A divisão entre os professores grevistas e a “birra” do governo

Tempo de leitura: 2 min

publicado em 24/08/2012 às 11h47

Sindicato diz que governo está “de birra” com professores

MEC se recusa a reabrir negociações após contraproposta de servidores em greve

Marina Marquez, do R7, em Brasília

Depois de apresentar oficialmente na última quinta-feira (23) uma contraproposta ao MEC (Ministério da Educação) e ver o governo negar uma reabertura de negociações, o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), disse que o ministério está “de birra” com os professores. De acordo com o diretor Luiz Henrique Schuch, é “totalmente incompreensível” o posicionamento do governo.

— É muito difícil compreender a intransigência do governo. É uma questão de birra, já que o movimento demonstrou que está disposto a abrir mão da reivindicação de elevação do patamar salarial, da questão do reajuste, em favor da reestruturação da carreira. Mas o que fica claro é que o governo tem o objetivo de desestruturar a carreira do professor. 

Segundo Schuch, o sindicato vai agora recorrer à Presidência da República para tentar reabrir as negociações. Representantes do Andes fizeram uma manifestação em frente ao Palácio do Planalto na manhã desta sexta-feira (24) e foram recebidos por assessores do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

— Estamos pedindo que o Palácio interfira para reabrir as negociações. Fizemos um recuo muito grande das expectativas salariais, o MEC precisa avaliar isso.

De acordo com outro diretor, que esteve no Palácio do Planalto, Josevaldo Cunha, o momento é de aguardar uma resposta do governo sobre a reabertura das negociações.

— Os assessores que nos receberam prometeram fazer chegar ao Gilberto Carvalho nossa solicitação e ao Ministério do Planejamento. Eles [MEC e Planejamento] não nos informaram ainda que não haverá reabertura. Queremos apresentar a contraproposta, que tem a mesma amplitude econômica que o governo propôs, mas visa à reestruturação da carreira.

Acordo

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No último dia 13, Ministério do Planejamento, MEC e Proifes (Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior) assinaram acordo fechando proposta que prevê reajustes de 20% a 45% para os professores das federais.

No entanto, o Proifes representa a minoria dos docentes e as outras entidades de classe da maioria, o Andes e o Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica),rejeitaram a proposta governamental.

Na contraproposta apresentada, os docentes abrem mão de aumento e dão preferência à reestruturação da carreira. O documento pede que, a cada degrau de progressão, os professores tenham ajuste de 4% – anteriormente, o percentual desejado era 5%. Além disso, a categoria decidiu acatar o piso de início de carreira proposto pelo governo, de R$ 2 mil.

Em nota divulgada na manhã desta sexta-feira (24), o MEC critica a contraproposta e diz que “não haverá reabertura de negociações relativas à proposta salarial”.

Segundo o ministério, as entidades sindicais que não assinaram o acordo podem fazê-lo a qualquer momento. “O orçamento do Ministério da Educação já foi encaminhado ao Ministério do Planejamento com a proposta negociada e está em processamento. Não há possibilidade de reabertura de negociações ou de análise de qualquer outra contraproposta que altere o acordo já assinado”.

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