Resposta ao artigo publicado, também no Counterpunch, por Michael Neumann: Israel-Palestina, resoluções e “soluções”
por Jonathan Cook, em Counterpunch
Esta é pelo menos a terceira vez nos últimos quatro anos que o professor de filosofia, Michael Neumann, usa este espaço para descer o sarrafo nos apoiadores de uma solução uninacional para o conflito Israel-Palestina. A cada ocasião, ele deixou entrever um pouco mais do porquê de se opor tão veementemente àquilo que ele chama de “ilusões” por parte daqueles que se opõem à solução binacional – ou que, no mínimo, dela desistiram.
Em seu artigo mais recente, Neumann insinua que sua relutância anterior em ser mais direto foi motivada por “gentileza”. Bem, eu sou um que teria desejado que o professor tivesse sido mais franco desde o princípio. Teria nos poupado muito tempo e esforço.
A despeito de me ter identificado com a solução uninacional, concordo em muito como o que Neumann escreve desta vez. Como ele, eu não acredito que uma dada solução, ou resolução, vai acontecer simplesmente porque os palestinos ou os que lhes apóiam têm uma posição moral vantajosa em prol dela. Sucesso para os palestinos virá quando um grande número de fatores regionais forçarem Israel a concluir que seu comportamento atual é insustentável.
Há muitos sinais de que justamente um deslocamento de poder nesse sentido começa a ter lugar no Oriente Médio: o possível desenvolvimento de uma ogiva nuclear por parte do Irã; um despertar de forças democráticas no Egito e alhures; o esgarçamento da longa e vital [para a primeira] aliança militar entre Israel e Turquia; a exasperação da Arábia Saudita com a intransigência de Israel; a crescente sofisticação militar do Hizbollah; e o completo descrédito do papel dos EUA na região.
Neumann erra ao presumir que é preciso ser um idealista – e acreditar no equivalente político das fadas – para concluir que uma solução uninacional deve ser considerada. Não é preciso ser apenas uma vítima de raciocínio desejoso(1). Ao contrário, argumentarei, é provável que os eventos da próxima década e além rumem nessa direção.
Embora Neumann e eu concordemos quanto às causas de uma mudança de rumo por parte de Israel, sua análises e as minha divergem drasticamente quanto às conseqüências da tomada de consciência daquele país quanto ao fato de que a ocupação é custosa demais para ser mantida.
Neumann postula que, uma vez que as forças regionais não possam mais ser intimidadas ou coagidas, Israel terá que aceitar o que ele chama de uma “verdadeira” solução binacional.
Ele não esclarece o que uma solução desse tipo incluiria, mas é inamovível em sua convicção de que ela – e apenas ela – tem de acontecer. Então peço vênia para ajudar com um esboço dos requisitos mínimos para uma verdadeira solução binacional:
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* Israel concorda em retirar seu meio milhão de colonos da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, presumivelmente com a ajuda de generosas compensações por parte da comunidade internacional;
* Israel entrega a totalidade de Jerusalém Oriental aos palestinos, enquanto os locais sagrados da cidade, incluído o Muro das Lamentações, são entregues a um órgão gestor que represente a comunidade internacional;
* Os palestinos ganham um estado composto dos 22% da Palestina histórica, com sua capital em Jerusalém Oriental;
* Os palestinos ficam livres para montar um exército – presumivelmente com o Irã e a Arábia Saudita disputando para ver quem o patrocinará;
* Os palestinos terão o controle de seu espaço aéreo e de seu espectro eletromagnético. Se forem sensatos, rapidamente pedirão auxílio ao Hizbollah para que este os aconselhe sobre como neutralizar as extensas operações de espionagem de Israel, suas aeronaves não tripuladas que lhes sobrevoam os escalpos e os postos de escuta atualmente espalhados por toda a Cisjordânia;
* Os palestinos ganham acesso irrestrito à sua nova fronteira com a Jordânia e, para além, com outros países árabes;
* Os palestinos terão direito a uma divisão equânime dos recursos hídricos dos aqüíferos da Cisjordânia, que atualmente fornecem a maior parte da água que Israel consome;
* E os palestinos terão, conforme prometido sob a égide dos acordos de Oslo, uma passagem através de Israel que conecte a Cisjordânia e Gaza.
