Milly Lacombe: Ao confessar pulsão pedófila, Bolsonaro, 63 anos, inaugura nova dimensão da repulsa; vídeos

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Bolsonaro durante a entrevista em que disse que viu umas meninas de 14 ou 15 anos na rua, parou, tirou o capacete e foi ter com elas, momento no qual "pintou um clima". Foto: Reprodução de vídeo

Ao confessar pulsão pedófila, Bolsonaro inaugura nova dimensão da repulsa

Por Milly Lacombe, no UOL

A cientista política norte-americana Amy Erica Smith, que estuda o papel da religião na política brasileira, diz que, para os evangélicos, a preocupação com o cuidado das crianças, em termos da sexualidade, é importantíssima.

Segundo ela, dentro do mundo evangélico esse é um assunto que desperta muita emoção. “De todos os assuntos políticos, esse é o que mais mobiliza”, fala Smith.

Pois estamos prestes a descobrir se a confissão de impulsos pedófilos de Bolsonaro terá o impacto que deveria entre um de seus maiores grupos de apoio.

Em entrevista a um podcast amigável à sua candidatura o atual presidente disse que um dia, durante um passeio de moto, ele viu umas meninas de 14 ou 15 anos na rua, parou, tirou o capacete e foi ter com elas, momento no qual, segundo o homem de 63 anos, “pintou um clima”.

Só “pinta um clima” com uma adolescente de 14 anos na cabeça de um senhor de mais de 60 anos no caso de ele ser um pedófilo. Não sendo, não pinta um clima.

Antes disso, em uma de suas lives, o atual mandatário já havia sexualizado uma criança que teria uns nove ou dez anos.

Deixemos para lá as insinuações de que as meninas estavam exercendo trabalho sexual e que ele, diante da suspeita, nada fez além de entrar na casa delas.

Vamos analisar a fotografia ampliada de Jair Bolsonaro.

Estamos diante de um candidato à reeleição que já foi formalmente acusado de racismo e de LGBTfobia.

De um candidato ligado a milicianos, a milícias, ao fascismo e ao nazismo.

De um candidato ligado ao que está sendo chamado de “o maior esquema de corrupção já visto” – o Bolsolão, ou orçamento secreto.

De um candidato cujo enriquecimento não é compatível com os cargos que ocupou e ocupa (Leiam “O Negócio do Jair, de Juliana dal Piva)

De um candidato que já fez apologia ao estupro, que exalta a tortura e torturadores, que acredita que homem é melhor do que mulher.

Estamos diante de uma pessoa com pulsão de morte, de extermínio e de destruição.

E, agora sabemos, de disposições pedófilas.

Quem, em nome de Deus, vota nisso?

O canalha do Bolsonaro fala que “PINTOU UM CLIMA” entre ele e uma criança de 14 anos quando visitou Brasília (ele já presidente).

ASSISTAM e veja o que Bolsonaro fala de uma criança de 14 anos!

Milly Lacombe, 53, é jornalista, roteirista e escritora. Cronista com coluna nas revistas Trip e Tpm, é autora de cinco livros, entre eles o romance O Ano em Que Morri em Nova York. Acredita em Proust, Machado, Eça, Clarice, Baldwin, Lorde e em longos cafés-da-manhã. Como Nelson Rodrigues acha que o sábado é uma ilusão e, como Camus, que o futebol ensina quase tudo sobre a vida.

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Comentários

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Zé Maria

No Caso Concreto, ficou Evidente o Crime do Bolsolão
de Negligência e Favorecimento à Prostituição Infantil
e das Adolescentes. A Omissão da Autoridade Pública.

Aparecido DA SILVA

Hum. Se fosse assim todo professor homem era pedófilo.
Onde tem mais meninas e crianças do que em colégios públicos e particulares ?
Para isto basta parar o carrão na porta da escola se essa for a intenção do pedófilo. Nem precisaria estudar facul.
Tem menina que tem problema mental, não seria difícil um homem abusar delas. Talvez fossem 10 de uma vez. Mas não eu.
Deixemos os assuntos pueris e foquemos na economia se quisermos ganhar as eleições.

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