Marcelo Zero: O triunfo da democracia brasileira depende da derrota do bolsonarismo

Tempo de leitura: 2 min
Ministro Alexandre de Moraes. Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF

O Triunfo da Democracia Brasileira Depende da Derrota do Bolsonarismo

Por Marcelo Zero*

A agressão ao Ministro Alexandre Moraes e a sua família demonstra que o bolsonarismo continua a ser uma séria ameaça à democracia brasileira e à civilidade.

É preciso considerar que o bolsonarismo é uma forma de neofascismo.

Sei que muitos relutam em usar esse conceito, dadas às singularidades históricas do fascismo e do nazismo. Mas, em sentido lato, o bolsonarismo tem inquietantes similitudes com aqueles fenômenos políticos históricos.

A mobilização de milícias armadas, o recurso “goebbeliano” às reiteradas e sistemáticas mentiras, o discurso de ódio contra supostos inimigos internos, a estratégia de enfrentamento permanente, a identificação de adversários como inimigos a serem eliminados, o moralismo conservador expresso na luta contra corruptos, pedófilos, etc., o credo num ideal de pureza racial e cultural, o nacionalismo xenófobo, o darwinismo social, o racismo, o culto à antipolítica e, sobretudo, o desprezo à democracia e suas instituições e a valorização da força como instrumento legítimo de ação política constituem quadro comum que perpassa momentos históricos diferentes e sociedades distintas.

Dê-se o nome que se quiser dar, protofascismo, ur-fascismo (Umberto Eco), fascismo neoliberal, neofascismo etc., o fato evidente é que Trump, Bolsonaro e outros fazem parte, mutatis mutandis, da mesma ampla turma política de Mussolini e Hitler.

O bolsonarista julga ter o direito de difamar, de agredir, de reprimir, de calar todos os que dele divergem.

Julga-se o único patriota e todos aqueles com os quais não se identifica não são brasileiros.

Deixado sem amarras, tende a prender, exilar ou matar os que são por ele identificados como “inimigos”. Tal como foi feito na ditadura, que ele tanto admira.

E o bolsonarismo já demonstrou sistematicamente que não tem compromisso algum com a democracia e suas instituições. Ao contrário, seus confessados e públicos compromissos são com as intervenções militares, as ditaduras, a tortura, a violência, o golpismo, o armamentismo, o negacionismo científico, as mentiras etc.

Assim, o bolsonarismo não é uma força política que pode conviver pacificamente com a democracia. Há incompatibilidade última entre bolsonarismo e instituições democráticas.

Quando o Ministro Barroso, ao fazer um discurso em defesa da democracia, afirmou que “derrotamos o bolsonarismo”, ele foi bastante criticado.

Mas a questão persiste; a democracia pode prevalecer sem que o bolsonarismo seja derrotado ou consideravelmente enfraquecido?

Provavelmente, não. Disputar eleições não torna uma força política democrática.

Hitler também disputou exitosamente eleições e se tornou muito popular. Foi assim que ele destruiu a democracia alemã, com a conivência dos partidos tradicionais da República de Weimar e da imprensa da época.

Havia e há, no Brasil, uma tendência perigosa de “normalizar” o bolsonarismo. De considerar que ele é um movimento político como qualquer outro. Uma alternativa respeitável, civilizada e democrática. Não é.

Há também uma tendência ainda mais perigosa de “normalizar” o 8 de janeiro e de vitimizar os golpistas.

De forma surpreendente, agora todos eles são grandes democratas e defensores intransigentes dos direitos humanos.

Tirando eventuais exageros, os principais culpados pela evidente tentativa de golpe precisam ser identificados e exemplarmente punidos. Civis e militares.

O bolsonarismo, força política antidemocrática, violenta e golpista, precisa ser definitivamente enterrado como alternativa de poder, ainda que isso leve muito tempo.

Como na conhecida fábula, o escorpião bolsonarista sempre picará a rã da democracia. É da sua natureza.

O triunfo da democracia brasileira depende da derrota do bolsonarismo.

*Marcelo Zero é sociólogo e especialista em Relações Internacionais.

