Rodrigo Vianna: “O PT, se não reagir, abrirá caminho para sua pasokização”

Tempo de leitura: 6 min

Lula

Lula pode muito, mas não é mágico

O PT e o esgotamento de um modelo

Por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador

Não há nenhuma dúvida de que o governo petista e o próprio PT enfrentam a crise mais grave desde que Lula chegou ao poder em 2003.

Muito mais grave do que a do Mensalão em 2005: naquela época a Economia não estava à beira da recessão, e o núcleo dirigente do PT e do governo era mais consistente.

A eleição de Eduardo Cunha não foi um raio em céu azul. Mas o sinal de esgotamento de um modelo – esgotamento que já ficara claro com as dificuldades enfrentadas por Dilma na eleição de 2014.

De que modelo falamos?

Lula aproveitou a maré favorável na economia internacional para articular um projeto de distribuição de renda, com fortalecimento do mercado interno, recuperação do papel do Estado e crescimento econômico – ajudando também a costurar um novo bloco de poder internacional, que se contrapôs (em parte) à hegemonia dos Estados Unidos e Europa.

Reparem: não digo que Lula tenha sido apenas um “sortudo” (como afirmam certos economistas e colunistas ligados ao tucanato). Não. A fase de crescimento mundial, com valorização do preço das “commodities” (grãos, petróleo, minério de ferro etc), puxada principalmente pela China, foi o pano de fundo… Mas a oportunidade poderia ter sido desperdiçada. E não o foi.

O que se fez nos últimos 12 anos não foi pouco. A incorporação de 30 milhões de brasileiros ao mercado de massas é um patrimônio, que deve ser defendido. Assim como o projeto de uma Nação autônoma – recuperado nos anos Lula/Dilma.

O mérito do projeto lulista/petista foi ter aproveitado a maré internacional favorável para melhorar a vida dos trabalhadores e dos mais pobres no Brasil. Mas isso foi feito sem nenhuma mudança estrutural, sem ameaçar o poder efetivo dos mais ricos… Foi feito com acordos por cima e por baixo. E com acomodação no Congresso.

O projeto lulista, na feliz definição de André Singer, era (vejam que uso o verbo no passado) o de um “reformismo fraco”. Reformas sem confronto.

Muitos (inclusive este blogueiro) lamentam que Lula não tenha trabalhado para politizar mais a sociedade enquanto esteve no poder. E que o PT tenha se acovardado diante da máquina midiática conservadora. Esse seria o motivo para o avanço da direita – que está ganhando a batalha das ideias, certo?

Nos últimos tempos, tenho sido levado a pensar que a explicação não é assim tão simples…

Vejamos: Argentina e Venezuela possuem governos muito mais politizados (e politizantes), adotaram o confronto de ideias, fizeram o debate sobre a mídia. E, no entanto, vivem hoje em situação também delicada. A conclusão óbvia é que a conjuntura econômica tem um peso muito maior do que qualquer “politização” ou “combate simbólico” poderiam garantir.

O modelo inicial lulista, em verdade, mudou bastante a partir de 2008. Quando a crise das hipotecas originada nos Estados Unidos travou a economia ocidental (reduzindo um pouco também o ímpeto chinês), o Brasil já tinha erguido um gigantesco mercado interno – graças às políticas sociais de Lula (Bolsa-Família, forte recuperação do salário-mínimo).

Foi esse mercado que garantiu ao Brasil (entre 2009 e 2014) níveis de crescimento razoáveis,e desemprego muito baixo, em comparação com a tragédia social ocorrida no sul da Europa (Espanha/Portugal/Grécia) e em partes dos Estados Unidos.

Lula/Mantega, na crise, recusaram-se a utilizar a cartilha liberal. Resistiram.

Ao fim do primeiro governo Dilma, no entanto, também essa segunda fase parecia esgotada. Se desde 2008 já não se podia contar com a economia internacional, em 2014 ficou claro que o mercado interno (baseado em crédito e em desonerações fiscais, mais do que em investimento) mostrava também sinais de esgotamento.

Dilma tentara aprofundar as mudanças, mas perdeu a batalha da redução de juros: a “burguesia nacional/industrial” faltou ao encontro com a Nação (de novo?) e, em vez de aliar-se ao esforço de redução dos juros, manteve-se fiel ao velho rentismo (melhor ganhar um dinheirinho com aplicação no banco do que com projetos produtivos).

Em 2014, já estava claro que seria preciso iniciar um novo ciclo, com novo projeto. Era preciso fazer algum ajuste nas contas do governo. A questão era (e é): ajuste pra quem? comandado por quem? Na campanha eleitoral, Dilma acenou à esquerda. Prometeu que ajuste neoliberal era coisa de Marina e Aécio. Passada a eleição, virou à direita.

