John Pilger: EUA caçam guerra mundial no entorno da Rússia

Tempo de leitura: 4 min

22/05/2014 – Copyleft

Uma guerra mundial se aproxima

Com os postos avançados da OTAN localizados no Leste Europeu e nos Bálcãs, o último amortecedor que faz fronteira com a Rússia está sendo dividido.

John Pilger, no Counterpunch, via Carta Maior

Porque toleramos a ameaça de uma nova Guerra Mundial? Porque permitimos mentiras que justificam esse risco? A escala da nossa doutrinação, escreveu Harold Pinter, é um “brilhante, até espirituoso e altamente bem sucedido ato de hipnose,” como se a verdade “nunca tivesse acontecido mesmo quando está acontecendo.”

Todo ano o historiador americano William Blum publica seu “sumário atualizado do relatório da polícia externa dos EUA” o qual mostra que, desde 1945, os EUA tentaram derrubar mais de 50 governos, muitos democraticamente eleitos; interferiu grossamente nas eleições de 30 países; bombardeou a civilização de 30 países; usou armas químicas e biológicas; e tentou assassinar líderes internacionais.

Em vários casos a Inglaterra colaborou. O nível do sofrimento humano, não só criminalmente falando, não é muito conhecido no Oeste, mesmo com a presença da comunicação mais avançada do mundo e do jornalismo mais ‘livre.’ Que as maiores vítimas do terrorismo – nosso terrorismo – são muçulmanos, é um fato.

Que o jihadismo extremo, que levou ao 11/9, foi nutrido como uma arma da polícia Anglo-Americana (Operação Ciclone no Afeganistão) é suprimido. Em abril o departamento de Estado dos EUA notou que, seguindo a campanha da OTAN em 2011, “Líbia se tornou um refúgio para os terroristas.”

O nome do “nosso” inimigo mudou com o passar dos anos, de comunismo para Islamismo, mas geralmente é qualquer sociedade independente do poder ocidental e que ocupa estrategicamente território útil ou rico em recursos.

Os líderes dessas nações obstrutivas são violentamente postos de lado, como os democratas Muhammad Mossedeq no Irã e Salvador Allende no Chile, ou são mortos como Patrice Lumumba no Congo.

Todos estão sujeitos a uma campanha midiática ocidental que os denigre e os caricatura – como Fidel Castro, Hugo Chávez, agora Vladimir Putin.

O papel de Washington na Ucrânia é diferente somente nas suas consequências para o resto de nós. Pela primeira vez desde os anos de Reagan, os EUA estão ameaçando iniciar uma guerra. Com os postos avançados da OTAN no Leste Europeu e nos Bálcãs, o último “amortecedor” que faz fronteira com a Rússia está sendo dividido. Nós do Ocidente estamos apoiando os neonazistas em um país onde os nazistas ucranianos apoiaram Hitler.

Tendo arquitetado o golpe em Fevereiro contra o governo eleito democraticamente em Kiev, o confisco da histórica e legítima base naval de águas mornas Russa na Criméia, falhou. Os Russos se defenderam como fizeram contra qualquer ameaça e invasão vindos do oeste por quase um século.

Mas o cerco militar da OTAN acelerou, junto com os ataques americanos orquestrados aos russos étnicos na Ucrânia. Se Putin pode ser provocado até pedir auxílio, seu papel pré-ordenado de ‘alheio’ vai justificar uma guerrilha coordenada pela OTAN que, provavelmente, vai cair em próprio território russo.

Ao invés, Putin frustrou o partido da guerra quando estava procurando acomodação com Washington e a União Européia, retirando tropas da fronteira ucraniana e insistindo para que os russos étnicos ao Leste da Ucrânia abandonassem o referendo da semana.

