A carta da dupla de “comportamento suspeito”

Tempo de leitura: 5 min

Brasília, 11 de outubro de 2012,

da Monica Bergamo, via Stanley Burburinho

Nós, Carlos Frederico Bastos Peres da Silva e Fabrício Araújo Prado, viemos registrar nossa indignação com o tratamento que recebemos da equipe de segurança do Supremo Tribunal Federal.

O Senhor Carlos Frederico dirigiu-se, por volta das 14 horas do dia 10 de outubro, ao Supremo Tribunal Federal, a fim de assistir à eleição dos novos Presidente e Vice-Presidente da Egrégia Corte. Ao chegar ao Tribunal, passou pelo detector de metais, sem que houvesse nenhuma anormalidade, e seguiu em direção à mesa de identificação e registro do público, a qual dá acesso ao salão plenário. Ao entregar sua identidade funcional de diplomata, foi informado, pela atendente, de que havia um problema no sistema eletrônico de identificação. Ato contínuo, um segurança aproximou-se e reiterou que o sistema de registro havia sofrido pane, razão pela qual não seria possível autorizar a entrada do Senhor Carlos Frederico à plenária.

Causou estranheza que ele tenha sido o único visitante a ser afetado pela pane, uma vez que diversas outras pessoas, brasileiras e estrangeiras, entraram no salão sem empecilho algum.

Diante da demora em ver o problema resolvido, o Senhor Carlos Frederico reiterou a pergunta ao segurança sobre o que estava acontecendo. O segurança repetiu o argumento da pane do sistema e conduziu o Senhor Carlos Frederico até a saída do STF, pedindo que ele aguardasse lá enquanto o problema estava sendo resolvido.

Por volta das 14:10 horas, o Senhor Fabrício Prado chegou ao STF para encontrar-se com o Senhor Carlos Frederico (ambos diplomatas e colegas de trabalho). Ao ver seu colega do lado de fora, o Senhor Fabrício Prado perguntou a um segurança que se encontrava na entrada se haveria algum problema. O mesmo segurança esclareceu que a situação já estaria sendo resolvida e que o Senhor Fabrício Prado poderia passar pelo detector de metais e proceder à identificação. Assim o fez. Ao chegar à mesa de identificação, foi comunicado pela atendente que, também no seu caso, havia um problema no sistema. Logo depois, o Senhor Carlos Frederico foi novamente conduzido por outro segurança (não o senhor Juraci) à mesa de registro e lá se juntou ao Senhor Fabrício, enquanto aguardavam pela solução da “pane”. Passado algum tempo, durante o qual outras pessoas se identificaram e entraram no salão plenário, o segurança Juraci fez ligação telefônica e informou que a entrada havia sido autorizada. Questionado sobre a razão do problema, mencionou “razões internas de segurança”.

Já dentro da plenária, tivemos a oportunidade de conversar com o chefe da segurança, salvo engano, chamado Cadra. Ele explicou que as restrições à entrada remontavam à nossa primeira visita ao salão plenário ao Supremo Tribunal Federal, no dia 3 de outubro. Não entrou em maiores detalhes, mas disse que teríamos demonstrado comportamento suspeito naquela ocasião. No dia 3 de outubro, chegamos juntos ao STF, de ônibus, e passamos por três controles de segurança do STF, a saber: o externo, localizado na Praça dos Três Poderes (a cerca de 10 a 20 metros de distância do ponto de ônibus); o de metais, na entrada do Palácio do STF; e o interno, na mesa de identificação e registro do público geral. Assistimos a parte da sessão de julgamento da Ação Penal 470 e saímos separados.

Ao final da eleição do dia 10 de outubro, deixamos o STF e retornamos ao Ministério das Relações Exteriores. Inconformados com o tratamento constrangedor e sem entender o fundamento da alegação de “comportamento suspeito”, retornamos ao STF, por volta das 16:45 horas, em busca de esclarecimentos. Fomos, então, recebidos pelo Secretário de Segurança Institucional do STF, o senhor José Fernando Nunez Martinez, em seu gabinete. Este último esclareceu que estava ciente de nosso caso desde a primeira visita ao STF, no dia 3 de outubro, ocasião na qual teríamos sido classificados como “dupla de comportamento suspeito”.

