Explicando a defesa dos automóveis importados

Tempo de leitura: 2 min

Um leitor explica, com a imagem acima, a incansável defesa que parte de nossa gloriosa mídia faz da “liberdade de mercado” para os automóveis importados (para quem não compra jornal ou não é de São Paulo, trata-se de um anúncio-envelope que cobre parte da primeira página).

Resumo da ópera: o Brasil que se exploda, o que eu quero é faturar:

30/09/2011 – 11h02
Governo espera propostas para flexibilizar IPI, diz Pimentel

CIRILO JUNIOR
DE SÃO PAULO

O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) disse nesta sexta-feira que cabe às montadoras que tenham projetos de fábricas no país apresentarem propostas para que o governo possa flexibilizar a cobrança de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre carros importados.

Conforme a Folha informou hoje, o governo deu sinal verde para aliviar montadoras do imposto mais alto desde que instalem unidades no Brasil e se comprometam com um cronograma escalonado para atingir no médio prazo 65% de conteúdo local.

“Empresas sérias que querem vir desenvolver produtos no Brasil terão suas propostas examinadas. Até o momento, não recebemos nenhuma”, disse, após participar do Exame Fórum, em São Paulo.

Pimentel acrescentou que o governo recebeu sinalizações de empresas interessadas em fabricar no país e que está aberto a examinar as propostas que forem apresentadas.

Sobre o caso da Hyundai, que desenvolve uma fábrica em São Paulo, ele disse que a empresa poderá ser enquadrada no regime, desde que atenda às condições exigidas.

“PIRATARIA”

Ontem (29), a presidente Dilma Rousseff afirmou que o aumento nas alíquotas de IPI para carros importados é uma proteção ao emprego no Brasil. Em uma fala forte, ela demonstrou que não pretende recuar na medida, que recebeu críticas até mesmo dentro do governo.

“É uma medida a favor do emprego e contra o fato de que nosso mercado interno não será objeto de pirataria de país nenhum”, disse.

“Todas as empresas que estão queixando não produziam aqui. Estavam simplesmente montando e usando mecanismos para importar e usar o nosso mercado interno. A indústria automobilística brasileira está intacta”, acrescentou.

Leia também:

A Caixa, Machado de Assis e o branqueamento do Brasil

Simão Pedro coleta assinaturas para a CPI do Grampo em SP


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Marcelo

Azenha quem defende os empregos dos funcionários das concessionárias de importados que perderão seus empregos se elas forem embora pelo aumento do IPI? Por que seus empregos valem menos do que o emprego do metalúrgico? Existem grandes países, digo grandes por possuirem ótimo IDH, que não tem sequer uma montadora importante de veículos! Esse aumento de imposto visa somente proteger os privilegiados! Se os funcionários dessas concessionárias tivessem um sindicato forte esse aumento não vinha, mas como são fracos, não unidos, sofrem na mão dos privilegiados!

Glecio_Tavares

http://www.tijolaco.com/apertando-ninguem-foge/

Ta la. Va ver. Que eu posso dizer? Não da para subir uma escada sem andar por seus degraus. Mesmo que inicialmente essas montadoras precisem trazer técnicos, com o passar do tempo haverá empregos para muitos brasileiros e com certeza se o brasileiro aprender a fazer pesquisa e se negar a pagar mais, o preço baixará.

Do tijolaço:
A nossa imprensa, que tem o estranho hábito de prever que o fim do mundo é na próxima esquina.

Foi assim no caso da taxação da entrada de capital financeiro no país. Taxou-se, e ninguém fugiu.

Agora, a história de repetiu no caso das importações de veículos.

A Folha, hoje, dá conta que pelo menos duas – a Hyundai e a BMW – já discutem com o governo uma atenuação do regime tributário em troca de instalação de unidades aqui. E a chinesa JAC estuda fazer o mesmo.

Obvio, ninguém quer ficar fora do quarto – ou quinto, isso muda de posição toda hora – mercado automotivo do planeta, como você vê na tabela.

Claro que vão continuar a alegar isso e aquilo. E tentar um regime mais suave, nacionalizando itens de menor complexidade – estofamento e forração, rodas, escapamentos, vidros, tubos, fiação, etc – onde é mais fácil e rápido conseguir fornecedores nacionais.

Nada errado em abater o percentual que nacionalizarem do IPI extra, desde que isso seja feito, como se pretende, dentro de um cronograma que atinja os setores de maior complexidades, commo motorização, câmbio e eletrônica embarcada.