Esse é o novo ciclo que o PT oferece ao Brasil? Para isso já há o PSDB e seus aliados midiáticos.

Ah, mas Lula fez parecido em 2003. Ora, há uma diferença brutal: Lula fez a “Carta aos Brasileiros” ANTES da eleição, em 2002. Dilma fez um “contrato” para vencer a eleição, em 2014. E, no primeiro mês de mandato, rompeu em parte o contrato.

Em dezembro, escrevi neste blog que Dilma teria a dura tarefa de equilibrar-se entre dois fogos: a “governabilidade” (que poderia garantir alguma estabilidade no Congresso) e a “força das ruas” (que garantiu efetivamente sua vitória contra a direita, no segundo turno). Minha avaliação era de que Dilma não poderia abrir mão dos acordos com o centro, mas só teria alguma força para negociar esses acordos se mantivesse a seu lado um bloco popular mobilizado.

Pois bem. Dilma apostou tudo na governabilidade, e jogou fora parte da energia das ruas que garantiu sua vitória.

A eleição de Eduardo Cunha, em si, não deveria ser uma surpresa. O Congresso que saiu das urnas em 2014 era claramente dominado pelo Centrão. A maior tragédia, para o governo e o PT, foi a vitória de Cunha ter vindo depois de Dilma ter cedido tudo à direita, em nome da governabilidade.

A presidenta agora se defronta com o pior dos mundos: não tem a governabilidade no Congresso, e perdeu o apoio de quem poderia defendê-la nas ruas contra manobras golpistas. Sejamos claros: quem irá para a rua defender Dilma (e a política recessiva do Levy), se vier um pedido de impeachment?

Ok, concordo com colegas blogueiros, que afirmam: não se deve fazer terrorismo com essa história de impeachment… Derrubar Dilma é uma manobra que pode interessar aos velhos tucanos paulistas. Pode interessar ao Ives Gandra, ao FHC. Mas será que (hoje) interessa a essa nova maioria que comanda a Câmara?

Eduardo Cunha já avisou que não. Mas imaginem o preço que isso terá… O quadro é grave, confuso.

A Economia vai para a recessão. Isso já não é mais uma hipótese. Mas uma certeza. Além disso, o país vai parar com a nova CPI da Petrobrás. E a Lava-Jato vai arrastar dezenas de parlamentares para a lama. Tudo isso sem que o PT tenha qualquer capacidade de reação.

Uma crise de representação, com a desmoralização da política, somada a uma crise econômica, é um cenário para uma renovação mais radical da política. Foi o que se viu na Grécia (Syriza) e é o que pode ocorrer na Espanha (Podemos). Mas lembremos que na França é a extrema-direita de Le Pen (a filha) quem fatura com a crise, fazendo um discurso parecido com o de bolsonaros, felicianos e outros aprendizes de fascistas.

O cenário no Brasil é muito diferente. Aqui estamos longe de uma crise social. Mas há um bombardeio midiático ininterrupto, baseado no discurso “moral”. Já vimos onde isso levou em 1954 – quando o Mar de Lama udenista terminou em tragédia.

O PT manterá alguma capacidade para ser força aglutinadora (uma entre várias forças) de uma nova Frente de Esquerda – que parece ser a saída para se enfrentar o novo ciclo histórico?

O Quinto Congresso do partido, que acontece este ano, terá papel definitivo. Se o PT seguir amortecido, incapaz de se renovar como força aglutinadora do bloco popular, terá selado seu destino.

O tempo dos acordos e do “reformismo fraco” está encerrado. Sem renovação imediata, o PT não vai “acabar” (como afirmou Marta, de forma açodada e oportunista), mas definhar. Nesse caso, o PT não seria derrotado pelo “mar de lama” – como afirmam mervais e colunistas toscos na revista da marginal. Mas pela falta de capacidade de reagir à agenda conservadora, e pelo fato de não propor um novo modelo de desenvolvimento alternativo ao neoliberal.

O PT, se não reagir, abrirá caminho para sua pasokização (PASOK é o partido socialista grego, que costumava ter um terço dos votos, e depois de trair os trabalhadores com um programa ultraliberal, teve menos de 5% na última eleição).

A esquerda, nesse caso, terá que encontrar outras instrumentos políticos para enfrentar a ofensiva conservadora – que tende a se tornar ainda mais dura nos próximos anos.

Esse processo, na verdade, já se iniciou. Mas não está definido.

