Líbia: Depois do bombardeio que a Al Jazeera inventou

Tempo de leitura: 12 min

December 01, 2011

Enquanto os ‘guerreiros humanitários’ vibram…

A questão-chave sobre a guerra na Líbia

por DIANA JOHNSTONE, no Counterpunch

Nos dias de hoje os guerreiros humanitários estão se gabando, graças à proclamada vitória na Líbia. A única superpotência do mundo, com o apoio moral, militar e mercenário dos amantes da democracia do emirado do Qatar e com os poderes imperialistas históricos da Grã Bretanha e da França, foi capaz de esmagar sem surpresa o governo estabelecido de um estado esparsamente habitado do norte da África em apenas sete meses. O país foi violentamente ‘liberado’ e deixado para quem quiser pegar. Quem vai ficar com qual pedaço, entre as milícias armadas, as tribos e os islamistas da jihad, não é do interesse da mídia ocidental ou dos humanitários mais do que era a Líbia antes da TV do Qatar, a Al Jazeera, despertar o zelo cruzadista em fevereiro, com reportagens não-documentadas sobre atrocidades iminentes*.

A Líbia pode mergulhar de volta na obscuridade enquanto os campeões ocidentais de sua destruição brilham sob os refletores. Para apimentar a auto-congratulação, eles dedicam alguma atenção aos pobres palhaços que se negaram a embarcar na mesma canoa.

Nos Estados Unidos, mas ainda mais na França, os que se opuseram ao partido da guerra foram poucos em número e foram ignorados. Mas não deixa de ser uma oportunidade para isolá-los ainda mais.

Em seu artigo, “Líbia e a esquerda: Benghazi e depois”, Michael Bérubé usa a ocasião para juntar os críticos da guerra sob o rótulo de “maniqueístas da esquerda” que, segundo ele, simplesmente respondem com oposição automática ao que fizerem os Estados Unidos. Ele e os de sua turma, por contraste, refletem profundamente e apresentam razões para bombardear a Líbia.

Ele começa dizendo:

“No fim de março de 2011, um massacre foi evitado — não qualquer tipo de massacre. Pois se Kadafi e suas forças conseguissem esmagar a rebelião líbia em seu quartel-general de Benghazi, os choques resultantes teriam reverberado muito além do leste da Líbia. Como Tom Malinowski da Human Rights Watch escreveu, ‘a vitória de Kadafi — junto com a queda de Mubarak no Egito — teria sinalizado para os governos autoritários da Síria à Arábia Saudita à China que se você negociar com manifestantes você perde, mas se você matá-los você ganha…'”.

“Os ataques liderados pela OTAN contra as forças de Kadafi, na verdade, fizeram mais que prevenir uma catástrofe humanitária na Líbia — embora deve-se reconhecer que apenas isso seria justificativa suficiente. Ajudaram a manter viva a Primavera Árabe…”

Mas tudo isso é perfeitamente hipotético.

Qualquer massacre que tenha sido evitado em março, outros massacres aconteceram em vez daquele, mais tarde.

Ou seja, se esmagar uma rebelião armada é massacre, uma rebelião armada vitoriosa também implica em massacre, e assim temos uma escolha entre massacres.

E, se as propostas de mediação da América Latina e da África tivessem sido consideradas, o massacre hipotético poderia ter sido evitado por outros meios, mesmo que a rebelião armada tivesse sido derrotada — uma hipótese que o partido pró-guerra se negou a considerar desde o início.

Mas ainda mais hipotética é a noção de que o fracasso da rebelião líbia teria danificado fatalmente a “Primavera Árabe”. Isso é especulação pura, sem qualquer fiapo de prova.

Os governos autoritários certamente não precisavam de uma lição para ensiná-los a lidar com manifestantes, o que em último caso depende dos meios políticos e militares à disposição deles. Mubarak perdeu não por ter negociado com os manifestantes, mas porque o Exército financiado pelos Estados Unidos decidiu abandoná-lo. Em Bahrain, a Arábia Saudita ajudou a matar manifestantes. De qualquer forma, os governantes autoritários árabes, inclusive o emir do Qatar, odiavam Kadafi, que tinha a mania de denunciar a hipocrisia deles em encontros internacionais. Eles ficaram felizes com a queda de Kadafi.