Apertando, em lugar de fugir, é que eles vêm.

    beattrice

    O problema Glécio é que não estão simplesmente trazendo técnicos, como ocorreu na Honda, estão trazendo todo o plantel da fábrica, se isso não for regulamentado, e deveria ser pelo governo federal, nem o porteiro da fábrica será brasileiro.

    Glecio_Tavares

    Oi querida. beijo!

    Pelo que escreve o Fernando Brito no tijolaço a intenção principal, no começo, é que os fornecedores sejam brasileiros, então poderiam também gerar empregos e impostos.

mfs

Houve um claro atentado à liberdade de compra (a mais sagrada de todas as liberdades) do povo brasileiro! Em breve, o governo do PT se verá diante de manifestações de massa de pedreiros, metalúrgicos, balconistas, domésticas, empacotadeiras, tecelãs e petroleiros pelo direito de poder comprar os Mercedes, BMW e Ferraris em taxas alfandegárias abusivas! Já tentaram botar a mão na Daslu. Em breve, o proletariado será privado do seu direito de comprar helicópteros!

multiplus

"Um leitor explica, com a imagem acima, a incansável defesa que parte de nossa gloriosa mídia faz da “liberdade de mercado” para os automóveis importados (para quem não compra jornal ou não é de São Paulo, trata-se de um anúncio-envelope que cobre parte da primeira página)."

já pensou se aparece por aqui um leitor mal intencionado q justificasse a posição do blog favorável ao governo pela publicidade estatal no canto superior direito desta página?

não seria bem aceito, aposto…

o problema é q temos sempre muitos pesos e muitas medidas: algumas pra olhar o rabo dos outros e outras pra olhar o nosso próprio rabo!

assim fica fácil!

quem defende uma posição contrária a "oficial" é troll, vendido, pago pra chatear, tem interesses "nebulosos" por trás da sua argumentação…

pra alguns, a verdade tem dono, assim como as boas intenções!

e adivinha quem se acha "o dono"?

    Luiz Carlos Azenha

    Você é este leitor mal intencionado…

    Rodrigo Leme

    Não que ele não tenha razão…

    Luiz Carlos Azenha

    Não tem, pelo simples fato de que a "campanha" a que ele aludiu aqui no blog não cobre a hospedagem de um mês do site, enquanto a campanha das montadoras no Estadão é milionária e recorrente…

    Rodrigo Leme

    Quais montadoras? As que mais gastam com publicidade, que vão ser beneficiadas pelo IPI dos importados, ou a Jac, que deve gastar com o Estadão 5% do que gasta a Fiat? Já disse isso no outro comentário: a insinuação é ridícula e não pelos motivos de sempre (olha como a grande mídia é má, mimimi) mas sim poir não ter coerência nenhuma com a realidade. Se o Estadão tivesse que defender alguém seriam seus maiores anunciantes, beneficiários do IPI de importados.

    Então, quando o colega falou de má intenção acertou na mosca. E mais: a publicidade estatal pagando 1 mês de hospedagem ou 1 ano, ele também não deixa de estar certo: se você pode inferir que um veículo se define por quem lhe paga anúncios, o mesmo pode ser dito de você, independente do valor. E se é tão pouco, você pode sempre abrir mão desse anúncio…

    Engraçado que você pode fazer todas as ligações que você quer, por conveniência, má intenção ou suas broncas pessoais / partidárias, mas ai de quem jogar isso pra cima de você…

    Aliás, eu prefiro que essa matéria seja fruto de má intenção, pq sempre te tomei por uma pessoa inteligente. Pensar que você não consegue seguir uma linha lógica sobre peso de anunciantes, veículos e opiniões é decepcionante.

    Luiz Carlos Azenha

    O pressuposto que você adotou, de outro leitor, é de que eu faria como o Estadão: assumiria uma posição editorial por dinheiro, o que não faz sentido. Na lógica da grana, que não é a minha, faria muito mais sentido vender opinião às montadoras que aos trabalhadores, que não me pagam nada… E se eu fosse pago pelo governo, morreria de fome. O Estadão, como você notou, fatura tanto da Fiat quanto da JEC. Montanhas de dinheiro. Não estranho, portanto, que não se interesse pelos empregos de trabalhadores brasileiros, cujos pontos-de-vista mal se vê representados no jornal. sds

    Rodrigo Leme

    Denovo: do lado de que montadoras o Estadão está? Daquelas que vão sofrer com o aumento do IPI, que juntas não cobrem 10% de uma das 4 grandes com estrutura no Brasil, ou com essas grandes, que pagam-lhe muito mais?

