Erick Magalhães: Com negros, pode!

Tempo de leitura: 2 min

Com negros, pode!

por Erick Magalhães*

Em 2009, em seu twitter, Gentili escreveu: King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?

A crítica aos relacionamentos dos jogadores de futebol talvez até tenha alguma relevância, mas o modo de fazê-la foi extremamente inadequado, na medida em que ficou nas entrelinhas a associação entre negros e macacos.

Assim, como não poderia ser diferente, as reações da comunidade negra vieram. O resultado? Um pedido de desculpas como fez agora no lamentável episódio envolvendo a comunidade judaica? Muito longe disso! A resposta, no mesmo twitter, foi: Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco. Isto é, Gentili, no alto de sua insensibilidade com as minorias, não vê motivo para uma raça sentir-se incomodada com a alcunha de macaco. E não teria mesmo, pois não nada há de intrinsecamente mal nos macacos, não fosse a carga discriminatória que há por trás da expressão que tenta caracterizar os negros como uma raça menos evoluída como seriam os nossos ancestrais macacos, ancestralidade que só existe numa leitura apressada da evolução darwiniana.

Aliás, a tese de que os negros eram uma raça inferior esteve em moda no final do século XIX e início do século XX. Some-se a isso o quadro de opressão pelo qual passou os descendentes dos escravos que vieram da África ao Brasil, que, ainda hoje, é responsável por uma estrutura de desigualdade vergonhosa, de modo que os negros são vítimas de forte discriminação em muitas ocasiões do cotidiano. Nesse contexto, não querer ser chamado de macaco certamente não é pedir demais.

Mas, e depois, quais os resultados da pressão popular e atuação dos órgãos de controle, como o Ministério Público? Simplesmente nenhuma, nem um daqueles pedidos de desculpa “pró forma”, como o prestado por Bóris Casoy em outro caso igualmente lamentável. O caso simplesmente foi esquecido.

Desse modo, sentindo-se livre para continuar a destilar, senão seu preconceito, no mínimo, sua incontinência de humor discriminatório, Danilo parte para a comunidade judaica, ao criticar – com aparente razão – a pressão dos moradores de Higienopólis contra a instalação de uma estação de metrô no bairro que atrairia “gente diferenciada”. Novamente pecou no modo como fez a crítica, ao responder preconceito com mais preconceito.

Mas cometeu um grande erro o inteligente e competente Danilo – e o elogio é feito sem nenhuma ironia – ao achar que a comunidade judaica no Brasil seria tão desamparada quanto a comunidade negra.

A reação foi fortíssima, Danilo retirou o post e, pela primeira vez que já vi, fez um pedido de desculpas sem nenhuma gracinha. Até mesmo a Tv Band se manifestou repudiando a declaração do comediante e solidarizando-se com a comunidade judaica.

Sem dúvidas, uma pequena lição de reação a comentários de mau gosto. O triste é que as demais minorias estão muito distantes de ter a mesma capacidade de pressão da comunidade judaica e, mesmo, o seu poder econômico.

Assim, pensando numa perspectiva estratégica, o erro de Gentili não foi a piada ou o preconceito, mas ter escolhido o grupo errado. Fica a dica: antes de agredir, verifique o poder de pressão do grupo. Se for daqueles que não granjeiam a simpatia dos donos de emissora, da imprensa e dos órgãos de controle, vá em frente.

*Erick Magalhães, estudante de Direito, Salvador – BA


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Comentários

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vera oliveria

tem muitos que dizem que o CQC faz humor inteligente,eu queria saber cadê a inteligencia???só porque usam terno e gravatas???