Esses argumentos pró-guerra estão na mesma classe das “armas de destruição em massa” do Iraque ou da ameaça de “genocídio” em Kosovo — perigos hipotéticos usados para justificar a guerra preventiva. “Guerra preventiva” é o que permite a um superpoder militar, tão poderoso que nunca precisou se defender de ataque estrangeiro, atacar outros países. Caso contrário, qual é a justificativa para se ter um exército se não podemos usá-lo?, como perguntou certa vez [a ex-secretária de Estado] Madeleine Albright.

Mais adiante em seu artigo, Bérubé cita seu colega guerreiro humanitário Ian Williams, que argumentou que a série de objeções à intervenção na Líbia “foge da questão crucial: o mundo deveria deixar civis líbios morrer nas mãos de um tirano?”. Ou, em outras palavras, a “pergunta-chave” é: “Quando um grupo de pessoas que está prestes a ser massacrado pede ajuda, o que você faz?”.

Com esta seleção de perguntas “cruciais” e “chaves”, explorando o sentimento de culpa, Bérubé e Williams varrem de lado todas as objeções legais, éticas e políticas ao ataque da OTAN na Líbia.

Mas nada autorizava estes senhores a decidir qual é a “questão-chave”. Na realidade, a “questão-chave” deles levantava uma série de outras questões.

Primeira delas: Qual grupo de pessoas? Elas estão mesmo perto de ser massacradas? Qual é a fonte desta informação? Teria havido exagero? Ou teria havido invenção pura e simples, com o objetivo de forçar poderes estrangeiros a intervir?

Um jovem cineasta francês, Julien Teil, fez uma entrevista marcante com o secretário-geral da Liga de Direitos Humanos da Líbia, Slimane Bouchuiguir, na qual ele admite candidamente que “não tinha provas” das alegações feitas perante a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, que levaram à expulsão imediata do representante oficial da Líbia e, a partir disso, às resoluções da ONU autorizando o que viria a ser a troca de regime feita pela OTAN. Na verdade, nenhuma prova foi produzida do “bombardeio a civis líbios” denunciado pela Al Jazerra, o canal de TV financiado pelo emir do Qatar, que emergiu com uma grande fatia dos negócios de petróleo líbios depois da “guerra de libertação” da qual o Qatar participou.

Imagine agora quantos grupos minoritários existem em países de todo o mundo que adorariam ter a OTAN bombardeando o caminho para que eles chegassem ao poder. Se tudo o que tiverem de fazer for encontrar um canal de TV que noticie suas alegações de que estão prestes “a ser massacrados”, a OTAN vai ficar ocupada pelas próximas décadas, para alegria dos intervencionistas humanitários.

Um traço saliente deste grupo é sua seletividade. De um lado, eles automaticamente descartam todas as declarações oficiais vindas de governos “autoritários” como propaganda falsa. De outra parte, eles parecem nunca notar que as minorias têm interesse em mentir sobre sua condição com o objetivo de obter apoio externo. Eu observei isso em Kosovo. Para a maioria dos albaneses, era uma questão de dever  com seu grupo nacional dizer o que quer que fosse necessário para conquistar o apoio de estrangeiros para sua causa. A verdade não era um critério importante. Não é necessário culpá-los por isso, mas também não é obrigatório acreditar neles. A maioria dos repórteres que esteve em Kosovo, sabendo que isso agradaria aos editores, baseou seus despachos em quaisquer que fossem as lendas contadas a eles por albaneses que queriam que a OTAN separasse Kosovo da Sérvia. Foi o que aconteceu.

Na verdade, é sábio ter cautela sobre o que todos os lados dizem em conflitos étnicos ou religiosos, especialmente em países com os quais não se tem intimidade familiar. Talvez as pessoas não mintam na homogênea Islândia, mas na maior parte do mundo a mentira é uma forma normal de promover os interesses de grupo.

A importante “questão-chave” sobre como responder “a um grupo de pessoas prestes a ser massacrado” é um golpe retórico destinado a tirar o problema do campo da realidade contraditória para levá-lo à esfera de ficção puramente moralista. Sugere que “nós” no Ocidente, inclusive o mais passivo dos telespectadores, temos o conhecimento e a autoridade moral para julgar e agir sobre qualquer evento em qualquer parte do mundo. Não é o caso.