    O meu pressuposto é tão errado quanto o seu. E não sei se você vende sua opinião a A ou B, mas o seu lado é o do governo, tudo que você faz e escreve busca justificar o que o governo faz de errado e amplificar o que faz de certo. Se faz de graça, parabéns pela convicção. Mas se vc pode inferir sobre o Estadão sob uma premissa errada, dê-me licença de criar as minhas tbm.

    Rodrigo Leme

    E claro, é seu direito de dizer "aqui você não faz premissas sobre mim". Diga e eu paro agora, até pq a diferença entre as minhas premissas e as suas é que estou no seu lar. Sou casca grossa mas não estúpido. :-)

    Luiz Carlos Azenha

    O Estadão está do lado de TODAS as montadoras, que gastam uma fortuna em anúncios. Mas diz que é neutro. Eu nunca fui neutro. E não se trata de defender ou não o governo, mas empregos no Brasil. Tanto que aceito pagar mais caro por um carro importado. Se eu pensasse primeiro em mim, seria contra o aumento nos impostos. abs

    Rodrigo Leme

    Como pode ser a favor de todas as montadoras e tomar uma posição que vai contra a maioria delas? Você acha que a Ford, a Fiat ou a GM estão satisfeitas com a posição do Estadão? Que esses caras estão pensdanod "vamos aumentar a verba de anúncios do jornal pq esses caras estão contra algo que vai prejudicar nossa concorrência"?

    Sério, 1 minutinho só pensando nesse seu raciocínio é suficiente pra ver que não faz sentido. Existem 1000 maneiras de mostrar que o Estadão toma partido de X ou Y sem ira pra um argumento tão sem pé nem cabeça.

    Vou terminar aqui, pq essa discussão já está entrando em loop, mas sinceramente não tem coerência nenhuma o que você está falando.

    Celso

    Como disse o Azenha, educadamente, vc é mal intencionado. Vou além, vc não está aqui para uma discussão que apresente um contraponto racional e elaborado para a boa discussão. Tem agido de forma leviana ao fazer acusações descabidas e ofensivas. Também acho incorreto esse aumento de 35% no IPI para os autos, que, afinal, vão atingir somente os automoveis de baixo custo importados da China que concorrem efetivamente com as montadoras aqui instaladas que praticam a cartelização.
    Sua intenção é somente comprometer um blog que está aberto à discussão, com isenção para todas as tendências .

    multiplus

    como eu disse, educadamente, mal intencionado foi o "leitor" e o Azenha!

    vou além: meu contraponto foi racional e elaborado para uma boa discussão… só q o ponto a ser discutido é a falta de ética do blog em acusar os outros de serem vendidos!

    o blog tem agido de forma leviana ao fazer acusações descabidas e ofensivas… inclusive contra mim, quando fui acusado pelo Azenha de ter praticado "falsidade ideológica", CRIME previsto no código penal… (quer mais leviano, descabido e ofensivo q isso?)

    (alias, onde está a sua indignação com a postura do blog q acusou a "nossa gloriosa midia" de assumir uma posição editorial por dinheiro?)

    minha intenção é mostrar o quanto o blog se compromete ao adotar uma postura tão parcial e leviana como essa!

    ps: blog aberto à discussão? com isenção para todas as tendencias? vc tá brincando, né?

    ps2: acabei de apostar R$ 0,50 com a minha avó q esse comentário não será publicado!

Jair

Já pensaram na quantidade de impostos arrecadados durante toda a vida de um automóvel? Qual outro artigo, bem durável, arrecada tanto quanto este? Avião?

José do Ceará

Ao contrário do consórcio do inferno(psdb+dem+pig) que são lesa pátria e entreguistas, o povão ,mesmo após o encerramento da música,continuou a cantar o Hino nacional lá em Belém (PA).Aprende PIG safado…

Roberto Locatelli

É preciso, sim, proteger os empregos no Brasil.

Mas também é preciso limitar os lucros das montadoras. Aqui no Brasil, elas têm lucros exorbitantes, com a complacência dos sucessivos governos desde a ditadura até hoje.

No entanto, com a vinda de outras montadoras para produzir aqui, fatalmente o preço será pressionado fortemente para baixo, principalmente no nicho de carros populares.

