Serra embolsou quase R$ 33 mi em apenas dois esquemas. Ofensiva da Lava Jato contra tucanos reforça Moro 2022

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Da Redação

A pedido do Senado, o presidente do STF, Dias Toffoli, suspendeu mandado de busca e apreensão da Polícia Federal no gabinete do senador José Serra (PSDB-SP).

Toffoli alegou que a ação determinada pelo Ministério Público Eleitoral de São Paulo, a partir de investigação da Lava Jato, tem como objeto fato que ocorreu antes do tucano assumir o mandato.

Serra é acusado de ter recebido R$ 5 milhões ilegalmente para a campanha em que se elegeu senador em 2014.

Estão presos temporariamente o ex-dono da Qualicorp, José Serepieri Júnior, além de Arthur Azevedo Filho e Rosa Maria Garcia. O empresário Mino Mattos Mazzamati também teve a prisão decretada.

De acordo com a Polícia Federal, todos teriam colaborado com o esquema que financiou a campanha de Serra.

O tucano condenou a “espetacularização” do processo.

Há 20 dias, Serra foi denunciado por lavagem de dinheiro pela Operação Lava Jato, junto com a filha Verônica Serra 

Ele teria recebido R$ 4,5 milhões em 2006/2007 em 23 parcelas depositadas pelo cartel que construiu o Rodoanel em São Paulo.

Os depósitos feitos na Suiça, de acordo com o MPF, foram transferidos para uma conta da filha Verônica no Panamá e mais tarde voltaram à Suiça na conta de uma empresa.

O senador tucano teria recebido outros R$ 23,3 milhões entre 2009 e 2010.

No total, Serra teria embolsado R$ 32,8 milhões no período em que foi prefeito, governador de São Paulo e candidato a presidente da República pelo PSDB — isso, apenas nos dois esquemas recém-revelados.

José Seripieri Junior teve uma carreira meteórica no ramo dos planos de saúde. Tornou-se bilionário ao vender a Qualicorp.

Emprestou aeronaves para o ex-presidente Lula e políticos tucanos. Era dele o helicóptero que caiu causando a morte do filho do ex-governador Geraldo Alckmin, Thomaz, de 31 anos, em 2015.

Alckmin é investigado na mesma ação eleitoral que envolve Serra.

Há menos de uma semana, o ex-governador paulista foi denunciado por lavagem de dinheiro, caixa dois eleitoral e corrupção passiva no âmbito da Lava Jato.

Alckmin é acusado de receber R$ 10 milhões de empreiteiras para as suas campanhas ao governo paulista em 2010 e 2014.

As ações policiais vão enterrar de vez a velha geração dos tucanos paulistas, que são denunciados por maracutaias desde as privatizações do governo de Fernando Henrique Cardoso — mas nunca foram alvos de investigação.

Por tabela, as ações da Lava Jato enfraquecem o governador paulista João Doria, provável candidato do PSDB em 2022.

Porém, fortalecem o nome do “xerife” Sergio Moro, o favorito da Globo para a disputa ao Planalto.

Depois de um longo período de hibernação e sob intensas críticas, a Lava Jato voltou ao noticiário com as ações que miram o tucanato.

Moro foi ferramenta essencial para derrotar o PT e eleger Jair Bolsonaro em 2018.

Agora, depois de deixar o governo de extrema-direita, pode mirar no que teria sido seu objetivo desde o início: chegar ao Planalto.

Em parceria com o FBI, a Lava Jato abriu caminho para desmantelar setores importantes da economia brasileira que resultaram na ascensão de um governo claramente pró-Estados Unidos.

Em 2022, um confronto Bolsonaro x Moro não seria preocupação para Washington.

Ambos não seriam ameaça ao processo de reconquista do continente pelos Estados Unidos, que teve passo decisivo com o golpe contra Dilma Rousseff em 2016.

Tanto Moro quanto Bolsonaro dispõem de apoio entre setores militares que parecem ter um plano de longo prazo para ocupar o Planalto.


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Zé Maria

Tão afastando os oponentes do Dorinha, candidato do Moro, dentro do PSDB.

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