Rillo, novo presidente do PSOL paulista: É na luta de classes que todas as nossas bandeiras se encontram

Tempo de leitura: 3 min
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Por João Paulo Rillo

Da Redação

Nesse domingo, 12 de setembro, João Paulo Rillo foi eleito presidente do PSOL no estado de São Paulo.

Sua militância tem origem no movimento estudantil e na cultura. É ator, diretor de teatro e bacharel em Direito.

Durante 25 anos militou no PT. Foi vereador de Rio Preto, depois deputado estadual por dois mandatos consecutivos.

Na Assembleia Legislativa foi líder da oposição, presidente da Comissão de Educação e Cultura, integrante da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”, líder da bancada do PT, seu partido a época.

Em 2018, saiu do PT e foi para o PSOL.

Atualmente, é vereador em Rio Preto (SP).

Desde 2018, ele assina o blog Repolitizando, aqui no Viomundo.

Por um partido cada vez mais popular!

Por João Paulo Rillo*

Sempre fui ortodoxo em relação à permanência em um partido político.

É certo que, por mais fortes e duradouros que sejam, os partidos são o meio e não o fim de nossas causas. São instrumentos da construção de vontades coletivas, de transformações sociais, políticas e culturais.

Sendo assim, podem enferrujar, envelhecer, perder potência e até ficarem obsoletos em seus ideais de origem.

No entanto, venho da tradição de contemplar e observar admirado os velhos militantes comunistas que passam uma vida inteira em um único partido. E isso pesa sobre mim. Não o peso do fardo, mas a carga dos sonhos.

Depois de 25 anos de intensa militância no Partido dos Trabalhadores, não foi sem emoção que fiz a travessia para a estrela maior. Antes, passei três anos no limbo, desencontrado, desapaixonado e sem certeza de que caminho seguir.

O PSOL era um caminho improvável porque só se dispunha a dialogar com o antipetismo e eu e minhas companheiras e companheiros queríamos um lugar para fazer mais e melhor que a antiga morada, mas jamais destruí-la ou negá-la.

A conjuntura mudou, uma fissura institucional transformou a realidade objetiva e o PSOL soube fazer a leitura e mudar a narrativa central de sua construção.

A possibilidade de uma frente inovadora entre o PSOL e um dos movimentos sociais mais importantes do Brasil era o sinal que nos faltava. E juntamente com Guilherme Boulos e o MTST fomos para o PSOL.

Sem mandato, recomeçamos a construção de uma nova utopia, tijolo por tijolo.

Formamos um pequeno núcleo e iniciamos muito diálogo com todas as forças e correntes internas. Respeitamos disciplinadamente a cultura psolista de ser e pensar a política.

Construímos alianças, disputamos e constituímos uma direção municipal com todas as forças e diversidades possíveis.

Nas eleições municipais, ensaiamos uma frente de esquerda, mas não foi possível concretizá-la, fomos para a difícil batalha eleitoral sem alianças. Demos um passo para trás e, de candidato a prefeito, virei candidato a vereador.

Hoje, o PSOL é o único partido de esquerda com representação na Câmara Municipal de São José do Rio Preto.

Inauguramos uma alternância anual em nosso mandato, pactuada dentro do diretório municipal, em que os quatro primeiros suplentes assumirão pelo menos um mês por ano nossa cadeira legislativa, mostrando para a cidade que nosso partido tem linha ideológica, qualidade política e unidade de ação.

Hoje, familiarizado com a nossa cultura psolista, tive a imensa alegria de ser indicado, em congresso, presidente estadual do PSOL.

De todos os espaços de representação que já ocupei, esse é um dos que mais me honra e estimula como militante de esquerda e socialista.

Os desafios são imensos e instigantes. O congresso estadual indicou Guilherme Boulos, uma das lideranças políticas mais preparadas do país, como pré-candidato ao governo de São Paulo.

Mais uma vez, conjugaremos a disputa institucional com a construção da base partidária e dos mais diversos e contemporâneos movimentos sociais.

A luta feminista, antifascista e anti-homofóbica encontrou no PSOL um esteio sólido e verdadeiro. E é na luta de classes que todas essas bandeiras se encontram.

Sinto-me legitimado por minhas companheiras e companheiros para dedicar toda a minha paixão militante à construção do nosso partido.

Vamos avançar ainda mais em um PSOL popular, democrático e de todas as lutas, um partido inserido nas lutas populares e na realidade dos trabalhadores e suas urgências.

Viva o PSOL e sua militância!

*João Paulo Rillo é vereador em Rio Preto e presidente do PSOL-SP.

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João Paulo Rillo

Vereador em Rio Preto e presidente do PSOL-SP.


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Comentários

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Sergio Domingos Vieira

Esse Rillo é mais um desses “petistas” que deixaram o partido no momento de mais crise e que havia necessidade de ter coragem para enfrentar aquela situação. Na minha visão, esse Rillo e outros petistas que deixaram o partido são oportunistas e covardes. Não merecem qualquer consideração.

    Luiz Carlos Azenha

    Ah, se o Rillo contar como ele foi “expulso” informalmente do PT!

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