Rafael de Jesus Silva, enviado por e-mail
Por iniciativa dos alunos de Design da USP ( FAU/USP), ocorrerá nesta sexta feira, dia 18, uma passeata aberta na Cidade Universitária, com o intuito de evoluir a discussão sobre a segurança na universidade, chamando atenção para a precariedade da iluminação e outros aspectos da conformação espacial do campus, como a baixa densidade, segregação do campus em relação a cidade, mobilidade baseada no automóvel, etc.
Mais de 800 pessoas já confirmaram presença.
A passeata será entre 19h e ás 23h. Todos nós estaremos lá com nossas lanternas. É importante que este evento tenha repercussão, para que a sociedade possa ser melhor informada sobre uma série de carências na maior universidade brasileira, e que segurança não é sinônimo de polícia, nem se resolve necessariamente com ela.
Rafael de Jesus Silva, estudante de arquitetura e urbanismo
Escola da Cidade
PS. Deixo aqui a página do evento no Facebook do evento.
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Passeata das Lanternas. Pela segurança na USP
A página do Fackebook foi criada por Eugênia Hanitzsch e Gabriela Peres D Aquino. Abaixo o texto que elas fizeram, convocando para o evento:
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Organizada pelos estudantes do curso de Design da USP (em greve), a passeata das lanternas é um ato que tem como objetivo atentar para os problemas de segurança do nosso campus. Entendemos que esses problemas não podem ser simplesmente resolvidos pela entrada massiva da PM, mas podem ser drasticamente reduzidos através de investimentos em iluminação, sinalização e outras medidas que interfiram em seu falho projeto urbanístico.
Como estudantes de um curso noturno, conhecemos muito bem os problemas de locomoção e permanência em um ambiente inóspito como o campus à noite.
“É uma enorme falácia, dentro ou fora da universidade, dizer que presença de polícia é sinônimo de segurança e vice-versa. O modelo urbanístico do campus, segregado, unifuncional, com densidade de ocupação baixíssima e com mobilidade baseada no automóvel é o mais inseguro dos modelos urbanísticos, porque tem enormes espaços vazios, sem circulação de pessoas, mal iluminados e abandonados durante várias horas do dia e da noite. Esse modelo, como o de muitos outros campi do Brasil, foi desenhado na época da ditadura militar e até hoje não foi devidamente debatido e superado. É evidente, portanto, que a questão da segurança tem muito a ver com a equação urbanística.”
Raquel Rolnik, professora de urbanismo da Fau, em http://raquelrolnik.wordpress.com/
19h concentração na Fau (Rua do lago, 876)
20h-23h passeata pelos caminhos que a sua mãe sempre te mandou evitar à noite
por um campus mais bem iluminado e melhor sinalizado!
por uma segurança que a presença da PM não consegue prover!
Via Facebook, o pessoal está se organizando a mil. Tudo indicaa passeata terá presença de estudantes de várias unidades da USP. Até pais estarão presentes. Veja o convite de Maria Amélia Gurgel Neves.
PS do Viomundo: Quem estudou na USP, sabe. Historicamente ela é dividida em dois grandes grupos. De um lado, o pessoal de Humanas — Comunicações, Geografia, História, Ciências Sociais, Letras, Pedagogia, Psicologia –, do outro, o de Exatas e Biológicas — Engenharia, Medicina, Economia, Admistração, Biologia, Química, Farmácia, Matemática. No meio, como fiel da balança, a turma da FAU, que junta Exatas e Humanas. É como diz o Azenha, ex- aluno de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes ( ECA/USP), “aonde a FAU vai, o restante da USP vai atrás; a FAU é que dá o norte”.”A gente costumava brincar que a FAU é a Exatas com cabeça”, relembra.
Não é preciso fazer pesquisa para se descobrir essa diversidade. Esse é o encanto da vida na Cidade Universitária. Também a sua riqueza. Pessoas com histórias de vida, situações, visões, opiniões e metas distintas, que precisam pensar, se expressar e dialogar livremente sobre o mundo, o país, a cidade, o bairro, a universidade, sem receio de de errar, receber reprimendas ou ser patrulhado.
Em artigo publicado recentemente no Viomundo Lincoln Secco, professor de História Contemporânea da FFCCH/USP, observou: “Uma Universidade tem o dever de levar sua análise crítica ao limite porque é a única que pode fazê-lo. Seus equívocos devem ser corrigidos por ela mesma. Se ela é incapaz disso, não é mais uma universidade”. Por isso a USP tem de ter autonomia, sim. Conceição Lemes, também ex-aluna de Jornalismo da ECA-USP.
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