Deixemos de lado os problemas sociais que esse arranjo causaria para Israel: a grande bagunça criada por meio milhão de colonos recém-chegados de retorno a Israel, raivosos e sem um teto para morar; bem como a piora dramática da já grave crise de moradia em Israel e a rápida deterioração das relações com a grande minoria palestina que ali vive.
Tampouco nos detenhamos nos problemas encontrados pelos palestinos, incluindo as potenciais centenas de milhares de refugiados que terão de ser absorvidos pelos espaços limitados de Gaza e da Cisjordânia, que são pobres de recursos; ou sua provável raiva com o que verão como uma traição, ou os inevitáveis problemas econômicos desse micro-estado.
Sem dúvida, todas essas questões podem ser cobertas por um acordo de paz.
Em seus ensaios, Neumann apenas considera o que os israelenses se dispõem a aceitar de uma solução. Logo, ignoremos também o idealismo daqueles críticos que se preocupam com se uma “verdadeira solução binacional” pode mesmo ser posta para funcionar em prol do palestino médio.
Neumann presume que, face a uma rápida escalada dos custos políticos e financeiros de manter os territórios palestinos, Israel um dia vai entender que não tem escolha que não seja apertar o botão de ejetar da ocupação.
Ele apresenta nove razões pelas quais a solução uninacional é “descaradamente absurda”. Embora numericamente impressionante, a maior parte de seus argumentos – como sua discussão do direito de retorno, ou a representatividade de um governo palestino, ou a natureza de direitos legais e morais – parece não ter influência alguma na discussão prática a favor ou contra um estado apenas. Isso também pode ser dito da acusação do pecado de idealismo àqueles que ele joga num mesmo saco de proponentes do estado único, e de sua alusão, mais uma vez, à formulação vaga de uma “verdadeira solução binacional”.
Seus outros três argumentos – os primeiros que ele lista – não são mais reveladores. Na verdade, eles são variações da mesma idéia, que pode ser mais bem resumida por uma analogia que ele apresenta ao discutir um deles: “Se estou em vias de ganhar cinqüenta mil, posso pedir setenta, mas não setenta milhões. Não é inteligente reivindicar a totalidade de Israel quando Israel não tenciona ceder seque a metade que quase o mundo inteiro diz que ela tem de ceder – os territórios ocupados.”
Não sou um professor de lógica, mas algo soa vazio nessa analogia. Tentemos outra que parece chegar mais perto da realidade de nosso caso.
Um dia chegas à minha casa e toma a maior parte da construção pela força. Pouco tempo depois, expulsas-me da casa completamente e, num ato que consideras uma concessão generosa, permites-me viver no depósito que fica na outra ponta do jardim. Os anos se passam e uma inimizade amarga se desenvolve entre nós. Os vizinhos, outrora meus amigos, não podem mais ignorar minha condição miserável e decidem se postar a meu lado contra ti. Um dia eles aparecem à tua porta e ameaçam usar de violência contra ti se não me deixares voltar a ocupar o interior da casa.
O que acontece a seguir?
Bem, conforme Neumann sugere, tudo pode acabar bem se concordares em me deixar viver no quartinho(2). Ou pode não acabar bem.
Pressentindo que finalmente estás provando do próprio remédio, eu talvez decida tornar tua vida insuportável nas dependências principais do domicílio de modo a conquistar um espaço maior ou te expulsar. Ou eu posso decidir que, dada tua situação precária na vizinhança, seria melhor para ti abandonares teus ganhos imerecidos e procurares outro lugar onde viver.