Luci

A TV Record no programa Domingo Espetacular apresentou uma reportagem que foi um momento importante na vida de todos nós e para que a justiça impere netse país. Para que cessem as mentiras, hipocrisias e enganações. Parabéns a TV Record ao Domingo Espetacular e ao jornalista Herbert de Souza que mostrou o que foi o masscre da escravização de 80% de angolanos, que foram escravizados, marcados a ferro, algemados, com bola de ferro nos pés e transportados ao Brasil como força de trabalho.Os traficantes que não gostavam de crianças, matavam os bebês de mães que eram escravizadas.Erick se voce assistiu deve estar emocionado como eu se não assistiu entre em contato com o programa, ou vamos torcer para que o Vi o Mundo possa dar mais esta contribuição para um mundo sem mentiras e sem domínios construido sob farsas e publique aqui no Vi o Mundo a matéria.Quem foi escravizado é discriminado sob conceitos falsos, imorais e mentirosos. A Justiça não se enterra, ela é luz e vida. Hoje a Record foi um momento histórico.

Luci

Erick a luta por justiça tem dias que deprime, dói o coração, abala a fé. Mas tem dias com este que ler seu texto e pensar em voce um jovem lutando por justiça e falando pelos milhões sem voz, sem acesso à Internet dá uma força, coragem para continuar resistindo e afirmando nós somos brasileiros, reverenciamos a origem.Nossa história é nossa verdade que o mundo já conhece. A lei 10639 já está disponível ao mundo pela Internet. A verdade já aflorou como a água cristalina.Quem foi açoitado, enforcado, trabalhou por séculos produziu riquezas, teve heróis valentes, solidários, justos, não pode continuar sendo discriminado e marginalizado. Nosso caminho é a paz e a liberdade com justiça.O mundo precisa de solidariedade, paz, progresso para todos, verdade e justiça.

@lucasvazcosta

CQC. Um programa extremamente sem graça.

João Bahia

"A reação foi fortíssima" … claro… eles são os donos dos meios de produção… o Gentili foi brincar com patrão… só pode se dar mal mesmo… a elite encara de forma diferente as brincadeiras que são feitas com o povo da senzala e o da casa grande…

    Carlos Roberto

    Bahia,
    Seu argumento já tem mais de 70 anos. Vá no youtube e veja os discursos do Goebbels.

    Luca K

    João Bahia, que terrível o q vc disse, chamou os escolhidos de patrões, donos dos meios de comunicação!!! Isso é antissemitismo! Kkkkkkk
    Boa João, com poucas palavras vc acertou na mosca!

    Beto_W

    Sabe por que nós judeus somos o "povo escolhido"?

    Deus ofereceu as Tábuas da Lei aos babilônios primeiro. Eles perguntaram:
    – Que mandamentos tem aí?
    – Não matarás.
    – Ah, aí fica sem graça. Não queremos não.
    Aí Deus ofereceu aos romanos:
    – Que mandamentos tem aí?
    – Não cobiçarás a mulher do próximo.
    – Xiii, assim a gente não se diverte. Fica pra próxima.
    Aí Deus ofereceu para os judeus:
    – É de graça? Manda duas!

luciano

Acho importante destacar uma coisa que me chamou a atenção no texto do Erick: o negro no Brasil não é uma minoria, mas maioria, pois segundo o ultimo censo 52% da população de nosso pais se declarou negra ou parda. Isso precisa ser mais evidenciado em todos os meios de comunicação. Outra coisa é que acredito que maiores direitos a gent tem que conseguir com mais luta e visibilidade. Não podemos ficar esperando que o Ministério Público faça alguma coisa se a gente não grita para ser ouvido. Se por exemplo fosse lançado através das redes sociais um grande boicote a um programa que faz esse tipo de chacota, a população negra poderia fazer despencar a audiencia do CQC.

    mucio

    O censo 2010 informa pretos 7,6% , mestiços ou pardos 43,1%. Se preto e pardo fosse a mesma coisa as duas opções não estariam presentes nos questionarios do IBGE, embora a fraude exista quando alguem(será quem foi?) resolveu classificar os pardos como pretos. Já que vivemos numa democracia, que tal um referendo consultando a população de mestiços, pra saber em qual etnia eles querem ser colocados na dos pretos, na dos brancos ou na etnia deles mesmos?