Leia também:

João Cézar de Castro Rocha: O bolsonarismo se tornou terrorismo doméstico

Jair de Souza: O legado de Jesus não pode servir para praticar as coisas do diabo


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Zé Maria

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“Graças ao trabalho impecável dos Giants (@Slpng_Giants_pt),
que não aceitam ver a desinformação e o discurso de ódio lucrarem,
a campanha #DesmonetizaJovemPan alcançou 100 respostas de
empresas que deixaram de anunciar na Jovem Pan.”

https://twitter.com/Slpng_Giants_pt/status/1681779039277576193

Zé Maria

“Líderes mundiais, do Papa Francisco ao Lula, estão lutando pela paz
na Ucrânia.
Já a turma de hipócritas da OTAN e dos EUA estão se preparando para
ampliar a guerra.”

https://t.co/romHTPOTuy
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Zé Maria

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Um Bom Sinal: Márcia Tiburi Retornou.

Crônica Transcendental da Jornalista Hildegard Angel anuncia:

“As Boas-Vindas a Marcia Tiburi de Volta de seu Auto-Exílio”

Foi em São Paulo, num edifício com nome de príncipe e um portão de entrada
que só o Palais de L’Élysées tem parecido.
Era jantar de boas-vindas para a filósofa Marcia Tiburi, auto-exilada
na Europa devido aos ataques e ameaças que passou a sofrer,
na era do inominável, sobretudo d[a Organização Terrorista] MBL.

Por amor à pele, ela se refugiou na França, onde descobriu sua vocação
de pintora.
Chegou abraçando duas telas encomendadas pelo anfitrião Walfrido Warde,
dos maiores advogados de SP, especialista em grandes contenciosos.
Nos quadros, imensos e de forte impacto visual, se destacam o ouro,
tons terrosos e o vermelho, inspirando sudários de sofrimento, torturas, dor.
Marcia é uma revelação!

Performática, ela estende os trabalhos no chão, exibe neles as marcas
de suas pegadas, a vida impressa na abstração.
Junto com Walfrido, Marcia corre pela sala, escolhendo as paredes
onde os quadros serão exibidos.
Sobem no sofá, a tela derruba um copo de vinho, os empregados correm
para limpar e secar, uma performance e tanto!

E nós, na plateia, entramos na brincadeira.
Este foi apenas um ato do jantar-espetáculo com direito a outra obra
de arte: o bufê.
É, gente, os banquetes paulistanos são como naturezas mortas ao nível
de Caravaggio, Cézanne, Matisse, em que a beleza só perde para o sabor.

Como dessert da noite pantagruélica, o relato de outro talento desconhecido
da Tiburi: ela vê fantasmas!
Vê tanto que, quando sai às ruas, não sabe discernir quem é vivo, quem é morto.
Mas era bem morto o fantasma de um Orléans e Bragança, finado morador
do apartamento de Marcia na Rui Barbosa, RJ, e que não perdia a fleugma
nem para assombrar. Se fossem encontros informais, o fantasma aristocrata
aparecia de pijama listrado. Nas festas de gala, surgia em smoking de flanela
marrom.
Fiquei imaginando o chiquê.

Zelia Duncan e Flávia Pedras, a viúva de Jô Soares, que estavam lá, podem confirmar o que digo. Bem como os jornalistas Leonardo Attuch, Joaquim
de Carvalho e Florestan Fernandes Jr., com suas belas mulheres, o deputado
Emidio de Souza (PT), o antiquario André Danemberg e mais e mais…
.
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Márcia Tiburi volta ao Brasil após 4 anos exilada

“Quero me sentir em casa.
Esse é um direito meu.”
MARCIA TIBURI

https://t.co/QirWGfQar6
https://twitter.com/flamarcin1/status/1677291004821422080
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Zé Maria

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Vê tanto que, quando sai às ruas, não sabe discernir quem é vivo, quem é morto.
Mas era bem morto o fantasma de um Orléans e Bragança, finado morador
do apartamento de Marcia na Rui Barbosa, RJ, e que não perdia a fleugma
nem para assombrar. Se fossem encontros informais, o fantasma aristocrata
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Zelia Duncan e Flávia Pedras, a viúva de Jô Soares, que estavam lá, podem confirmar o que digo. Bem como os jornalistas Leonardo Attuch, Joaquim
de Carvalho e Florestan Fernandes Jr., com suas belas mulheres, o deputado
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“Quero me sentir em casa.
Esse é um direito meu.”
MARCIA TIBURI