    Scan

    Meu caro Locatelli, porque você é da opinião de que a vinda de outras montadoras pressionariam os preços para baixo?
    Acho muito mais razoável pensar que entrarão na onda das já aqui instaladas e praticarão exatamente a mesma política de preços altos ora vigentes.
    Eles querem dinheiro. E dinheiro fácil pode ser obtido mantendo-se as coisas como estão, não lhe parece?
    As montadoras devem ser chamadas às falas e pressionadas a baixar o preço pelo governo. Ou então, fortemente inibidas de mandar o dinheiro pra fora.
    No primeiro caso, o problema da verdadeira festa que fazem esbulhando o consumidor seria de pronto resolvido.
    No segundo, pelo menos o dinheiro seria reinvestido aqui mesmo e PODERIA, em princípio, fomentar o desenvolvimento.
    Esperar que os lobos se mordam entre si para salvar a pele dos cordeiros parece-me uma tolice. É necessário que se mostre força (única linguagem que esse pessoal entende) e, como o povo não vai, infelizmente, deixar de comprar carros pra forçar uma baixa, o governo terá que fazer o papel.
    []'s

    beattrice

    Concordo, a cartelização do setor é evidente.

Rômulo

Fernando Pimentel é um dos mais competentes ministros da Presidenta.
E por falar nela, já viram os resultados da pesquisa do IBOPE que saiu hoje? Está no CA e no Tijolaço.
Ela está mais bem avaliada que o FHC e o Lula, aos nove meses de seus primeiros governos. 71% de aprovação pessoal e 51% para o seu governo.
Um fenômeno político, a Presidenta Dilma Rousseff. De parabéns todas as valorosas mulheres de todas as classes sociais desse imenso país. De parabéns a nossa Presidenta. Que Deus a guarde eproteja para que possa cumprir o que prometeu,avançando no caminho que ajudou a abrir, ao lado de Lula.
Lula sai mais uma vez vitorioso: indicou com propriedade quem iria sucedê-lo. Até nisso foi extremamente lúcido e competente.

fernandoeudonatelo

Me parece que os preços exorbitantes, ou o Lucro Brasil das montadoras comparados com os preços exportados a outros países, é alimentado pelo nosso modelo carro-centrista, acelerado nos últimos anos pelo crescimento do mercado interno, sem a devida viabilização de alternativas de mobilidade urbana.

VLT's ligando micro-regiões, metrôs ligando regiões metropolitanas, trens cobrindo malhas estaduais e até hidrovias para trechos navegáveis de pólos populacionais como o Tietê.

Isso requer dinheiro. Em Amsterdam, por exemplo, a partir de 2012 será cobrada uma taxa de 3 centavos de Euro por quilômetro rodado dos automóveis, chegando a 6,7 centavos em 2017.

Tanta taxação sobre o uso os automóveis requer um bom sistema de transporte público, e nesse caso, ele deve ser exemplar.

Paulo

Essa política de importação provoca desindustrialização e incapacita o País a longo prazo.

A Forbes publicou um artigo: "Por quê a Amazon não pode fabricar o kindle nos EU?", no qual mostra que essa política de importação e terceirização da manufatura incapacitou os EU de produzirem a nova geração de equipamentos de alta tecnologia.

Segue parte do artigo:

"Décadas de terceirização de manufatura deixaram a indústria dos EUA sem os meios para inventar a próxima geração de produtos de alta tecnologia que são essenciais para a reconstrução de sua economia, como foi observado por Gary Pisano e Willy Shih em um artigo clássico, "Restaurando Competitividade Americana" (Harvard Business Review, Julho-Agosto de 2009)"
http://www.forbes.com/sites/stevedenning/2011/08/

Rodrigo Leme

Eu não entendo…outro dia postou-se aqui uma matéria sobre a ganância das montadoras, que culpam o "custo Brasil" para esconder que elas mesmas sobrecarregam o preço dos automóveis.

Se pensarmos que menos concorrência significa mais concentração, e mais concentração significa dar mais poder de precificação para um grupo de montadoras, o aumento do IPI para importados, ISOLADAMENTE, contribuiria para que a indústria automobilística nacional tivesse maior controle dos preços a seu favor.

Aí o Azenha, nessa sanha de achar qualquer fiapo para bater na "grande mídia", publica uma matéria sem sentido como essa…eu faço uma pergunta: quem é o maior anunciante automobilístico do Estadão? É a Jac Motors? Ou seria um GM, uma Fiat, ou uma das 4 grandes que estão instaladas no Brasil e não vão sofrer com o aumento do IPI de importados?

