Osvaldo Coggiola: Ucrânia, guerra “local” e crise mundial

Tempo de leitura: 9 min
Fotos: Reprodução Sputnik BR

UCRÂNIA: GUERRA “LOCAL” E CRISE MUNDIAL

Por Osvaldo Coggiola*

A guerra na Ucrânia é a expressão da passagem da crise mundial do terreno econômico e político para o bélico, e terá repercussões, inclusive militares, no mundo inteiro, das quais nenhum país poderá fugir, e nenhuma força política lavar as mãos, declarando-se neutra ou defendendo uma posição “equidistante”.

Embora Rússia apareça como “agressora”, o clima político da guerra foi cuidadosamente preparado pela grande mídia ocidental, pressionando seus governos, ao ponto de um pesquisador australiano concluir, na véspera do 24 de fevereiro, que “o roteiro para a invasão já parece ter sido escrito, e não necessariamente pela caneta do líder russo. As peças estão todas no lugar: a suposição da invasão, a prometida implementação de sanções e limites na obtenção de financiamento, além de uma forte condenação”.

Pouco ou nada foi dito na grande mídia ocidental sobre como a aliança da OTAN se expandiu, desde a dissolução e colapso da União Soviética em 1991, cada vez mais ameaçadoramente para a Federação Russa, o principal estado sucessor da antiga federação de nações que compunham a URSS.

Os mesmos EUA que impulsionam a extensão da OTAN até às próprias fronteiras da Rússia, visando, através de pressão e chantagem militar, a penetração de seus capitais por todo o antigo território soviético, anunciaram pouco antes disso uma forte retomada do seu crescimento econômico simultaneamente ao maior orçamento militar de sua história, dois fatos estreitamente vinculados.

Em início de 2014, foi defenestrado na Ucrânia Viktor Yanukovych, governante próximo da Rússia, no episódio conhecido como “Euromaidan”.

A retaliação russa foi a retomada da Crimeia, território cedido pela URSS à Ucrânia em 1954.

Depois da anexação da península, forças separatistas no Leste da Ucrânia, em regiões de maioria russa, fortaleceram seu pleito independentista.

Ante a possibilidade de redução do território ou mesmo de autonomia dessas regiões, o novo governo ucraniano, encabeçado por Volodymir Zelensky, recuperou o projeto de seu país para compor a OTAN.

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Muito antes disso, treze países, a República Checa, Polônia, Hungria (1999), Estônia, Letônia, Lituânia, Eslováquia, Romênia, Bulgária, Eslovênia (2004), Albânia, Croácia (2009) e Montenegro (2017), aderiram à OTAN desde aquele evento.

O cerco pelo Ocidente está quase concluído, agora é hora do cerco pelo Sul, com a Ucrânia, a Geórgia, a Moldávia, e possivelmente o Azerbaijão já tendo apresentado sua candidatura.

A operação está marcando passo no Leste, com os países da Ásia Central apoiando, pelo menos, por enquanto sua poderosa vizinha Rússia, também atendendo aos interesses de seu outro gigante vizinho, a China.

Washington acusa Moscou faz meses, mas não parou de deslocar porta-aviões e tropas para a fronteira russa.

A adesão da Ucrânia à OTAN traz imediatamente para a agenda geopolítica a implantação de ogivas nucleares em seu território: um míssil nuclear poderia cair sobre Moscou em um período de poucos minutos.

Em outras palavras, uma situação em que uma arma nuclear carregada estaria sendo apontada contra o coração da Rússia. Esta máquina de guerra é o que ameaça o futuro da humanidade na Europa e na Ásia, em primeiro lugar.

Diante do ataque russo, The Economist, histórico porta-voz britânico do grande capital, sugere que a OTAN aproveite a circunstância para ocupar toda a Europa do Leste, independentemente dos limites fixados pelos acordos precedentes.

A responsabilidade pela invasão militar da Ucrânia é, portanto, inteiramente da OTAN, que se espalhou do Atlântico Norte para a Ásia Central e militarizou todos os estados ao redor da Rússia.

Os dois meses de discussões desde o início da mobilização de tropas dentro da Rússia, depois para a Bielorrússia e os mares Báltico, Norte e Negro, terminaram, antes da invasão, em um impasse completo.

EUA e União Europeia se recusaram a assinar um compromisso de não incorporar a Ucrânia à OTAN, desmilitarizar os estados que fazem fronteira com a Rússia e reativar o tratado que contemplava a reunificação da Ucrânia, na forma de uma república federal.