No dia 3 de outubro, a “suspeição” teria sido registrada em nossos cadastros pessoais do sistema de segurança da Corte, disse o Senhor Martinez. Esclareceu que, ao retirar o Senhor Carlos Frederico das dependências do STF, o Senhor Juraci teria desobedecido a suas ordem diretas, as quais determinariam que ninguém poderia ser retirado daquelas dependências sem aval da chefia de segurança. O Senhor Martinez afirmou, ainda, que o assunto deveria ter sido conduzido de outra maneira. Disse, literalmente, que a equipe de segurança teria visto “fantasmas”, os quais teriam crescido ao longo do tempo e provocado o incidente do dia 10 de outubro.

Não satisfeitos com a explicação oferecida pelo Secretário de Segurança, perguntamos qual teria sido o “comportamento suspeito” de nossa parte. Após ressalvar que esse é um julgamento subjetivo dos agentes de segurança e que não teria sido ele próprio a formar esse juízo, enumerou os supostos motivos que lhe foram relatados pela equipe de segurança:

1 — Que nós teríamos aparência “muito jovem” para ser diplomatas. Registre-se, aqui, que o Senhor Carlos Frederico tem 45 anos e que o senhor Fabrício Prado tem 31 anos de idade, como atestam as carteiras de identidade emitidas pelo Ministério das Relações Exteriores, apresentadas à mesa de identificação já no dia 3 de outubro;

2 — Que os seguranças suspeitaram da veracidade dos documentos de identidade apresentados;

3 — Que, na saída da sessão do dia 3 de outubro, as suspeitas teriam sido reforçadas por termos, supostamente, saído “juntos” do STF, “com o passo acelerado”, comportamento interpretado como tentativa de despistar os seguranças que nos seguiam.

Cumpre esclarecer que, no dia 3 de outubro, deixamos o STF em momentos distintos, o que não condiz com o relato que, segundo o Secretário de Segurança, lhe teria sido feito por sua equipe. Além disso, nunca nos demos conta de que estávamos sendo seguidos nem apressamos passo algum. Todas estas revelações nos causaram desconforto ainda maior com relação aos incidentes.

Perguntado se o incidente teria relação com o fato de sermos afrodescendentes, negou veementemente que o comportamento da equipe de segurança tivesse tais motivações. Também pediu desculpas em nome de sua equipe pela sucessão de incidentes.

Diante da gravidade dos fatos relatados, manifestamos nossa indignação com os injustificados constrangimentos aos quais fomos submetidos, a saber: registro no cadastro de entrada como “suspeitos”; remoção temporária do Senhor Carlos Frederico das dependências do STF; obstruções a nossa entrada na plenária; e perseguição por seguranças após nossa saída do STF.

Sentimos-nos discriminados pelo tratamento recebido — e no caso do Senhor Carlos Frederico, profundamente humilhado por ter sido retirado do STF no dia 10 de outubro.

Dada a natureza “kafkiana” dos incidentes, as explicações insuficientes e desprovidas de qualquer lógica razoável prestadas pela Secretaria de Segurança Institucional não nos satisfazem, razão pela qual não nos furtaremos a adotar as medidas cabíveis para fazer valer nossos direitos.

Não poderíamos deixar de expressar nossa tristeza com o fato de termos sido submetidos a tal constrangimento na data da eleição do primeiro negro a assumir a Presidência do Supremo Tribunal Federal, pelo qual temos profundo respeito e admiração.

Atenciosamente,

Carlos Frederico Peres Bastos da Silva
Fabrício Araújo Prado

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Comentários

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Roberto Locatelli

O fato de Joaquim Barbosa ter silenciado sobre esse fato gravíssimo, que tem a ver com sua posse, mostra de que lado esse senhor está.

Francisco

O STF não é lugar para nós negros, mas para “negros”…

Nós afro-brasileiros ainda temos muito chão pela frente. Para começar, o único partido brasileiro atual que tem o afro como tema é o PT (os outros de esquerda, também, mas visivelmente menos). E o PT NÃO é o partido preferido do afro-brasileiro…

O PT seria, junto com mais dois ou três, o único partido de hoje que faria questão da abolição, se voltassemos a 1888. Quem consegue imaginar o DEMO suando camisa por libertar escravos? Quem imagina o mesmo dos tucanos?

Aliás, tem alguém no PSDB que não seja “rosado”?

ricardo silveira

E os diplomatas vão recorrer a quem?

    renato

    aO SUPER-EMO !
    o bATMAN!

