Maria Izabel Noronha: Devemos ajudar a proteger Isadora Faber

Tempo de leitura: 2 min

 

NOTA À IMPRENSA DA APEOESP, via e-mail

Em nome da  APEOESP – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado — de São Paulo quero manifestar minha indignação com relação às ameaças e agressões que vem sofrendo a estudante Isadora Faber, de Santa Catarina, bem como sua família.

A estudante, que criou uma página em uma rede social para denunciar o sucateamento da escola pública em que estuda, na cidade de Florianópolis, já teve sua casa apedrejada e recebeu ameaça de morte pela mesma rede social que utiliza para reivindicar melhorias na sua escola. A autora da denúncia exige que a estudante delete a página na internet, sob pena de sofrer um atentado.

Assinalo que a responsabilidade pela situação das escolas é do Poder Público, que deve prover os meios para que professores e estudantes possam desenvolver de forma tranquila o processo educativo. Sem valorização profissional do magistério e condições de trabalho para os professores e de ensino-aprendizagem para os estudantes não será possível melhorar a qualidade do ensino.

A ameaça à estudante se inscreve no quadro geral de violência presente no Estado de Santa Catarina há vários meses. A população catarinense vive em permanente insegurança, sem que as autoridades locais sejam capazes de controlar a situação. O Governo Federal acaba de enviar tropas da Força Nacional para aquele estado, num esforço para combater o crime organizado e reestabelecer a ordem social.

Autoridades federais, estaduais e toda a sociedade não podem assistir passivamente a este tipo de situação. Devemos assegurar que nada aconteça a esta jovem, que exerce com coragem seu direito de cidadã, denunciando a precariedade da educação pública em seu estado e cobrando das autoridades competentes providências para melhorá-la.

Devemos disseminar a participação social na gestão democrática da educação pública, como forma de construir um sistema educacional que atenda verdadeiramente os anseios e necessidades de todos. Devemos nos orgulhar do trabalho de Isadora Faber e ajudar a protegê-la das forças obscurantistas que querem calar a sua voz. Cabe ao Estado, no seu sentido mais amplo, garantir a segurança e a vida desta pequena cidadã brasileira.

Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidente da APEOESP

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Comentários

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André Kenji De Sousa

Dona Bebel deveria se preocupar com os estudantes dos professores que pagam o salário dela. Os estudantes que que querem trabalhar estão sendo prejudicados pela política ilegal de se sufocar o ensino noturno na marra(Um aluno que queira trabalhar vai precisar começar a estudar de manhã e se tiver vagas mudar de turno quando conseguir emprego), isso sem contar as escolas sem professores.

Urbano

A rapinagem instituída por facções da politicagem que vem assolando os Estados da União leva exatamente a isso, ou seja, fazer o que for necessário para salvaguardar o butim. Agora, uma coisa é certa: não parte nem mesmo do censor e muito menos do bedel da escola. É coisa de quem pode realmente mandar, só não se sabe a que nível.

Sr.Indignado

O caso das ameaças à corajosa blogueira e os atentados que vem ocorrendo em SC tem conexão sim. Está na escolha que se fez pelo capital. Cadê o Plano Diretor de Florianópolis? Onde pessoas de baixa renda podem construir, só nos morros. E os mangues invadidos e os prédios intermináveis, sem suporte para áuga, esgoto, trânsito e eletrecidade. A especulação imobiliária impera como máfia ligada ao grupo midiático, que envolve políticos e duques do serviço público.

Ora, com o incentivo de manter castas, atrair cada vez mais gente para uma ilha que já não suporta mais, com a exclusão social a olhos vistos, com um sistema de transporte ineficiente, com escolas sucateadas e com o mesmo número de leitos a duas décadas, como querem que a violência não exista?

“(…)Como isto aconteceu? Quem é responsável? Certamente há aqueles mais responsáveis do que outros, e serão repreendidos, mas a verdade seja dita outra vez, se você estiver procurando o culpado, você necessita olhar somente em um espelho. Eu sei porque você o fez. Eu sei que você estava receoso. Quem não estaria? Guerra, terror, doença. (…)”
Parte do discurso de V.

Próxima eleição é pensar duas vezes.

Sidney Skiante

Tenho o VIOMUNDO como uma das fontes de leitura para compreender melhor o que “rola” de fato em nosso país. Isto se dá pelo esforço e trabalho ouvir, trazer outros olhares e não tão somente o senso comum de “ouvir os dois lados” como se nossa vida fosse uma moeda.

Moro em Florianópolis, trabalho na RME e acompanho a situação posta neste artigo. Não temos o direito de cercear a liberdade de expressão desta menina e tão pouco da outra crescidinha que USA CUBA e passeia no Brasil. Fiquei pensando se há alguma semelhança entre elas… Mas, bobagem acho que não.

