Ibope dá Haddad, Russomanno e Serra com 22%; Datafolha aponta tucano na dianteira, mas PT diz que ele está em terceiro

Tempo de leitura: 2 min

por Luiz Carlos Azenha

Já descrevi neste espaço, anteriormente, situações em que eu, pessoalmente, queimei a língua com pesquisas eleitorais na televisão.

Os motivos para a guerra de números são diversos: demonstrar que um candidato é viável e, portanto, deve ser financiado; provocar o voto útil nos eleitores indecisos, ou pelo menos naqueles que querem escolher o vencedor; animar ou desanimar a militância; dar cobertura para fraudes eleitorais.

Minha experiência pessoal relevante, no Brasil, como descrevi, foi com a pesquisa de boca de urna do Datafolha, nas eleições municipais paulistanas de 1985, transmitida pela TV Manchete, que indicava vitória de Fernando Henrique Cardoso sobre Jânio Quadros, acompanhando a tendência verificada pelo instituto ao longo de algumas semanas. Eu transmiti os números de dentro da redação da Folha, na Barão de Limeira, e fiquei esperando a confirmação da apuração, que nunca veio.

Para se contrapor ao que enxergava como um eixo FHC-Globo-Folha, Jânio preferia confiar em enquetes realizadas ao vivo pela rádio Jovem Pan, que entrevistava eleitores nas ruas. Neste caso, em pesquisas não científicas, Jânio aparecia com vantagem folgada sobre FHC. A pesquisa da Pan era não científica e acertou. A do Datafolha, “científica”, errou grosseiramente.

Não dá para dizer que havia um esquema FHC-Datafolha, nem outro Jânio-Jovem Pan. O que disseram alguns assessores de Jânio, à época (quando ainda não existiam as urnas eletrônicas)? Que a pesquisa de boca-de-urna daria cobertura à fraude, caso fosse mínima a distância entre Jânio e FHC.

Não houve da parte deles, por motivos óbvios, interesse em apurar a história, já que seu candidato se elegeu.

Eu acredito que tenha havido erro metodológico.

Essa história me ocorreu depois que a pesquisa interna (tracking) do PT, a derradeira, deu Fernando Haddad com 23%, Celso Russomano com 22% e José Serra com 21% — pesquisa feita pelo Vox Populi encomendada pelo partido deu o mesmo resultado –, enquanto o último Datafolha apontou José Serra com 28%, Celso Russomano com 27% e Fernando Haddad com 24%.

De qualquer forma, é empate na margem do erro.

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O que indica que o segundo turno da eleição paulistana será resolvido na boca da urna, como nos velhos tempos.

PS do Viomundo: Pesquisa Ibope divulgada na noite deste sábado (6) aponta empate entre Haddad, Russomanno e Serra — todos com 22%. Chalita teve 11%.

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