João Paulo Rillo: Eles passaram, querido Serginho, mas cairão! Até sempre, amigo Mamberti

Tempo de leitura: 2 min
Array

Por João Paulo Rillo

Fotos: Arquivo pessoal

Até sempre, amigo Mamberti

Por João Paulo Rillo*

A última vez que estive pessoalmente com o Sérgio Mamberti, nosso Serginho, foi em julho de 2016.

Era campanha municipal e eu fui à sua casa, em São Paulo, para que ele gravasse um testemunho de apoio à minha candidatura de prefeito – aliás, como ele sempre fez desde que disputei minha primeira eleição aos 19 anos em 1996.

Estávamos no pós-golpe contra a presidenta Dilma. Michel Temer estava na presidência e vivíamos um dos momentos mais duros e difíceis da história do Partido dos Trabalhadores.

Com mobilidade reduzida por conta de um problema na coluna, Serginho começou a falar sobre a conjuntura e desabou em choro.

Ele soluçava e continuava falando, não teve pedidos de desculpas, nem pausas dramáticas.

Foi a primeira vez que ouvi uma análise de conjuntura banhada em lágrimas. E fechou com uma síntese perfeita sobre os vários diagnósticos errados que fizemos sobre o avanço reacionário no país: “Rillo, nós bradamos que eles não passariam e eles passaram. Precisamos refletir muito sobre isso”.

Recomposto e pleno, gravou um depoimento lindo e cheio de esperanças. Sérgio era a própria encarnação da esperança.

Depois disso, as coisas ainda pioraram muito: Lula foi preso e um crápula desumano venceu as eleições presidenciais.

Sérgio Mamberti partiu cedo por tudo que ainda podia fazer pela arte, pela democracia e pela cultura popular.

Mas partiu sereno e tranquilo por tudo que fez, sonhou, formou, transformou, resistiu, reexistiu, chorou e vibrou.

Assim como Chico Buarque e tantos outros artistas brasileiros geniais, nunca se escondeu e sempre esteve do mesmo lado na história.

Sérgio Mamberti nunca esteve em cima do muro!

Sua ancestralidade vem do fogo, das guilhotinas e dos malditos porões. Vem dos que, mesmo estraçalhados e dilacerados, continuaram lutando, atuando e cantando.

Felizmente, o tempo permitiu que nosso bruxo mais amado pudesse ver a liberdade de Lula e a derrocada ética da corja de canalhas que sequestraram a democracia.

Eles passaram, querido Serginho, mas cairão!

Todo meu amor e gratidão a você, Sérgio Mamberti!

Array

João Paulo Rillo

Vereador em Rio Preto e presidente do PSOL-SP.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

Passaram, mas deixaram o Rabo.
É só puxar que eles tombam.

Vai em paz, Partigiano! Não morrerá
a Flor da Resistência pela Liberdade!
.
Bella Ciao
(https://youtu.be/zWas7fEBL2g)
(https://youtu.be/NJD7KIv78T4)
(https://youtu.be/Lqs2oIBFPxI)

Una mattina mi son’ svegliato
O bella ciao, bella ciao, bella ciao, ciao, ciao
Una mattina mi son’ svegliato
E ho trovato l’invasor

O partigiano, portami via
O bella ciao, bella ciao, bella ciao, ciao, ciao
O partigiano, portami via
Ché mi sento di morir

E se io muoio da partigiano
O bella ciao, bella ciao, bella ciao, ciao, ciao
E se io muoio da partigiano
Tu mi devi seppellir

E seppellire lassù in montagna
O bella ciao, bella ciao, bella ciao, ciao, ciao
E seppellire lassù in montagna
Sotto l’ombra di un bel fior

Tutte le genti che passeranno
O bella ciao, bella ciao, bella ciao, ciao, ciao
Tutte le genti che passeranno
Mi diranno: Che bel fior

E quest’ è il fiore del partigiano
O bella ciao, bella ciao, bella ciao, ciao, ciao
E quest’è il fiore del partigiano
Morto per la libertà

E quest’è il fiore del partigiano
Morto per la libertà

https://www.letras.mus.br/banda-bassotti/1080528/

Deixe seu comentário

Leia também