    Luca K

    Como o Mucio bem lembrou, essa papagaiada de q a maioria dos brasileiros é negro, somando-se os 7% de negros com a massa de pardos, só pode mesmo ser chamada de FRAUDE.

    Erick Magalhães

    É que minoria, nesse sentido, não é um conceito puramente quantitativo global. Em termos de representatividade e riqueza, o negro ainda é minoria.

Carlos J. R. Araújo

II – Engraçado, Azenha, é que deve ser o terceiro ou quarto post que você coloca sobre a piada do Gentili. Qual o sentido disto? Imagino que, o fundo, no fundo, você quer e pretende demonstrar o falso moralismo das classes médias endinheiradas paulistanas, principalmente aquela (sim, ela mesma, a judaica) de Higienópolis. Peixe morre pela boca (viu? até peixe tem piada). E os falsos moralistas morderam a isca. Valeu. Você deve saber que o hipócrita, por mais que se esconda, é de fácil identificação. Desde o episódio do Templo, com Jesus, tá lembrado? Parabéns pela idéia. E eu morro de rir…

Carlos J. R. Araújo

O humor e a ironia são velhos como o mundo. Tem piada prá tudo e, praticamente, não existe raça, povo, país, comunidade, gente, instituição, emrpesa, governo e o diabo à quatro que não seja objeto de piada. E aí vem a piada com a comunidade judaica endinheirada de Higienópolis, e o mundo desaba. Vira até questão jurídica!

O que dói são as patricinhas e os mauricinhos (alguns até velhinhos, sem dúvida, mas o cérebro é de adolescente) politicamente corretinhos falar em moral, ética e outras coisas. Parece que o Gentili cometeu um crime lesa-majestade. Os candidatos à Luis XIV tresandam de indignação. E post passa a feder. É um atentado contra a inteligência.

Pardalzinho

Vamos ser francos… O tipo de piada que se faz com judeu, não é o mesmo tipo de piada que se faz com negro. Com os judeus se explora suas múltiplas formas de lidar com o dinheiro, o que na maioria dos casos é bem vista por eles próprios, e também algumas em relação à circuncisão que também são bem vistas; nada que os degrade enquanto povo. Já em relação ao negro as piadas são para rebaixa-los enquanto seres humanos; algo que minha geração ouvia em casa e que, felizmente hoje, nossos filhos e netos não crescerão com a "percepção" de que o negro é mesmo inferior.
O texto do Erick é muito bom e ainda que falasse dos judeus – ele não fala – não alteraria o teor da mensagem.
PS: A justificativa desses tal Gentilli, que felizmente nem sei quem é, é de uma burrice oceânica… ele esquece que o negro também pode ser gay, ou gordo… ou seja, sequer sabe diferenciar aparência de conteúdo.

Bira Mariano

Não é de hoje que o porre do CQC faz piadas infames e discriminatórias. São agressores. Precisam ser processados!

Jonas

Entendo perfeitamente que a resposta do Gentili foi totalmente inadequada e tenha demonstrado que o comentario se referia a negros… PORÉM, a associação que ele fez foi entre o king-kong e os jogadores de futebol, e não entre negros e king-kong… o fato de ser jogador de futebol não necessariamente implica em ser negro, portanto, não há problemas no comentário.

    Erick Magalhães

    No início ficou nas entrelinhas e depois ele tratou de deixar claro.

SILOÉ -RJ

Qualquer piada preconceituosa, não é humor é sarcasmo, escárnio, deboche.

    Erick Magalhães

    Perfeito. Não existem direitos absolutos, nem a liberdade de informação jornalística, muito menos a humorística.