P.S: vejo em alguns comentaristas e militantes mais à esquerda a esperança de que Lula “vai entrar nesse jogo e mudar tudo”; Lula pode muito, mas não é mágico; sem construir um novo bloco e um novo projeto, não há líder salvador que salve coisa nenhuma…


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Comentários

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Jayme V. Soares

Será que o PT e a Dilma têm vergonha da existência dos apoentados?! Ou eles consideram este segmento da população brasileira, que construiu positivamente o nosso País, não merecedores de uma existência, no mínimo digna? Eles são os nossos Pais e merecem todo o nosso reconhecimento!

FrancoAtirador

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A MAIS NOVA CONSELHEIRA DE DILMA

Kátia Abreu diz que Dilma
precisa aprender a conviver
com o Congresso ‘independente’

Jornal GGN – Em entrevista ao Estadão, publicada neste domingo (15),
a Ministra da Agricultura Kátia Abreu endossou o coro do PMDB
sobre as dificuldades de diálogo e disputa de espaço com o PT.

A titular ainda aproveitou para cutucar o governo Dilma Rousseff, afirmando que está na hora do Planalto aprender a conviver
com um Congresso não “subserviente”.

A referência foi à eleição do correligionário
Eduardo Cunha para a Presidência da Casa.

“Não querer ser subserviente é saudável.
O momento é importante para o Congresso.
E também é natural que o governo reaja.
Quem é que quer perder poder?
Mas o governo vai ter de aprender
a conviver com essa independência do Congresso
e com um diálogo mais natural”, disse a ministra.

Ela ainda afirmou que Cunha é um deputado “responsável”
e que isso fica evidente em suas declarações à imprensa.

Desde a eleição passada, o PMDB adotou como Discurso Institucional
a Indicação de um Nome Próprio para Presidente da República em 2018.

Para alguns, Eduardo Cunha fará de tudo para ser esse Candidato do PMDB,
mesmo que tenha que isolar o Vice-Presidente da República Michel Temer.

Para a Ministra da Agricultura,
não há “necessidade” de Temer
“se afastar”.

“Ele tem um bom diálogo com a presidente.
Não sei se tirar o Michel Temer agora
seria bom para o partido.”

((http://jornalggn.com.br/noticia/katia-abreu-diz-que-dilma-precisa-aprender-a-conviver-com-o-congresso-independente)

Edgar Rocha

Dilma não venceu pelas forças das ruas. Onde o PT foi forte historicamente, perdeu feio em boa parte destas regiões. Dilma venceu pelo resultado positivo principalmente em regiões esquecidas pela política nacional antes da era Lula. Quem votou no PT nesta última eleição não foi alavancado pela militância ou pela força das ruas, como pretensiosamente dizem alguns.

Por outro lado, Dilma quase perdeu (o meio copo vazio, né?). E isto se deu justamente pelos motivos que minguaram a força petista: a militância se sentindo traída, os movimentos sociais (ou a voz das ruas) ressentidos pelo adiamento de bandeiras que sequer subiram à rampa do Planalto no Governo Lula (em nome da governabilidade) e o fisiologismo interno que não só gerou acomodação ao partido, mas serviu de tampão para as vozes dissonantes, críticas ao abandono de projetos.

Agora, com o aprofundamento de uma crise na economia – base de sustentação perante o eleitorado, como bem aponta o Rodrigo Viana – o povo tenderá a dar ouvidos à influência da classe média hidrofóbica (no sentido literal, pois odeiam água), ainda mais estando sob assédio constante da mídia PiG, porta-voz do PSDB.

Portanto, não se pode dizer que Dilma jogou fora o apoio das ruas, apoio este que se define pelas representações e organizações populares, porque tal apoio não existiu de fato ou, ao menos teria sido fundamental à sua reeleição. Dilma aposta agora na manutenção da economia porque é isto que interessa aos que REALMENTE a levaram ao Planalto: a população em geral, despolitizada, sem comprometimento com causas, mas com o bolso cheio e inserida no consumo. É este setor que interessa ao PT no momento, a despeito do discurso de reorganização dos movimentos sociais e da crítica feita por Lula ao comportamento do partido. Historicamente, a sociedade organizada sempre foi para o PT a grande alavanca, ou o grande motor para a defesa do partido, para a configuração de uma oposição aos adversários, para a legitimação enquanto partido forte e comprometido com projeto. Na prática, desde as primeiras experiências de Governo, isto nunca se configurou. Militante sempre prestou pra eleger, apoiar. Mas, militante bom é aquele que cala a boca, e deixa que as lideranças governem sem encheção de saco, porque “há um projeto mais amplo e não se pode pensar pequeno, somente nos interesses práticos e blá, blá, blá…” Além do que, esta força mobilizadora sempre foi usada como moeda de troca, no sentido de que as lideranças se propunham a literalmente “enrolar” os movimentos, adiando projetos, para garantir governabilidade, impedir contra-ataques pessoais e gerar impunidades (que disser que o baixo clero petista não é ávido por impunidade que adote o Luís Moura e o Senival, só pra citar dois exemplos). É a isto que se prestou a militância política e é este o real sentido do discurso de Lula no Aniver´sario do PT. É jogar a responsabilidade da crise governamental nas costas do partido. Quem sabe até a livrar sua cara e dos articulistas de governo quando decidir saltar do barco. Culpando de forma generalizada a degradação moral dos petistas que, se aproveitaram das pobres lideranças bem intencionadas para ficar só fazendo política de gabinete e conchavinho fisiológico.