Se existe mesmo essa troca de anúncio por "defesa", não deveria o Estadão defender seus maiores anunciantes e apoiá-los ao justificar a necessidade desse aumento de IPI para importados?

Criticar a grande imprensa não faz mal para ninguém, mesmo quando se estica a realidade para fazer isso. Ruim mesmo, e errado, é desinformar, gerar o mesmo tipo de "notícia" que se critica nesses veículos da "grande mídia".

José Ruiz

Acho que em breve iremos assistir intensas batalhas protecionistas em todo o planeta… para se ter uma idéia, já tem gente falando na perspectiva de guerras na Europa por conta da ascenção de partidos conservadores xenófobos e da proteção/reserva de mercados… estamos à beira do precipício com a crise econômica que já está instalada, mas cujos efeitos ainda vão se aprofundar muito mais… neste contexto acho razoável medidas de proteção às empresas nacionais, ainda que concorde plenamente com a opinião de que as montadoras "nacionais" só melhoraram (um pouco) a qualidade de seus automóveis depois da abertura do mercado (Collor).

Luiz Reis

Penso que se dá demasiada importância para a indústria automobilística. Acabamos por nos pautar pela agenda dos interesses dos acionistas das fábricas estrangeiras. Alguém aí tem ações de alguma delas? Nós nos comportamos assim por conta dessa desvairada obsessão por automóveis, fruto de uma cultura que vai sendo passada de pai para filho, e agora de mãe para filha, desde bem cedo. A importância que se dá a ter um carro, se for importado e grande então, melhor ainda, é um reflexo de nossa condição ainda subdesenvolvida. Aqui os consumidores aceitam pagar R$ 80 mil em um carro que não vale R$ 40 mil simplesmente para poder sair desfilando sua egolatria veicular… e nem vou entrar na discussão sobre indústria nacional, pois ela não existe, isso é óbvio. Existem países capitalistas em que o estado possui fábrica de automóvel, face ao cartel mundial desse segmento. Porque aqui não fazê-lo, já que capitalista, brasileiro em especial, não investe, não fomenta, apenas quer comer o "mingau mastigado"?

Marcelo de Matos

(parte 2) Entendo, portanto, que as importações não fariam baixar o preço dos automóveis nacionais. Os importadores acabariam alinhando seus preços com os dos fabricantes nacionais, incorporando-se ao cartel. A vantagem da medida governamental é que força esses importadores a montarem os carros no Brasil, gerando empregos por aqui. O que fazer, então, para acabar com o cartel automobilístico que faz com que paguemos o maior preço do mundo pelos carros? Não vejo uma solução no momento. Nem adianta diminuir os impostos porque o que pesa mais no preço é o lucro das montadoras. Talvez, só uma crise no setor, resultado da superprodução e do acúmulo gigantesco de carros usados, faça com que caiam os preços. Enquanto nossa economia estiver aquecida isso não ocorrerá.

Marcelo de Matos

(parte 1) Em foco, novamente, a questão da abertura ou fechamento do mercado nacional. Segundo a história, ou a lenda, Roberto Campos primeiro e Fernando Collor depois, promoveram a abertura do mercado brasileiro. Os setores em que há oligopólio (situação econômica em que um pequeno número de empresas controla a oferta de produtos para ter domínio sobre o mercado), porém, não sofrem os efeitos da abertura. Exemplo típico de oligopólio é a indústria automobilística. Tanto assim que o Dicionário Aurélio exemplifica: “As montadoras de automóveis no Brasil constituem um oligopólio”. Há vários outros oligopólios, como a indústria de cimento, de aço, alumínio, produtos químicos e farmacêuticos (Me ajuda aí, como diz o Datena). O cimento, tal como os automóveis, é caríssimo. As importações não fazem baixar o preço porque as fábricas aqui instaladas conseguem impedi-lo, ou porque é difícil importar o produto, que pode ser hidratado no transporte de navio.

multiplus

eficiencia é sempre melhor q protecionismo!

quando os EUA (por exemplo) sobretaxa o aço ou o suco de laranja brasieliros, com o mesmo discurso "de estadista" da Dilma de proteger os trabalhadores locais nós reclamamos e recorremos à OMC, inclusive ganhando alguns casos…

o Brasil é grande EXPORTADOR de automóveis… estamos tirando emprego de outros países tb? Deveriam os países importadores de automóveis brasileiros taxar nossos produtos?

e pra quem reclama do preço do automóvel aqui no Brasil (q é realmente absurdo) devemos lembrar q quase 50% do preço final é IMPOSTO!

as montadoras tem um grande sócio chamado ESTADO!

em relação à chamada da matéria, acho tendenciosa… mostrar um ANUNCIO PAGO como motivo da defesa da liberdade de mercado!? qualé, né?

