Renato Meirelles: 17% acham que mal vestidos deveriam ser barrados

Tempo de leitura: 3 min

por Luiz Carlos Azenha

Quem faz a cabeça da classe C, ou das assim chamadas novas classes médias?

Segundo Renato Meirelles, do Datapopular, os amigos, muito mais que a Globo ou outras emissoras de TV.

O pesquisador participou do seminário sobre o Mercado Futuro da Comunicação, promovido pela AlterCOM (Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação), e surpreendeu a plateia com os resultados das pesquisas que faz.

Meirelles constatou, por exemplo, que as pessoas das classes A e B ainda têm certa dificuldade de lidar com a ascensão social alheia. Num levantamento em que foram ouvidas 18.365 pessoas, algumas das respostas que surpreenderam, de acordo com um slide apresentado por ele:

Para 55,3% dos entrevistados, os produtos deveriam ter versões para ricos e para pobres;

48,4% acham que a qualidade dos serviços piorou com o maior acesso da população;

62,8% se incomodam com o aumento das filas originados pela ampliação do acesso;

49,7% preferem ambientes com pessoas do mesmo nível social;

17,1% acham que todos os lugares deveriam ter elevadores separados (para ricos e pobres);

26,4% acham que metrô aumenta o número de pessoas indesejáveis na região;

17,1% consideram que pessoas mal vestidas deveriam ser barradas em certos lugares.

Isso explica, em parte, a preocupação com a “gente diferenciada”, que invadiria o Higienópolis se uma estação de metrô fosse construída no bairro.

O Datapopular calcula que as novas classes médias representam um mercado de 1 trilhão de reais.

Meirelles divide a classe C em duas turmas:

C1, para os que têm renda individual entre R$ 770,50 e 1.249,99 mensais.

C2, entre R$ 291,00 e 770,49 mensais.

De acordo com os números apresentados por Meirelles, a classe C não reproduz o padrão das classes A e B e prefere produtos nacionais aos importados (nacionais preferidos por 62% na classe C, 25% nas classes A e B).

Pesquisar preço é um hábito comum (88% dos entrevistados da classe C o fazem), mas adotado pela minoria nas classes A e B (44%).

Em termos de consumo, a propaganda mais eficaz nas novas classes médias é feita no boca-a-boca (65%), o que já não funciona tanto na classe A (19%). Meirelles atribui isso às redes de solidariedade que se formam especialmente entre amigos e vizinhos.

Outro dado interessante, obtido a partir da pesquisa de hábitos de compra: a elite compra mais produtos “vagabundos” que a classe C. Meirelles atribui isso ao fato de que, no supermercado, quem tem mais dinheiro não se preocupa tanto com a qualidade de produtos que não vai usar diretamente, como os de limpeza, comprados para uso das empregadas domésticas.

Com a classe C ascendem também os negros, que assumem um novo papel de protagonismo econômico (representam, hoje, um mercado de 673 bilhões de reais).

Na classe A, em cada 100 reais gastos pela família, os jovens são responsáveis por 11.

Na classe C, em cada 100 reais gastos pela família, os jovens são responsáveis por 53.

Na classe A, só 10% dos filhos têm mais educação formal que os pais.

Na classe C, 68%.

Por conta da maior taxa de fertilidade, há mais jovens na classe C. Relativamente aos pais, gastam mais e estudam mais. Portanto, têm um papel social mais relevante dentro da família.

O conjunto de dados indica, segundo Renato Meirelles, que os jovens, as mulheres e os negros são os novos protagonistas no cenário econômico e político do Brasil.

Onde é que eles se informam?

Mais na internet do que na TV aberta.

No passado, lembrou Meirelles, se dizia que a TV era a janela para o mundo. A internet é vitrine. Onde a classe C se mostra e quer ser vista.

O Datapopular vai divulgar um estudo em fevereiro demonstrando que a universalização da banda larga teria um papel tão importante quanto a do ensino fundamental para as novas classes médias.

Frase de Renato Meirelles a partir dos dados sobre as novas classes médias e a internet: “A manipulação da edição do debate eleitoral de 1989 (entre Fernando Collor e Lula, pela Globo) seria impossível hoje”.