Concluindo, o que está em crise é o pragmatismo político implementado como forma de chegar ao poder e como política administrativa. Pragmatismo este que desarticulou as organizações realmente sociais (já que os movimentos aos poucos, se tornaram incômodos aos acordos firmados com os setores conservadores), desmobilizou a militância e a cidadania e desmoralizou ideologias, discursos e referências. Este mesmo pragmatismo anda de mãos dadas com o projeto caótico autoritário da direita, com as ideologias difundidas pela Mídia, com paradigmas que se concretizam nas periferias e no poder instituído igualmente. É o avanço do cinismo, da descrença, da desesperança refletidos no individualismo generalizado. Só resta à Dilma provar à sociedade que poder dar mais e tolerar mais do que seus opositores. Ser a “mãe” ao estilo Getúlio. E disputar espaço junto ao eleitorado reduzido à condição de consumidor, com os setores conservadores. Foi por isto que ela ganhou. Foi pelo medo do retrocesso econômico e a volta à pindaíba.

Kinnara

Texto brilhante, Rodrigo: “lacrou”. :-D. Faço parte dos que vão à rua pedir o impedimento, e não contra o mesmo. Fiz campanha para Dilma, convenci muita gente a votar nela. Semana passada conversei com umas 5 pessoas no trabalho na mesma situação, militantes. Todos protestaremos nas ruas. Por quê? Partido dos TRABALHADORES não pode aceitar o que ela fez com direito trabalhista. Tire dinheiro de grandes fortunas. Sobretaxe bancos. Aumente imposto de renda de ricos. Vá atrás de sonegadores. Fazer reforma com pensão de previdenciário do INSS, com seguro defeso, com seguro-desemprego? Vá à %&*#. Com publicação entre feriados, em edição extraordinária noturna do Diário Oficial? Defendi este partido durante décadas, não defendo ditadora. Duvido, com todas as minhas forças, que se Aécio Neves fosse eleito e fizesse esse tipo de divulgação das medidas provisórias que toda esquerda em massa não o estivesse chamando de ditador. Que venha Michel Temer.

Lando Carlos

Num aspecto este post tem total razão : quando faz uma reflexão sobre os setores da chamada “elite”, mais uma fez ter aberto mão da responsabilidade de assumir um compromisso com o desenvolvimento e o progresso do País. Existem decisões que devem ser tomadas no tempo oportuno. O atual Governo, mesmo com as dificuldades que enfrenta de comunicação com a sociedade, tomou algumas medidas dependentes umas das outras para mudar o modelo do conjunto da economia. Objetivando o aumento dos investimentos e procurando qualificar em vários aspectos a conjuntura em que se realizam as atividades produtivas no País. Medidas que impactariam umas nas outras, buscando como resultado melhorar as condições de competição do País. Como não houve interesse, o que se pretendia não aconteceu. Tudo tem suas consequências, e o País sofre pela escolha que fez ou pelo que não fez. No campo político, os partidos que estão na base não assumiram um compromisso com o Governo do qual fazem parte e tem interesses distintos em relação ao que é feito. Se falta maior habilidade na articulação entre os partidos, para dar mais tranquilidade para o Governo executar as suas atividades, o parlamento não sofre nenhum “tratoramento” por parte do executivo e é respeitado como poder autônomo, atitude incomum nas relações políticas e institucionais no País.
Se não houver uma adoção por parte dos setores da sociedade em relação às medidas tomadas por qualquer Governo, sobretudo aquelas que não são impositivas, nenhum projeto terá sucesso. Aumentos ou reduções de impostos são obrigatoriamente absorvidos pela sociedade. Ações que visam melhorar práticas, envolvendo qualificação de mão de obra, melhora da qualidade dos produtos, relação com consumidores, políticas de inovação e tecnologia, entre outros necessitam da aceitação de quem quiser tomar parte. Aglutinar forças em favor dos interesses do País, esse é o esforço que deve ser feito.