Mário SF Alves

“… É que Narciso acha feio o que não é espelho …” Caetano Veloso.
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A suspeição acima de tudo. E eis que o STF saiu a rotular:
Rótulo de “suspeição política” atribuído aos ex-integrantes da cúpula do PT.
Rótulo de “comportamento suspeito” atribuído a diplomatas estrangeiros.
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Dizem que o melhor juiz por si mesmo julga.
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Exímios conhecedores dos esquemas de corrupção que sempre assolou a vida política nacional não teria sido nada difícil aos dirigentes da grande mídia e aos ministros do STF imaginar o cenário de culpa e consequente justiçamento público infligido aos ex-integrantes da cúpula dirigente PT.
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Em síntese, nada mais que o velho e surrado: “aos amigos do rei os favores da lei, aos inimigos do rei os rigores da lei.” Ou, a versão análoga e de mais fácil compreensão: “aos amigos do subdesenvolvimento/capitalismo selvagem os favores da lei, aos inimigos do subdesenvolvimento/capitalismo selvagem os rigores da lei.”
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Uma vez urdida a trama, bastou a introdução da tal teoria do domínio do fato para confirmar aquilo que já era intuído por todos: a condenação. A pior das condenações; a condenação sem provas; a condenação intuída; a condenação inquirida. A condenação resultante da ficção se sobrepondo à realidade.
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“A Teoria do Domínio Funcional dos Fatos foi, portanto, uma escolha ideológica, feita para obter dois resultados: condenar os réus e politizar o julgamento.” T. Genro.
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Eis a seguir sequenciamento genético e a chave de entendimento dessa bagaça denominada julgamento:
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Semarias, capitanias hereditárias, escravismo, latifúndio improdutivo, sociedade preconceituosa, subdesenvolvimento, industrialização tardia, capitalismo selvagem.

    maria olimpia

    Parabéns, Mário.
    Infelizmente…..Acertou na mosca!

    renato

    tEM ALGUma coisa contra a cor da mosca!

    Mário SF Alves

    É… infelizmente, companheira. Se bem que é desse limão que podemos fazer a limonada, não? Assim, PT como estratégia; PT como aliado; PT como dirigente; PT como partido do povo. PT, PT e PT até que nos devolvam o Zé e o Ge.

FrancoAtirador

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“Foi uma sucessão de mal-entendidos. Não houve racismo.”

(José Fernando Martinez, Secretário de Segurança Institucional do STF)

A Secretaria Institucional de Segurança do Supremo Tribunal Federal
vai abrir procedimento interno para apurar suspeita de racismo
na entrada da sessão do plenário da última quarta-feira (10),
segundo a assessoria de imprensa do STF.

Por meio da assessoria de imprensa,
o Itamaraty informou que vai aguardar a conclusão da apuração
do procedimento interno do STF para se manifestar.

Fonte: G1
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grazie

E ainda tem gente que é contra as políticas afirmativas no Brasil.

Bento

Alguns comentários irônicos retirados do post no nassifonline:

“Ayres Britto deve responder pelo racismo no STF?
Enviado por luisnassif, sab, 13/10/2012 – 11:09”
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De acordo com o “domínio do fato” importado da Europa, sim, o Ministro Ayres Brito deve ser acusado de racista. É impossível que seguranças tomassem essa decisão sem ordem superior, mas como ser superior q está acima hierarquicamente não deixa rastro, nem telefona, nem usa internet p se comunicar e ainda evocando o q diz a Ministra Rosa Weber, o decano Celso de Melo e o quase decano Marco Aurélio, é impossível, quase improvável, humanamente sabidamente ridículo que o chefe NÃO TIVESSE MANDADO OS SEGURANÇAS BARRAREM NEGROS no STF. Nesse caso os INDÍCIOS são suficientes para processar e condenar o Ministro Presidente do STF Ayres Brito.
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HUGO G. HERMIDA

Não há como não ter sido uma ordem do presidente do STF. É impossível que ele não soubesse que a segurança barraria afrodescendentes na entrada do plenário.
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Jacira

Exatamente, Hermida. As diretrizes gerais para a segurança do plenário emanam da própria presidência do STF. Ele sabia! Está, inclusive, tudo registrado no sistema eletrônico do STF, além das câmeras de segurança, o que é motivo para iniciar agora a sindicância, denúncia e respectiva ação penal. O chefe do ‘discriminalão’ é o Ayres! Não há como negar!!! Ele irá talvez negar, pois todo malfeitor nega seus malfeitos: terá que provar que a ordem não emanou dele e que não tinha conhecimento algum dos fatos prévios.
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Nilson Crente

Ele sabia de tudo.
Não como ser presidente do STF e não saber disso.
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    Ricardo JC

    Sensacional!!! Não há como enviar isto ao Egrégio Superior Tribunal Federal?

    renato

    Eu ia fala alguma coisa, mas não vou falar, tem coisa e tem coisa!