Essas pessoas que falam russo e os bilíngues – um terço da população ucraniana – tem solicitado há um tempo uma federação democrática que reflita as diversidades étnicas do país e que seja autônoma e independente de Moscou. A maioria não é nem separatista e nem rebelde, somente cidadãos que querem viver seguros em sua pátria.

Como as ruínas do Iraque e do Afeganistão, a Ucrânia se tornou um parque temático da CIA – dirigido pelo diretor da CIA, John Brennan, em Kiev, com ‘unidades especiais’ da CIA e do FBI criando uma ‘estrutura de segurança’ que fiscaliza possíveis ataques aos que se opuseram ao golpe em fevereiro.

Veja os vídeos, leia os relatórios das testemunhas do massacre em Odessa. Bandidos fascistas queimaram a sede do sindicato, matando 41 pessoas que estavam presas dentro. Assista a polícia ficar parada. Um médico disse tentar resgatar as pessoas, “mas fui impedido por nazistas radicais pró-Ucrânia. Um deles me empurrou e disse que logo todos os judeus em Odessa teriam o mesmo destino. Me pergunto porque o mundo está em silêncio”.

Ucranianos que falam Russo estão lutando para sobreviver. Quando Putin anunciou a retirada das tropas russas da fronteira, a secretária de defesa de Kiev – uma das fundadoras do partido fascista Svoboda – alertou que os ataques aos ‘insurgentes’ iriam continuar. De um jeito Orweliano, a propaganda no ocidente inverteu isso para Moscou “tentando orquestrar conflito e provocação,” de acordo com William Hague.

Seu cinismo combina com o ‘parabéns’ nojento de Obama à junta do golpe pela sua ‘memorável repressão’ seguindo o massacre em Odessa. Ilegal e fascista, a junta é descrita por Obama como ‘devidamente eleita.’ O que importa não é a verdade, disse Henry Kissinger uma vez, mas sim o que se percebe como verdade.

Na mídia norte-americana, a atrocidade de Odessa tem sido chamada de ‘sombria’ e ‘tragédia’ na qual ‘nacionalidades’ (neonazistas) atacaram ‘separatistas’ (pessoas que coletavam assinaturas para o referendo na federação Ucraniana).

O Wall Street Journal de Rupert Murdoch condenou as vítimas – “incêndio mortal na Ucrânia foi iniciado por rebeldes, diz Governo.’ As propaganda na Alemanha vem sendo como na Guerra Fria, com o Frankfurter Allgemeine-Zeitung alertando seus leitores da guerra “não declarada” da Rússia. Para os alemães, é uma ironia Putin ser o único líder a condenar a ascensão do fascismo na Europa do século 21.

Um truísmo popular é que “o mundo mudou depois do 11/9”. Mas o que mudou? De acordo com Daniel Ellsberg, um golpe silencioso aconteceu em Washington e quem comanda agora é o militarismo excessivo.

O Pentágono atualmente coordena as ‘operações especiais’ – guerras secretas – em 124 países. Em casa, elevando a pobreza estão os corolários históricos de um estado em guerra perpétua. Adicione o risco de uma guerra nuclear, e a pergunta é: por que toleramos isso?

Leia também:

Mauro Santayana: A aliança que pode mudar o equilíbrio no Oriente


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Comentários

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carlos

quanto mais eu leio mais me convenço que não há lado certo. Há o lado que você está e o que você deve fazer quando alguém chegar à sua porta com vontade de te tirar de lá e impor uma ordem diferente da que você vive por um mero acaso.

augusto2

ficou ali obvio -como nao cabe a palavra ‘policia’, ainda tem tempo de corrigir traduzindo “policy” como ‘politica’,

Melinho

Mandei este comentário para um grupo de amigos, mas admito a minha insignificância com relação a possibilidade de fazer algo contra um desastre iminente ou a médio prazo, porque eu não passo de uma formiguinha idiota.

