Pesquisa do Datafolha revela: Alckmin perdeu o debate político do fechamento das escolas

Tempo de leitura: 5 min

Não fechem a minha escola  3

Da Redação

Pesquisa do Datafolha divulgada nessa quarta-feira 4 sobre a “reorganização” das escolas da rede pública do Estado de São Paulo revela:

* 59% dos paulistanos reprovam remanejamento de alunos;

* 62% acreditam que a mudança trará mais prejuízos do que benefícios.

Em português claro: o governador Geraldo Alckmin (PSDB) perdeu o debate político do fechamento das escolas.

Tanto que a página Não fechem minha escola, criada no Facebook por estudantes progressistas para fazer face ao embuste da “reorganização”, foi na lata: Por mais que o governo do Estado tenha utilizado todo tipo de mentira, dessa vez não conseguiram enganar o povo de São Paulo!

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A informação sobre a página Não fechem minha escola diz tudo sobre ela :  contra a absurda “reestruturação” das escolas! #respeiteaminhaescola

Aí, os estudantes tem se “reunido” para debater, trocar informações, divulgar novas manifestações. Há espaço inclusive para poemas, como este assinado por Sílvio Prado e enviado ao grupo em 3 de novembro às 22:19:

INSANOS

Aí Geraldo Alckmin
No extremo da loucura
Exigiu do secretário
Burocrata sem ternura
Que contasse e recontasse
E avaliasse a estrutura
De quanta escola precisa
De cadeado e fechadura.

Então a dupla insana
Que odeia a educação
E acha que todo pobre
Fica bem numa prisão
Anunciou solenemente
Num rico e nobre salão
O total de quantos prédios
Vão sumir nessa gestão.

Se no anúncio finório
Não teve um palavrão,
No seu íntimo e entrelinhas
Ficou visível a sugestão
De um foda-se enrustido
Com aquele dedo da mão
Endurecido e apontado
Na cara da educação.

Dizia foda-se o aluno
Que vai ficar amontoado
Numa sala onde o espaço
Pequeno e desconsiderado
Parece mais um depósito
Onde o pobre sufocado
Se antecipa ao ambiente
Onde o “sol nasce quadrado”.

Igualmente o professor
Que ele se foda por inteiro
Dando aulas de um jeito
E se não der seja o primeiro
A desistir da profissão
Onde males rotineiros
Fizeram de toda escola
Um explosivo vespeiro.

Se pai ou mãe descontentes
Tomarem ruas e praças
Dizendo que não aceitam
Não vendo nenhuma graça
Em medidas que aumentam
No povo a sua desgraça
Logo uma tropa de choque
Vai lhes dobrar a carcaça.

Portanto, Geraldo tucano
E seu secretário bovino
Sorrindo cancelam o futuro
De quanta menina ou menino
Fechando escolas e salas
Semeando desatinos
Gritando na sua loucura:
Ora, que se foda o ensino!

Sugerimos entusiasticamente que visitem a página. Fica aqui

******

59% dos paulistanos reprovam remanejamento de alunos no Estado

FELIPE SOUZA e LEANDRO MACHADO, na Folha de S. Paulo

DE SÃO PAULO

04/11/2015  12h13 – Atualizado às 20h12

A comerciante Maria Helena da Silva Nogueira, 37, tirou seu filho de um colégio particular e o matriculou no final do ano passado em uma escola estadual na região de Pirituba, zona norte de SP.

O problema para ela e para o filho de sete anos é que a escola Professor João Nogueira Lotufo, assim como outras 93 do Estado, serão fechadas pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) no ano que vem.

O fechamento dessas unidades ocorre em meio ao processo que visa oferecer nas escolas classes de apenas um dos três ciclos do ensino básico –anos iniciais (1º ao 5º) e finais (6º ao 9º) do ensino fundamental e ensino médio.

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“Em dois anos na escola particular, ele não aprendeu nada, mas, na pública, aprendeu a ler e escrever em dois meses. Essa notícia [fechamento] é um absurdo. Não tenho dinheiro para pagar para levar meu filho para uma escola pública boa ou pagar uma particular”, afirma.

A opinião de Maria Helena é semelhante à da maioria dos paulistanos. Segundo pesquisa Datafolha realizada na semana passada na cidade, 59% dos entrevistados são contrários ao remanejamento de alunos na rede estadual.

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Segundo o levantamento, outros 28% dos paulistanos são a favor da medida, 3%, indiferentes e 9% não souberam opinar. Desde o anúncio das mudanças, o governo tem sofrido críticas de pais e alunos das escolas afetadas, do sindicato dos professores e de movimentos estudantis.

Para o governo, o objetivo da mudança é atenuar a mistura de alunos com idades diferentes –que podem variar de seis a 18 anos, por exemplo, numa mesma escola.

O chefe de gabinete da secretaria estadual da educação, Fernando Padula, disse que a reprovação dos entrevistados ocorre devido à falta de informação de parte deles. “Nós temos a certeza de que esse número será outro muito em breve. Estamos absolutamente convencidos de que a reorganização é um caminho para melhorar a educação”, disse.

Ele relata que esse posicionamento foi causado, principalmente, pelas recentes manifestações feitas contra o fechamento das escolas.

“O sindicato, numa estratégia político-partidária, visou desinformar, criar boataria e insegurança. Hoje existe mais a desinformação do que a rejeição”, afirmou Padula.