Leia também:

Correio da Cidadania: Belo Monte e as mineradoras


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Comentários

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CC.Brega.mim

Azenha,
muda essa frase:

"Por conta da maior taxa de fertilidade, há mais jovens na classe C."

há mais população na classe c
porque faz parte do sistema
a exploração do trabalho e do desemprego
(o exército industrial de reserva
é que garante o salário baixo de quem trabalha
somos todos prisioneiros
do sistema de alimentar ricos
a classe c, a miséria
e também a vida podre da classe média rica
que trabalha adoece e usa o plano de saúde
doa elegantemente todo o seu tempo
e não se dá conta

a classe c tem maior clareza de sua condição

Eduardo Raio X

Essa pesquisa foi feita com gente da laia dos EUNÂOSABIA da vida!!! Racistas, preconceituosos, excludentes, reacionários e separatistas!!!

Antonio

Eu acho que em Higienópolis, bairro de SP, os ilustres moradores deveriam não permitir a passagem de pobres, a não ser as empregadas e empregados, corretamente higienizados. E para desinfectar praças, ruas e avenidas, deveriam ter borrifadores automáticos de antiviral no ar por toda parte. E para os gases dos ilustres moradores, eles deveriam importar bebidas perfumadas, que higienizassem seus ricos intestinos. E se der a idéia ao ilustre prefeito, ele topa murar toda a região, separando-a do resto da cidade, como eles fizeram em Israel, depois de roubar o território dos palestinos. Com todas essas medidas, eles serão completamente felizes.

Hans Bintje

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### Declaração de culpa
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Eu sou um dos 17% que barrariam os mal vestidos, desde que fizessemos como os alemães ( http://devoltaanavemae.blogspot.com/2010/03/breme… ):

"ROUPAS BARATAS [com design bacana]

PRIMARK – É uma rede de lojas inglesa que instalou a primeira loja na Alemanha, felizmente, em Bremen. Fica no shopping Waterfront. Você vai encontrar jaquetas quentinhas a partir de 10 euros e camisetas a partir de 2. O design das roupas é bacana.

Para chegar lá: No Domsheide (city center) peque o trem 3, sentido Gröpelingen e desça na estação Use Akschen.

KIK – Várias na cidade, como falei. Vende roupas BEMMM baratas. Jaquetas de inverno a partir de 6, 7 euros. Não espere muita qualidade, mas suportam bem o frio daqui. Não há nada mais barato que a Kik.

Outras opções – Não deixe de verificar a H&M, C&A e até a Zara: especialmente no final da estação, tem descontos de até 70%. Lojas de Second Hand são muitas pela cidade e as vezes se acha coisas boas e baratas, mas normalmente ficam mais caras que a Kik e Primark (embora usados, os produtos tem, aparentemente, mais qualidade)"

    Lu_Witovisk

    Credo! mal vestido não existe! é um conceito fajuto desse mercado de roupa que faz de tudo para vender mais e mais por ano.

    Roupa é para cobrir o corpo, aquecer qdo precisa e a pessoa se sentir bem. SE a roupa é de marca, artesanal, made in china ou india vai do gosto de cada um e ninguém deveria abrir a boca pra falar: credo! que mal vestido! ora bolas… o conceito de beleza é cultural. É importante manter a diversidade. Essa moda pasteurizada "clean" é só pra ingles ver. Quem gosta, ok. Quem não gosta não tem que usar não…

ZePovinho

BUEMBA!!!!!!!!!!!!!APARECEU MAIS UMA MAYARA PETRUSO(DESSA VEZ,FOTOS,DO RIO GRANDE DO SUL)!!!!!!!!
http://www.180graus.com/geral/estudante-gaucha-te

Chamou 'povo medíocre do PI' – 08/12/2011 às 10:33h

Estudante gaúcha teria ofendido piauienses e vai parar nos TTs

Seu nome é Sophia Fernandes e alega liberdade de expressão para ofender piauienses

