Antônio de Souza, sobre Youssef na CPI: Mídia ecoa denúncias vazias; parlamentares “esquecem” do monotrilho tucano

Tempo de leitura: 3 min

Alberto Youssef

por Antônio de Souza, especial para o Viomundo

Na manhã dessa segunda-feira 11, eu acompanhava os portais de informação na internet, quando por volta das 11 h Estadão noticiou o seguinte sobre Alberto Youssef: Doleiro da Lava Jato confirma que ‘Planalto sabia’ do esquema de corrupção na Petrobras”.

G1 dizia: Youssef confirmou que entende que o Palácio do Planalto tinha conhecimento das operações, incluindo Lula, Dilma, Palocci, Gleisi Hoffmann e José Dirceu. Ele disse acreditar que todos tinham conhecimento de tudo, mas afirmou que não tem como provar. Reveja aqui.

Youssef atribui a informação ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Porém, os portais dos jornalões se “esqueceram”  de que o próprio Paulo Roberto Costa negou, em depoimento à própria CPI, que Dilma e Lula soubessem do esquema.

Pior é que os parlamentares da oposição repetiam a todo instante durante o depoimento de Youssef à CPI: o doleiro está em regime de delação premiada, portanto ele teria de dizer a verdade.

Só que:

1) Segundo o procurador da República Vladimir Aras, Youssef mentiu na sua primeira delação premiada, a do caso Banestado.

2) Os delatores têm de apresentar provas, mas que muitas vezes não existem.

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Ora, achismo e meras palavras sem prova não valem nada. Ou melhor, valem apenas para produzir manchetes para a mídia sem credibilidade. Pior: “ditadas” por um bandido que, como se vê, é mentiroso.

Aí, vem a pergunta: este jornalismo é sério e imparcial, como se apresenta para a sociedade? Outra: Quem orientou depoimento pirotécnico, sem sustentação, do doleiro Alberto Youssef?

Por isso, devemos ter um pouco de senso crítico ante ao bombardeio midiático e lembrar sempre que meras palavras sem provas nada valem.

Peguemos, agora um outro caso: o do propinoduto paulista. Há e-mails trocados e uma série de informações que apontam o cartel agindo no metrô paulista.

Assim, por esse mesmo raciocínio empregado pela mídia no caso do depoimento de Youssef , eu poderia construir o pensamento do impeachment de Alckmin, visto que ele deveria saber de tudo.

O próprio Alckmin  assinou um aditivo ao contrato para compra de trens. Ele já foi julgado irregular pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). Além disso,  o Ministério Público paulista (MPE-SP) aciona na Justiça os responsáveis por um enorme superfaturamento. Ou seja, neste caso, além de ilações, temos prova material da participação do governador neste escândalo.

Voltando à fala de Youssef na CPI, mais precisamente sobre os valores movimentados e que reproduzo abaixo:

“De 2003 a 2005, eu não operei nada. De 2006 em diante, comecei a operar poucos valores porque a Petrobras não tinha tantas obras. A partir de 2008, ficou mais forte. Então eu estimo ter operado entre R$ 180 a 200 milhões”, respondeu Youssef ao deputado.

Num primeiro momento, pode-se pensar quanto dinheiro. Mas, para mim, esta afirmação mostra que o dito principal operador do esquema operou valores baixos frente aos R$ 6 bilhões que constam do balanço da Petrobras. Ou seja, algo em torno de 3% a 4%.

Isso é um indicativo de que o esquema é bem menor do que a mídia afirma e talvez até abaixo dos R$ 2 bilhões calculados pelo Ministério Público Federal.

Será que a necessidade de a mídia supervalorizar o esquema da Petrobras seria para dizer que ele é bem maior do que o propinoduto paulista?

Lembro que Paulo Roberto Costa negou o sobrepreço ou superfaturamento nas obras para o pagamento de propinas, pois estas, segundo ele, saíam da margem de lucro das empresas. O mesmo foi afirmado por outro delator.

No caso do metrô de São Paulo, isto já vem sendo comprovado pelo Ministério Público. Segundo denúncia da IstoÉ, o superfaturamento seria de 30% .

Em apenas quatro contratos do metrô, temos superfaturamento de R$ 1 bilhão. Isso sem contar outros casos, como o de reformas de trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e outros licitações. Juntando Metrô e CPTM, o superfaturamento pode chegar a mais de R$ 3 bilhões.