Realmente, se fosse minha filha, ficaria muito preocupado com a ameaça de morte e tomaria as medidas necessárias, como de fato a família fez e esta tendo o amparo legal dos órgãos oficiais e, portanto não esta desprotegida. Não dá para ligar o problema localizado de violência urbana de SC com o caso da Isadora.

Preocupa-me e muito esta rápida análise do tipo “fast food” do caso. Quais as fontes que pesquisaram para fazer esta avaliação? Não sou jornalista investigativo, mas acredito que tenha um esquema, um ritual ou rotina a ser obedecida para chegar próximo da realidade dos fatos não é? E isto foi realizado? Há interesse em compreender? Então… Até o momento observamos que a versão oficial é aquela que é postada na FB (com os milhares de comentários) e versão jornalistica digitalizada do grupo jornalístico da RBS/Globo ou Band.

Não será de estranhar se aparecer um documentário ou livro dando outras cores e matizes para o mesmo caso. O titulo do livro poderia chamar (minha sugestão): Diário de Classe da Escola, muito além do Diário de Classe do FB.

Também muito além do chavão a participação social na gestão democrática é aprendida e ensinada no exercício, na relação entre pares e demais instâncias da comunidade escolar. Mas para isto deve haver diálogo, critério, moderação e principalmente transparência dos atos de todos os envolvidos. E, neste sentido jamais faltou incentivo e aporte da parte do gestor público (PMF) e seus representantes.

Meus sinceros agradecimentos,

Mauro Alves da Silva

Santo de casa não faz milagres: sindicato de professores de SP (sic) pede garantia de direitos para aluna de Santa Catarina!

Postado por Mauro Alves da Silva em 25 fevereiro 2013 às 0:56
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Sabe aquele sindicado te professores que vive pedindo polícia para alunos? Que faz pesquisas fajutas para santificar a professorinha e demonizar os alunos? Que está contra a divulgação das notas das escolas? Que não quer que as escolas nem os professores sejam avaliados e nem cobrados? Que está contra o uso de celulares nas escolas?

Pois bem: o sindicato de professores do /estado de são Paulo soltou uma nota pública de “indignação com relação às ameaças e agressões que vem sofrendo a estudante Isadora Faber, de Santa Catarina, bem como sua família (…) Devemos assegurar que nada aconteça a esta jovem, que exerce com coragem seu direito de cidadã (…)Devemos disseminar a participação social na gestão democrática da educação pública, como forma de construir um sistema educacional que atenda verdadeiramente os anseios e necessidades de todos. Devemos nos orgulhar do trabalho de Isadora Faber e ajudar a protegê-la das forças obscurantistas que querem calar a sua voz”.

Blas palavras… não vemos a hora em que os sindicato das professorinhas de SP ajam da mesma forma no Estado de SP, onde não existem grêmios estudantis; e as mães e os pais só são chamados para varrer pátios, cortar mato ou limpar banheiros; e onde impera uma completa farsa eleitoral nas eleições dos Conselhos de Escolas, eleições manipuladas por autoritárias direções escolares com a cumplicidade de maus professores.

São Paulo, 24 de fevereiro de 2013.

Mauro Alves da Silva.

Coordenador do Movimento Comunidade de Olho na Escola pública

http://movimentocoep.ning.com/

    Elton

    Prezado senhor Mauro,
    O sindicato “das professorinhas” de seu estado (SP) tem todo esse poder de interferir na gestão do modelo de ensino?
    De acordo com suas palavras assim o é e e é deste sindicato a responsabilidade mais direta sobre as mazelas por sua pessoa apontadas.
    Não seriam tais práticas “condenáveis” também um reflexo de quase duas décadas de governos tucanos neste território?
    Ao que me parece, práticas democráticas não são uma constante em tal grupo político e se as escolas públicas paulistas tornam-se “terra de ninguém” porque há um nítido descaso vindo DE CIMA. Creio que não é possível dissociar uma situação da outra….
    Saudações.