Se a intenção era ganhar seus 15 minutos de fama, ela conseguiu. Se não for um fake (perfil falso) criado por algum preconceituoso, a estudante de Administração e webdesigner Sophia Fernandes, de 18 anos de idade, disparou várias ofensas contra os piauienses, os cearenses e todos os nordestinos de uma maneira geral.
Através do Twitter, com o perfil @SophiaOfDreams (http://twitter.com/SophiaOfDreams), ela se identifica como de Porto Alegre-RS, taurina e torcedora do Grêmio. Na noite desta quarta-feira e por quase toda a madrugada desta quinta-feira (08/12) ela discutiu com alguns piauienses que se sentiram ofendidos e respondeu de maneira pejorativa.
Tudo começou quando ela postu várias notas em seu Twitter destilando seu veneno contra os nordestinos. Seria mais um caso de 'xenofobia' na Internet, que de uns tempos para cá tem causado revolta de pessoas nascidas nos estados mais pobres do Nordeste brasileiro. Um grupo de piauienses resolveu tomar as dores e respondeu a gaúcha pelo Twitter.
Ela não fugiu da briga e rebateu: "Fico puta quando vem esse povo medíocre do Piauí querendo falar merda só porque eu falei a verdade… aliás, o Piauí é no Brasil? Hahaha". Entre outros tweetts postados por ela, Sophia Fernandes falou de como a população piauiense é pobre e detonou: "Cadê vocês cortadores de cana, raladoras de mandioca (povo do Piauí) e cabeças de bosta (povo do Ceará)?".

LBERDADE DE EXPRESSÃO VERSUS #INSULTOPIAUIESE

Para finalizar, ela disse que não teme os vários perfis que disseram que pretendem processá-la acusando de preconceito: "Processa aí. Cadê a liberdade de expressão dessa bosta de república que vocês chamam de Brasil? Pro inferno mendigos". A polêmica ganhou destaque entre os assuntos mais vistos na Internet. Nos TTs (Trendig Topics do Twitter) a hastag #insultopiauiense chegou a liderar em todo o País. A Lei de número 7.716/89 diz: "A injúria por preconceito foi acrescentada ao Código Penal pela Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, consistindo na utilização de elementos referentes à raça, cor etnia, religião ou origem, para ofender a honra subjetiva (auto-estima) da vítima. Vem prevista no art. 140, § 3º, do Código Penal, cominando pena de 1 a 3 anos de reclusão, e multa".

VEJA OS TWEETS DE SOPHIA FERNANDES:……………………

francisco.latorre

de baixo sobe.

de cima desce.

..

Marcos W.

Eu acredito,por minha conta,que os ricos brasileiros deveriam mudar-se para algum país europeu,Portugal,Espanha ou Itália,por exemplos,e os brasileiros da classe econômica deveriam continuar no Brasil!Também posso ser favorável as prefências,nunca,porém,as distinções,ou seja,já que tudo sai por conta do dinheiro,a classe c,que já gasta mais que as classes a e b juntas,ficaria com o elevador mais espaçoso e bonito e bacana,logo em frente ao saguão,enquanto as classes a e b entrariam por um elevador de serviço,mais modesto,visto que têm lá as suas preferências!

Tiberio Ribeiro

O último contato em Blogs do Além está imperdível, e acho que serveria para esse post como um copernico, literalmente, para tantos dados jocosos: http://blogsdoalem.com.br/copernico/

Alessandro

Será que cabe a classe" pilha AAA" toda na Ilha de Caras?

Wildner Arcanjo

E viva a nova Classe Média que, diferente da classe de Mérdia, não tem cabresto!

Substantivo Plural » Blog Archive » Renato Meirelles: 17% acham que mal vestidos deveriam ser barrados

[…] aqui […]

Samuel Velasco

Azenha, o questionamento que fiz no meu comentário anterior foi de caráter teórico, a respeito da classificação por letras (A, B, C, D, E) difundida pelos aparelhos de informação na sociedade a partir de um centro de pesquisa econômica (tipicamente a FGV), classificação esta que elimina o antagonismo de classes e deixa de fora os ricos e os super-ricos (super-rico seria "AAAAAAAAAAAAA"?). No entanto meu comentário não foi aprovado.
Contudo, vejo comentários como o do EUNAOSABIA, para não citar outras excrescências, permeando praticamente todos os posts do blog.
Por ser seu leitor há anos (desde o início do blog), realmente é um desalento averiguar que uma discussão teórica séria seja ignorada na seleção de comentários.
O espaço de fato é seu e você escolhe os comentários que melhor lhe convier, todavia, o pensamento à margem dos blogs que estão à margem do PIG também existe, e não deveria ser desconsiderado.
Abraço

    Conceição Lemes

    Samuel, por favor, verifique, de novo. Nenhum comentário seu deixou de ser aprovado. abs

    Alvaro Tadeu Silva

    Samuel, concordo com você, mas há uma imprecisão nessa história de classes (como aparece hoje, a luta de classes seria a troca de insultos, socos e ponapés entre classes A e E). Na verdade, no começo da TV brasileira, os publicitários tinham dificuldade de publicar seus anúncios sem identificar o público alvo. Criaram essa história de classes A, B, C, etc., para segmentar os anuncios. Assim, poderiam saber em qual canal e qual horário deveriam anunciar o Chivas Regal ou a caninha Tatuzinho.