Veja como os banqueiros e as multinacionais americanas (tem sentido citar o país de origem de uma dessas empresas?) financiam os vários atores envolvidos numa guerra mundial permanente. A indústria mais poderosa do mundo é a bélica e suas ramificações no mundo inteiro, estou dizendo o óbvio ululante. Ela vende armas para os dois, três ou dezenas de países envolvidos numa guerra num determinado momento. E está se lixando para a morte de soldados americanos, ou ingleses ou de qualquer outra nacionalidade. A guerra é um grande negócio para os capitalistas que fabricam armas na mesma quantidade e velocidade que fabricam biscoitos.

Para aqueles que acham que eu estou delirando, deem uma olhada neste vídeo, o mais esclarecedor que eu já tive acesso. Mas antes tome uma cervejinha para relaxar. Eu vou fazer isto agora mesmo. Tenho duas bohemias long neck no refrigerador.

E ainda tem gente que diz que a internet é uma besteira. Não espere por uma entrevista dessa natureza no JN. Mas mesmo tendo acesso as informações contidas no vídeo abaixo, admito que o conhecimento que se adquire de uma fonte razoavelmente confiável como esta não serve para nada. absolutamente. Em nada me ajuda, em nada serve para que eu possa ajudar a humanidade. O vídeo mostra como empresas americanas ajudaram Hitler, a ex-União Soviética durante a guerra do Vietnã, a Rússia atual (antes da confusão envolvendo a Ucrânia) e todos os países em guerra no mundo inteiro etc, etc.

E me pergunto: para que saber dessas coisas se eu posso dormir tranquilo depois de assistir ao Jornal Nacional. Bom, a conversa está muito comprida, mas novamente o alerta: cuidado para não enlouquecer depois de ver este vídeo. É injeção de gordura e na veia. Boa sorte para nós, pobres coitados que somos.

http://youtu.be/fRBC1rk2_CM

Regina Braga

O EUA vivem caçando…até no pp território.Um belo alce que pode ser devorado pelo tigre e o urso…tadinha da águia,perdeu a visão,garras e penas!

Dinis

Que mundo é este?O Obama, um negro, apoiando nazistas! Mas não acredito em 3ª guerra mundial, os EEUU não terão coragem de atacar a Russia ou a China com medo das bombas apontadas para suas cabeças! São muito valentes é contra paises pobres sem armas nucleares, vide Afeganistão, Iraque, Líbia, República dominicana, etc…

Ricardo J Fontes Almeida

Os fatos descritos nesta notícia me deixam confortável em concluir que: “O maior e mais ordinário inimigo deste país, Os Estados Unidos da América e de dos cidadõas que a compõem, não se encontra fora de suas fronteiras, como alguns insistem em propagar. O maior inimigo é e será a maquina e a estrutura de poder criada sob o manto da falsa premissa de defensores da democracia. Hoje, o monstro que se tornou o governo americano, está totalmente fora de controle. Não mais existe o ideal dos primeiros colonizadores, com seus sonhos de uma terra de liberdade e oportunidades. Hoje o cidadão americano é uma peça a serviço de uma máquina que o faz acreditar que agem em seu proveito e segurança. Quando na verdade eles só estão alimentando a estrutura de poder de uns poucos que se intitulam os Senhores do Mundo. Subjulgam e menosprezam a pessoa humana, enxergando homens e mulheres como gado passíveis de serem sacrificados. O que importa para eles é se tornarem cada vez mais poderosos. Infelizmente não vejo saída.. Os que estão nos levando para este abismo, são conhecidos. Trabalham nas sombras e conspiram pelo domínio através do medo. Semana passada, passou desapercebida por muitos, foi noticiado no Correio do Brasil uma das reuniões que abordavam os caminhos que estão sendo traçados para o atual momento. Indico sua leitura afim de compreender o que, infelizmente, nos aguarda…http://correiodobrasil.com.br/destaque-do-dia/bilderberg-lideres-da-europa-e-eua-em-reuniao-secreta-preveem-conflito-armado/708589/ .. Tirem suas próprias conclusões.