Marcio H Silva

A Dilma está fazendo com as montadoras exatamente o que o Governo Chines faz em casa. Tente vender um carro ou qualquer produto acabado para a china e verás que é impossível. Trabalhei com empresas chinesas como fornecedora e aprendi muito da cultura dos caras. Qualquer país que queira vender qualquer coisa para a China deverá antes instalar um parque fabril no território chines, contratando mão de obra chinesa com grau de automatização mínimo. Estamos no caminho certo.

Marcio H Silva

A Dilma está fazendo com as montadoras exatamente o que o Governo Chines faz em casa. Tente vender um carro ou qualquer produto acabado para a china e verás que é impossível. Trabalhei com empresas chinesas como fornecedora e aprendi muito da cultura dos caras. Qualquer país que queira vender qualquer coisa para a China deverá antes instalar um parque fabril no território chines, contratando mão de obra chinesa com grau de automatização mínimo. Estamos no caminho certo.
O Governo federal poderia também rever junto as montadoras os preços dos automóveis praticados aqui no Brasil. Deveria rediscutir as planilhas de custo e baratear o nosso carro zero.

Eudes H. Travassos

Édesta forma que vejo o avanço do governo Dilma sobre o governo Lula, avante Barsil, e que morram a mígua os neocolonis.

José Manoel

Exemplo de imposto: Uma Cherokee zero km custa em média U$ 39.000,00 nos USA! Aqui não sai por menos de R$ 160.000,00!!!! Dá prá entender?????

José Manoel

Isso é resultado da pressão das 4 grandes! Elas querem ter reserva de mercado!!!! Uma vergonha!!!!!!!!!!!!!!

Sergio Luis

Sou eleitor da Dilma e do Lula, mas discordo da presidente! Não existe indústria automobilística nacional! Existem aqui, há 6 décadas, filiais de empresas estrangeiras que nunca fizeram a mínima questão de atender bem aos consumidores. Respaldados por uma reserva de mercado absurda, sempre venderam veículos caros e ultrapassados. A minha presidente Dilma deveria enquadrar essas montadoras e exigir preços compatíveis com o mercado externo. Um veículo que custa 15.000 dólares no exterior aqui sai por 25.000 e até 30.000 dólares! O problema é que ninguém quer abrir mão, o governo da arrecadação de tributos e as montadoras das gordas margens de lucro! Enquanto isso, o consumidor é que se ferra…

beattrice

A título de informação
vale a pena registrar que a HYUNDAI, que tem uma fábrica em instalação em Piracicaba ,
no interior de SP, domínio tucano, não tem sequer mão de obra nacional, quanto mais peças.
Até o momento a fábrica vem sistematicamente "importando coreanos", às centenas,
para trabalhar em suas instalações.
Essa tática, que também já foi empregada pela HONDA, que opera em Sumaré, também interior de SP,
já resultou no caso desta última em batalhas judiciais na Justiça do Trabalho,
pois os "comandantes" do tal exército oriental, não obedecem como via de regra
as leis trabalhistas do Brasil gerando conflitos sucessivos.
A tal ponto que a HYUNDAI foi preventivamente advertida
pelo MP do Trabalho a se portar melhor que sua congênere.
Em tempo,
seria muito conveniente Azenha que fosse esclarecido qual o compromisso destas montadoras com o país, se sequer a mão de obra nacional elas empregam e ainda querem porque querem abatimentos tarifários.

    Marcelo de Matos

    A fábrica chinesa de tablets em Jundiaí (Foxcomm) encontrou dificuldades em contratar técnicos e engenheiros brasileiros, porque não havia no mercado. Acabou levando dezenas de jovens para estudar na China. A Toyota, que está instalando fábrica em Sorocaba, exigiu que o município abrisse mais um Senai para formar mão de obra especializada. O problema que você citou existe e terá de ser resolvido. Em parte, ele decorre na má formação técnica país.