Eclodiu uma guerra, como consequência, em primeiro lugar, de uma política de extensão da OTAN a todo o mundo.

O mesmo procedimento acontece no Extremo Oriente, onde EUA, Austrália, Nova Zelândia e Japão estabeleceram um acordo político-militar às portas da China.

A OTAN ocupou o Afeganistão, corredor entre o Oriente Médio e o Extremo Oriente, há catorze anos. Também participou no bombardeio e desmembramento da Líbia e armou as formações ditas islâmicas para derrubar o governo da Síria.

Agora, os governos da OTAN implementaram sanções econômicas, incluindo a suspensão, pelo governo alemão, da certificação do gasoduto NordStream2, que deveria completar o fornecimento de gás russo à própria Alemanha.

O bumerangue ucraniano é a expressão mais profunda da crise da política imperialista (não só dos EUA) mundial, que foi antecipada pela retirada sem glória do Afeganistão, o desastre na Líbia (“uma merda”, nas palavras textuais de Obama) e, sobretudo, no Iraque.

Reduzi-lo a um episódio de uma reformulação geopolítica internacional, em favor de um potencial bloco China-Rússia, contra os dominantes ocidentais tradicionais, seria um enfoque unilateral, ignorante do contexto de crise capitalista mundial, do conjunto dos fatores políticos internacionais postos em jogo, e até das dimensões históricas implicadas no conflito.

Por trás da movimentação agressiva impulsionada pelos EUA, filtram-se as condições precárias da retomada econômica norte-americana, que mal ocultam as condições de crise do maior capitalismo do planeta.

No terceiro trimestre de 2021, a dívida pública americana ultrapassou 28 trilhões de dólares, ou 125 % do PIB do país: o governo americano aumentou a dívida pública de forma enorme e, em condições de crise sanitária, não cobrou impostos de crise sobre as grandes empresas.

A promessa democrata de salário-mínimo de 15 dólares/hora foi abandonada, esse valor permanece em 7,25 dólares.

O orçamento militar ianque foi aumentado para US$ 720 bilhões, o maior desde a Segunda Guerra Mundial (apesar do desengajamento dos EUA no Afeganistão).

Na área de obras públicas, a administração Biden, com apoio republicano, aprovou um orçamento que favorece as grandes empresas de construção.

Deve-se lembrar que foi nos EUA que a pandemia do coronavírus resultou no maior número absoluto de mortes do mundo: mais de 820.000 até final de 2021.

Apesar da extrema gravidade da situação, Biden não executou nenhuma ação que entrasse em conflito com os interesses da Big Pharma.

Paralelamente, a concentração de capital aumentou como nunca antes na história: a Apple se tornou a primeira empresa da história a alcançar o valor de US$ 3 trilhões; em dezesseis meses, o valor da Apple subiu 50%.

Em 2021 as cinco maiores big techs (Apple, Google, Amazon, Microsoft e Facebook – Meta) bateram, juntas, o valor acionário de US$ 9,3 trilhões (já superaram os dez trilhões). Durante a pandemia, essas companhias foram as mais preparadas para lucrar com o “trabalho remoto”.

Na sua retomada de atitudes supostamente semelhantes às da “guerra fria”, os EUA aproveitam as contradições das políticas dos governos dos países antigamente subtraídos ao domínio imperialista pelas revoluções socialistas.

China e Rússia avançaram no caminho da restauração capitalista após os acontecimentos de 1989-1991. Presos às contradições do processo de restauração, estes países estão enfrentando agora uma escalada da pressão militar, econômica e política imperialista para impor-lhes, por todos os meios, subjugação total, fragmentação e lhes impor um novo tipo de colonização imperialista, mascarado como uma “mudança de regime democrático”.

Esses regimes não são capazes nem sequer estão dispostos a derrotar a ofensiva imperialista, buscam um compromisso improvável e uma acomodação impossível com o inimigo agressor de seus povos, em nome da “cooperação internacional”, a “multipolaridade”, um “acordo ganha-ganha”, todos os avatares das velhas fórmulas fracassadas de “coexistência pacífica” e do “socialismo em um único país”.

No Cazaquistão, ex-república soviética, os clãs recrutados na antiga burocracia deflagraram uma repressão no recente “janeiro sangrento”, com mais de 160 mortos, milhares de feridos e 10.000 detenções.