Bonifa

Chamamos a atenção do tradutor para a palavra “policy”, que deve ser traduzida por “política” e não “polícia”, embora de certo modo polícia pareça adequado. A Rússia é famosa por ter diplomacia de verdade, muito forte, e por ter um corpo de analistas excepcional, que estudam todos os aspectos e movimentos da realidade mundial. Ao contrário dos EUA, cuja suposta diplomacia é apenas de batedores sondando as fraquezas inimigas por onde a tropa poderá passar, e onde os analistas se fecharam em cálculos e tabelas bem distantes da apreciação cerebral da realidade. Dito isto, a Rússia está percebendo que a única manifestação de independência da Europa, que poderia afastar o continente da obediência automática aos americanos, é a emergência da direita nacionalista por toda parte. Esta mesma direita que na Ucrânia é confessadamente nazista e tem ódio dos russos, emerge por toda parte e com nuances particulares em cada lugar. Neste cenário de contrastes e paradoxos, a diplomacia russa vai tentar se mover para libertar a Europa dos Estados Unidos e evitar a guerra no continente.

    Paulo

    Realmente, a tradução deste artigo ficou péssima. Uma pena.

Mário SF Alves

“Porque toleramos a ameaça de uma nova Guerra Mundial? Porque permitimos mentiras que justificam esse risco? A escala da nossa doutrinação, escreveu Harold Pinter, é um “brilhante, até espirituoso e altamente bem sucedido ato de hipnose,” como se a verdade “nunca tivesse acontecido mesmo quando está acontecendo.””

———————-
Voltando à vaca fria.

Sim, o homem é produto do meio. Tá. Em sendo, por óbvio, a verdade também.

Dessa forma, e salvo engano [ filosófico :) ] e já que tudo tem limite, inclusive a capacidade de tolerância humana, quem sabe, não nos chegará o dia no qual o meio deixe de ser delineado por tamanha e alucinante força bruta e a verdade volte a se libertar de tão brutal restrição e contingenciamento.

    Paulo

    Vc me deu sono.

    Mário SF Alves

    Não foi intencional. Ainda assim, desculpe-me.

    É que, às vezes, no evervecer das idéias, algumas acabam por ser manifestadas desse jeito, preguiçoso.

    Att.,

    Mário.

Mário SF Alves

Ao Caracol:

E ainda sobre a moral da História:
“…
2) É a ordem natural das coisas em se tratando de um país cujo vir-a-ser assenta-se em contingências econômicas e ideológicas que não poderiam resultar em DESTINO senão outro a não ser o de ser obrigado a dominar o mundo?”

———————

Dúvidas:

1) Mesmo quando tais contingência e tal destino põem em risco o futuro da Humanidade?
2) Se fosse outro país, a China por exemplo, ou um outro, não sujeito ou suceptível a tais contingências, o DESTINO seria o mesmo?

    Caracol

    Suas dúvidas, Mário, remetem a discussões filosóficas envolvendo conceitos como “natureza humana” e que tais, e dariam vazão a infindáveis conversas e discussões. Cada um que pense por si, e admitamos que, incidentalmente, o ato de “pensar” tem caído em desuso.

    Meu objetivo com a lembrança de Eisenhower é este: fazer pensar. E eu penso que ele, usando a palavra “decência” em seu discurso fez com que ele e Jimmy Carter fossem os últimos presidentes americanos que demonstraram ter alguma decência. O resto tem sido bandido. Gradativamente o ato indecente de mentir aos seus próprios cidadãos e ao mundo virou algo banal. Bush filho exacerbou, atingiu o sublime da mentira e não deu em coisa alguma, portanto, prepare-se para o que vem por aí. E tudo virá apoiado no tal complexo industrial militar que apavorou o próprio Eisenhower.