Cunha

A Mônica já publicou uma entrevista com o Joaquim Barbosa que deve ter incomodado os corredores do STF e atingiu em cheio a turma composta pelo jornal que ela trabalha, o PiG. Se continuar assim, será demitida. Onde já se viu, até Stanley Burburinho divulgar reportagem de jornalista do PiG?!

    Mário SF Alves

    Ei, Cunha, por obséquio, bota o link aí. Obrigado.

francisco niterói

Alo Viomundo

Tem um comentario do Fabio C, trazendo comentario do Brasil 247, que poderia ser levado a POST.

Desculpem-me a tentativa de tentar pautar o blog, mas na secao Humor ficaria imperdível.

Sem falar, é claro, que atraves de coisas assim é que desmascararemos a iniquidade deste complo conservador. Sou daqueles que acreditam que havia razoes para punicoes, bem como inocentes. Mas o o ocorreu foi um massacre politico.

abolicionista

Mais uma prova de que o racismo continua a medrar no seio de nossa sociedade. Lamentável.

FrancoAtirador

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Incêndios criminosos em favelas visam a eliminar pobres,
acredita jornalista

Para jornalista José Arbex Jr., incêndios devem ser avaliados dentro do quadro maior da crise do capital.
“Quanto mais ela se acentua, quanto mais veem que não há saída, mais acontece esta desumanização dos pobres, daqueles que não são consumidores.
É uma forma de eliminá-los”, defendeu em um debate promovido quarta-feira (10) por entidades e movimentos sociais na Universidade de São Paulo (USP).

Por Fábio Nassif, na Carta Maior

São Paulo – Provocados pelo grande número de incêndios em favelas e moradias precárias na cidade de São Paulo, entidades e movimentos sociais organizaram um debate na Universidade de São Paulo nesta quarta-feira (10) para discutir o tema e organizar iniciativas de solidariedade às famílias desabrigadas.

O jornalista José Arbex Jr. abriu dizendo que “não devemos relacionar este fenômeno nem só a São Paulo nem só ao Brasil.
Estamos diante de um processo universal, em que a crise do capital, quanto mais ela se acentua, quanto mais veem que não há saída, mais acontece esta desumanização dos pobres, daqueles que não são consumidores.
É uma forma de eliminá-los”.

Arbex, que também é escritor e professor da PUC-SP, foi duro ao falar sobre a aceitação da sociedade diante do discurso da grande mídia.
Na ocasião, usou como exemplo a versão de que o incêndio na Favela do Moinho teria iniciado com uma briga entre travestis, fator que o alarmou já que estas são uma das personagens mais atacadas pela mídia e pelo senso comum da sociedade.
A versão da mídia, portanto, alimentaria a rejeição da sociedade também às travestis, e facilitaria a incorporação pela classe média paulistana de que os culpados pelos incêndios são os próprios moradores.

“O incêndio da favela não é apenas um fenômeno circunscrito à disputa imobiliária nem à especulação produzida pela Copa do Mundo e pelos Jogos Olímpicos.
É também isso, mas é muito mais grave. Porque nos leva a perguntar:
como é possível a mídia articular este discurso e não ser atacada?
Isso é o grave, pois indica um certo entorpecimento das consciências e uma aceitação passiva desta narrativa”, arrematou o professor.

Morador e liderança da Favela do Moinho, Milton Sales endossou a crítica à mídia ao dizer que “é um bando de pau mandado” dos grandes empresários.
Miltão, como é conhecido, afirmou que os valores individualistas, consumistas e violentos transmitidos na televisão brasileira também afetam os moradores de favelas.

Givanildo Manoel, militante do Tribunal Popular, relatou uma série de projetos que estão em curso na cidade e denunciou o episódio ocorrido na Favela do Piolho, onde vários fatores indicam o caráter criminoso dos incêndios.
“Essa política só é possível de ser implementada por conta do processo de militarização da cidade”, disse Givanildo em referencia aos militares alocados em quase todas as subprefeituras e à chamada “bancada da bala” recentemente eleita na Câmara dos Vereadores.