Erick Magalhães

Agradeço os elogios e respeito as críticas, mas gostaria de prestar dois esclarecimentos: a) quem leu o texto pôde perceber que não há, absolutamente, nenhuma crítica à comunidade judaica, muito pelo contrário, sua capacidade de mobilização é elogiada, muito embora reconheça que os resultados não vieram só por isso, mas também pelo prestígio que esse grupo conseguiu alcançar; b) o texto apenas analisa o fato e traça um breve diagnóstico da situação em que está a causa negra no Brasil; assim, é o exercício de uma auto-crítica e despretensiosa proposta de reflexão consistente em analisar mais profundamente as causas da fragilidade da causa negra e medidas necessárias para correção. Era mais ou menos até aqui onde quis chegar.

Lacerda

Esse é mais um dos comentários canalhas desses pseudo-humoristas, americanizados em sua essência e achando que tudo podem…

FrancoAtirador

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Racismo no Twitter: comentários podem resultar em pena de até 5 anos de prisão

Saiba como denunciar perfis e entenda como funciona a legislação brasileira

O advogado Rogério Martes, especialista em Direito Digital da PPP Advogados, explica o que pode ser feito em casos como estes.
Se alguém se sentiu ofendido com os comentários em redes sociais, deve dirigir-se a um cartório de notas e solicitar rapidamente uma ata notarial para que o cartório tire um printda mensagem e torne público o documento.
"Dessa forma o post pode ser usado como prova e dificilmente será contestado, diferente de uma prova particular como um print tirado de casa", explica o advogado.
"Também é possível fazer um Boletim de Ocorrência e pedir reparação de danos morais", completa.

No entanto, uma ação que envolve uma rede social sem sede no Brasil, como é o caso do Twitter, é mais complicada.
"O Twitter só fornece dados de usuários mediante ordem judicial.
Por isso é difícil o microblog liberar informações de usuários com uma notificação brasileira.
No caso da Mayara, o Ministério Público Federal é quem está à frente disso e, por já ter relações institucionais com os Estados Unidos e ser um órgão público, consegue acessar o Twitter e coletar informações para serem usadas como provas", explica.

Diante disso, o melhor a se fazer, caso você tenha se sentido ofendido com algum comentário, é denunciar o usuário para o Ministério Público Federal.
"Com as informações fornecidas pelo Twitter como registro de conexão, ou seja, o número de IP, e as mensagens antigas do usuário fica mais fácil. Mesmo se a pessoa deletar a conta ou o post, o Twitter pode fornecer estas informações e elas poderão ser usadas como provas", conclui.

Os usuários do Twitter podem responder na justiça por crime de preconceito.
Entre os crimes contra a honra previstos neste caso, estão os de injúria e difamação.
A pena para difamação é de três meses a um ano ou multa; para injúria é de um a seis meses ou multa, podendo ser aumentada em até um terço se o crime é cometido por meio que facilite a divulgação da calunia ou injuria, como as redes sociais ou sites na internet.
Já no caso de racismo, a pena é de 1 a 3 anos de reclusão e multa, sendo aumentada para 2 a 5 anos caso tenha intermédio de qualquer meio de comunicação.
Vale lembrar que o crime de racismo é inafiançável.

Nesta quinta-feira (12/5), a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado deveria votar o projeto de lei 122/2006, que criminaliza a homofobia e atos de preconceito contra idosos, pessoas com deficiência, e ainda por gênero.
O PLC 122/06 altera a Lei 7.716/89, que trata da punição de crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Dessa forma, homofobia também seria considerada crime, assim como o preconceito racial.
Mas, devido a protestos, o debate foi suspenso.

Íntegra em:

http://conspiracaodanet.blogspot.com/2011/05/raci

Luci

Erick Magalhães, ótimo texto. Os africanos foram trazidos ao Brasil como força de trabalho e durante séculos produziram a riqueza deste país com suor, sangue e lágrimas. Os africanos e negros brasileiros foram submetidos ao cruel e longo período de escravização das Américas.Depois de 380 anos de escravização, a abolição significou a maior demissão coletiva de trabalhadores da história do mundo sem justa e devida indenização pecuniária ou fundiária.Os africanos que foram trazidos ao Brasil não eram escravos, foram escravizados.Não se pode fazer piadas com dramas humanos, que a humanidade reconhece como crime imprescritível. Fazer piadas com dramas humanos é desumano.