E o problema é que as instituições intermediárias, que possuem o conhecimento que se requer e a autoridade moral, foram ou tem sido enfraquecidas ou subvertidas pelos Estados Unidos em sua insaciável busca por mais do que consegue mastigar. Como os Estados Unidos têm poderio militar, promovem o poder militar como solução para todos os problemas. A diplomacia e a mediação estão sendo crescentemente negligenciadas e desprezadas. Isso não é deliberado, nem resultado de um política pensada, mas resultado automático de 60 anos de crescimento da máquina militar.

A verdadeira questão crucial

Na França, onde o presidente Nicolas Sarkozy lançou a cruzada anti-Kadafi, a unanimidade pró-guerra foi maior que nos Estados Unidos. Uma das poucas personalidades proeminentes da França que falaram contra a guerra foi Rony Brauman, um ex-presidente do Médicos Sem Fronteiras, e um crítico da ideologia da “intervenção humanitária” promovida por outro ex-líder do MSF,  Bernard Kouchner. A edição de 24 de novembro do Le Monde trouxe um debate entre Brauman e o maior promotor da guerra, Bernard-Henry Lévy, que trouxe à tona a verdadeira questão crucial.

O debate começou com algumas disputas sobre fatos. Brauman, que inicialmente apoiou a noção de intervenção limitada para proteger Benghazi, disse que rapidamente mudou de ideia depois de se dar conta de que as ameaças envolvidas eram uma questão de propaganda, não de realidade observável. Os ataques aéreos contra as manifestações em Trípoli foram “uma invenção da Al Jazeera”, ele observou.

Ao que Bernard-Henri Lévy respondeu, no estilo marca-registrada dele de mentira indignada. “O que? Uma invenção da Al Jazeera? Como você, Rony Brauman, pode negar a realidade daqueles jatos que mergulhavam para metralhar manifestantes em Tripoli que todo o mundo viu?” Pouco importa que o mundo nunca tenha visto isso. Bernard-Henri Lévy sabe que o que quer que ele diga será ouvido na TV e lido em jornais, sem necessidade de provas. “De um lado, você tinha um exército super equipado por décadas e preparado contra um levante popular. De outro você tinha civis desarmados”.

Quase nada disso foi verdadeiro. Kadafi, temendo um golpe militar, manteve seu exército relativamente fraco. O muito denunciado equipamento militar ocidental nunca foi usado e as compras de Kadafi, como as feitas por estados ricos em petróleo, foram mais um favor aos fornecedores ocidentais que uma contribuição eficaz para a defesa. Além disso, o levante na Líbia, em contraste com protestos em países da região, era claramente um levante armado.

Mas além da questão factual, a questão crucial no debate entre os dois franceses era de princípio: a guerra é ou não boa?

Perguntado se a guerra na Líbia marca a vitória do direito à intervenção, Brauman respondeu:

“Sim, sem dúvida… Alguns festejam a vitória. De minha parte, deploro, porque vejo que houve a reabilitação da guerra como forma de resolver conflitos”.

Brauman concluiu: “Além da frivolidade com a qual o Conselho Nacional de Transição, cujos membros eram desconhecidos, foi imediatamente apresentado por Bernard-Henri Lévy como um movimento democrata secular, existe uma certa ingenuidade em querer ignorar o fato de que a guerra cria dinâmicas que favorecem os radicais, em detrimento dos moderados. Essa guerra não acabou. Ao fazer a escolha de militarizar a revolta, o CNT deu aos mais violentos sua oportunidade. Ao apoiar a opção em nome da democracia, a OTAN assumiu uma responsabilidade pesada, além de seus meios. É porque a guerra é uma coisa ruim em si que não devemos promovê-la…”

Bernard-Henri Lévy ficou com a última palavra: “A guerra em si não é uma coisa ruim! Se torna possível evitar violência pior, é um mal necessário — essa é a teoria completa da guerra justa”.

A ideia de que este princípio existe é “como uma espada de Damocles sobre as cabeças de tiranos que se consideram os donos de seus povos, o que já é um progresso formidável”. Bernard-Henri Lévy está feliz com a ideia de que  desde o fim da guerra na Líbia, Bashir Al Assad e Mahmoud Ahmadinejad dormem pior. Em resumo, ele celebra a perspectiva de novas guerras.