Cláudio

Há que se investir o que se tem e o que (ainda) não se tem para criar condições crescentemente favoráveis à democratização da comunicação/informação no Brasil, combatendo a ditadura midiática, hidra de lerna de todos os problemas nacionais.

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************* Abaixo o PIG brasileiro — Partido da Imprensa Golpista no Brasil, na feliz definição do deputado Fernando Ferro; pig que é a míRdia que se acredita dona de mandato divino para governar.

Lei de Mídias Já!!!! **** … “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer. **** … … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” *** * Malcolm X. … … … Ley de Medios Já ! ! ! . . . … … … …

Sidnei Brito

Mas Dilma também teve a sua “carta aos brasileiros”.
Trata-se das famosas coligações.
Não dá para se surpreender com Kassab no ministério: o PSD era da coligação; Afif Domingos já fazia parte do governo.
Katia Abreu é do PMDB: desnecessário dizer mais: natural ela num ministério.
As concessões de Dilma já eram previsíveis, pois teria que se ajeitar com toda a galera que a apoiava.
E por que ela precisou de tanto apoio na campanha? Pela governabilidade? Não só. É que ela precisava de tempo de TV para tentar dar pelo menos uma suavizada no bombardeio midiático que sofria. Tinha que ter tempo para mostrar alguma coisa.
E, com efeito, durante a campanha, graças ao horário eleitoral, a aprovação pessoal da presidenta e a de seu governo aumentaram.
Sem muito tempo de TV, ela teria sido frita pelo tempo que seria distribuído aos adversários, o qual, como sabemos, já estaria computado em conjunto com o da mídia corporativa.
Infelizmente, não dá para se surpreender muito com as “composições” pós eleitorais, pelo simples motivo de que elas já existiam no período pré-eleitoral.

Julio Silveira

Cada fico mais convicto de que a fase PT está passando, e que trouxe um grande prejuizo a credibilidade das esquerdas de uma forma geral. Baseados na possibilidade de governo para um lider, ainda que carismatico, se trocou a já dificil construção que vinha sendo implementada tijolo por tijolo, por um acordo. Jogando por terra todo um processo de mudança cultural em curso na cidadania, que avançava na percepção da necessidade dessa mudança (que se faz necessária até hoje, mas que ficou desmoralizada pela discrença na existência de interlocutores sinceros), ainda não no no tempo desejado pelos ansiosos lideres do partido. Acredito que a perda da credibilidade não recaia só no PT, como já citei acima, respinga em todos os esquerdistas conscientes e sinceros que conhecedores do psís que vivem sabem do desafio que é alterar a rota das adversidades impostas por uma elite direitistas ideologicamente que possuidora de todos os instrumentos de convencimento conseguem capitanear simpatias até e principalmente de suas vitimas, de forma magistral, conseguindo mimetizar com elas para no seu meio devorá-las. O PT vem mostrando através de sua perseguida inabilidade política, algo que só pode ser imputado a seus lideres, por que previsivel que nada do que vem acontecendo pode se dizer imprevisivel, agiu como os partidos tradicionais. Acreditaram que as posições da parte de sua militância, a altruista, poderia ser tratada como rebanho, resultando na troca de elementos que não vendem seus ideais por reconhecidos mercenários partdários, que, mais que um projeto de país, caçam oportunidades.

amilcar

A politica do PT sempre foi a de acender uma vela pra Deus e outra pro diabo. O diabo tá ganhando…

O Mar da Silva

Rodrigo, mais uma vez, acerta em cheio. O centrão não vai querer impeachment, pois sabe que ganha mais com o governo debilitado. E mais: o impeachment só favorece aos paulistas, que estão em frangalhos depois da quarta derrota nas urnas e o tormento para tentar esconder – sem muito sucesso – suas falcatruas do povão, porque na justiça e na mídia tem total e criminoso apoio.

Lula e uma novo pacto, porém mais à esquerda?! Ainda não sonhei com isso. Seria ótimo, afinal nunca é tarde para mudar. Lula até hoje é o símbolo de acordo conservador, sem alterar a superestrutura. O momento exige outro comportamento. Voto ele tem. Mas precisa mostrar a Carta aos Banqueiros.

luis

Clap ! Clap ! Clap ! Aplaudindo de pé esse texto !