Vania Cury

Caro Erick
Parabéns por seu ótimo texto! Que bom que você está estudando Direito. Certamente, poderá dar uma grande contribuição ao aprimoramento dos direitos de cidadania em nosso país. Siga em frente!
Um grande abraço.

mucio

Bocage, Gregorio de Matos Guerra, Marques de Sade todos eram politicamente incorretos diante dos INQUISIDORES politicamente corretos dos tempos deles, muito parecido com os casos de hoje. Vamos parar pra pensar pessoal?ou não?

    Leider_Lincoln

    Só que estes que você citou, eram politicamente incorretos com os PODEROSOS, o que fez deles homens e não ratos de esgoto. Vamos COMEÇAR a pensar? Se o Rafinha quer ser engraçado, faça piada com os Saad, com as mães de donos de emissoras de TV, com o governador e o prefeito de São Paulo, com o papa… Gregório de Matos, um HOMEM de verdade, vociferava contra quem? Pretos pobre e putas? Não! Era contra padres, fazendeiros e os amigos do rei.

    Então façamos assim, meu caro: quando for comparar, use mais o sistema neural e menos o digestório, ok?

    Paulo

    Pois é, esses que você citou criticavam o poder, "batiam" em que quem mandava. O que o Gentilli e esses humoristas politicamente incorretos estão fazendo é destilar preconceito contra minorias, grupos já discriminados ou até contra gente com problemas mentais – gente que não pode reagir. Humorismo (sendo generoso) covarde.

urbano

Nada de mais não é cara palida?
os milhões de negros forçados a vir para a America,grande parte deles morrendo ou na viagem ou no eito não foi um holocausto. Era só porque os europeus (muitos deles judeus) precisavam de mão de obra para seus empreendimentos

Nuno

16 de maio (depois de amanhã) é Dia do Gari. Que o Boris Casoy se lembre sempre dessa data.

Adilson

Prezado Erik,

você foi muito feliz nas suas palavras, nesse ótimo texto.

A essência do que vc fala é, na minha opinião, corretíssima. Eles não são tão "corajosos" assim, não são tão caras de pau assim…Toda aquela agressividade e a descarga preconceituosa deles é seletiva. Lembro de ter dito, há alguns dias que, com relação aso politicos por exemplo, eles só achincalham quem já tá por baixo…De resto são covardes, cínicos e não tem peito pra sustentar o que fazem.

Fazem dobradinha com a mídia…Observam atentamente o movimento e vão na onda…Realengo, por exemplo, agora não dá…

Mas 'Auschwitz', por que não, não é mesmo? afinal, vale tudo…

Dessa vez, se deram mal…E foi só a coisa esquentar pra "colocar o galho dentro". Cadê aquela intrepidez toda que aparentam ter?

A máscara caiu.

Lucila

Acho tão penoso ver esses rapazes do CQC nesse esforço para seguir a fórmula do humor americano. Sai tão caricato.
Acho mais penoso, ainda, ver as pessoas se condicionarem para rir porque é piada, né…
Confesso que se não fosse o Adnet, mais pelo talento do que pelo trabalho (esse povo se põe a ser multimída demais, e esquece de lapidar), o humor brasileiro estaria sem horizonte, mesmo.
Mas, taí o retrato: isso, sim, é um humor engesado. Feito pra lucrar e que não aguenta uma pressão no bolso. Tenho visto isso no cotidiano, no meio empresarial, mas é triste ver isso em um artista.
Que arte constrangida.
Acabei de ver no terra: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,O…

Vinícius

Esse artigo m levou a pensar que os anos 20, ano que o darwinismo social estava em alta, foi justo a época em que os imigrantes europeus estavam se misturando ao resto do Brasil. Por exemplo, minha bisavó, que viveu nessa época, não falava português, vivera toda a vida na colônia…