Francisco

A economia estadunidense é dependente da guerra como o “nóia” é dependente do crack.

O resto do mundo é formado por aquelas pessoas que voltam tarde do trabalho para casa pedindo aos céus para o “nóia” não ter uma crise de abstinencia justo na hora que a gente está passando…

Luís Carlos

O império assassino dos EUA sob comando de Obama levando terror ao mundo, em parceria de nazistas ucranianos, aplaudida pelo viralatismo tupiniquim, sejam eles de direita ou de esquerda.

    Mário SF Alves

    Pensamento único, meu caro Luis Carlos. Nada muito distante do totalitarismo. Já vimos esse filme em 1939.

Alexandre Schwarz

John Pilger é maravilhoso!

Urbano

John Pilger… esse é um dos bons.

    Urbano

    Quem tem uma forte convicção de que o homem é produto do meio é a puliça, quando entra numa favela…

Mardones

Pois é. E depois o mundo vai chorar e fazer homenagem aos mortos e perseguidos. Todo mundo sabe que os EUA estão alimentando pessoas que foram aliadas dos nazistas. E tudo isso com o silêncio criminoso dos Europeus.

Desmascarando o golpe geral

Por que vocês toleram isso? Uma semente não germina em terreno inadequado. Quando um americano vota em qualquer um, achando-o especial, só porque esse qq faria coisinhas que melhorariam a sua vida material, já está fertilizando o terreno para as maldades.

A responsabilidade de um eleitor americano para com o mundo requer que ao menos se instrua mais sobre geografia, geopolítica, economia. Acaso um amerricano médio tem essa condição? Sabemos que não.

99% são analfabetos políticos. Em suma o eleitor é o responsável. E sua ignorância e arrogância também.

    Mário SF Alves

    “Em suma o eleitor é o responsável. E sua ignorância e arrogância também.”
    ___________________________
    Tá. Mas diz aí, como é que são produzidos tais eleitores?

    Desde já agradeço,

    Sinceramente,

    Mário.

Carlos Francisco

Vladimir Putin é um despota! Sem moral! Autoritário! Um comunista conservador, que invadiu a Ucrânia, e dominou parte do território, isso é intolerável!!!

O Yanucovich desviava 40% do PIB, morava numa mansão, matou mais de 60 pessoas que protestavam contra ele! E ainda é defendido?

O VIOMUNDO é muito inocente, não sabe o que a Rússia é capaz, eles ignoram direitos, intimidam, matam, envenenam, e tudo em nome da burrice, os EUA trouxeram mais paz ao mundo do que guerras! Se não fosse por medo dos EUA um monte de regimes autoritários já teriam se instalado no mundo!

    Vixe

    Só me resta rir de tantas sandices escritas por você, meu caro.
    O teu analfabetismo político e histórico é de arrepiar.

    Mário SF Alves

    Com perdão da má palavra, mas na melhor das hipóteses, demonstrastes agora o quanto és politicamente ingênuo.

    _______________________________

    Ora, Carlos, não bastam os desejos ou as ideologias dos indivíduos para que a realidade automaticamente se transforme naquilo que gostaríamos que ela fosse.

    E mais, império por império, a Pax Romana, construída naquele universo de politeístas, era muito menos cruel e menos ameaçadora que a Pax Estadunidense.

    Luís Carlos

    Então, seguindo sua lógica, o apoio de Obama aos nazistas ucrânianos e outros grupos fascistas de ultra direita é correto e todos devemos aplaudir? Os ataques a judeus e russos na Ucrânia perpetrados pelos apoiados por Washington é correto e todos devemos apoiar esses massacres e perseguições? Você chama isso de paz?