    Mauro Alves da Silva

    Elton,

    O governo de SP é, sim, o maior resposável pelo descalabro da escola pública paulista.
    Os governos tucanos têm, sim, grande parte da respondabilidade por este descalabro. Eles estão no governo desde 1995, mas o sindicato existe desde 13 de janeiro de 1945!
    Não dá para ignorar que o sindicato dos professores de SP teve participação ativa no opoio à ditadura militar-empresrial:
    “A Diretoria da APEOESP também agia. O então presidente, Rubens Bernardo, denunciou alguns membros do MUB e do MOAB ao DEOPS (órgão de repressão), e, em julho deste mesmo ano, em pleno recesso escolar, realizou uma assembleia em Lucélia (divisa com o Mato Grosso do Sul), convocada por meio do “Diário Oficial do Estado”, no espaço reservado à Secretaria de Obras. Só 27 professores compareceram e deliberaram alterações estatutárias. A primeira delas determinava que a convocação da Assembleia fosse aprovada por um terço dos associados, o que na época representava mais de mil sócios. Até então, bastariam cinquenta para convocar assembleia. A segunda alteração exigia quórum mínimo de mil sócios, identificados com R.G. e assinatura para assembleia ser legal. E, finalmente, aprovou-se um prazo mínimo de três anos ininterruptos de associação para que o professor pudesse candidatar-se à diretoria. Esta exigência tinha por objetivo impossibilitar que as novas lideranças viessem a ser eleitas. Isto porque a maioria tinha pouco tempo de magistério e a maioria tinha pouco tempo de magistério e a maioria era ACT, tendo, no final de cada ano, interrompido seu contrato com o Estado e o pagamento à Entidade interrompido”.
    – See more at: http://www.apeoesp.org.br/o-sindicato/historia/

    Vale destacar que a ditadural militar-empresarial só foi capaz de durar 24 anos porque teve apoio de várias instituições com perfis autoritários.

    Os anos de autoritarismo nas escolas públicas, mesmo após 1988 e com os governos tucanos, somente foi possível pela cumplicidade criminosa de maus professores.. toda vez que se frauda uma eleição de conelho de escola existe a cumplicidade de professores… toda vez que o conselho de escola se reune para ilegalmente expulsar uma aluno também existe a cumplicidade criminosa de maus professores… isso tudo sem falar nos abusos cometidos até mesmo contra colegas professores…

    Nestes tempos de Comissão da Verdade seria muio bom que se investigasse os reflexos da ditadur militar-empresarial nas escolas públicas brasileiras.

    São Paulo, 26 de fevereiro de 2013.
    Mauro Alves da Silva
    Coordenador do Movimento Comunidade de Olho na escola Pública
    http://movimentocoep.ning.com/

Rose PE

Depois se fala que povo repressor só existe em Países mulçumanos! Aqui acontece o mesmo, uma menina que tenta exercer seu papel de cidadã é alvo dessa gente alienada, intransigente , retrógada e outros adjetivos do gênero. Parabéns, Isadora, você realmente está pondo em prática o que tanto se discuti na ãmbito escola,” criar cidadãos críticos “, essa lição você aprendeu mmuito bem e colocou-a em ação.

edu marcondes

“A situação brasileira está cada vez mais critica, e o povo brasileiro vai levando, deitado em berço esplendido, na esperança de poder contar com quem orquestra tudo isso”
Menos internauta Julio. As generalizações sem veem carregadas de preconceito impedindo uma visão exata do objeto de que se fala.
A “situação brasileira” não é crítica se olharmos no geral e nem o “povo” está inerte. Vide o quadro social e econômico do país nestes anos do século XXI, que apresentam uma situação de melhora a olhos vistos.
Já, no assunto em pauta – a situação da escola pública – (como em outros)há deficiencias gritantes e ainda predomina em vários setores da administração e na mídia o incentivo ao sucateamento da educação pública e concomitantemente o incentivo à privatização do ensino. Isso é ruim e a jovem Isadora está tomando a iniciativa em favor de uma mudança de rumos condenando esse sucateamento.
Dou toda força a essa luta e condeno veementemente essas tentativas violentas de impedir sua liberdade de expressão e ação.

FrancoAtirador

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Conceição, você poderia esclarecer
o conteúdo dessa afirmação:

“A autora da denúncia exige que a estudante [?]
delete a página na internet,
sob pena de sofrer um atentado.”
.
.

    Conceição Lemes

    FrancoAtirador, estou atrás dessa informação pra te responder com precisão. Ligarei amanhã pra SC. Depois te conto. Abração e obrigada

Fernando

Yoane Sanchez apoia essa menina?

Julio Silveira

A que ponto chegamos. Nem uma menina de 13 anos, em seu anseio por cidadania plena, está livre desses verdugos inescrupulosos em sua ansia por manter uma situação de plena dominância corrupta.
A situação brasileira está cada vez mais critica, e o povo brasileiro vai levando, deitado em berço esplendido, na esperança de poder contar com quem orquestra tudo isso. Por que nunca acreditei ou acreditarei que esses fatos acontecem por geração espontanea da malignidade. Isso acontece por que temos, dentro da nossa sociedade, gente que tem pena demais dos que não prestam, solidariedade demais com quem não presta, e muito pouca consideração com que carrega este país nas costas e quer fazê-lo a altura do grandes países do mundo. A cada dia que passa mais creio que as teorias da conspiração tem muito pouco de teoria. Parece que estamos sendo preparados para aceitarmos ser apenas um monte de carne, inerte e imprestável.

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