Sabesp entope as torneiras de propaganda dizendo que falta d’água é planetária

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Da Redação

Um “especial condomínios” bancado pela Sabesp, impresso pelo Diário de S. Paulo e distribuído nos edifícios da cidade sustenta que O mundo pede água:

A crise hídrica é mundial e o Brasil começa a sentir as consequências de um longo período de estiagem.

Logo abaixo, diz o texto:

A água no mundo tornou-se um grande desafio: a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que nos próximos 25 anos, dois em cada três habitantes do planeta terão problemas para obter água limpa. Entre as causas, a entidade mundial aponta o crescimento populacional, a poluição das águas, o desperdício na distribuição e as mudanças climáticas.

Em A origem da crise, a empresa fornece dados sobre a falta de chuvas. Todos aparentemente verdadeiros.

Porém, não explica a falta de ação do governo paulista e da própria empresa, embora um dos pontos mencionados como origem da crise é justamente de que “foi o terceiro verão consecutivo em que as chuvas ficaram abaixo da média”.

Se é assim, as autoridades não deveriam ter agido antes?

Além disso, os usuários da Sabesp estão recebendo pelo correio o Relatório Anual de Qualidade de Água 2013. O folheto apresenta a empresa como preocupadíssima com a saúde do usuário, ao qual convida para que se torne “guardião das águas” e economize.

Seria uma “versão líquida” daqueles fiscais que o ex-presidente José Sarney convocou para monitorar o preço da carne no pasto, nos tempos da inflação descontrolada.

Deu para entender agora por que a Sabesp cortou seu orçamento, mas deixou intacto o dinheiro para torrar em propaganda?

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PS do Viomundo: Essa “esperteza” dos tucanos quando se trata de propaganda contrasta com a lerdeza do PT. Convidado a dar uma entrevista ao vivo a um programa de TV que liderava a audiência matutina naquele momento de crise — causado pela greve dos motoristas e cobradores de ônibus — o prefeito petista Fernando Haddad não conseguiu rearranjar a agenda!

PS do Viomundo2: Sobre a tentativa do Viomundo de fazer um balanço da Virada Cultural que não falasse apenas de mortes, tiros e destruição, relata a repórter encarregada de fazê-lo que “na segunda, falei umas quatro vezes com a assessoria de imprensa da Secretaria da Cultura, querendo o balanço e a entrevista com o Juca; na terça-feira à noite mandaram o release do balanço que foi pra todo mundo; eu questionei, e a minha entrevista com o secretário? Ninguém respondeu. Assim como ninguém da assessoria de imprensa ligou pra me dar retorno sobre a entrevista”.

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