Juvândia Moreira: Spread na Argentina é de 3,39%

Tempo de leitura: 2 min

por Luiz Carlos Azenha

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, presidido por Juvândia Moreira, está engajado em uma campanha para promover, pela primeira vez, uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro, nos moldes das que já foram realizadas em outros setores, como na Saúde, Educação e Comunicações.

“Todo o mundo viu o que o sistema financeiro pode fazer com a economia de um país e do mundo”, diz ela, referindo-se à crise econômica aprofundada em 2008 e que ainda hoje causa danos à seguridade social, especialmente na Europa e nos Estados Unidos.

A Conferência seria uma forma de engajar a população no debate sobre questões importantes, como os juros bancários. “A população compra uma TV em doze meses e acaba pagando duas vezes por ela”, mas não participa do debate sobre a questão dos juros.

“Defendemos o controle social dos bancos”, afirma a sindicalista, argumentando que hoje, em vez de servir à sociedade, os bancos se servem dela, contribuindo para a concentração de renda.

Um exemplo está na recente decisão do governo Dilma de usar os bancos estatais — Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, primariamente — para tentar reduzir os spreads bancários, decisão criticada como inócua pelos banqueiros e seus prepostos na mídia corporativa.

Juvândia diz não ter dúvidas de que a medida vai gerar uma enorme pressão para que os bancos privados também reduzam suas taxas, a fim de não perder clientes.

Ela lembra que a taxa de juros do cheque especial no Brasil chega a 176%, enquanto o spread na Argentina é de 3,39% e no Chile, de 4,49%.

“A margem de lucro [dos bancos] está penalizando a sociedade”, diz Juvândia. “Os bancos são uma concessão pública. Eles têm de cumprir um papel social”.

A sindicalista sugere aos clientes que façam pressão sobre os bancos privados, pedindo taxas de juros equivalentes às oferecidas pelo BB e pela CEF na hora de emprestar.

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Na entrevista (clique na setinha abaixo para ouvir), também tratamos de outro tema espinhoso: a campanha da CUT para abolir o imposto sindical, que provoca fortes críticas de outras centrais, segundo as quais seria um golpe para enfraquecê-las.

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