As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) implementadas no Rio de Janeiro reforçam a tese de Givanildo, inclusive por abrirem espaço para empresas na favelas.
Em São Paulo, o militante acredita que os projetos imobiliários voltados para as periferias, acompanhados da violenta ação policial, alimentam o setor imobiliário e visam expulsar populações pobres para ainda mais longe do centro da cidade.

O professor do Departamento de História da USP, Jorge Grespan, seguiu na mesma toada e disse que “o fato é que essas áreas precisam ser desocupadas para que o capital financeiro tenha poder de abocanhar pedaços maiores da mais valia”.
Grespan relacionou as várias formas de exploração sofridas pelos moradores de favela.
“É a exploração tanto pelo patrão como pelo setor financeiro pago pelo patrão”, disse.

Várias intervenções dos estudantes presentes na plateia questionavam como a população poderia reagir diante deste processo de reorganização da cidade que prejudica os mais pobres.
Todos os debatedores citaram as dificuldades de organização popular na atual conjuntura, mas endossaram a convocatória das iniciativas já agendadas.
Foi marcado um panelaço para o dia 13, às 14 horas, em frente à Favela do Moinho, e no dia 1º de dezembro, data de início da Lei Geral da Copa, deverão ocorrer novas manifestações.

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21059

João Brasileiro

Que horror!!
Um stf racista só poderia condenar sem provas mesmo!!
Que horror!!

    dourado

    cômico, se não fosse trágico

FrancoAtirador

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Dilma (PT) assina decreto que regulamenta Lei de Cotas

Por Heloísa Cristaldo*, repórter da Agência Brasil

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff assinou hoje (11) o decreto que regulamenta a Lei de Cotas, sancionada no fim de agosto.

As regras serão publicadas na edição de segunda-feira (15) do Diário Oficial da União, de acordo com o Ministério da Educação.

A lei prevê que as universidades públicas federais e os institutos técnicos federais reservem, no mínimo, 50% das vagas para estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em escolas da rede pública, com distribuição proporcional das vagas entre negros, pardos e indígenas.

O decreto deverá detalhar as regras e o cronograma de implementação do novo sistema de distribuição de vagas no sistema federal de ensino superior.

As universidades e institutos federais terão quatro anos para implantar progressivamente o percentual de reserva de vagas estabelecido pela lei, mesmo as que já adotam algum tipo de sistema afirmativo na seleção de estudantes.

A regulamentação também deverá criar mecanismos para compensar eventuais diferenças entre alunos que ingressaram pelas cotas e os egressos do sistema universal, como aulas de reforço.

*Colaborou Luana Lourenço

Edição: Fernando Fraga

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-10-11/dilma-assina-decreto-que-regulamenta-lei-de-cotas

Joel Euteneur

Racismo como o que sofrem a maioria dos brasileiros negros. Você imaginaria um branco dos olhos azuis vivenciar algo semelhante?

    FrancoAtirador

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    Nem na Uganda de Idi Amin Dadá.
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Elza

Eu amo o Brasil, nunca desejei residir em outro País, mas qnd eu leio um txt desse eu sinto vergonha de ser brasileira, aí eu paro e penso, ñ, nem tds os brasileiros são assim, é apenas uma pequena parcela de cheirosos, q ainda estão a circular pela república. Afff!! é como diz o grilo…. “Como se nota, a direita é inimputável em qualquer ponto do planeta, não só no Brasil.”….. pra mim é inadimíssivel esse tipo de comportamento no Brasil ou em qlqr lugar do planeta, a mnh esperança é q esse salto na consciência planetária e na humanidade ocorra logo e esse tipo de gente fique no limbo.

PauloH

Acho que uma das atitudes suspeitas dos dois diplomatas foi ter chegado ao STF de ônibus. Onde já se viu?

    Elza

    Já pensou, de ônibus e negros? Ñ tem como os cheirosos ñ desenvolverem sua paranóia fascista.

Milton Quadros

A longa capa (toga) usado pelos ministros do STF, e hoje a mais famosa é do Joaquim Barbosa, lembram em muito as longas capas com que foram retratados os capatazes de fazendas de escravos e capitães do mato, por Debret e Rugendas (
). Como o próprio Barbosa já revelou, há racismo velado na grande mídia e no STF. Pelo visto, é a pura verdade. Os personagens da história brasileira retratados por Debret e Rugendas, com sua longas e vistosas capas, que eram mantidos pelos poderosos de então e eles por dinheiro e aceitação social eram mais cruéis e injustos com seus iguais que os seus patrões.