O Cazaquistão é o país mais rico da Ásia Central. Líder mundial na produção de urânio, também possui grandes depósitos de petróleo, gás natural, carvão, minérios, grandes quantidades de metais preciosos como manganês, cromo, potássio, titânio ou zinco.

Durante o tempo da URSS, a renda dessa riqueza, extraída em grande parte pelos deportados do gulag, foi capturada pelos principais executivos da burocracia. Depois de 1990, o clã Nazarbayev continuou a engordar vendendo a exploração desses recursos a multinacionais, numerosas no país.

Enquanto a maioria da população sobrevive com salários miseráveis nas cidades, e o campo é deixado ao subdesenvolvimento, uma oligarquia rica – algumas das fortunas do país estão nas paradas mundiais – espalha seu estilo de vida luxuoso.

Uma ditadura feroz preserva esses privilégios, monitora de perto a população, proíbe sindicatos e organizações independentes, sufoca toda a liberdade democrática e intervém com extrema violência sempre que ocorre um protesto.

Não estamos diante de uma nova “guerra fria”, opondo capitalismo e “socialismo real” (ou mesmo imaginário).

E comparar a “expansão étnica” da Rússia impulsionada por Putin com a expansão, também “étnica”, hitleriana em direção dos Sudetos tchecos e da Áustria em 1938, como fez a grande mídia, significa simplesmente esquecer que esta última foi explicitamente anuída pelas potências ocidentais na Conferência de Munique, do mesmo ano.

A semelhança é, portanto, apenas formal. A resistência russa à OTAN lança uma luz sobre a potencial desintegração da Rússia, encoberta pela sua “expansão”.

A dissolução da URSS, promovida pela burocracia encabeçada por Boris Ieltsin, sucedido por Putin, representou um passo em direção da desintegração nacional. A integração russa ao mercado mundial resultou em um retrocesso de suas forças produtivas e de sua economia.

Putin, agora, enfrenta a guerra como defensor dos interesses da oligarquia capitalista russa, depurada de alguns elementos mafiosos e beneficiária desse processo, contra o capital mundial.

O regime político na Rússia é uma expressão da tendência dissolvente existente na Rússia “capitalista”: estabeleceu uma sorte de bonapartismo buscando submeter as insuperáveis contradições sociais e nacionais da Federação Russa no espartilho da repressão política e da militarização.

As forças armadas da Rússia podem ocupar a Ucrânia, mas o sistema russo, economicamente muito enfraquecido, não é capaz de resistir à pressão do imperialismo capitalista mundial.

A inevitável fratura do bonapartismo de Putin reconsidera a alternativa da dissolução nacional. A Rússia é uma aglomeração de nações que assumiu, historicamente, a forma de um Estado, czarista, sob a pressão de outras potências, inclusive vizinhas.

A revolução bolchevique tentou superar essas contradições mediante a criação da URSS, como livre associação de nações, e impulsionando a revolução internacional (vale lembrar que, nos debates da época, Rosa Luxemburgo se opôs veementemente à concessão de independência nacional à Ucrânia, antigo território do Império – tendo sediado inclusive sua capital, Kiev – uma posição que estava bem longe de ser isolada).

A possível anexação hodierna da Ucrânia, direta ou encoberta, para integrar o espaço da Comunidade de Nações Independentes comandada pela Rússia, é uma operação imperialista do território imediatamente vizinho, que multiplica as contradições dos anexionistas.

Ignorar essa dimensão da crise, considerando-a “anacrônica”, em nome da “geopolítica internacional” ou qualquer disciplina assemelhada, é ignorar que Putin se referiu de modo bem explícito a ela na véspera do ataque à Ucrânia, inclusive em entrevistas com jornalistas ocidentais, que haviam adotado um tom agressivo em defesa da “soberania nacional” da Ucrânia:

“A Ucrânia moderna foi inteiramente criada pela Rússia ou, para ser mais preciso, pelos bolcheviques, a Rússia comunista. Esse processo começou praticamente logo após a revolução de 1917, e Lênin e seus associados o fizeram de uma maneira extremamente dura para a Rússia – separando, cortando o que historicamente era terra russa. Ninguém perguntou aos milhões de pessoas que vivem lá o que eles pensavam” – foram suas palavras.

Toda a discussão de Putin sobre a história, desde o estabelecimento da URSS em 1922 até seu desmoronamento em 1991, foi uma argumentação para um objetivo pouco velado: a refundação da Federação Russa com base nas fronteiras da Rússia czarista.