    Samuel Velasco

    Alvaro, segmentação de renda não é segmentação de classes. Como você bem disse, isso é "coisa de publicitário", que é gente sem rigor.

glauco_

Houve sim ganho real no sálario, mas a questão é que na ultima década, também teve uma democratização do credito por cartões, o cartão de credito vinculado a banco, financeiras e lojas deu uma nova dinamica, e é por isso que o consumo cresceu espantosamente, a burocracia que havia para se comprar parcelado ou mesmo o cheque em lojas foi quase totalmente anulado com o cartão,ou cartões.

flipeicl

São coisas que não se discutem, somente quando as pessoas despertarem para o fato de que "classes" são mantenedores de mazelas e decidirem as extinguir em todas as vias, o preconceito tenderá a acabar (aos poucos é claro)!

Almeida Bispo

"Frase de Renato Meirelles a partir dos dados sobre as novas classes médias e a internet: “A manipulação da edição do debate eleitoral de 1989 (entre Fernando Collor e Lula, pela Globo) seria impossível hoje”."
Não é só o Meireles que pensa assim. Quase todo mundo que conheço diz que a Globo mente. E olha que, ao menos no setor onde trabalho há um ninho de tucanos e anti-petistas que não é de brincadeira. Logo, não se trata de ideologia partidária; é de constatação óbvia, mesmo.

Eduardo Vieira

Parte 2 – Talvez tenha chegado a hora de o governo implantar um segundo estágio do combate às desigualdades sociais, no qual tem sido bem sucedido. Depois do aumento do salário mínimo, e de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e de acesso à educação como o Prouni, chegou a hora de dar a infra-estrutura necessária para fidelizar este cidadão recém-inserido na classe média, oferecendo bons serviços para todos, independentemente da classe social. Como? Ampliando a capacidade e o rigor dos transportes públicos e seus terminais (ônibus, avião, metrô). Melhorando a infra-estrutura urbana (a classe C é a que mais compra carro novo) e rodoviária e diminuindo a burocracia.

Isso neutraliza um pouco o preconceito de classe. Pois com terminais de aeroportos mais confortáveis, rodovias em boas condições, e vias públicas suficientes para uma boa locomoção, fica mais difícil para os que estão há mais tempo na classe média-alta jogar a culpa nos ex-pobres.

Se isso não for feito. O PIG vem com uma virada conservadora, e leva toda a classe média que o governo Lula construiu.

    Caracol

    Pois é, Eduardo, eu já vi uma coisa parecida com essa acontecer: os americanos "democratas" que enrriqueceram nos governos Clinton repentinamente viraram "republicanos" e votaram no Bush, pra "conservar" o que ganharam.
    Tomara que coisa assim não aconteça por aqui.

Eduardo Vieira

Parte 1 – A julgar pelos parâmetros para nivelar as classes C1 e C2, uma fatia considerável dos que estão na classe B atualmente, vieram dessas duas classes durante o governo o Lula. É o meu caso.

Discordo de todos as constatações preconceituosas verificadas pelo levantamento. Mas digo a vocês que boa parte daqueles que hoje estão na classe B, e muitos dos que estão na classe C, não têm consciência do processo político e econômico que os levou a melhorar de vida.

Tenho colegas que, assim como eu, estavam na faixa de rendimento da classe C muito recentemente, e vejo neles uma incorporação de preconceito característico da elite (mesmo sem nunca ter pertencido à ela), proporcional à melhoria de seu padrão de vida.

Tem algo cultural nisso, que precisa ser melhor estudado. Dentro de classe C, cujos integrantes são considerados mal-vestidos pelos mais ricos, há potenciais esnobes, que por enquanto só o são, porque ainda não podem.

Rui

Em Fortaleza, no Shopping dos Jereissati, já é assim. http://www.youtube.com/watch?v=0XWHzQ_rhRQ&fe

    Gerson Carneiro

    É o tipo de atitude que constrange (barrar pobre).

    Eu já fui expulso de uma barraca de praia em Salvador apenas porque na terceira vez que o garçon insistia em perguntar se eu queria alguma coisa eu disse que queria um guaraná (fiz o pedido de um guaraná para ver se ele me deixava em paz) ao que ele me disse para levantar e cair fora dalí porque as cadeiras eram para quem iria consumir bastante.