Não sou um fã de tais analogias. Faço recurso a elas apenas para enfatizar que, caso se queira empregar esse tipo de artifício retórico, então é ao menos preferível um que se adeqúe ao caso.
(Interessante é notar que, se formos mais a fundo nessa analogia, a comparação que Neumann prefere – entre a ocupação dos territórios palestinos por Israel à ocupação da Argélia pela França – também se mostra questionável. Neste caso, a Argélia parece ser o jardim, ao invés da residência principal.)
O vértice da discussão é que não há motivo para presumir que, apenas porque a ocupação se tornou demasiado custosa, Israel pode simplesmente amputá-la como um membro gangrenado.
Parte da fraqueza do argumento de Neumann pode ser notada em suas repetidas referências aos colonos como se fossem um grupo de excêntricos incômodos, e não como [são na realidade, ou seja,] uma fração considerável do gabinete ministerial israelense, inclusive o ministro do exterior; e do alto comando do exército e dos serviços de segurança daquele país, inclusive o atual chefe do Conselho de Segurança Nacional.
Igualmente, ele caricaturiza o apoio ocidental a Israel como “histeria sionista” no congresso estadunidense, apoiada por “ridículos” companheiros de viagem como o governo canadense. Se ao menos o apoio a Israel entre governos ocidentais fosse tão trivial!
Tais distorções fazem seu argumento de que a ocupação é vulnerável parecer muito mais convincente do que realmente é. Na verdade, a ocupação é muito mais do que os assentamentos.
É a indústria do messianismo, tocada pelos colonos, que encampou Israel há décadas. Seu garrote se estende para muito além da Cisjordânia e inclui a educação religiosa, que hoje é dominante e que continuamente envenena as mentes jovens; bem como os seminários onde rapazes religiosos são treinam para se tornarem oficiais do exército e são diariamente instruídos sobre como são parte do Povo Escolhido e sobre seu direito divino de exterminar os palestinos.
São os ultra-ortodoxos com sua ambivalência em relação ao sionismo e sua percepção, que agora atingiu um nível de selvageria, de que os subsídios do estado são suas prerrogativas. Eles controlam grandes comunidades urbanas na Cisjordânia feitas sobre medida para seu modo de vida religioso e separatista. Gente que provoca tumultos por causa de estacionamentos que abrem no Shabbat não vai facilmente deixar suas casas, escolas e sinagogas.
É a grande e lucrativa indústria imobiliária israelense que vem grilando e saqueando terras palestinas há décadas, e que parece envolver cada novo primeiro-ministro israelense num escândalo de corrupção novo em folha.
São as indústrias agropecuárias israelenses cuja sobrevivência depende do roubo tanto da terra quanto da água dos palestinos.
São os israelenses comuns, que já andam querendo brigar após um verão de distúrbios sociais sem precedentes em vista do custo de vida exorbitante em Israel, e que ainda não fazem idéia do preço real de frutas e hortaliças – e de água corrente –, caso eles percam os “subsídios” hídricos.
São as vastas e lucrativas indústrias bélicas de alta tecnologia que dependem dos territórios ocupados como laboratórios para o desenvolvimento e teste de novos sistemas de armamentos e técnicas de vigilância, que exportam tanto para as indústrias globais de segurança nacional e os modernos exércitos ávidos de tecnologia.
São os serviços de inteligência e segurança de Israel, que empregam em abundâncias os mesmos asquenazitas que acabam por se tornarem os líderes políticos do país, e que forjam para si carreiras baseadas na vigilância e no controle dos palestinos sob ocupação.
E são as perdulárias forças armadas – a versão israelense dos pródigos banqueiros ocidentais –, cujos empregos e brinquedos letais dependem da interminável generosidade do contribuinte estadunidense.