Então, aprenderam os modos nativos, e tornaram nativos bem na época de maior preconceito. E hoje, os descendentes de imigrantes formam o grosso das classes A e B (bastante das outras também, mas do que as pessoas imaginam, principalmente no Sul). Triste coincidência…

(se bem me lembro, a MariaFrô dizia, de acordo com a pesquisa dela, alguma coisa de o Brasil ter se tornado mais racista no começo do século XX, que antes, apesar da escravidão, não havia necessariamente ojeriza aos negros)

FrancoAtirador

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Justiça de SP condena homem por racismo no Orkut

A juíza Maria Isabel Rebello Pinho Dias, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, condenou um homem de 27 anos acusado de racismo pela internet a dois anos, quatro meses e 24 dias de prisão. Ele respondeu a um processo originado em 2008 pelo crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

As agressões foram difundidas por meio do site de relacionamentos Orkut. Como a condenação foi inferior a quatro anos de reclusão e o acusado é réu primário, a pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade.

O Ministério Público Estadual acusou o homem de ter adicionado no seu perfil do Orkut as comunidades “coisas que odeio: preto e racista”, “Adolf Hitler Lovers”, “Sou racista” e “racista não, higiênico!”.

De acordo com a sentença, o rapaz afirmou que há negros em sua família e não teria motivos para ser racista. Ele reconheceu que fez comentários infelizes, mas disse que na época não pensava sobre suas consequências.

A juíza não cedeu a esse argumento. “Em que pese o acusado sustentar que apenas fez comentários infelizes, com intenção de brincadeira e discussão, tal alegação deve ser rechaçada, pois não é admissível que a livre manifestação de pensamento seja usada como subterfúgio para condutas abusivas e lesivas a um dos objetivos da República Federativa do Brasil, qual seja, a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, cor, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”, disse a juíza.

http://africas.com.br/site/index.php/archives/116

Carolina Souza

Primeiramente, quero dizer que apoio totalmente sua reclamação. Mas, só isso.
Qual é seu ponto? Quem você está criticando? A mídia? A sociedade inteira? O capitalismo, que mantém as desigualdades sociais? O poder do dinheiro?
Não entendi onde você quis chegar.

karen

Para mim a intervenção do Erick foi ótima. Como já escreveu alguém aqui, por que a comunidade judaica não usa seu prestígio social ou simplesmente sua solidariedade e se manifesta a respeito de preconceitos contra minorias e a humanidade (até por se considerar a maior vítima de direitos humanos da história recente), e especialmente quando involve em caso parecido um membro de sua tradição como no caso do Rafinha Bastos que elogia o estupro de mulheres. Se se acompanha a questão palestina, percebemos como o estado e a comunidade são tão ou mais preconceituosos e fascistas quanto seus algozes históricos.
Também acompanhei na época a polemica envolvendo o ex costureiro da DIor, despedido por suas "declarações antisemitas". Vi no youtube que uma dupla de garotas (possivelmente) judias o estavam provocando com sarcasmo e ele respondeu no mesmo tom sendo gravado pelo celular de uma delas (ouve-se as risadas das garotas ao fundo). À epoca pesquisei sobre a prisão do Mel Gibson e parece que a mesma aconteceu com base em anti-semitismo, o que não me pareceu o caso. Aproveito para dizer que o estado de Israel é de uma sordidez retumbante! Recomendo o excelente livro 'Entre La Trampa Del Muro y el fracaso del derecho' de Victor Currea-Lugo.