Caracol

Oportuno será lembrar a advertência do General Eisenhower quando de sua transmissão de posse a Kennedy em 1961:

“In the councils of government, we must guard against the acquisition of unwarranted influence, whether sought or unsought, by the military-industrial complex. The potential for the disastrous rise of misplaced power exists and will persist. We must never let the weight of this combination endanger our liberties or democratic processes. We should take nothing for granted. Only an alert and knowledgeable citizenry can compel the proper meshing of the huge industrial and military machinery of defense with our peaceful methods and goals, so that security and liberty may prosper together.”

…”Disarmament, with mutual honor and confidence, is a continuing imperative. Together we must learn how to compose differences, not with arms, but with intellect and decent purpose. Because this need is so sharp and apparent, I confess that I lay down my official responsibilities in this field with a definite sense of disappointment. As one who has witnessed the horror and the lingering sadness of war, as one who knows that another war could utterly destroy this civilization which has been so slowly and painfully built over thousands of years, I wish I could say tonight that a lasting peace is in sight.”

Profético.
E note-se: o General Eisenhower era um militar.

    Mário SF Alves

    Prezado Carocol,

    A profecia é boa. Imprescindível, eu diria. E se não for incômodo, dada a transcendental importância da mesma, dá pra traduzir?

    Att.,

    Obrigado,

    Mário.

    Caracol

    Com prazer, Mário.
    Desculpe pela demora, mas estive muito ocupado durante o dia todo.
    Aqui vai:

    “Os Conselhos Governamentais (americanos) precisam se resguardar contra a influência de interesses injustificáveis, sejam eles acionados ou não, pelo complexo industrial militar. O potencial de crescimento desastroso de um Poder impróprio existe e vai persistir. Nós não devemos, jamais, permitir que o peso desta influência ponha em perigo nossas liberdades e nossos processos democráticos. Não consideremos coisa alguma como garantido. Apenas uma cidadania alerta e esclarecida pode influir para ensejar a combinação adequada entre a imensa máquina de defesa e nossos métodos e objetivos pacíficos, de modo que a segurança e a liberdade possam prosperar conjuntamente.”
    …”O desarmamento, com honra e mútua confiança, é um imperativo constante. Juntos, todos devemos aprender como conciliar diferenças, não à base de armas, mas sim com inteligência e propósitos decentes. Como essa necessidade é tão aguda e evidente, eu confesso que deixo minhas responsabilidades oficiais com um sentimento de grande decepção. Na condição de alguém que testemunhou a procrastinação do horror e da tristeza de uma guerra, na condição de alguém que sabe que uma nova guerra poderá destruir totalmente esta civilização que tão vagarosa e dolorosamente foi construída durante milhares de anos, eu bem que gostaria de poder afirmar hoje que uma paz duradoura está à vista.”
    (General Eisenhower, em discurso de transmissão de posse a Kennedy, em 1961).

    Mário SF Alves

    Obrigado.

    Interessante notar:

    1) Contexto histórico desta declaração:

    Data: 1961 DC;

    Geopolítica diretamente afeta aos USA no ato da declaração: contenção da ex-URSS; revolução social em Cuba.

    2) Contexto histórico e reação do sucessor após a declaração:

    Geopolítica diretamente afeta aos interesses particulares dos EUA:

    Crise dos mísseis; fortalecimento e efervescência do movimento social, bem como ação do Governo brasileiro direcionada à emancipação política do País.

    Reação governo Kennedy:
    Retirada dos mísseis apontados para a ex-URSS e intervenção no Brasil, mediante apoio operacional, financeiro e bélico ao golpe de Estado de 64, no Brasil e que se multiplicou feito rastilho de pólvora por toda a América Latina.

    Moral da História:

    1) Não obstante seu significado histórico, já era tarde demais para recolocar o carro nos trilhos?
    2) É a ordem natural das coisas em se tratando de um país cujo vir a ser assenta-se em contingência econômica e ideológica que não poderia ser outro a não ser o de ser obrigado e dominar o mundo?