Lembro ainda que infelizmente ninguém na CPI perguntou sobre as obras do governo paulista com as empresas do cartel que agiu na Petrobras,  especialmente sobre o caso do monotrilho. E muito menos sobre os 107 bilhões de contratos firmados entre as empreiteiras do cartel e os sucessivos governos tucanos em São Paulo.

Conclusão: se setores da Justiça e da imprensa continuarem recorrendo ao achismo para produzir manchetes de que estamos no fim do mundo, aí, sim, estaremos no pior dos mundos. Ambos agem para destruir  as bases  do Estado de Direito e da democracia. Por isso, vale sempre a pena reforçar:  leiam com olhos críticos as matérias que atentam contra o bom senso.

Leia também:

Lula: É inacreditável que um bandido com 8 condenações tenha palco para caluniar sem prova 

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Comentários

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Francisco

Até hoje estou esperando uma foto, um recibo, uma gravação, uma filmagem, uma testemunha, um peido que provasse que Genuino é miliardário ou Dirceu é parente do capeta.

Não precisa de prova, precisa de midia.

FrancoAtirador

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Com essa Mídia-Empresa Reacionária
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os Fascistas sempre ganharão no grito.
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Afonso Guedes

Fico estarrecido!! Só no Brasil mesmo isso pode acontecer. O nosso judiciário é doentio. Como pode se dar crédito a palavra de escroques, ladrões e coisa afins? Como dar crédito ao que diz um cara já condenado em outro processo? O sujeito será capaz de incriminar até a mãe se isso lhe render alguma coisa na tal delação premiada. E esse PIG incorrigível tenta se agarrar nessas aleivosias, pois o que realmente teme é o barbudo em 2018.

ANDRE

http://br29.com.br/ex-presidente-do-psdb-telefonava-para-doleiro-cobrando-propinas-atrasadas-da-petrobras/
Ex-presidente do PSDB telefonava para doleiro cobrando propinas atrasadas da Petrobras
O empresário Leonardo Meirelles afirmou, em depoimento na 13ª Vara Federal de Curitiba, que outros políticos do PSDB, além do ex-presidente do partido Sérgio Guerra, receberam dinheiro desviado da Petrobras pela organização do doleiro Alberto Youssef. Meirelles aparece como um dos donos do Labogen, o laboratório usado por Youssef para mandar aproximadamente US$ 130 milhões para o exterior a partir de falsos contratos de importação e exportação.

O empresário falou sobre o suposto envolvimento de políticos do PSDB em perguntas de seu advogado Haroldo Nater durante audiência oficiada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, na segunda-feira. O advogado perguntou se outros partidos, além do PP, PT e PMDB foram beneficiados com desvios de dinheiro da Petrobras pelo grupo de Youssef.

– Acredito eu que o PSDB e eventualmente algum padrinho político do passado e provável conterrâneo ou da região do senhor Alberto – disse Meirelles.

Quando o advogado pediu mais detalhes, Moro interveio. Para o juiz, Meirelles não precisaria identificar os personagens sobre os quais estava falando. Se mencionasse o envolvimento de políticos com foro privilegiados, Moro teria que interromper o processo e mandar os autos para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Na sequência da conversa, também em resposta a pergunta de Nater, Meirelles confirmou que presenciou uma conversa por telefone entre Youssef e Sérgio Guerra. O ex-senador estaria cobrando uma promessa não devidamente cumprida pelo doleiro.

– Um ajuste, não uma reclamação, de coisas do passado – disse Meirelles.

Em um dos depoimentos da delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que pagou R$ 10 milhões para Sérgio Guerra com o objetivo de esvaziar a CPI da Petrobras em 2009. A CPI, que começou de forma ruidosa para investigar supostas fraudes na construção da refinaria de Abreu e Lima, entre outras obras da Petrobras, terminou sem qualquer resultado concreto. Guerra morreu em março deste ano e foi substituído na presidência do PSDB pelo senador Aécio Neves, candidato do partido à presidência da República.

ANDRE

http://br29.com.br/senador-alvaro-dias-lucrou-r-37-milhoes-com-propina-da-cpi-da-petrobras-2/
Senador do “poodle” lucrou R$ 37 milhões com propina da CPI da Petrobras
Segundo informações vazadas por fontes próximas a procuradores que conduzem a Operação Lava Jato, o senador Álvaro Dias está sendo investigado, pela compra de uma área no Rio de Janeiro por R$ 3 milhões e, meses depois, vendeu à Petrobrás pelo incrível valor de R$ 40 milhões.