    Mário SF Alves

    A escola que estudei adotava um livro de História do Brasil cuja capa tinha a primeira das gravuras acima. Nunca a esqueci.

Urubolino Pigão

Ayres Brito tem “dominio do fato”.
Eh ele quem manda no STF.
Ele eh o culpado.
Deve ser CONDENADO!

Carlos Ribeiro

Preto e Petista, começam com P. Logo, tudo dentro do esperado.

FrancoAtirador

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De acordo com a Teoria do Domínio do Fato,

o Presidente do Supremo Tribunal Federal

responderá pela prática deste crime de racismo,

e deverá ser condenado à pena de reclusão e multa,

na forma prevista no artigo 5º, inciso XLII,

da Constituição Federal Brasileira vigente,

combinado com o art. 140, § 3º, do Código Penal.
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Constituição Federal – CF – 1988
Título II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Capítulo I
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

(http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cf005.htm)
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Código Penal – CP – DL-002.848-1940
Parte Especial
Título I
Dos Crimes Contra a Pessoa
Capítulo V
Dos Crimes Contra a Honra

Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.

§ 3º – Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Pena – reclusão de um a três anos e multa.

(http://www.dji.com.br/codigos/1940_dl_002848_cp/cp138a145.htm)
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    FrancoAtirador

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    FUNDAMENTOS DA DECISÃO

    Ministro Celso de Mello

    “Não se trata no caso de aplicação da teoria do domínio do fato de forma abstrata, pois a ação ajuizada apresenta vários fatos e indícios que convergem entre si, apontando os culpados.
    Houve a demonstração de elementos concretos que evidenciam a culpa do autor e o liame subjetivo que o vincula à prática criminosa.
    Tratam-se de delitos infamantes e a falta de escrúpulos evidenciada, no caso ora em julgamento, dos agentes perpetradores das práticas criminosas, sua avidez pelo poder, a ação predatória por eles exercida sobre os bons costumes políticos e administrativos, a arrogância por eles demonstrada e estimulada por um estranho senso de impunidade, o descumprimento do dever de agir com integridade, honra, decência e de respeito aos valores da República e o comportamento desonesto no desempenho de suas atividades, tudo isso rememora a caso narrado na Roma antiga, e que deve ser esmagado, antes que ameace os valores superiores da República.
    Os elementos de informação revelam práticas delituosas que descaracterizam o modelo de democracia consensual da negociação, que é da essência do regime democrático.
    O jogo político de práticas ilegais não pode ser admitido.”
    .
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    Mário SF Alves

    Dito isto, o Tea Party convoca:

    O STF deve comparecer em peso ao chá de confraternização oferecido pelo Tea Party ao mais novo membro do clube.

    FrancoAtirador

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    FUNDAMENTOS DA DECISÃO (2)

    Ministra Rosa Weber

    “A teoria do domínio do fato permite a responsabilização criminal de coronéis e oficiais que, mesmo não estando no front, tenham o poder de impedir os crimes com uma simples ordem aos soldados de plantão.
    Nos crimes de guerra punem-se, em geral, os generais estrategistas, que desde seus gabinetes planejam os ataques, e não os simples soldados que os executam.
    Os chefes quase nunca deixam digitais nos crimes cometidos pela base das quadrilhas.
    É o que os alemães chamam de ‘o autor por detrás do autor’.
    Restaria ao Estado aplicar a responsabilização indireta, a responsabilização criminal do chefe da organização, mesmo que ele não apareça na cena do crime.”
    .
    .

    abrantes

    O presidente do stf está tranquilo,pois a teoria do dominio do fato neste caso não tem valor, pois ela só tem aplicação na PTrisprudência criada pelo tribunal durante o “julgamento” da AP 470.

grilo

Saindo um pouquinho da pauta, lembrei-me que algum tempo atrás o Juiz espanhol Balthazar (acho que o nome é este ou parecido), aquele que mandou prender Pinochet, também foi cassado do cargo, e quase preso, pela corte máxima espanhola, por ter ousado abrir investigações sobre crimes pretéritos cometidos pela direita espanhola durante a guerra civil franquista. Como se nota, a direita é inimputável em qualquer ponto do planeta, não só no Brasil. Esse ex-juiz hoje é advogado do Julian Assange.