Tendo superado o trauma do colapso nacional, as classes dominantes russas estão agora voltando seu olhar para as antigas fronteiras da URSS, cujas fronteiras correspondiam, mais ou menos, às do território do império do czar.

Com exceção de Finlândia, Polônia e dos três países bálticos, todos os povos do império czarista decidiram ficar com o novo estado fundado com base na revolução de outubro de 1917.

O território geral da Rússia czarista e o da União Soviética era, aproximadamente, coextensivo.

Putin anseia restabelecer as fronteiras não da União Soviética, mas as da Rússia desde tempos imemoriais.

Falar sobre o desejo de Putin de restabelecer a União Soviética é uma mentira, já que o mesmo discurso prova amplamente que Putin é hostil à URSS e a vê, de acordo com quase todos os líderes da classe dominante da Rússia, como um desvio transitório do curso da história russa.

Putin aspira a uma reedição da Rússia czarista sem czar. Para este fim, ele inventa uma narrativa histórica que, por enquanto, se limita às relações entre a Rússia e a Ucrânia, mas não há dúvida de que, se for bem-sucedida no caso da Ucrânia, o establishment russo estenderá a outros antigos territórios czaristas.

Nas contradições internacionais suscitadas por essa política, e suas formulações ideológicas, tentam encontrar naturalmente seu lugar o deslocado Donald Trump e o tresloucado Jair Bolsonaro.

O epicentro da crise, porém, se situa no próprio sistema imperialista. A inadequação crescente da OTAN às relações internacionais abaladas tornava-se evidente à medida que suas operações militares culminavam em repetidos fracassos, revelando uma contradição histórica mais aguda.

A dissolução da União Soviética e a abertura da China ao mercado mundial pareciam anunciar uma expansão excepcional do capitalismo, mas as sucessivas crises mundiais mostraram suas limitações intransponíveis: a contradição entre o monopólio financeiro e militar dos EUA, por um lado, e seu recuo sistemático no mercado mundial, pelo outro.

Na OTAN, o imperialismo norte-americano tinha confrontos mais frequentes com seus aliados, suas operações internacionais, como no Iraque, não mais conseguiam se apoiar em “coalizões internacionais”.

Na crise ucraniana, a Rússia negociou com quatro ou cinco governos separadamente: os EUA, a Alemanha, a França e até a Turquia e a própria Ucrânia. A guerra ucraniana acentuará, primeiro em baixo do pano e depois em cima dele, a desintegração do aparelho político-militar ocidental.

O pano de fundo da crise ora bélica são as contradições da acumulação capitalista e a rivalidade entre os grandes capitais e entre os Estados que os representam.

As sanções econômicas da OTAN contra a Rússia são o reverso da badalada “globalização”. Medidas econômicas “de exceção” são adotadas por países que temem se envolver em uma grande guerra comercial.

A guerra cria a ameaça de um deslocamento do comércio e das finanças internacionais, já afetadas pelo golpe que as cadeias produtivas internacionais receberam no quadro da pandemia. O governo Putin desencadeou operações militares sob a pressão de um impasse estratégico, da mesma forma que a OTAN buscou esse resultado e insistiu em provocá-lo, como uma saída para o seu.

Rússia está sob o domínio de uma oligarquia e de uma burocracia sem outro título além da sua recente ascensão e expropriação da propriedade estatal, um capitalismo rastaquera que o capital internacional quer deslocar de forma absoluta ou relativa para seu próprio benefício.

O motivo da discórdia e da guerra não é a independência da Ucrânia, a atual é uma guerra pela reconfiguração política internacional de um mundo capitalista em crise e decadência.

Politicamente, o internacionalismo proletário, porém, está ausente.

A presença, nesta crise mundial aprofundada, de uma estratégia internacionalista dos trabalhadores, em defesa de uma paz baseada na derrota das provocações militares imperialistas, da perspectiva de uma livre associação e complementação dos povos e nações, depende de um debate internacional que a esquerda, se for consequente, deve promover com urgência, que resulte numa estratégia anti-imperialista e anticapitalista, independente das burocracias e das oligarquias neocapitalistas, e unificada no mundo todo.

*Osvaldo Coggiola é professor titular de História Contemporânea da USP. Autor, entre outros livros, de Teoria econômica marxista: uma introdução (Boitempo).