De nada disso se abrirá mão facilmente, ou a um custo que não faça as doações anuais dos EUA a Israel, atualmente em três bilhões de dólares, parecerem gorjeta. E isso é ainda sem contar os grandes desembolsos necessários para compensar os refugiados palestinos e construir um estado palestino.
Porém, esses problemas apenas tangenciam o argumento em favor de uma solução uninacional. A realidade é que as elites que governam Israel têm tudo a perder caso a ocupação termine. É por isso que elas envidam todo esforço a seu alcance para integrar os territórios ocupados a Israel e tornar uma paz “real” impossível. A ocupação e suas indústrias correlatas são a fonte da legitimidade moral dessas elites, de sua sobrevivência política e de seu enriquecimento diário.
É por isso que elas se contorcem de agonia diante da perspectiva de que o Irã adquira um arsenal nuclear que se rivalize com o delas. Quando isso acontecer, a ocupação começa a perder fôlego e o jugo delas termina.
Se as condições regionais que Neumann acredita serem necessárias para expulsar Israel dos territórios ocupados se concretizarem, essas elites e seus acólitos asquenazes se depararão com uma escolha cruel: pôr a casa abaixo ou se escafederem para quais países sejam que seus segundos passaportes lhes franqueiem.
Eles podem optar pelo cenário do juízo final, como alguns atualmente prognosticam. Minha aposta, todavia, é que assim que as oportunidades de lavar dinheiro de que desfrutam os políticos e generais acabem, será simplesmente mais fácil para eles – e mais seguro – exportar suas habilidades para outro lugar.
Para trás ficarão os israelenses comuns – os russos, a minoria palestina, os ultra-ortodoxos, os judeus orientais (3) – que jamais provaram os frutos reais da ocupação e cujo comprometimento com o sionismo não tem qualquer profundidade real.
Esses grupos – isolados, fundamentalmente hostis e sem uma diáspora encastelada no congresso dos EUA para assisti-los – não têm a experiência, o desejo ou a legitimidade para gerenciar a fortaleza militar que Israel se tornou. Com a argamassa que mantinha coeso o projeto sionista tendo partido, tanto os palestinos como os israelenses que ficarem terão todo o interesse de achar soluções reais para o problema de viverem lado a lado.
O aspecto mais estranho das alegações de Neumann contra os uninacionalistas – repetida em todos os seus ensaios sobre o tema – é o argumento de que eles não apenas estão iludidos, mas que propagam uma idéia que é de alguma forma perigosa, embora ele nunca explique exatamente por que seria.
Se, como Neumann argumenta, e corretamente em minha opinião, Israel somente mudará de curso quando se deparar com uma pressão significativa de seus vizinhos, então o maior crime de que podem ser acusados os uninacionalistas é um permissivo apego a um idealismo irrelevante.
O Irã não descartará suas supostas ambições nucleares simplesmente porque o multidão uninacionalista começará a invocar a superioridade moral da própria causa, não mais do que o Hizbollah vai parar de acumular mísseis por esse motivo. Então, por que Neumann deveria se abespinhar tanto com o argumento do estado único? Ele mesmo afirma que tal argumento teria impacto zero no avanço do processo político em direção a uma resolução do conflito.
Entretanto, mesmo nos limitados termos que Neumann define, pode-se argumentar seriamente que a defesa de um estado único poderá render benefícios para os palestinos.
Se nada mais fosse alcançado, não se esperaria que, caso um número crescente de palestinos e partidários internacionais fosse persuadido de que reivindicar uma solução absolutamente justa (estado único) é o melhor caminho, isso aumentasse a pressão sobre as demais pressões já existentes, de cunho material, sobre Israel no sentido de aceitar uma solução binacional real – nem que fosse para evitar que um estado único lhe fosse imposto por seus vizinhos?
Contudo, penso que podemos ir além e defender uma solução uninacional em termos práticos.