    Detalhe: era por volta de 09h00, havia poucas pessoas na praia, muitas mesas e cadeiras vazias espalhadas no "espaço da barraca", eu só queria descansar um pouco e seguir andando.

    Nadja

    Acho que em Salvador, como em Recife, deve existir algo como uma secretaria de controle urbano., O espaço da praia é público, em tese ele não poderia colocar as cadeiras lá sem autorização expressa do poder público (uma licença que aqui se chama "eventuais") mas mesmo com o devido licenciamento ele não poderia cobrar consumo(isso é lei em Recife não sei em Salvador).Mas se em Salvado pode cobrar consumo mínimo…ele só poderia se tivesse a licença para ter a barraca na praia. Caberia denúncia ou tá proxima vez você pergunta sobre o alvará

    Gerson Carneiro

    Atualmente não há mais barracas de praia em Salvador. A prefeitura retirou todas. Creio que alguém deixou de receber alguma propina e por isso tomou essa decisão. Mas por um lado me senti justiçado. Muito embora muita gente tenha perdido o emprego. Em nome destes eu suportaria a discriminação que sofri.

    J. Fernandes

    Já passei por situação parecida aqui em Canoa Quebrada. Certa vez fui cedinho a praia (nem sou muito chegado) com a família numa daquelas barracas de preços que, de tão caros, parecem extorsivos. Era por volta de 9hs da manhã, não tinha ninguém e tão logo sentei numa mesa o garçom chegou dizendo que já estavam todas reservadas. E eu retruquei: E para os nativos, não tem nenhuma mesa? Ele se sentiu intimidado e falou q podia ficar que o pessoal que vem de Fortaleza só chega mais tarde. Ficou evidente que minha presença (a dos nativos) não era bem vinda. Detalhe: sou branco, de olho claro, o que me deixou a pensar como não devem estar sendo tratados os nativos com características comuns à região. Permaneci por uma meia hora e fui embora p da vida. Saí de lá com vontade de procurar o MP, pois me senti discriminado. Nunca mais voltei lá. Turismo, para os nativos, é isso: uma m………… Aqui só tem servido para trazer drogas, prostituição etc Embora muitos acham que criam muitos empregos. E de fato, criam, empregos que ninguém quer ou gostaria, desde os serviços básicos até prostituição.

    Lu_Witovisk

    É assim mesmo… mas ser barrado em barraca de praia, pô, os caras exageram!! Praia era pra ser um dos ambientes mais democráticos.
    Eu perdi a conta de quantas vezes eu fui tratada com desrespeito em Curitiba. Quando morava lá (só usava roupa indiana) e precisava comprar roupa para inverno era uma via crucis pelo mau atendimento. Olhavam pra minha cara,achavam que eu não tinha $$ e não me atendiam, fingiam que eu não existia (e eu so frequento lojas populares, nada de shopping, nada de roupa de marca). Certa vez, estava voltando da faculdade e tinham crianças brincando na rua, qdo a avó me viu, recolheu-os pq era pra cuidar com "a cigana".

    Olha, aquilo lá é só pra quem segue o padrão deles. Difícil.

Mara

Quem deveria ter restrição ao uso dos espaço compartilhado é quem mora em prédios neo-clássicos e aqueles que andam em carro SUV, com diesel subsidiado pelo governo. Já viram como as zelites enfeiam os bairros de São Paulo com seu mal-gosto a sair pelos poros. A minha qualidade de vida piora substancialmente quando observo pela cidade aquelas coisas em "estilo" indeterminado vendidas como "bizantino", "neo-clássico" inglês, francês, com colunas gregas ou romanas do primeiro triunvirato ou-o-raio-que-o-parta, com portal triunfal (parece que surgirão corneteiros à porta para anunciar a chegada do gran senhor), com aqueles pinguins-mal-pagos para defender a grande propriedade do grande senhor. Ridículo! É essa mesma gente apavorada que anda em carros fúnebres poluentes, como se estivessem em uma carruagens de fogo, pretendendo ser intocáveis, quando não o são.. Ou aquelas mansões planejadas em viagens por miami por invejosos do pesadelo modernista suburbano norte-americano e que mistura tudo isso aí em cima e ainda saem vomitando pragas contra o sistema público de transporte e contra a diminuição da desigualdade e a formação de uma sociedade de massas (nem de longe o melhor dos mundos, diga-se!).