13 de Maio

Erick Magalhães excelente texto, é uma homengaem à nossa ancestralidade, que foram trazidos ao Brasil como força de trabalho.Foram 380 anos sob o regime de escravização.O mais longo perído de escrvização das Américas. http://www.socialismo.org.br/portal/ Resistir, para desconstruir, eis a tarefa.escrveu Milton Temer "……Os meios de comunicação passaram a ser instrumentos de doutrinação global, impondo um pensamento único como o possível e real. E reprimindo, ocultando e desqualificando tudo o que contradissesse esse pensamento, pautado na consolidação da hegemonia do capital sobre o trabalho."…

Jandir

AZENHA, SERIA INTERESSANTE INVESTIGAR E TRAZER PARA O DEBATE O RACISMO E PRECONCEITO DO "SR." MONTEIRO LOBATO QUE ENQUANTO CONTAVA HISTORINHAS DO PICA-PAU AMARELO PARA O GRANDE PÚBLICO NOS BASTIDORES SE REVELAVA UM GRADESSÍSSIMO RACISTA EUGENISTA DA PIOR ESPÉCIE…TUDO ISTO CONFORME MATÉRIA DE CAPA DA REVISTA BRAVO DESTE MÊS…VEJA ABAIXO:

Em cerca de 20 cartas inéditas garimpadas por BRAVO!, o autor de O Sítio do Picapau Amarelo faz uma defesa engajada das ideias eugenistas (pretensa ciência que pregava a superioridade dos brancos). Os textos são destinados ao escritor Godofredo Rangel e aos cientistas Renato Khel (1889-1974) e Arthur Neiva (1880-1943).

P A U L O P.

Desculpe, mas quem esse tal gentli.

Sinceramente, nunca ouvira falar dessa 'çelebridade', até ler este post

Gustavo Pamplona

Vocês viram esta?
http://g1.globo.com/videos/jornal-nacional/v/mini

Agora, sobre os péssimos livros que foram distribuídos as escolas paulistas tempos atrás, nem um pio….

FrancoAtirador

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A DISCRIMINAÇÃO NO BRASIL É ÉTNICA, SOCIAL E REGIONAL

Por EMIR SADER em:

http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostra

mariazinha

E é contra esse poder tamanho que nós, brasileiros, devemos nos mobilizar. A única saída é a distribuição da renda, a educação e a conscientização política. Um governo que se preze, jamais poderá deixar armas de pressão excessivas, nas mãos de poucos. Há necessidade do equilíbrio para que esse poder NÃO caia em mãos maquiavélicas.

FrancoAtirador

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MANUAL PAULISTANO DE LIBERDADE DE EXPRESSÃO DO PRECONCEITO.

1) Com quem se pode ser preconceituoso, de qualquer forma:

Com deficientes físicos pode.

Com doentes mentais pode.

Com nordestinos pode.

Com homossexuais pode.

Com negros e mulatos pode.

Com prostitutas pode.

Com comunistas pode.

Com muçulmanos pode.

Com umbandistas pode.

Com índios pode.

Com usuários de drogas pode.

Com mendigos pode.

Com o Lula pode.

2) Com quem não se pode ser preconceituoso, em nenhuma hipótese:

Com norte-americanos não pode.

Com judeus não pode.

Com latifundiários não pode.

Com banqueiros não pode.

Com donos de jornais não pode.

Com celebridades da TV não pode.

Com FHC, Deus o livre, nem um pio pode.
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    diogojfaraujo

    Véio, eu tenho certeza que vc se toca quando o PHA aparece na tv… Se é que vc me entende…

    FrancoAtirador

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    Não entendi o que quiseste dizer e nem quero entender.

    Mas entendo perfeitamente o que significa aquela cruz azul.
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    Fernando

    Não pode com ninguém! Ou vocês estão sugerindo que é preciso nivelar tudo por baixo e, já que a sociedade é permissiva com piadas contra negros, gay e outros, é justificável uma figura fazer piada se com a desgraça dos vagões nazistas? Esse discuso me soa a falso humanismo. Judeu não é igual a banqueiro, latifundiário, norte-americano, etc… misturar as coisas é querer confundir. Sejam razoáveis!