O Fato está sendo investigado em segredo de justiça, pelo fato do parlamentar ter foro especial por prerrogativa de função – conhecido coloquialmente como foro privilegiado.

Segundo o que foi repassado o falecido senador Sérgio Guerra (PE), ex-presidente do PSDB, e “um tucano de Londrina” enterraram a CPI do Senado sobre a estatal em 2009, em troca da propina de R$ 10 milhões de reais. Ambos deixaram a CPI de forma surpreendente, em protesto contra o que seria um “jogo de cartas marcadas”. Sem a presença deles, a CPI não foi adiante.
Dinheiro da Propina

Com os R$ 10 milhões a dupla “racharam” a propina, e segundo informações, dos R$ 5 milhões repassados ao Senador Álvaro Dias, R$ 3 milhões foram aplicados em uma área no Rio de Janeiro que esta sendo investigado pelo MPF. Segundo que foi levantado o preço foi superfaturado em 13 vezes, e vendido a Petrobrás na época que o diretor de abastecimento da estatal era Paulo Roberto Costa, pivô da Operação Lava Jato.
Espólio do ex-presidente do PSDB

O espólio de Sérgio Guerra deve entrar no alvo de investigação do a atuação do Ministério Público e da Polícia Federal. A confirmação do recebimento de propina já leva a direção da Petrobras a estudar um pedido de bloqueio de bens como forma de ser ressarcida.

Um dos mais ricos haras do país, o haras Pedra Verde, em Limoeiro (PE), é um dos bens deixados pelo tucano, com mais de 200 cavalos de raça, inclusive campeões nacionais da racha Manga-Larga Marchador. Veterinários, geneticistas e 40 outros funcionários trabalham no Haras Pedra Verde. Para os investigadores da Lava Jato, o Pedra Verde também seria uma sofisticada lavanderia de comissões, inclusive por meio de vultosas transações de exportação e importação de cavalos.

Palco de refinadas apresentações de produtos premiados e de leilões milionários, o Haras Pedra Verde valeria perto de R$ 200 milhões (cavalos, laboratório, instalações e fazenda), mas foi omitido da declaração de Imposto de Renda de Sérgio Guerra ao eleger-se senador, em 2002, atribuindo à Pedra Verde um valor irrisório de R$ 22 mil, além de declará-la como “terra nua”, ou seja, sem qualquer tipo de benfeitorias ou construções.

A coleção de arte contemporânea do falecido presidente do PSDB também chamou atenção do MPF e da PF. Alí estão obras de Cícero Dias, Cândido Portinari, Vicente do Rêgo Monteiro, Di Cavalcanti, Gilvan Samico, Carybé, Manabu Mabe, Djanira e Tarsila do Amaral, em valores que chegariam à casa dos R$ 20 milhões e que teriam sido, na maioria das vezes, compradas em galerias do Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. Haveria pelo menos um caso, em que uma tela de Ismael Nery, orçada em quase R$ 2 milhões, teria sido adquirida por uma empreiteira baiana para adornar as paredes do apartamento de cobertura da família Guerra na orla do Recife.

Há, também, dezenas de imóveis, uma frota de automóveis de luxo, entre eles vários modelos BMW, além de jóias, aplicações financeiras em bancos e prováveis contas já sendo rastreadas em paraísos fiscais, como Liechtenstein e Suíça. Com a morte de Guerra, seus herdeiros deverão enfrentar a ação indenizatória da União movida pelo Ministério Público Federal.

Falecido em 6 de março deste ano, o ex-presidente do PSDB foi um dos mais radicais opositores dos governos Lula e Dilma. Nos anos 1980, Guerra, porém, foi apontado como um dos integrantes da quadrilha que desviava recursos públicos e beneficiava empreiteiras, na Comissão do Orçamento do Congresso Nacional. Relator do Orçamento da União também no final dos anos 80, Sérgio Guerra chegou a viajar num jato Dassault Falcon da Construtora Camargo Correia para Londres, onde teria se hospedado em uma luxuosa propriedade do falecido empreiteiro Sebastião Camargo. Ele estava acompanhado de toda família e por duas semanas teria frequentado restaurantes e lojas de grifes de luxo na capital inglesa. Guerra foi o único parlamentar a escapar da guilhotina que vitimou parlamentares influentes como Genebaldo Correia, Manoel Moreira, Cid Carvalho e Pinheiro Landim, além do líder do grupo, João Alves.