Embora a principal motivação para que Israel mude o compasso venha a ser o alinhamento de forças regionais contra ela, um fator adicional, mas importante, será a emergência de um clima político em que as nações ocidentais e seus públicos se desiludam progressivamente no tocante à má-fé de Israel. O apoio do congresso dos EUA não é pago com histeria, mas em espécie. E esse apoio não secará até que Israel é suas políticas do tipo “cão hidrófobo” sejam amplamente vistas como ilegítimas ou prejudiciais.
Um dos principais modos com que Israel porá a si própria em descrédito, em seqüência à recente decisão, sua e dos EUA, de bloquear qualquer reivindicação palestina pelo reconhecimento de seu estado perante as Nações Unidas, será suprimir duramente – e com provável uso de violência – quaisquer aspirações políticas exprimidas por palestinos comuns que vivem sob ocupação.
A história, incluindo a história palestina, sugere que populações a quem se negam direitos não costumam permanecem passivas indefinidamente. Palestinos que não vejam esperança de que seus líderes consigam lhes obter um estado ficarão cada vez mais motivados a tomar para si a própria causa.
Palestinos comuns não têm poder algum, como frisa Neumann, de forçar Israel a lhes estabelecer um estado. Mas eles têm o poder de exigir de Israel o direito de decidir o próprio futuro, e pressionar pelo atendimento dessa exigência por meio de desobediência civil, campanhas por direito ao voto, e o estabelecimento de um movimento anti-apartheid. Tal luta terá lugar – e aceitará implicitamente – a realidade uninacional que já foi criada por Israel. Se os palestinos marcharem para votar, será para fazê-lo nas eleições do Knesset [parlamento unicameral israelense].
Nada disso logrará dar a eles um estado, ou o direito ao sufrágio, é claro. Porém, a repressão que Israel terá de aplicar para conter essas forças servirá para rapidamente erodir qualquer resto de simpatia internacional e animar ainda mais à ação as forças regionais que alinhadas contra Israel.
Em suma, de qualquer jeito que se avalie a situação, promover a solução uninacional só pode servir para acelerar o ocaso das elites israelenses que oprimem os palestinos. Então por que desperdiçar tanto fôlego se opondo a isso?
Notas do tradutor:
1. Já há muito que tento pensar numa tradução operacionalmente útil para wishful thinking. A Wikipédia sugere otimismo exagerado, mas não acho que seja uma descrição que faça justiça ao termo — antes, é uma conseqüência emocional desse tipo de comportamento. Enquanto não acho uma, prefiro traduzir literalmente.
2. O autor usa box-room. Trata-se de um quarto menor encontrado em algumas casas, usado por hóspedes solteiros em estadias curtas, crianças ou como depósito.
3. Judeus mizrahim significa simplesmente, literalmente, orientais. Preferi traduzir. Pode-se levantar a objeção de que existe uma tradução literal para ashkenazim, os judeus asquenazitas. Bem, o problema é que a tradução de ashkenazim remete a uma entidade geográfico-histórica (centros de estudos judeus na região do Reno e da Alsácia medieval) que não existe mais, e portanto a tradução teria ou de ser perifrástica, ou somente aproximada (por exemplo, “judeus germânicos”, ou “judeus europeus”). Como, ao contrário de mizrahim, existe em português uma versão já consagrada, asquenazita, preferi mantê-la.
Jonathan Cook venceu o Prêmio Especial Martha Gellhorn de Jornalismo. Seus últimos livros são “Israel and the Clash of Civilisations: Iraq, Iran and the Plan to Remake the Middle East” [Israel e o choque de civilizações: Iraque, Irã e o plano para redesenhar o Oriente Médio] (editora Pluto Press) e “Disappearing Palestine: Israel’s Experiments in Human Despair” [Palestina evanescente: experimentos de Israel sobre o desespero humano] (editora Zed Books). Sua página na Internet é http://www.jkcook.net/” target=”_blank”>www.jkcook.net.
Tradução: H. C. Paes
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