PENSANDO O BRASIL

AS TERMÓPILAS DO GOVERNO

Quem deveria comandar a Batalha da Comunicação? Em meus sonhos (utopias) a Presidenta Dilma comanda. O que ela deveria dizer? Leia e opine no link abaixo:

http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR10.html

Léo

Lula durante a crise aguda. aumentou juros, assim como fez o atual governo.
A diferença fica por conta do carisma e na maneira de gerir o país.
Enquanto os jornalistas perguntavam e atacava dizendo ser um governo irresponsável, ele dizia que a crise era pequena, que o brasileiro podia continuar gastando (afirmativas como essa dão confiança em um futuro melhor). Lula deu para as empresas, benesses em troca da manutenção de empregos, também.
Dilma tem maneira diferente de discurso e pratica politica, ela é bastante retraída (talvez lembrenças do passado). Dilma nas declarações feitas à imprensa parece politicos tradicionais com falas prontas (deixa ela meio robotica). Isto passa a impressão de que ela não gosta de dialogar.

Na economia escolheu o ministro por vários motivos e não foi a para salvar a economia. As medidas tomadas, distancia consumidores de lojas, que por sua vez as fabricas diminuem suas produções, que causa demissão, que diminui ainda mais o mercado consumidor… No congresso poucos se salvam, o resto são abutres. O congresso poderia está discutindo alernativas para a crise mas, preferem agir como policiais, juízes… De uma investigação em curso, que na pratica é a primeira fase (onde acusados são ouvidos, fazem acordos de delação, testemunhos são ouvidos…).

Lucas

Sinceramente, o PT so vai resolver a crise quando ver o problema: Dilma.
Foi a mà escolha de Lula que nos trouxe a uma situação dessa, o PT ganha o pleito,
e pela inabilidade politica de sua candidata, poucos meses depois parece o contrário.
Tem algo estranho dentro do governo, e falta ao PT dar uma explicação a todos que apoiaram
o partido nesta eleição. Será que Joaquim Levy foi apenas para agradar o mercado ou é resultado
de um erro de política econômica? de praticas e concepções errôneas? falta o partido e seus pensadores
fazerem o debate com a base e com a população, antes que o navio naufrague por falta de controle.

João Vargas

Dilma está prestes aser dilacerada pelos reaça da direita, e a culpa é unicamente dela e do PT que viraram as costas para a esquerda que é, em última análise, quem sustenta este governo. As medidas econômicas adotadas pelos arautos do liberalismo nomeados por Dilma foi um tapa na cara dos eleitores. resta à Dilma agora perguntar: quem poderá me defender? acho q só o chapolim colorado.

JorgeSP

ótima análise.
felizmente o psol esta crescendo e soube se afastar dos golpistas.
infelizmente marina silva se perdeu em meio às mudanças.
por fim, lula não é bobo.
faz tempo que esta rumando para a esquerda.
basta ver os discursos dele desde 2013.
o políticos do pt vão querer reagir porque não tem outra alternativa.
a base do pt quer essa reação faz tempo.
então, o pt vai reagir.
até breve!

Júlio César Carneiro da Silva Crespo

Oh, Pai Lula!!! Venha nos salvar!!!!

FrancoAtirador

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Historicamente, as Classes Dirigentes da Economia Privada,

às vezes, perderam o Poder, mas em momento algum a Potência.

“As Armas do Poder? A Economia Privada jamais as perdeu.
Às vezes derrotada ou ameaçada de derrota,
ela soube mesmo assim conservar seus Instrumentos,
em Particular a Riqueza, a Propriedade. As Finanças.

Se, durante algum tempo, pressionada, ela teve que renunciar a certas vantagens,
estas sempre foram muito inferiores àquelas que mantinha.

Mesmo por ocasião de suas derrotas mais ou menos passageiras,
ela jamais cessou de minar as posições do adversário
com uma tenacidade sem par e, aliás, muito corajosa.

Foi então, talvez, que ela mais se fortaleceu.

Nutriu-se de seus próprios reveses, soube fazer-se esquecer,
camuflou-se polindo, como nunca, as armas que conservou,
afinando suas pedagogias, consolidando suas redes.

Sua ordem sempre permaneceu.

O modelo que ela representa pode ter sido negado, pisoteado, atirado às gemônias,
parecendo até desmoronar-se – ele sempre esteve apenas suspenso.

A predominância das esferas privadas,
de suas classes dominantes,
foi sempre restabelecida.

É que o Poder não é a Potência.

Ora, a Potência (que zomba dos poderes que muitas vezes ela própria
outorgou e delegou a fim de melhor administrá-los) jamais mudou de campo.

As Classes Dirigentes da Economia Privada às vezes perderam o Poder,
mas em nenhum caso a Potência.

Aquela potência que Pascal designa pelo termo força:

‘O Império baseado na Opinião e na Imaginação reina durante algum tempo, e esse Império é Suave e Voluntário; o da Força reina sempre.
Assim, a Opinião é como a Rainha do Mundo, mas a Força é o seu Tirano’.

