Jeferson Miola: Por trás da força-tarefa se escondia uma gangue judicial que tinha sede, sucursal e ramificações em altas esferas
Tempo de leitura: 2 minPor trás da força-tarefa se escondia uma gangue judicial
Por Jeferson Miola, em seu blog
Por trás da formalidade da força-tarefa da Lava Jato se escondia uma verdadeira gangue judicial. Uma gangue que se organizava e atuava em moldes mafiosos.
Uma sociedade secreta, integrada por elementos da elite que tinham identidades intestinas entre si.
Ali coexistiam laços familiares, societários, de consogros, de amizade e, sobretudo, de compartilhamento de uma cosmovisão fascista, ultradireitista e antipetista de mundo.
Nada a ver com um estamento jurídico estatal.
Assim como na época do embolorado anticomunismo da Guerra Fria, a retórica falsa-moralista de combate à corrupção escamoteava, para os desavisados, os reais propósitos político-ideológicos e de benefícios materiais da “Operação”.
A força-tarefa – ou organização criminosa, como Gilmar Mendes batizou a Lava Jato – tinha sede na “República de Curitiba”.
E de lá fazia um grande marketing nacional.
E, também, um marketing internacional. Tanto que, ironicamente, acabou sendo mundialmente considerada como o maior escândalo de corrupção judicial da história.
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Um outdoor ufanista instalado por um colega/comparsa de Deltan Dallagnol recepcionava os incautos que desembarcavam no aeroporto da capital paranaense com uma mensagem alvissareira dos embusteiros: “Bem-vindo à República de Curitiba. Terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui a lei se cumpre”.
Em Porto Alegre, no TRF4, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, operava a sucursal da gangue, onde desembargadores amigos e compadres agiam em conluio e em azeitada sincronicidade com a matriz na condenação ilegal e criminosa do Lula.
A gangue tinha, ainda, ramificações orgânicas em tribunais superiores e nas altas esferas do Ministério Público e da Polícia Federal.
Claro que esta engrenagem criminosa só pôde funcionar como funcionou e só conseguiu produzir o desastre e a barbárie que produziu porque teve apoio material, econômico e propagandístico das classes dominantes, da mídia hegemônica, empresários, militares, políticos e etc – o que inclui os Departamentos de Estado e de Justiça dos EUA.
Está claríssimo, portanto, que a gangue não agiu sozinha e não foi tão longe só com pernas próprias.
Por isso o julgamento da gangue da Lava Jato deverá ser, também, o julgamento dos cúmplices dessa farsa terrível que jogou o Brasil no precipício.
Os meios de comunicação, por exemplo, poderão pagar sua dívida pelo crime cometido contra a democracia fazendo uma sincera autocrítica.
Essa autocrítica midiática, para ser sincera, deverá se materializar na forma de um compromisso com a reconstrução da verdade factual com as idênticas carga e intensidade simbólica dedicadas ao bombardeio fracassado, feito para causar a derrota semiótica do Lula, do PT e da esquerda.
No banco dos réus, portanto, deverá haver espaço de tamanho suficiente o bastante para acomodar, lado a lado, as empresas de comunicação, políticos, empresários e militares com os notáveis da gangue – Moro, Dallagnol, Gabriela Hardt, Malucelli, Delegada Érika, Carlos Fernando, Zucolotto, Pozzobon, Januário e quejandos.
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Comentários
abelardo
Eu entendo que pagar crimes gravíssimos contra a Constituição Federal, contra a Democracia, contra o Estado de Direito, através de uma suposta auto crítica sincera, eu vejo uma grande ofensa a inteligência da população, e também como uma espécie de apologia ao crime. Os meios de comunicações, mais ainda a grande mídia, possui uma invejável coleção de envolvimento em escândalos que, em minha avaliação, deixa a entender que os comete com uma reincidência tão absurda e tão abusiva, em razão de uma proteção que lhe é garantida possivelmente através de uma rede de proteção, que não se sabe quem são, mas que causa a impressão de ter grande influência e voz ativa mas altas esferas dos Três Poderes.
O correto, após tanta reincidência documentada na história, seria também fazê-lo ser igual aos demais criminosos perante a lei, julgar com coragem, com imparcialidade e com todo o rigor que um segmento tão influenciável, como são os meios de comunicação no Brasil, merece ser julgado.
Zé Maria
Conforme mostrou a ConJur no dia 1º de março [de 2021],
procuradores da extinta “lava jato” de Curitiba chegaram
a ocultar uma interceptação de Mariuza Aparecida Marques
segundo a qual Lula nunca quis o imóvel.
Mariuza era ex-funcionária da OAS.
A “força-tarefa” apontou a mulher como responsável por
acompanhar as obras no apartamento.
“Pessoal, especialmente Deltan, temos que pensar bem se vamos utilizar
esse diálogo da Mariuza, objeto de interceptação.
O diálogo pode encaixar na tese do Lula de que não quis o apartamento.
Pode ser ruim para nós”,
afirmou Athayde Ribeiro Costa a colegas de MPF em 13 de setembro de 2016,
um dia antes da denúncia do tríplex ser apresentada.
https://www.conjur.com.br/2021-mar-01/lava-jato-omitiu-interceptacao-nao-favorecer-defesa-lula
https://twitter.com/leninaveira2/status/1667291068226838528
https://www.conjur.com.br/2021-mar-25/marisa-desistiu-comprar-triplex-valor-pago-restituido
https://twitter.com/leninaveira2/status/1667292401210208261
Zé Maria
Esses “Quejandos” do TRF4 e do STJ
também precisam ser Investigados.
nivaldo leite de souza
Somente vou acreditar em justiça após ver todos os envolvidos dessa máfia presos e condenados. O resto é conversa fiada.
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