Leia também:

Jeferson Miola: Putin age como Pedro, o Grande, Lênin e Biden agiriam

Celso Amorim: A expansão da Otan é um absurdo, mas a operação militar da Rússia é “erro”; vídeo

Lula sobre a Ucrânia: “Divergências devem ser resolvidas na mesa de negociação”; vídeo

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Comentários

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assalariado.

Um pouco de HISTÓRIA;

https://jornalggn.com.br/noticia/todas-as-guerras-sao-guerras-dos-banqueiros/

Henrique martins

O poder oculto ao qual me referi está tentando cavar uma terceira guerra mundial para depois propor o desarmento da humanidade com a desculpa de concentrar as armas na ONU.
Se não conseguir agora com o conflito na Ucrânia esse poder oculto vai tentar cava-la no Oriente Médio e não vai demorar.
Acontece que o quarteto (Rússia, Ira, China e Coreia do Norte) sabe do plano e não vai aceitar se desarmar.
O plano B para desarmar a humanidade é tão ousado que não posso contar. O importante é que o quarteto está inteiramente ciente e não vai se desarmar em hipótese nenhuma.
Daí, se a humanidade cair no papo e se desarmar sob a influência do plano B somente esse quarteto terá condições de lutar para defender a humanidade.

Zé Maria

“Pesquisa aponta Brasil como País de Maior Crescimento da Extrema-Direita”
“País registra mais de 530 células extremistas, concentradas no Sul e Sudeste” Eleição de Bolsonaro fez do País uma “Disneylândia do Neonazismo”

Jornal GGN: https://t.co/FPRfwkvQQ8

O Brasil é o país onde o número de grupos ligados à extrema-direita tem avançado com mais intensidade em todo o mundo, segundo dados divulgados pela ONG Anti-Defamation League (ADL).

Monitoramento do Observatório da Extrema Direita (formado por acadêmicos
de mais de dez universidades brasileiras e de outros países)
e de pesquisa da professora Adriana Dias, da Universidade de Campinas
(Unicamp), mostra que esses grupos estão concentrados nos estados de
São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

https://twitter.com/JornalGGN/status/1498023885236752393

Íntegra: https://jornalggn.com.br/editoria/politica/pesquisa-aponta-brasil-como-pais-de-maior-crescimento-da-extrema-direita/

    Zé Maria

    O perfil “Sleeping Giants Brasil” (@slpng_giants_pt),
    que ganhou notoriedade por alertar empresas sobre
    a divulgação de publicidade em sites que reproduzem
    conteúdo de ódio ou mentiroso, dá início nesta quarta-
    feira (23) à campanha coletiva #YouTubeApoiaFakeNews.

    A mobilização pede que a gigante da tecnologia se comprometa
    com a preservação da ordem democrática no Brasil
    e adote práticas que já vigoram em outros países.
    Entre as demandas que são feitas estão a disponibilização
    de relatórios de transparência de publicidade política
    e mecanismos de proteção da integridade eleitoral,
    adotados nos EUA e na Alemanha.

    https://twitter.com/slpng_giants_pt/status/1496471685431959554

    “A democracia brasileira não é menos importante
    que a dos outros 30 países que têm acesso ao Relatório
    de Transparência de publicidade política”, afirma o diretor
    jurídico do Sleeping Giants Brasil, Humberto Ribeiro.

    “As eleições brasileiras estão sob ataque, e o Google
    não permite, até hoje, que a imprensa, a academia
    e a sociedade saibam quais narrativas estão sendo
    patrocinadas com seus serviços.
    A negligência da empresa em não oferecer ao Brasil
    ferramentas de segurança já disponíveis para outros países
    pode contribuir para que as eleições se encaminhem para
    uma catástrofe”, segue Ribeiro.

    A campanha também contará com o envio de uma carta
    à direção do Google. E pedirá a remoção, em até 90 dias,
    de conteúdos contendo desinformação —com enfoque
    em publicações feitas no YouTube.

    Procurado pela coluna, o Google diz que as eleições
    brasileiras sempre foram uma prioridade para a empresa
    e que, desde outubro do ano passado, iniciou uma série
    de ações “para ampliar os esforços de combate
    à desinformação e apoiar os eleitores na busca por
    informações úteis e relevantes para um voto informado”.

    O Google ainda diz que lançará seu relatório de transparência
    de publicidade política no primeiro semestre deste ano,
    quando terá dados reunidos sobre os candidatos.
    “Em novembro de 2021, começamos a verificar anunciantes
    que querem usar nossas plataformas para fazer publicidade
    eleitoral —o que inclui anúncios de candidatos a cargos
    eletivos de nível federal e atuais titulares destes cargos”,
    afirma, em nota.