Essas Classes (ou essas Castas) jamais cessaram de agir, de suplantar,
de espreitar, nem de ser solicitadas, como Tentadoras, Detentoras de Seduções.

Seus Privilégios se tornaram Objeto das Fantasias, dos Desejos da Maioria,
até mesmo de muitos daqueles que, sinceros, diziam combatê-los.

O Dinheiro, a Ocupação de Pontos Estratégicos, os Postos a distribuir,
os Vínculos com outros Poderosos, o Domínio dos Intercâmbios,
o Prestígio, uma Certa Sabedoria, um Saber Certo, a Comodidade,
o Luxo são alguns exemplos dos “Meios” dos quais nada pode separá-las.

Aquela Autoridade que o Poder nem sempre confere,
mas que é Inerente à Potência, elas conservaram permanentemente.

Autoridade que não tem mais Limites hoje em dia, que invadiu tudo,
em Particular as Maneiras de Pensar, que se chocam de todos os lados
contra as Lógicas de uma Organização muito bem instalada por uma Potência,
cuja Marca está em Toda Parte, pronta a apossar-se de tudo.

Mas, na realidade, tudo já não lhe pertence?

Ela já não se apropria dos lugares dos quais possuía as chaves?

E essas chaves não lhe servem agora para manter o resto da população,
que ela não emprega mais, longe dos espaços sem limite que considera seus?

A Potência exercida é tanta, seu Domínio é tão Arraigado,
sua Força de Saturação é tão Eficaz que Nada é Viável
nem funciona fora de suas Lógicas. Fora do Clube Liberal, não há Salvação.

Os governos sabem disso, já que se submetem àquilo que representa,
sem dúvida, uma Ideologia, mas que a nega tanto mais
quanto a característica dessa ideologia resulta na recusa,
na reprovação do próprio Princípio de Ideologia!

Está instalada, entretanto, a Era do Liberalismo,
que soube impor sua filosofia sem ter realmente que formulá-la
e nem mesmo elaborar qualquer doutrina,
de tal modo estava ela encarnada e ativa antes mesmo de ser notada.

Seu domínio anima um sistema imperioso, totalitário em suma, mas, por enquanto, em torno da democracia e, portanto, temperado, limitado, sussurrado, calafetado, sem nada de ostentatório, de proclamado.

Estamos realmente na Violência da Calma.

Calma e Violência no Interior de Lógicas que desembocam em Postulados
Estabelecidos sobre o Princípio da Omissão – a Omissão da Miséria e a dos Miseráveis –
criadas e sacrificadas por elas com uma Desenvoltura Pontificante.

Os Efeitos desse Sistema Excludente, que adota Procedimentos Taciturnos,
revelam-se muitas vezes Criminosos, outras vezes Assassinos.

Mas a Agressividade dessa Violência tão Calma resume-se a Fatores de Abandono.”

VIVIANE FORRESTER
(“O Horror Econômico”. UNESP. 1997.)

Íntegra do Livro

Em Português: (http://abre.ai/livro_o-horror-economico_viviane-forrester)
Em Espanhol: (http://www.ddooss.org/libros/Viviane_Forrester.pdf)
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AlvaroTadeu

Numa pesquisa na Wikipedia, li a seguinte afirmação de Castelo Branco, ex-ditador do Brasil (1964/1967): “A Guerra Fria foi uma invenção de Lênin para derrotar os Estados Unidos”. Esse imbecil era um dos caras mais cultos do Exército Brasileiro. Imaginem os brucutus, que eram maioria…

abolicionista

A diferença é que a direita nunca desistiu da luta, e sempre luta até a morte para manter seus privilégios.

FrancoAtirador

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O PT já virou uma Passoka.

Ou a Esquerda Petista

Bota logo o Bloco na Rua

Ou se Desmancha no Bolo.
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Leo V

O PT não tem capacidade de renovação. Ele entrou muito fundo na lógica burocrática e eleitoral para conseguir sair disso.

Mas não há alternativa aglutinadora à esquerda. O PT do trabalho de base deixou um vácuo que ainda demorará a ser preenchido., Na verdade talvez tenha sido já preenchido, mas pelas igrejas neopetencostais.

Por seu lado o PT hegemonicamente é partido da ordem, que ajuda a criminalizar e sufocar os movimentos sociais e as lutas que ajudariam a mudara correlação de forças na sociedade.