#### Álvaro Dias

O tucano Álvaro Dias do Paraná foi escolhido por José Serra (PSDB) em 2010 para ser o vice na chapa para presidência. Detalhe: Álvaro Dias está sendo processado por usar cavalaria da PM contra professores e ainda é acusado de crime contra a administração pública. Conheça um pouco a ficha do senador:

O senador Álvaro Dias é acusado de crime contra a administração pública, movidas pelo Supremo Tribunal Federal. (Veja a petição: Pet/4316 – Veja no STF. Situação atual: 09/02/2009 – Baixa dos autos em diligência, Guia nº 276/2009, Ofício nº 215/SEJ, à Superintendência Regional do Departamento de Policia Federal no Distrito Federal.

A operação Castelo de Areia tem documento em que mostra que, as construtoras Camargo Corrêa e a Norberto Odebrecht doou R$50 mil para o tucano Álvaro Dias (PSDB-PR).

Álvaro Dias (PSDB-PR) não declarou R$ 6 milhões à Justiça Eleitoral… Já prestou contas?

A revista Época mostrou que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) omitiu de sua declaração de bens à Justiça Eleitoral R$ 6 milhões em aplicações financeiras.

Em 2006, Dias informou que tinha um patrimônio de R$ 1,9 milhão dividido em 15 imóveis: apartamentos, fazendas e lotes em Brasília e no Paraná. O patrimônio dele, porém, era pelo menos quatro vezes maior.

A omissão desses dados à Justiça Eleitoral é questionável, mas não é ilegal. A lei determina apenas que o candidato declare “bens”. Na interpretação conveniente, a lei não exige que o candidato declare “direitos”, como contas bancárias e aplicações em fundos de investimento.

Álvaro Dias diz que o dinheiro não consta em sua declaração porque queria se preservar. “Não houve má intenção”, afirma.

O dinheiro não declarado seria fruto da venda de uma fazenda de 36 hectares em Maringá (PR) por R$ 5,3 milhões. As terras, presente de seu pai, foram vendidas em 2002. O dinheiro rendeu em aplicações, até que, em 2007, Álvaro Dias comprou um terreno no Setor de Mansões Dom Bosco, em Brasília, uma das áreas mais valorizadas da capital. No local, estão sendo construídas cinco casas, cada uma avaliada em cerca de R$ 3 milhões.

Quem se lembra do assessor de Álvaro Dias, André Eduardo da Silva Fernandes?

Foi o receptador de informações furtadas da Casa Civil da Presidência da República, entregue à revista Veja, para forjar um falso dossiê de despesas de FHC, com o objetivo de derrubar a ministra Dilma Rousseff.

Pois André Fernandes, além de assessorar Álvaro Dias, também servia ao Governo de José Roberto Arruda (ex-DEM/DF). Em 2007, foi nomeado pelo Governo do Distrito Federal, membro do conselho fiscal da CEB (Companhia Energética de Brasília), estatal do Governo do Distrito Federal. Álvaro Dias, igual a José Serra: Mandam bater em professores.

(Reprodução integral – Portal I9)

Stan Neto

Antonio, o seu raciocínio é perfeito.
Mas não espere que dizendo a verdade, os olhos do povo se abrirão pois estamos vivendo um momento muito particular.
A elite branca foi “provocada” por três mandatos progressistas consecutivos e quando sonhou com a volta da glamurosa desigualdade social numa eventual (e parecia tão provável) vitória de Aécio nas urnas, teve que engolir mais um mandato progressista (só que não quer engolir).
Resultado: Os políticos de direita (inconformados), acompanhados da classe média (ressentida) e abastecidos pelas grandes corporações de comunicação (preocupadas com sua sobrevivência monopolística) não querem nem saber de resolver os casos de corrupção/sonegação do Brasil. Querem apenas, dessa forma desesperada, impedir que a presidenta Dilma exerça o seu legítimo mandato e que o presidente Lula seja eleito em 2018.
A direita é muito organizada (tal qual o crime organizado) e já implantou estrategicamente os seus gilmares, renans, moros e cunhas. E a imprensa colocando holofotes em uma minoria paneleira hipócrita.

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