    Mário SF Alves

    Maravilha de lembrança, Grilo. É o próprio estado de fato travestido/fantasiado de estado de direito. Volta e meia ele mostra a sua horrenda face. E vamo que vamo.
    .
    .
    Navegar pode não ser preciso, mas, desmascarar falsos democratas é mais do que necessário.

Willian

O STF agora vai ter bastante espaço na blogosfera, como nunca teve.

ZePovinho

No tribunal da Casa Grande os coloreds só entram para fazer serviços como o Barbosa fez.

    Fabio Passos

    Exatamente.
    Na Casa Grande só entra preto de alma branca.

    ZePovinho

    Na verdade,Fabio,até admiro o Barbosa.Eu sou colored,também.Já fui discriminado.
    O que me irrita,no Barbosa,é esse papinho mequetrefe de meritocracia.Ele deve cada grão do conhecimento dele aos negros que fizeram o Brasil,sem receber nada,durante 354 anos.

    Willian

    Este negócio de chamar de negro de alma branca já deu pano pra manga. Acho muito legal os brancos ensinando os negros a serem negros. Não deixa de ser uma forma de racismo, não?

    Fabio Passos

    pois é, Zé Povinho, o lixo branco e racista que le revista veja está elogiando e adulando joaquim barbosa.
    Todo mundo sabe porque…

    Zezinho

    Como é que é Zepovinho? Papo mequetrefe de meritocracia? Quão bom não seria o mundo se ao invés de mérito e competência os engenheiros, médicos ou qualquer profissional fossem recompensados de acordo com sua ideologia não é mesmo? Sinceramente vc precisa refletir melhor. Eu concordo que há muito preconceito no Brasil, mas não será através de cotas que esse preconceito diminuirá. Muito pelo contrário, as cotas somente irão reforçar o preconceito contra negros. Ao invés de lutar por uma educação pública de qualidade, de forma que todos estejam em iguais condições, e assim aqueles que se sobressaírem possam conquistar os melhores salários e empregos, vc acaba defendendo uma visão completamente racista. Vc luta por uma mesma bandeira de um branco racista que pensa que os brancos deveriam receber tratamento melhor que os negros, só porque brancos. Reconhecimento e respeito só se consegue através do próprio suor.

    Mário SF Alves

    Essa leitura de realidade do ZePovinho é imprescindível, Fábio Passos. E não só no que tange ao Barbosão do STFão do Mensalão. É imprescindível a todos os que se dizem, são ou que se intuem (intuir tá na moda!) civilizados. É imprescindível no Brasil; na França; nos EUA; em Cuba e no resto do mundo. É a precisa leitura do passado com toda a sua luta, sofrimento, engenho e arte a engendrar o presente. Quantas vidas não foram desnecessariamente ceifadas ou injustiçadas ao longo desse multimilenar e multiétnico embate. E como alguém dotado de consciência, de cultura, lhe poderia ser ingrato? Somos o resultado da cultura humana; nada mais que fiéis depositários da multiplicidade cósmica. Arrogância pra quê?

Hélio Pereira

Ora “deve ter hávido um mal entendido”,como se sabe “nós não somos Racistas”!

sandro

É.
Agora temos que pegar o chefe , ou mentor. É impossivel que Brito Ayres
não soubesse de nada. Essas ordens são dadas entre 4 paredes.

Mário SF Alves

É nisso que dá. Fazem o que fizeram, JUSTICIAMENTO IDEOLÓGICO, e depois têm de se ver às voltas com a paranóia. Imagino o DAY AFTER dos inquisidores naquele vai não vai da decisão de mandar o Galileu pra fogueira.
“Triste vida, triste sina, ser bedel dessa latrina.”

    FrancoAtirador

    .
    .
    Lembrei-me de Giordano Bruno,
    no Tribunal da “Santa” Inquisição,
    após ouvir o pronunciamento da decisão
    que o condenou à morte na fogueira,
    por não haver se retratado da Verdade:

    “Tendes muito mais medo vós,
    ao ler vossa sentença,
    do que eu, ao escutá-la.”

    http://ocanto.esenviseu.net/inquisic.htm

    http://ocanto.esenviseu.net/gbruno.htm

    Mário SF Alves

    Giordano é grandioso, cara. Morreu defendendo que o Deus dele era o próprio Universo. E isso nas barbas da santa madre igreja e com a pira prontinha pra ser acesa embaixo.