Bacellar

É preciso levar em conta de que a vitória apertada foi um poderoso combustivel para a máquina oposicionista. E pq a vitória foi tão apertada? Pq o cesna do terceiro colocado caiu e embaralhou uma eleição que não apenas rumava para uma vitória por larga margem, possivelmente em primeiro turno, do PT, como também uma derrota acachapante do PSDB.

Mas o cesna caiu e nos deixou duas grandes hipóteses: Ou definitivamente Deus não é brasileiro ou os operadores do capital grosso internacional, diante de um cenário tenebroso para a próxima década tanto nos países periféricos quanto cêntricos, decidiu que já não há mais espaço para nações incomodas.

Francamente falando de mídia o Netflix causa mais estrago que a Veja. A grande massmedia corporativa internacional martela 24h por dia na cabeça do caboclo os preceitos morais do neoliberalismo-fascista (sim em teoria tal termo é uma contradição mas conseguiram atualmente uma quimérica e exótica fusão de Mises com Mussolini)…

Quanto a pergunta de quem vai pra rua contra pedidos de impedimento…Nos mesmos de sempre uai. Quem mais poderia?

    Andre

    Essa fusão não tem nada de quimerica ou exótica. Von Mises em seu livro chamado ‘liberalismo’ de 1927 que procurava ‘renovar o pensamento liberal’ então em crise, falava dos méritos históricos do fascismo que estaria ‘salvando a civilização européia’. Mises era a favor de uma ditadura temporária de elite toda vez que houvesse um mínimo de ameaça a ordem do mercado – o que inclui até mesmo o Estado de Bem Estar. É só ir ao site do instituto Von Mises Brasil – ao qual é filiado Rodrigo constantino um dos ideólogos da revista controlada pelo grupo político do Apharteid Sul africano, conhecida como Veja, – para ver uma exurrada de textos defendendo o governo abertamente da aristocracia do mercado no lugar da democracia.
    Só os ingênuos são capazes de achar que mais mercado significa mais democracia. Todo avanço histórico da democracia desde a Revolução Francesa foi feito principalmente pela esquerda preocupada em conter, reformar ou destruir a ordem do mercado.
    E o PT caiu confundiu democratização com mercantilização. Seja por erro tático, por ignorância ou por adesão, tanto faz.

    Bacellar

    Eu sei André, refiro-me a bizarra contradição desses caras que a todos os males do mundo atribuem culpa aos estados flertarem com um estado totalitário de direita. Incrível: Mimimimimimi liberdade individual, mimimimimimimim livre mercado, mimimimimimi fim do estado, mimimimi meritocracia. Mas o paquidérmico estado yanque, por exemplo, intervencionista até o caroço, não…Esse pode!Esse é lindo! Mas os herdeiros de fortunas seculares não, esses não entram no jogo da meritocracia! Esses geram emprego pra nós pobres perebas…

    Esquizofrênico…Ou cara-de-pau mesmo.

    O PT em parte aderiu, em parte cometeu um erro tático, mas não se governa sozinho, houveram avanços profundos num país com um deficit civilizatório gigantesco. Estamos inseridos em algo muito maior; o impasse, saturação e subsequente fim do modelo capitalista que se desenvolveu no Séc.XX. A globalização, automação do sistema financeiro e a revolução da internet forçam o sistema à uma mudança inevitável; a briga é sobre o que vai substituir o sistema. A oligarquia internacional não vai largar assim o osso.

    Mas sem catastrofismo, vamos levando como sempre no dia a dia. Espero que se, ou quando, uma plutocracia corporativa internacional escorada em estados totalitários brutais, remédios controladores de humor e media única, for imposta ao mundo, eu já esteja morto e enterrado. Hahaha.

    Nelson

    Concordo contigo,André. Para mim, o PT se enamorou do liberalismo e passou a acreditar, piamente, que o caminho para o país era contar com os liberais para o necessário resgate da nossa soberania.

    Resgate fundamental para que tenhamos condições de implementar projetos que, num futuro o mais próximo possível, possam garantir a vida digna a qual cada brasileira, a cada brasileira, têm direito.

    O resultado não poderia ser outro. O PT deu sequência ao criminoso e deletério projeto de privatização implementado por FHC. Digamos, mal comparando, que o FHC privatizou em doses alopáticas e o PT em doses homeopáticas.

    Alguns já sairão, imediatamente, ao ataque. Privatização? Onde? E eu afirmo que, concessão pode não ser privatização, mas seu resultado – altamente deletério – para o país é o mesmo. E ainda faço uma pergunta: a adesão às PPPs – também altamente deletérias – pode ser definida como?

    Liberal

    Para variar mais um que não leu o livro, nem se deu o trabalho de ler a página inteira para entender o que foi dito. Os fatos historicos desmontam todas suas falácias.

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