    Fábio

    Na verdade, deveria se chamar: Manual Brasileiro de Liberdade…. Este problema não é exclusividade dos paulistanos. Aliás, paulistano também sofre discriminação. Sou paulistano, e resido no sul. Ao chegar aqui enfrentei alguns problemas pelo simples fato de ser paulistano.

fagner

excelente!

diogojfaraujo

Brother, eu vejo três caminhos para você: reclamar com o Gentili, reclamar com o MP, ou reclamar com a comunidade negra… Real

Que cazzo tem a comunidade judaica ou a GLBT com isso??? Os gays também tem o poder aquisitivo muito maior que os negros… Será que ele pensou nisso também?

Lá vem a enxurrada de preconceito… De novo o mesmo blablabla…

    diogojfaraujo

    Pq vc não foi atrás desse pastor aqui ó: http://www.paulopes.com.br/2010/08/pastor-negro-c

    Mas não, mais fácil ficar se lamentando e incentivar o preconceito que vc mesmo diz que combate…

    carlota

    Nossa, como voce é …….. brilhante

    Cae bem no estereótipo de fã de CQC, Praça é Nossa, BBB, Luciano Huck da vida…

    É a educação brasileira mostrando a que serve.

    diogojfaraujo

    Moça, eu luto contra qquer preconceito, sem ser anônimo… Não faz sentido ficar choramingando, e falar que com os judeus ninguém mexe pq eles tem dinheiro… Isso é desculpinha, falta de argumento, e uma falácia tão escrota quanto a dos sionistas que usam o holocausto como muleta para massacrar os palestinos… Só ler os dois últimos parágrafos Erick, pra ver o que estou dizendo…

    Acho um absurdo gente que se diz na luta a favor do povo e contra o preconceito se manifestar como o Franco Atirador, por exemplo, ou o Passageiro Alado, e muitos outros… Envergonha quem luta de verdade, o que obviamente não é o caso da maioria aqui…

    Erick Magalhães

    Amigo, onde está a crítica a comunidade judaica no texto? Não sei se você leu, mas elogiei sua capacidade de mobilização.

gilberto

Acho uma falta de respeito o que eles fazem com os politicos tambem..isso não pode ser tolerado mesmo que os politcos que ele sacaneia sejam errados em algumas coisas..eles estão ali representando uma grande parcela da população …e a sacanagem de tabela acaba sendo com o povo…acorda brasil…fora cqc..acho que eles deveriam ser barrados nos orgãos publicos pois não são jornalistas , saõ humoristas…e como tal deveriam estar num circo

As redes sociais e o interesse público | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] às vezes concordando, às vezes criticando, especialmente porque é um caminho de duas vias: os blogueiros muitas vezes transformam textos de leitores em posts. Quantas cartas de leitores de jornal ganham destaque para além das seções […]

Renato Lira

Já, já o Paredes tá na área, a esculhambar contra os "moralistas puxa-sacos e politicamente corretos".

operantelivre

Brilhante!!!

Passageiro Alado

Com negro e árabe pode.
E português. E argentino. :)

Eu sabia que esse episódio de Higienópolis iria se capitalizado pelas vítimas de sempre.

Quando acontece isso eu sempre me lembro daquelas charges sobre Maomé na Europa, de um jornalista dinamarquês (ou norueguès, sei lá). Que é que disseram mesmo ? "Liberdade de imprensa".
Agora vai fazer charge sobre judeu. É acusação de "anti-semismo" na hora. E risco de ir pra cadeia.

    diogojfaraujo

    Bolsonarinho de esquerda é f… Num consegue esconder o preconceito… Muda o alvo, mas é na essência um legítimo Bolsonaro!

    Leider_Lincoln

    Meu caro, nem entro no mérito de que, quando é contra judeus,a coisa pega. Mas isso não é ruim, ruim é que contra os demais não seja assim. Se eles conseguiram criminalizar quem os ataca, que façamos os mesmos para defender os órfãos, as putas, os pobres, os pretos, os nordestinos, os goianos, as estupradas e toda a gente que é vítima dos Rafinhas Bastos da vida…

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