Bizarro: Procurador da Lava Jato compara intervenção no Rio à guerra do Vietnã

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Da Redação

Mesmo O Globo, das Organizações que ajudaram a promover a intervenção no Rio de Janeiro, segundo a colunista Hildegard Angel, abriu espaço neste sábado para uma série de críticas à decisão de Michel Temer.

A improvisação, a falta de consulta ao Conselho da República e as declarações do próprio general-interventor sugerindo uma ação midiática foram registradas.

O diário conservador dos irmãos Marinho fez editorial de apoio, mas o Estadão desancou a decisão, também em editorial, vertendo lágrimas pela reforma da Previdência:

Não há razão objetiva que justifique a intervenção federal, restrita à segurança pública do Rio de Janeiro, decretada pelo presidente Michel Temer. A situação daquele Estado no que diz respeito ao crime organizado e à violência urbana não se tornou calamitosa de um dia para o outro, a ponto de demandar uma medida tão drástica exatamente agora, a poucos dias da esperada votação da reforma da Previdência, que, por força de determinação constitucional, não poderá ser realizada em razão da intervenção.

Vários colunistas sugeriram que a manobra de Temer é o que é: um show pirotécnico para manter relevância política.

Uma nota diz que o Congresso pode mergulhar na pauta da segurança pública, inclusive com a retomada da “flexibilização” do Estatuto do Desarmamento. É uma reivindicação antiga dos fabricantes de armas de fogo, que fazem de conta que não enxergam as 200 matanças em escolas dos Estados Unidos que aconteceram desde os anos 2000, para não falar nos casos registrados em território nacional.

Houve pouquíssimas referências ao fato de que Michel Temer conseguiu sustar no Congresso duas investigações contra ele no STF e que, através do diretor da Polícia Federal, Fernando Segovia, tentou enterrar a que ainda está em andamento.

Convidado a escrever a respeito do assunto pela Folha, o procurador da Lava Jato Carlos Fernando dos Santos Lima terminou seu texto assim:

É uma aposta errada e fracassada em seu nascedouro, todavia, pretender como única política pública a criação de um inimigo comum para unir a população — neste caso, a criminalidade organizada, esquecendo-se a própria e entranhada corrupção na política, uma criminalidade ainda mais organizada. Tentativas semelhantes de intervenções militares contra inimigos comuns, como a Argentina nas Malvinas e os Estados Unidos no Vietnã, após o entusiasmo inicial despertado, resultaram no gosto amargo do revés político e militar. Não se pode enganar a todos o tempo todo.

Na guerra do Vietnã, os Estados Unidos escalaram o conflito no auge da Guerra Fria, sofisticaram técnicas de tortura desenvolvidas pelos franceses na Argélia, testaram o agente laranja e outras armas em seres humanos e obedeciam à teoria do Dominó, segundo a qual se o Vietnã fosse ‘perdido’ para os comunistas o mesmo aconteceria com outros países da região. Compará-la à intervenção de Temer no Rio é, no mínimo, despropositado, até porque a guerra não foi declarada com o propósito de unir os norte-americanos, mas ‘herdada’ da ocupação colonial francesa.

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Comentários

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Carlos Corrêa Signoreelli

Quem acha que é uma estratégia política. Não sabe de nada. Só quem anda na rua. Mais com os pés no chão. Usa ônibus. O povão. Andar de trem. Que sabe o que acontece. Políticos de merda.

    Carlos Corrêa Signoreelli

    Linguagem de povão. Que sabe o que acontece. Nas ruas. O povo não tem educação foi culpa dos governantes. Ate bater nos professores. Querer o que agora. Vidas que se perde todos os dias. Com bala perdida. Desemprego, aluguel atrasado. Salário atrasado. Está tudo errado.

David

A imbecilidade desses “procurador” não tem limites.

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