Segundo a reorganização anunciada, além do fechamento de 94 escolas, 311 mil alunos serão transferidos de colégio . Segundo o governo, esses 94 prédios serão aproveitados como creches e escolas municipais ou como colégios técnicos do Estado –mas ainda não há uma definição para todas as unidades.

Segundo o Datafolha, seis em cada dez (62%) entrevistados estão pessimistas com as mudanças e acreditam que elas trarão mais prejuízos que benefícios aos estudantes.

Outros 27% acreditam que as ações serão benéficas aos alunos das escolas públicas.

No caso do Lotufo, como é conhecido o colégio onde estuda o filho da Maria Helena, a rejeição à mudança parece dominar todos as classes.

Folha perguntou nesta quarta (4) a alunos do 1º ao 4º ano de cinco salas se eles querem continuar estudando no Lotufo no próximo ano letivo. Todos levantaram a mão para acenar positivamente.

A escola já funciona em ciclo único e tem notas acima da média do Estado (6,1 no Idesp –principal indicador do ensino no Estado, ante 4,76 de média das escolas estaduais do ciclo 1 – para estudantes do 1º ao 5º ano).

A gestão argumenta que o motivo da mudança é o pequeno número de alunos matriculados. O colégio tem capacidade para 1.050 pessoas, mas hoje só atende 303.

A escola chama a atenção pela limpeza e estrutura melhores que as geralmente encontradas em outras da periferia. As carteiras estão em bom estado, paredes não têm pichação e a quadra esportiva tem uma pintura nova.

O colégio foi campeão regional de xadrez, dama, queimada e do festival de inverno, que envolve atividades de dança e teatro. Os estudantes fazem exposições artísticas –a última será dia 14, quando vão se despedir da escola.

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Comentários

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lulipe

Mas esse não é o Instituto de Pesquisa que os petistas chamam de Datafalha ou será que só é falha quando os números são contra o PT???

Ana

Que nada, o povo do tucanistão gostha… pode ter certeza que nas próximas eleições eles votam de novo num tucano. E nas próximas, nas próximas e nas próximas…

sem água, sem escola… embale que a criança é sua, povo do tucanistão…

Elias

Mesmo com a grotesca distorção das manchetes do PIG, o povo respondeu que já não suporta um governador que deixa secar represas e agora passa a secar escolas. Alckmim deve estar contando que o povo vai esquecer tudo nos três anos que faltam para o pleito presidencial de 2018. Engana-se o governador. Água e escola, não se esquece facilmente. E os jornais continuam a praticar a BLINDAGEM de Alckmin e de todos do PSDB. Chega a ser bizarro ler essas manchetes dos jornais. Folha de São Paulo: Reformulação da rede paulista vai ‘envolver’ 94 escolas. G1: Reorganização atinge 311 mil alunos e ‘disponibiliza’ 94 escolas de SP. Jovem Pan: Governo de São Paulo anuncia REPASSE de 94 escolas. Com esse tipo de “jornalismo” o PSDB nem precisa de horário eleitoral.

Antonio

E o secretário da educação é um ex reitor de universidade paulista, da UNESP se não me engano.
E o governador quer ser presidente.
Imaginem esse governador presidente.
O que será do ensino nesse país?

L@!r M@r+3$

Nem com a mídia amiga eles conseguem convencer a população! O SPTV (Serra Presidente TV) praticamente pede desculpas pela ousadia de ter que citar esse assunto na TV, mesmo que seja pra colocar a cara do Alckimin pra justificar isso.

mineiro

nao fechem escolas , entao aprendem a votar. essa sim deveria ser a frase para o povo de sp , que elegeram esses desgraçados dos demonios tucanos por mais de vinte anos e ainda querem reclamar ? vao ter que aturar esse ditador ate o final do mandato e ai sim se aprendeu alguma coisa, mandar esses desgraçados para o lugar deles , os quintos do infernos. mas no momento nao tem direito de falar nadaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa porque elegeu esse desgovernador facista no primeiro turno e ainda querem mudança? vao ter que esperar nao proxima eleiçao pra tentar reverter isso , mas no momento , os demonios tucanos sao todos de voces para aprender a votar , se é que aprendeu.

Mauricio Gomes

Não me iludo com isso, pois a paulistada irá novamente eleger outro governador tucano em 2018, 2022, 2026 e assim por diante. Quem pariu Mateus que o embale…

marcio ramos

Nada me agrada mais do que ver o povo na rua, se for menor de idade ai eu piro. Queria estar em SP pra fazer um videozinho massa desta galera, mas fico aqui em João Pessoa desejando força na luta aos estudantes e ao povo que não se acovarda diante do Alckmin fascista, este sim deve se banido da política….

Julio Silveira

Quero ver a fascistagem tucanica que costuma aparecer no Blog para malhar o governo federal ter agora a coragem de vir aqui e defender seu governo do Tucanistão. Rsrsrs.
Esses pateticos deveria pedir a renuncia ou o impeatchment desse governo, se fossem sérios, esse governo que so muda nomes mas vem cria o declínio palpavel para seu estado a mais de 20 anos.

FrancoAtirador

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E dizer que esses Calhordas de São Paulo
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montaram uma Rede Jabá de Comunicação
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que está destruindo o Estado e o País.
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