Wagner Gomes: Se tunga continuar, Greve Geral em setembro

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A mídia se tornou o foco, mas a mídia não noticiou (Foto Felipe Cabral, na Globo de SP)

por Luiz Carlos Azenha

Wagner Gomes é presidente da CTB, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, ligada ao PCdoB.

Hoje dirigentes das centrais sindicais que organizaram o Dia Nacional de Lutas se reuniram em São Paulo e concluiram que a mobilização do 11 de julho foi eficaz.

Ao contrário do que disseram muitos na mídia patronal — que descreveram uma hecatombe trabalhista causada pela contratação de meia dúzia de gatos pingados como ‘manifestantes’, por uma das centrais –, o fato jornalístico da data foi que a mídia patronal se tornou, ela própria, foco de atenção.

Ficou sob os holofotes como nunca tinha acontecido antes.

O corporativismo impediu que a notícia fosse noticiada nos grandes meios. Graças às redes sociais, no entanto, foi mais um tiro no pé que apenas aprofunda a desmoralização da própria mídia.

Wagner Gomes, metroviário, diz que tanto o Dia Nacional de Lutas deu certo que os sindicalistas decidiram marcar um dia de greve nacional em alguma data na primeira quinzena de setembro.

Depois de dois anos e meio de negociações com o governo Dilma e os patrões, a pauta trabalhista continua travada.

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As centrais vão insistir em destravá-la até 31 de agosto: no Congresso, no Planalto, nas entidades empresariais.

Dentre os oito pontos da pauta apresentada ontem, dois recebem atenção especial: o fim do fator previdenciário, implantado por Fernando Henrique Cardoso, que reduz o salário dos trabalhadores que se aposentam em até 30%; e o projeto do deputado federal Sandro Mabel que tramita no Congresso e, se aprovado, vai regulamentar a terceirização em praticamente todos os setores da economia — hoje ela é restrita a atividades meio, como serviços de limpeza e segurança.

Qual seria a consequência da aprovação do projeto nas condições em que se encontra hoje? Terceirização até mesmo em atividades fim, como a dos metalúrgicos. Permitiria que metalúrgicos com estabilidade dividissem o chão de fábrica com terceirizados ganhando até 40% menos pela mesma função. Resultado final: uma tunga nos salários equivalente à tunga resultante do fator previdenciário nas aposentadorias.

Se a pauta não for destravada, diz Wagner, tem Greve Geral.

Ouça a importante entrevista que ele concedeu ao Viomundo na noite desta sexta-feira:

wagner

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