Marcio H Silva

A pesquisa mostra que o bom mesmo é ser filho de classe C. Tem mais estudo e grana pra gastar…..

ZePovinho

E quem tem um nariz como o da Miriam Leitão????Barrado aonde???????

Marat

Portugueses, católicos, sesmeiros, capitães do mato, escravocratas, barões do café, golpistas, colonizados, coronéis, adoradores dos EEUU, políticos da direita, jornali$$$tas, classe média paulistana etc., etc., etc. Motivos para nosso atraso não faltam. Ainda temos muito, muuuuuito o que caminhar e corrigir, para sermos dignos e eticamente elevados, infelizmente!

Joe

Outro dia ouvi a seguinte
" o aeroporto tá insuportável…cheio, cheio, cheio…se sabe né? o povão….acabou aquele glamour…"
nunca vi glamour em transporte coletivo, se tem $$$ vai de jato executivo…. o resto é tipo bumba clandestino;;;;

Francisco niteroi

Vou copiar aqui o que eu disse no blog do Rovai sobre o mesmo assunto: é assustadora esta pesquisa com as classes A e B. A bem da verdade, a gente já desconfiava deste resultado, não? Está explicado porque tenho evitado certos amigos…. papos esnobes ( vinhos, etc.) enquanto demonstram estar “horrorizados” com os “locais cheios” e “gente sem educação”. A nossa elite é burra e vulgar e, como não leram nada (e compram carros sem ler um livro, como disse sobre os pobres o “filosofo” Prates), desconhecem o que disse o Oscar Wilde: ” O supremo pecado é a vulgaridade”.

mateus

Em resumo, os jovens de hoje da classe C, vão comandar o Brasil de amanhã.

Klaus

Antes de destilar o ódio, lembrem-se que pessoas que ganham R$1.350,00 já estão na classe B, ou seja, o preconceito não é só dos ricos ou da classe média, mas também dos mal-remediados.

    AdoroBilau

    Essa tucanada me lembra o Timão na fase de seca brava, o lendário "faz me rir"

Deusdédit R Morais

Sobre consumo e, mais importante, a classe A brasileira, veja "Quem são os ricos e porque estão cada vez mais ricos" em: http://21politicaearredores.blogspot.com/

Nadja

Para 55,3% dos entrevistados, os produtos deveriam ter versões para ricos e para pobres;
—–>Já é assim… os mais caros e os mais baratos

48,4% acham que a qualidade dos serviços piorou com o maior acesso da população;
—–> Não piorou, na verdade determinados serviços para classe média já eram bem ruinzinhos (planos de saúde por exemplo) apenas com as filas maiores (pois já existiam filas) se percebeu mais esse problema

62,8% se incomodam com o aumento das filas originados pela ampliação do acesso;
—–>Encarar fila é sempre ruim em qualquer situação mas a verdade é que ninguém estava preparado para esse crescimento (acho que ninguém acreditou que aconteceria). De planos de saúde a restaurantes,passando por lojas, bancos e supermercados. Ninguém se preparou para um aumento de consumo e uma mudança de padrão de vida das classes mais baixas e que bom que estamos todos crescendo! Com mais um tempo acredito que algumas coisas se adequarão.

49,7% preferem ambientes com pessoas do mesmo nível social;
—-> vou falar só por mim… do mesmo nível social não me importa mas importa (e muito) o comportamento. Não vou a lugares com fama de ter gente barraqueira. Não gosto de companhia assim. E que tem muito na "velha" classe média. Aquele cara que está em umrestaurante e faz confusão com um garçom (geralmente por besteira) humilha o trabalhador do local ou a madame de xopis que trata mal as funcionárias de umaloja… Detesto gente assim, metido a besta e mal educado.