    A empresa também diz que está focada em remover
    rapidamente do YouTube qualquer conteúdo que viole
    as políticas da plataforma, como desinformação eleitoral,
    discurso de ódio e assédio.
    “Essas regras estão em constante atualização para combater
    conteúdos que busquem interferir nos processos democráticos”,
    afirma.

    [Fonte: Blog da Jornalista Mônica Bergamo]

Zé Maria

A Globo News teve a capacidade de auxiliar na invenção
de que ‘a Embaixada da Ucrânia em Brasília sofreu um
ataque hacker da Rússia’ [SIC].
Pô! Mentira tem Limites na Imprensa braZileira! Ou não?

Zé Maria

Batalhão da Ucrânia usou sistemas Grad
para atingir áreas residenciais perto da
cidade ucraniana de Mariupol, diz Rússia

Nacionalistas [NeoNaziFascistas Ucranianos] do batalhão Azov
usaram neste sábado (26) lançadores múltiplos de foguetes Grad
em zonas residenciais nos arredores de Mariupol e contra uma
escola de Mariupol, disse hoje (27) o major-general Igor Konashenkov,
representante oficial do Ministério da Defesa da Rússia.

“Em 26 de fevereiro das 16h00 às 16h20 [10h00-10h20 no horário de Brasília],
nacionalistas [NeoNaziFascistas] ucranianos do batalhão Azov atacaram
áreas residenciais de povoamento de Sartana nos subúrbios de Mariupol
e a escola Nº 8 na cidade de Mariupol. Como resultado, há destruição de
edifícios residenciais e há mortos entre a população civil”,
disse major-general.

“O Ministério da Defesa russo advertiu que os nacionalistas [NeoNaziFascistas]
ucranianos estavam preparando tais provocações”,
acrescentou.

De acordo com ele, o Exército russo destruiu 975 locais da infraestrutura militar da Ucrânia.

“Entre eles estão 23 postos de comando e centros de comunicação das
Forças Armadas da Ucrânia, três postos de radar, 31 sistemas de defesa
antiaérea S-300, Buk M-1 e Osa e 48 estações de radar.
Foram derrubados oito aeronaves de combate, sete helicópteros e
11 veículos aéreos não tripulados, bem como dois mísseis táticos Tochka-U”,
acrescentou Konashenkov.

O representante oficial do Ministério da Defesa da Rússia disse que
também foram destruídos “223 tanques e outros veículos blindados de combate,
28 aeronaves (em terra), 39 sistemas de lançadores múltiplos de foguetes,
86 morteiros e peças de artilharia, 143 unidades de veículos militares especiais”.

https://br.sputniknews.com/20220227/batalhao-ucraniano-usou-sistemas-grad-para-atingir-areas-residenciais-perto-de-mariupol-diz-russia-21606630.html

Joao

Para quem não queira ir cegamente na cantiga dos do costume e queira perceber melhor o que se passa na Ucrânia!

Aqui deixo um breve apanhado de dados históricos que ajudam a perceber os moldes em que se está a passar o confronto entre duas potências imperialistas com a Ucrânia metida no meio!

Os estados unidos rodearam a Rússia de bases militares através da NATO.

A Ucrânia é um país com uma ligação forte e complexa com a Rússia e tem uma forte comunidade Russa!

Em 2014 tinha um governo pró russo que foi deposto num golpe de estado prepetrado por um movimento armado neo nazi, o batalhão azov financiado e apoiado pelos eua!

Após o golpe de estado as comunidades russas foram perseguidas, a língua russa proibida e partidos pró russia perseguidos tendo o partido comunista inclusive sido proibido!

Isto criou todo um cenário que facilitou a que nas eleições de 2019 fosse eleito um governo pró americano dando um ar democrático mas mantendo o batalhão azov poder real!

Para além disso as comunidades russas fugiram para a Crimeia, Donetsk e Lugansk!

Na Crimeia refugiou-se o governo deposto em 2014 e estando fortemente e militarmente ameaçado pediu o auxílio da Rússia e a anexação da Crimeia!

Donetsk e Lugansk continuam a fazer parte da Ucrânia embora sejam estados que pretendem aderir à Rússia!