Castor Filho

Não existe indústria automobilística NACIONAL. O que existe é empresa estrangeira fabricando carros de tecnologia antiquada, quando não simplesmente vagabunda, preços escorchantes e vendendo para brasileiros OTÁRIOS que pagam quase 3 vezes o preço de venda no exterior (do exportado pelo Brasil) pelo qual o MESMO carro fabricado aqui. Não se trata de CUSTO Brasil, mas de LUCRO Brasil. Lucro limpinho, pois o IR dos fabricantes já está embutido no preço de venda e mé pago pelo comprador.
Ao invés de mexer no IPI o Governo deveria cobrar IR progressivo sobre a diferença entre no preço local/Brasil e o preço local no país importador.
Segundo meus cálculos iso diminuiria os carros "nacionais" em cerca de 50%… Ainda seria caro, mas mais barato que atualmente.
Castor Filho

    beattrice

    Concordo, além de tudo, teria o excelente benefício de arrancar o discurso hipócrita anti-tributação de DEM & similares, pois explicaria à sociedade qual é exatamente a composição do preço do veículo, didaticamente.

    fernandoeudonatelo

    Gostaria de ir um pouco além. A medida de elevação do IPI sobre conteúdo nacionalizado menor que 65%, poderia ser mantida, mas aí entra a cobrança de IR progressivo sobre a diferença entre os preços local e exterior das montadoras nacionais.

    Bom, o que poderia ser feito como contrapartida, esses recursos poderiam compor um fundo direcionados ao subsídio do transporte público, aumentando investimentos em infra-estrutura ferroviária ou hidroviária.

    Suponhamos, que não fosse cobrado o IR progressivo. Mantendo-se o IPI sobre importados, o governo poderia forçar contrapartidas das montadoras, como aumento e treinamento em P&D nessas plantas (porque somente as matrizes que detém o processo). Para as que entram no país, como a Hyundai, por exemplo, poderia vincular sua empresa a projetos piloto com o setor público em navios de longo-curso por exemplo.

Vlad

Disse Dilma:
“Nosso mercado interno não será objeto de pirataria por nenhum outro país, nem ninguém.
“Todas as empresas que estão se queixando não produziam aqui”.
“Se aceitarmos que, na produção de veículos, alguém venha aqui, abra uma loja, produza o produto no seu país, crie empregos lá e venha vender aqui, estamos cedendo aqui uma coisa que conquistamos com o maior esforço, que é o mercado interno”.
“Queremos que qualquer empresa estrangeira, para não pagar imposto maior, tenha de produzir aqui, gerar empregos aqui”.
“Gostamos de respeito e damos o respeito. Agora o que queremos: queremos que invistam aqui sim, serão bem vindos, protegidos e amados. Mas venham e produzam aqui, gerem tecnologia aqui. Não seremos mais objeto desse uso”.
Isso sim que é uma Presidente! Arre!!!!, finalmente!
Depois vão procurar o motivo do aumento da aprovação de Dilma no Sul/Sudeste, e certamente vão achar que é por causa da tal "faxina". Mas não é. É pela postura de Estadista que há mais de 30 anos não se via (ou, pelo menos, eu não via).
Muito grato, Presidente Dilma; não escrevo com "azinho" no fim, por questão de conservadorismo lingüístico, mas certamente com P maiúsculo, que é mais que merecido..

Damastor Dagobé

carro importado é bom..pena que os motoristas sejam nacionais…

jaime

Bom, a indústria automobilística verdadeiramente brasileira continua mesmo intocada, virgem, distante, invisível, diria mesmo inexistente. A depender dos capitalistas brasileiros – um paradoxo – vai continuar assim, a não ser, é claro, que o governo banque uma empresa privada, bem privada mesmo, daquelas que saem falando mal de tudo o que é estatal – tipo usineiros de álcool – da carga tributária…

eunice

Isso já é antigo:choradeira.
Viva Dilma, a novidadeira!

Marcelo de Matos

A Dilma não dá ponto sem nó, como diz o ditado. Tanto assim que sua popularidade só está subindo. O UOL noticia hoje: “A avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff cresceu em setembro, mostrou pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta sexta-feira (30). De acordo com o levantamento, 51% dos entrevistados consideram o governo Dilma ótimo ou bom, contra 48% em julho. A melhor avaliação do governo Dilma foi apurada em março, quando chegou a 56%. A pesquisa mostrou ainda que 34% apontam o governo como regular, contra 36% há dois meses, e 11% o classificam como péssimo ou ruim, ante 12% em julho. A avaliação positiva da presidente também subiu. Em setembro, chegou a 71% ante 67% apurados em julho. Em março, Dilma havia recebido a melhor avaliação positiva, com 73% de aprovação”. A flexibilização do IPI para os chineses e coreanos, porém, pode ser mais bem avaliada. Os coreanos estão montando uma fábrica em Piracicaba e os chineses investindo pesado em outra em Jacareí.

    beattrice

    Essas fábricas sequer empregam trabalhadores brasileiros.
    Não representam necessariamente a contrapartida necessária para as deduções tarifárias que pleiteiam.