17,1% acham que todos os lugares deveriam ter elevadores separados (para ricos e pobres);
—–>HUHAUHAUHAUAUAHU RIDÍCULOOO – deveria ter também pra idiotas :p

26,4% acham que metrô aumenta o número de pessoas indesejáveis na região;
——> Cuma? gente diferenciada? uauahuauaua RIDICULO DE NOVO

17,1% consideram que pessoas mal vestidas deveriam ser barradas em certos lugares.
—–> O que é mal vestida? Vi uma calça no xopis toooda rasgada uma fortuna, quase 500 conto. E eu achei horrivel rsrsrs
Penso que existe roupas para determinados lugares, No trabalho por exemplo eu não vou com roupas com transparencias e minis, homens de bermuda é proibido mas em outros locais como determinar "mal vestida"? Tem tanta perua de grife por aí que está feia se achando o máximo…

    Lu_Witovisk

    Concordo com os seus ridículos :D

    Toda esse preconceito só revela uma coisa: ignorância pura e simples. É o resultado de uma cultura de alienação, uma falta mesmo total de respeito, de noção que faz com que pessoas se julguem superiores. E pra que? Se tudo isso não passa de mesquinharia. Somos um nada diante do todo, essas picuinhas são menores ainda e só servem para alimentar a imensa pequenez do homem. E é essa pequenez que pode nos levar à extinção.

    Que graça tem a vida quando vc convive só com os seus iguais? Nenhuma. O que vc aprende de novo? nada. A beleza está na diversidade, isso serve tanto para florestas quanto para grupos humanos.

    Medir as pessoas pela aparencia, pelo $$ que ostenta é o que nos é vendido diariamente pela midia. Mas isso é uma inversão de valores. Fazer disso modelo de vida é mediocridade.

    Tratar a todos com a mesma educação e respeito, independente de aparencia, de classe social parece que ficou no passado. Triste.

    Nadja

    "Tratar a todos com a mesma educação e respeito, independente de aparencia, de classe social parece que ficou no passado. Triste. "
    —-> Fato :/
    As pessoas só falam se acharem que é o outro é "importante".
    Eu vejo isso todo dia, as pessoas não dão um bom dia ao rapaz no elevador, não dizem um "obrigada", não pedem licença para passar quando as pessoas da limpeza estão arrumando o local. Mas se o local ficar desarrumando ou sujo…num instante se lembram que essas pessoas existem (falam reclamando lógico e nunca valorizando o trabalho delas).
    Mas se passa um gerente… o que tem de gente cumprimentando… "dotôoo como vai o sinhô, a família vai bem? o periquito? o papagaio…" mai mai….

    Vai ver que foi por esse conceito de ser "importante" que os ladrões que invadiram o edifício que meu cunhado morava no RJ estavam de paletó e gravata e passaram placidamente pela portaria… De paletó pode….

    Márcio Gaspar

    "Tratar a todos com a mesma educação e respeito, independente de aparencia, de classe social parece que ficou no passado. Triste. "

    Se pensarmos em termos de Brasil, sem ter complexo de vira de lata aqui, mas acho que ainda continuamos no passado. O "Tratar a todos com mesma educaçao e respeito (…)" parece ser uma coisa de futuro. O Brasil ainda nao chegou nesta condiçao. Acredito que irá chegar.

    Lu_Witovisk

    Márcio, eu diria que chegou e perdeu… ou eu sou uma ET saudosista. Mas eu lembro que na minha época de colégio, os jovens tinham um pouco mais de respeito pelos outros e os adultos também.

    Da década de 80 pra cá houve uma "deseducação" generalizada. Estamos rumo à barbárie. (Posso ser exagerada, mas esse modelo playboyzinho mimado vendido pela mídia é terrível para a vida em sociedade).

    Lu_Witovisk

    Nadja é isso aí!! Falou tudo!! Tá cheio de casos de assalto que a vitima diz: "não desconfiei, estava tão bem vestido".

    E vc tem razão, as palavras mágicas que aprendi quando era criança, estão cada vez mais em desuso: com licença, por favor, muito obrigada. Principalmente nos mimados das classes A e B, eles acham que as pessoas estão ali para servi-los. Deprimente. :/

    Helder

    Excelente Nadja! rs

FrancoAtirador

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"Na classe A, só 10% dos filhos têm mais educação formal que os pais."

A CLASSE RICA ESTOUROU O VELOCÍMETRO, RUMO À DECADÊNCIA E À BARBÁRIE.

O perigo, isto é, o risco social é a classe média adotá-la como paradigma.

Pior: ao que tudo indica, pelo murmúrio da massa, isto está lentamente ocorrendo.

A Oligarquia Máfio-Midiática está apostando e investindo nisso.
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giovani montagner

raiva, alegria, nojo, desdenho, desprezo, não sei que tipo de reação tenho frente a essas pessoas de classe A e B pelo preconceito para comigo e com a maioria dos brasileiros.

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