda. Baixou-se ao deus "mercado". O melhor exemplo é a greve dos Correios. Não se pode dizer aqui, como fez o Banco do Brasil, que havia uma negociação paralela (na FEBRABAN) que o impedia de negociar (grande balela!). O governo do PT, assim como fez FHC na greve da Petrobras, levou até a ultima instância, julgamento no TST, que SEMPRE julga desfavorável ao trabalhador. Há de se questionar tambem os 8 anos de governo Lula do PT: que leis trabalhistas foram legisladas em favor do trabalhador? Ou quais leis trabalhistas foram derrogadas/ab rogadas em favor do capital? Pq se aumentou a terceirização no setor público e em suas empresas,que apenas fragiliza as relações trabalhistas? São questões que nos mostram como o PT poder mudou, e pra pior. Mas 2012 e 2014 tem eleição…

    Fabio_Passos

    Também acho uma lástima.
    Como pode o Partido dos Trabalhadores combater os interesses dos trabalhadores?

    O governo vai transferir R$ 240 Bilhões dos pobres para os ricos em 2011
    E reajustar o salário dos funcionários dos correios é que iria fazer mal ao país?

    E o projeto das 40 horas semanais… a bancada governista continua sentada encima.

LuisCPPrudente

Que bom para os bancários que eles conseguiram essa conquista. Os meios de comunicação em geral silenciaram sobre este assunto (pois isto beneficia os patrões, já que os trabalhadores não vêem a repercussão do que fazem e acham que não vai dar em nada e voltam a trabalhar aceitando a proposta patronal sem luta). Seria bom que outras categorias conseguisse lutar com a mesma garra dos bancários.

No caso dos servidores públicos, a censura do seu movimento pela imprensa em geral ajuda muito a desestabilizar a luta dos servidores por melhores salários. O TRT que agiu rapidamente no caso dos trabalhadores dos Correios (contra os interesses dos trabalhadores), deveria agir rapidamente e impor algum reajuste baseado na inflação aos servidores, como é o caso dos servidores públicos do estado de São Paulo, onde o autoritarismo dos governos tucanos-pefelês enfraquece os sindicatos de trabalhadores.

    Fabio_Passos

    Acho que é pior.

    A mídia-corrupta – rede globo / veja / estadão / fsp – não silencia. O PIG toma partido do poder econômico e combate sistematicamente os interesses dos trabalhadores.

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