    Bonifa

    O General Eisenhower era surpreendentemente decente. Esta é uma afirmação sua:
    “Um povo que valoriza os seus privilégios acima dos seus princípios, cedo perde os dois.” Profecia do prematuro fim do império americano, cujos princípios fundadores foram ao lixo em troca da acumulação tresloucada de privilégios.

Roberto Locatelli

Só que não está mais tão fácil para os EUA:

FrancoAtirador

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.
A Terceira Guerra Mundial

Já começou, faz muito tempo,

Assim que terminou a Segunda.
.
.

Edgar Rocha

A maior ironia disto tudo é que estamos na era da informação, com internet e todos os recursos possíveis. E nada disto parece ser útil no trânsito de dados. Ao contrário, o que houve foi um aumento da massificação de opiniões e um novo conjunto de agressões a liberdades individuais e soberanias. Sobretudo à liberdade de expressão. Aos que chamam isto de teoria de conspiração da parte de quem aponta tais problemas, esperem até aparecer abajur com couro de árabes no Mercado Livre.

Mário SF Alves

“Porque toleramos a ameaça de uma nova Guerra Mundial? Porque permitimos mentiras que justificam esse risco? A escala da nossa doutrinação, escreveu Harold Pinter, é um “brilhante, até espirituoso e altamente bem sucedido ato de hipnose,” como se a verdade “nunca tivesse acontecido mesmo quando está acontecendo.””

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Parabéns ao Viomundo por nos permitir a oportunidade de refletir sobre algo tão delicado, tão grave e numa perspectiva tão simples e singular. De fato, é esse o x do problema existencial humano na atualidade. Tem toda razão o autor.

Lembra o Pulitzer:
“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma.”

Talvez resida aí a causa mortis da verdade.

Abs.,
Obrigado,
Mário.

Em tempo:

Coincidência ou não, a presidente Dilma lembrou recentemente que se vez anterior foi a esperança que se viu na contingência de vencer o medo, dessa vez é a verdade que terá de vencer a mentira.

    Mário SF Alves

Hell Back

Isso tudo acontecendo e quem é contra e diz isso em blogues como esse é marcado como um insurgente ou reacionário pela inteligência americana, vulgo NSA. Acabou a privacidade.

Nelson

Três anos depois, Fukushima continua a expelir água radioativa e a matar o Oceano Pacífico e um pouquinho de cada um de nós a cada dia que passa, revelando o perigo extremo a que expostos com as centrais nucleares.

O Sistema de Poder que domina os Estados Unidos, a Europa Ocidental e mais um pedaço do planeta e tem pretensões de dominá-lo por completo segue destroçando vidas e esperanças aonde quer que encontre resistência a seu projeto.

O aparato de propaganda de tal sistema mente, mente, não se cansa de mentir, transformando governos assassinos e genocidas em anjos salvadores e governos vítimas em ditadores sanguinários.

As mega corporações da química seguem dominando a produção de alimentos e lucrando mais e mais com as crescentes doses de venenos que empurram para nossos buchos,com a visão complacente de quase todos os governantes. Um escândalo inominável, haja vista se tratar de um atentado a nossa saúde e qualidade de vida que, sob hipótese alguma, poderia ser tolerado.

A Terceira Guerra batendo às nossas portas, como John Pilger mostra em seu artigo, insuflada justamente por aqueles vivem a afirmar que amam a paz, a democracia e a liberdade.

Mas,
“Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos”.

A casa caindo e a grande maioria das pessoas parece não se importar, “não estão nem aí”; só querem manusear seu smartphone ou seu laptop ou queimar gasolina no seu carrão entre outras trivialidades.

    Mário SF Alves

    É o modelão, prezado Nelson.

    Afinal, os Imperadores têm de continuar imperando.

    Luís Antônio Mariano

    Mas as pessoas na sala de jantar
    Essas pessoas na sala de jantar
    São as pessoas da sala de jantar
    Mas as pessoas na sala de jantar
    São ocupadas em nascer e morrer

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