Os estados unidos, que com este cenário que criaram têm possibilidade de levar a Ucrânia para a Nato aproveitaram movimentações militares Russas no seu próprio território para inventar um perigo de invasão russa para levar os seus militares para a Ucrânia, o que corresponde a uma invasão real pois a Ucrânia ainda não é da Nato e o próprio presidente ucraniano diz que o perigo de invasão russa é falso!

E diz isso apesar de ser pro americano!

No fundo tudo não passa de uma provocação à Rússia por parte dos eua que tem como intenção substituir a Rússia na venda de gas natural à europa, razão pela qual tb já sabotaram o gasoduto que vai da Rússia à Alemanha, o nord stream 2!

A Rússia continua a resistir à provocação e a afirmar não ter intenção nenhuma de invadir a Ucrânia! Por isso o exército ucraniano começou a bombardear Donetsk e Lugansk!

Se a Rússia eventualmente intervier para proteger a sua própria comunidade que lá reside será acusada de fazer a tal invasão!
No entretanto, sem que a opinião pública internacional ocidental se aperceba, os eua já fizeram efectivamente aquilo que acusam a Rússia de querer fazer!
—-
Aplauso pelo discernimento da publicação a Osvaldo Coggiola

Henrique Martins

https://www.brasil247.com/mundo/zelensky-esta-agindo-como-criminoso-ao-instrumentalizar-civis-para-entrar-na-guerra-diz-reginaldo-nasser

Esse irresponsável acha que presidir um país é a mesma coisa que estar num palco. Então a população ucraniana paga impostos para manter suas Forças Armadas e depois ainda tem que atirar coquetéis molotovs para manter um estrume deste no poder que, convenientemente, está com sua vida protegida. Ele mesmo não vai jogar nenhum coquetel molotov nos russos. Vai deixar a população ucraniana fazer isso por ele. Isso se chama extrema direita nazifascista a mesma que comanda o Brasil neste momento. Alguém duvida que Jair Bolsonaro seria capaz de fazer a mesmíssima coisa uma vez que está armando milicianos e organizações paramilitares dentro do país para golpear o estado de direito democrático?

Henrique Martins

https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2022/02/4988933-coreia-do-norte-culpa-eua-por-crise-na-ucrania-e-defende-russia.html

Aqui está uma pincelada do que eu disse no comentário anterior. Que eu saiba o Irã também se pronunciou no mesmo sentido..

Henrique Martins

https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2022/02/4988933-coreia-do-norte-culpa-eua-por-crise-na-ucrania-e-defende-russia.html

Aqui está uma pincelada do que eu disse no comentário anterior. Que eu saiba o Irã também se pronunciou no mesmo sentido.

Henrique Martins

https://www.brasil247.com/mundo/china-divulga-lista-de-paises-bombardeados-pelos-eua-que-qualifica-de-a-verdadeira-ameaca-ao-mundo

Quem sabe ler um pingo é letra! É obvio que se a China não apoiar a Rússia a próxima vítima será ela porque os EUA estão trilhando o mesmo caminho em Taiwan.
O problema é que a China, Rússia, Irã e Coréia do Norte descobriram o poder oculto que está por trás dos EUA e da OTAN e sabem que esse poder quer uma terceira guerra mundial a qualquer custo para enfraquecer todas as nações, por isso esse quarteto está preparado para lutar caso esse poder oculto consiga atingir seu objetivo.
Não pense que foi por acaso que a Coréia do Norte fez um teste com míssil no Mar do Japão esta semana. A Coréia do Norte é irmã siamesa da China. Trata-se de um recado para esse poder oculto que está sabendo muito bem que foi descoberto.
A propósito, não temo nem um pouco que alguém possa pensar que estou delirando, mesmo porque, no futuro – não muito distante – toda da humanidade vai saber do que se trata e todas as nações, inclusive os EUA (que não sabem de nada AINDA….) vão se unir para derrotar os verdadeiros inimigos da humanidade.

Lucas Amora

Sempre achei a guerra uma grande perda de tempo.
Essa guerra periga ter desdobramentos maiores do que supõe nossa vã opinião.
Ótimo texto do articulista. Parabéns !
Pobre de nós com mais uma guerra e pior se for uma guerra grande.

Zé Maria

A Globalização Financeira Neoliberal está indo para o Ralo.
Os Países do Hemisfério Sul serão os mais Prejudicados.

Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Reino Unido da Grã-Bretanha
(Inglaterra, Escócia, Gales) & Irlanda do Norte (IN) [UK] e a Comissão Europeia
decidiram conjuntamente sobre novas sanções financeiras contra a Rússia.

Todos os bancos russos que já foram sancionados pela ‘Comunidade Internacional’ [leia-se “OTAN”] serão excluídos do Sistema Internacional
de Pagamentos SWIFT [sigla, em inglês, para Sociedade Mundial de Telecomunicações Financeiras Interbancárias], anunciou o porta-voz
do governo alemão Steffen Hebestreit.

Se necessário, outros bancos russos devem ser adicionados à lista.
Com isso, pretende-se cortar essas instituições dos fluxos financeiros internacionais.

Os Estados-Membros da União Europeia (UE), os EUA e o UK
também querem restringir ainda mais as possibilidades do
Banco Central Russo de apoiar a taxa de câmbio do Rublo
(a moeda russa) com transações financeiras internacionais.

Fonte: Deutsche Welle (DW)

Lucas Amora

Dizem que os EUA vão perder o posto de maior economia do mundo para a China em breve.
Talvez esse seja o verdadeiro motivo de tudo isso. Comercial. Financeiro.
O proletariado, nós, virou pó e faz tempo. Poucos conseguem vender bem sua mão de obra. $$$
Vejo muita semelhança com o período pós formação da união soviética e anterior a deflagração da 2° guerra mundial. Ali o capitalismo tinha medo da revolução proletaria ocorrida na Rússia que se espalhasse pelo mundo. Aliás, era isso a guerra fria, por cima. Pós 2 guerra.
Os EUA se tornaram potência desbancando a Inglaterra nas 2 guerras mundias. A guerra foi bem longe dos EUA e eles puderam lucrar muito vendendo armas para os países em guerra.
Nunca os EUA fizeram uma grande guerra no território deles que seja a América. Sempre foi guerra bem longe. Seu território não foi destruído.
Menos a guerra de Secessão que durou um bom tempo. Mas era guerra interna basicamente…
Uma guerrinha agora de maiores proporções com mais países envolvidos sustentariam os EUA no 1° posto mundial de economia mais rica e dando as cartas.
Qto ao Putin querer uma Rússia aos moldes czarista eu acho que ele não tem essa pretensão. Me parece mais mesmo apenas defesa bélica.
Comparar o Putin com o Hitler não me parece uma boa comparação.
Hitler era muito mais do mal. Onde está o ódio de raça no Putin ? Onde está o nacionalismo exacerbado e doentio ? Os russos sequer se vacinam.
Foram os EUA e a Otan que contribuiram para esse desfecho em guerra.
Os American Boys não querem o deslocamento da economia para a Ásia e nem o poder lá.
Eric Hobsbawm na era dos extremos explica essas coisas.
É de “esquerda” mas é bom.
Talvez largar a patrulha ideológica seja bom.
Livro bom é igual música boa.
“Tudo que sei é que nada Seio” rsrsrs

    Henrique Martins

    Eles vão perder o posto para a China sim.

Henrique Martins

https://www.brasil247.com/blog/o-mundo-e-uma-porcaria
Caro Miguel Paiva,
Sobre a frase “A guerra nasceu com os homens e vai ser difícil se livrar dela”, eu digo que – no futuro não muito distante – a humanidade vai descobrir que a guerra não nasceu com os homens e quando isso acontecer nós vamos nos livrar dela ainda que com muito sofrimento.
Portanto, prefira mesmo “resistir o maior tempo possível para poder conviver com a ilusão de que isso um dia vai acabar” porque sua ilusão se transformará em realidade e embora você tenha 72 anos – se você tiver saúde – não está descartado que possa vivenciar essa nova realidade.

Henrique Martins

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/escolha-seu-lado-na-guerra/

Sinceramente, apesar dos bem tecidos argumentos pelo articulista e da situação estar realmente muito confusa, não é difícil para mim escolher não. Onde os EUA estiverem de um lado eu certamente estarei do outro já que eles invariavelmente estão por trás de todas as guerras.

Henrique martins

Em que pede outras razões e o perfil de Vladimir Putin o elementar é que os russos estão defendendo a segurança do território deles.
Imagina se os EUA se tornassem ferrenhos inimigos do Brasil e arrastassem o Paraguai, Uruguai, Bolívia e Peru para a OTAN e depois tentasse arrastar a Venezuela também para depois juntar todos eles e as demais nações para atacar o Brasil… Imagina…

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