Eunãosabia

Lamentável.

Bertold

E ai …JB? Agora você está podendo… e mais ainda! O que vais fazer pelo constrangimento moral que os cidadãos “de cor” passaram para assitir sua eleição?

Julia Rossi

Racismo do mais rasteiro e cruel.

Jairo Beraldo

É…parece que este mandato dado ao Dr. Joaquim Barboza, vai dar m… muita m…

Fábio C.

Gostaria de mostrar um comentário que li no 247; de Adílio Cruz, sobre a Matéria “Racismo no STF?”
“Adílio Cruz 12.10.2012 às 13:38
Joshua Ghosn 12.10.2012 às 12:11, complementando seu brilhante raciocínio “JURISPRUDÊNCIA!!!!! Há indícios de racismo no STF. E indícios substituem as provas, como decretou o próprio STF. Portanto, o STF tem que ser condenado por racismo, crime inafiançável.” E neste caso, quem detinha o domínio do fato sobre o ocorrido senão o fingidor poeta de cordel, o pequeno Brito Ayres. Logo, ele deve ser condenado por racismo. De mais a mais, conforme o entendimento da Ministra Rosa Weber, aquela que não entende os votos que lê, o racismo praticado pelo Brito Ayres agrava-se pelo fato do mesmo exercer elevado cargo. Certamente, segundo essa genial teoria da Rosa Weber, Brito Ayres deve ter comando tudo diretamente de seu gabinete, dando ordens aos seguranças, mas sem nada assinar, sem ter feito único telefonema, sem permitir uma única pista de seu crime hediondo. Contudo, se o racismo ocorreu, e de fato ocorreu, pois os dois negros amigos do Joaquim Barbosa foram impedidos de entrar no STF, enquanto brancos passavam sem sofrer qualquer constrangimento, como se estivessem passeando numa avenida reservada para eles, é manifesto que os indícios se entrelaçam. E esse entrelaçamento de indícios prova o racismo do Ayres Brito, segundo o entendimento do decano Celso Mello.”

    Abdelnur

    Perfeito.

    Helenice

    Perfeito!

    Milton2

    Muito bom! Pena que um texto desses não chegue nas mãos dos ministros do STF. Se chegasse, quem sabe não se tocariam das aberrações jurídicas e de lógica que estão cometendo.

    maria olimpia

    Perfeito e concordo.

De Paula

SE O SEGURANÇA NOTOU TÊNUES INDÍCIOS DE SUSPEIÇÃO FALHOU EM NÃO PROVIDENCIAR A IMEDIATA DETENÇÃO DOS PRESUMIVEIS MELIANTES; POIS PARA ISSO JÁ HÁ JURISPRUDÊNCIA FIRMADA NA SUPREMA CORTE.

Hugo Hermida

Não há como não ter sido uma ordem do presidente do STF. É impossível que ele não soubesse que a segurança barraria afrodescendentes na entrada do plenário.

    Luiz Moreira

    Apoio a presunção de culpa apresentada pelo Sr. Hugo Ermida. Podemos acrescentar ao crime de racismo, formação de quadrilha, pois os dois seguranças mais a pessoa que verifica documentação estavam sob as ordens do
    agora ex presidente. Logo, nem réu mais ele é. Não passa de um crápula condenado pelas evidências da lógica. E contra a lógica nada pode ser dito.
    Cassem sua aposentadoria e façam trabalhar pelo resto de seus dias no rabo da enxada, para se redimir de seu crime. Assim trabalha o STFo

    Jotage

    Luiz, você esqueceu da corrupção ativa e malversação do dinheiro público, posto que como chefe dos seguranças o ministro Ayres B. os paga com dinheiro público, visando única e exclusivamente seus intentos racistas. Os guardas também devem ser presos por corrupção passiva.Acredito que os outros ministros (salvo Lewandowski) também devem sofrer a punição cabível, pois não posso acreditar que não sabiam que colocaram como presidente do supremo um racista.

Beto

Os Iluminatis já estão no stf! A miscigenação não é permitida.

Já não bastasse a falta de vergonha, condenando réu sem provas, agora crime de racismo!

joaquim

vergonhoso. Suspeitos por serem negros!

Urbano

Suspeição… suspeição? Hum! Nem as lonas renovam…

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