    Marcelo de Matos

    Minha incultura jurídica encontra-se muito defasada e não poderei argumentar muito. Não seria o caso de, simplesmente, aplicar a lei? Por exemplo, o art. 352 e seguintes da CLT. Nos meus tempos de bancos escolares havia a "lei dos 3/4", se não me engano, que estabelecia o percentual obrigatório de trabalhadores nacionais. Devem existir ainda parâmetros legais nesse sentido. É só exigir o cumprimento.

    beattrice

    Está aí uma questão que poderia ser averiguada, se esse índice continua valendo porque não está sendo respeitado?

    marcio_cr

    E quem disse que não esta?
    E se não estiver, cabe a justiça a fazer aplica-la.

Almerindo

Azenha, o problema é que tanto as montadoras nacionais, quanto as estrangeiras, cobram um ágio VERGONHOSO nos seus preços, como algumas reportagens já provaram, mas infelizmente o "brasileiro bonzinho" aceita pagar muito caro, na ilusão das prestações a perder de vista. O governo tinha é que ter deixado como estava e criado mecanismos para que as montadoras ficassem impedidas de esfolar nosso mercado, baixando seus preços entupidos de "gordura" e ganhando no volume de venda. Teria sido MUITO melhor para nós consumidores.

marcio_cr

Sim, a industria brasileira está intacta. Intacta, inflexivel, ineficiente e cara.

O Brasil já aplica o limite máximo do II permitido pela OMC, o brasileiro paga um dos carros mais caros no mundo. A "industria brasileira" exporta carros mais baratos que o brasileiro paga internamente. ou seja, essa medida está apenas protegendo os lucros absurdos de multinacionais dilapidando o brasileiro.

    tereza

    e no que a importação de automóveis modificaria isso?! Só seria mais um problema pro país.

    Daniel

    Competição meu caro. Que incentivo as montadoras "brasileiras" tem em diminuir o preço ou aumentar a qualidade? Pra mim essa medida foi o maior tiro no pé do governo da Dilma. As montadoras "brasileiras" já falam em aumentar o preço dos carros para "competir" com os importados 30% mais caros. "Jênial".

    Exemplo da burrice nacional?
    Chevrolet Cruze BR: R$ 67.900
    Chevrolet Cruze EUA: R$ 31,768

    Ou seja, aqui o Cruze é carro de bacana, nos EUA é carro do povão…

    O mais ridículo foi a Dilma fazendo discurso anti-protecionismo na ONU no mesmo dia que anunciou o aumento do imposto. Já sei, eu é que devo ser o hipócrita.

    Gersier

    No Brasil existe a cultura da inflação e a mentira da indexação.Os ganaciosos estão sempre inventando as desculpas mais esfarrapadas possíveis para não diminuir não os preços,mas os seus exorbitantes lucros.Ouvi de um desses lamentando porque seu lucro tinha caido de SESSENTA por cento para CINQUENTA por cento.Um absurdo.Um amigo que mora na Inglaterra me contou que lá os empresários põem as mãos para o céu quando conseguem ter um lucro de QUINZE por cento.Se é verdade ou não,não sei,mas que no Brasil existe aberrações,existe e a desculpa é sempre que o governo é o culpado.Culpado?Em parte quem reclama tem razão. Os marajás do judiciário que recebem acima de 27 mil reis mensais e querem mais. Prefeitos e vereadores que trabalham pouco e ganham salários muitas das vezes superior ao da Presidenta. Marajás do congresso e seus apaniguados assessores que custam uma fábula.Acredito que esse é o conjunto da obra que provoca esses absurdos,e "nóis" Ó,pagando o pato,quer dizer,bancando os patos.

    Garapuvu

    Exatamente. Como já havia dito, a JAC vai absorver esse aumento que representa cerca de 25% do valor do veículo. Isso só comprova a margem de lucro exorbitante que é praticada. Porquê o governo brasileiro não pede explicações a respeito do lucro que as montadores praticam? Elas recebem isenções fiscais para instalarem suas fábricas, remetem o lucro para o exterior e o governo sempre os tratando a pão de ló. Existe alguma contrapartida entre o governo e as montadoras? qual o compromisso afirmado? é revoltante

Deixe seu comentário

Leia também