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https://twitter.com/flamarcin1/status/1677291004821422080
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Zé Maria

Presidente do TCU terá acesso a mensagens da Operação Spoofing

Em sua decisão, o ministro Dias Toffoli explicou que a medida
já fora autorizada a órgãos públicos e a pessoas físicas.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF),
assegurou ao presidente do Tribunal de Contas da União (TCU),
ministro Bruno Dantas, o acesso integral às mensagens trocadas
no âmbito da Operação Spoofing, que investiga a invasão de dispositivos
eletrônicos de autoridades.

Em decisão tomada na Petição (PET) 11615, ele determinou ao juízo
da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal que garanta a Dantas
acesso ao material, com o apoio dos peritos da Polícia Federal,
preservando-se o conteúdo de documentos sigilosos.

O presidente do TCU narra ter sido citado em conversas entre
membros da força tarefa da Lava Jato após ter criticado decisão
do juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba que impedia a Receita,
o TCU e outros órgãos de utilizar provas colhidas na operação.

As interações demonstrariam a intenção de desgastar sua imagem
junto à mídia e à opinião pública.

No pedido, Dantas alegava que o contexto e a extensão dessas conversas
só podem ser conhecidos com o acesso à integra das mensagens.

Segundo ele, o compartilhamento visa resguardar seus direitos e,
eventualmente, requerer diligências investigativas ou acionar cível
e criminalmente os envolvidos.

Leia a íntegra da decisão:
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/PET11615.pdf

https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=510601&ori=1

Zé Maria

Vai demorar um pouquinho. A Máfia é Grande!

Zé Maria

.
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O Dino e o Xandão ainda terão muito trabalho.
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“12 empresas do agronegócio são donas de 54 caminhões
enviados pro 8 de janeiro.
Juntas, elas têm R$ 412,6 milhões de faturamento anual.

132 caminhões dos 272 enviados a Brasília são de pessoas jurídicas,
indicando que empresas financiaram o acampamento no QG do
Exército.

Os dados estão com a CPMI do golpe que mapeia o dinheiro investido
por golpistas contra a democracia.”

https://twitter.com/Gleisi/status/1680987400930050048
.
.

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/F1KBVnZWIAAJubZ?format=jpg

“Obrigado ao Presidente da Academia da Língua Nheengatu,
Edson Baré, pela tradução do texto que vou ler, em breve,
na sua belíssima língua materna”

Professor MARCO LUCCHESI
Escritor Brasileiro
https://twitter.com/marcolucbr/status/1680547827489931264

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/F1O4jIfWwAIAmdJ?format=jpg

Constituição de 1988 traduzida para a Língua Nheengatu

“Um sonho realizado.
Parabéns @JuizLanfredi pela Constituição em nheengatu.
Saúdo com admiração e afeto a ministra Rosa Weber
e a maravilhosa equipe de tradutores da Academia
da Língua Nheengatu, protagonistas desse projeto,
do qual me orgulho de ter participado.”

MARCO LUCCHESI
Poeta, Romancista, Ensaísta,
Historiador e Tradutor Brasileiro
Professor da Faculdade de Letras (UFRJ)
https://twitter.com/marcolucbr/status/1680890001825968129

Ibsen

Como na Alemanha minimizamos a violência neofascista.
A defesa da liberdade de expressão da imprensa brasileira normalizou as fakenews e a agressão como parte dessa liberdade. Alie-se a isso o fato de que o capitalismo neoliberal pode conviver exitosamente com regimes de exceção e temos o caldo da normalização. Todo ele recebe o tempero do neopentecostalimo.
Há um tripé que precisa garantir a democracia: punição dos golpistas, principalmente seus orquestradores com destaque para as forças armadas e os membros ilustres da lava-jato. Segundo: uma regulação imediata dos meios públicos de comunicação e Internet e terceiro, tomada pelo estado das áreas dominadas pelo assistencialismo neopentecostal. Sem esse tripé estaremos a mercê do neofascismo.
Infelizmente as perspectivas não são nada boas porque nada tem sido feito de efetivo em nenhuma dessas áreas.

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