Assim, esta é a pergunta-chave crucial: a guerra é ruim em si? Bauman diz que sim e a estrela da mídia conhecida como BHL diz que não, “se torna possível evitar violência maior”. Mas qual violência é pior que a própria guerra? Quando a maior parte da Europa ainda estava em ruínas, depois da Segunda Guerra Mundial, o tribunal de Nuremberg proclamou seu julgamento final:

“A guerra é em si uma coisa diabólica. Suas consequências não ficam apenas nos estados beligerantes, mas afetam todo o mundo. Iniciar uma guerra de agressão, portanto, não é apenas um crime internacional; é o supremo crime internacional, diferente de outros crimes de guerra porque contém em si a maldade acumulada do todo”.

De fato, a Segunda Guerra Mundial continha em si “a maldade acumulada do todo”: as mortes de 20 milhões de cidadãos soviéticos, Auschwitz, o bombardeio de Dresden, Hiroshima e Nagasaki e muito, muito, muito mais.

Sessenta anos depois, é fácil para norte-americanos e europeus ocidentais, com suas vidas ainda relativamente confortáveis e seu narcissismo incentivado pela ideologia dos “direitos humanos”, contemplar o início de guerras “humanitárias” para “salvar vítimas” — guerras nas quais eles não correm maior risco do que quando jogam videogame.

Kosovo e Líbia são as guerras humanitárias perfeitas: nenhum ferido, nem mesmo um arranhão nos bombardeiros da OTAN e nem mesmo a necessidade de ver derramamento de sangue no solo. Com o desenvolvimento da guerra por aviões não tripulados, tais guerras seguras, à distância, abrem a perspectiva de “intervenção humanitária” sem riscos, o que pode permitir a celebridades ocidentais como Bernard-Henri Lévy posar como campeões hipotéticos em defesa de vítimas de hipotéticos massacres hipoteticamente evitados por guerras reais.

A “pergunta-chave”? Há muitas questões importantes resultantes da guerra na Líbia e muitas razões importantes e válidas para se opor a ela e continuar se opondo. Como na guerra em Kosovo, deixou um legado de ódio no país-alvo, cujas consequências envenenam a vida das pessoas que vivem nestes países por gerações. Isso, naturalmente, não é de interesse particular das pessoas no Ocidente, que não prestam atenção nos danos humanos causados por sua matança humanitária. É apenas o resultado menos visível de tais guerras.

De minha parte a questão chave, que motiva minha oposição à guerra da Líbia, é o que ela significa para os Estados Unidos e o mundo. Por mais de meio século, os Estados Unidos tem sido canibalizados pelo complexo industrial-militar, que infantilizou a moral do país, desperdiçou sua riqueza e solapou sua integridade política. Nossos líderes políticos não são genuínos, mas foram reduzidos ao papel de apologistas deste monstro, que tem seu próprio moto burocrático — bases que proliferam no mundo, buscando e criando estados clientes servis, provocando desnecessariamente poderes como a Rússia e a China. O dever político primário de norte-americanos e seus aliados europeus deveria ser o de reduzir e desmantelar esta máquina militar gigantesca, antes que nos leve a todos, inadvertidamente, ao “supremo crime internacional” sem retorno.

Assim, minha principal oposição a esta recente guerra é que, precisamente num momento em que alguns em Washington estavam hesitantes, “intervencionistas humanitários” como Bernard-Henri Lévy, com sua pretensão sofista de “R2P”, “proteger civis inocentes”, alimentaram e encorajaram o monstro, ao oferecer a ele “as frutas fáceis de colher” de uma vitória na Líbia. Isso tornou a luta para trazer paz e sanidade ao mundo ainda mais difícil do que já era.

DIANA JOHNSTONE é autora de Fools Crusade: Yugoslavia, NATO and Western Delusions. Ela responde e-mails no [email protected]

*****

*Em ‘Who Said Gadafi had to Go’, no London Review of Books, Hugh Roberts também sustenta que os ataques aéreos por parte de aviões militares de Kadafi contra manifestantes, denunciados pela Al Jazeera, não aconteceram:

“Em 21 de fevereiro o mundo ficou chocado com as notícias de que o regime de Kadafi estava usando a força aérea para massacrar manifestantes pacíficos em Tripoli e outras cidades. A principal divulgadora dessa notícia foi a al-Jazeera mas o assunto foi rapidamente replicado pela rede Sky, pela CNN, BBC, ITN e outros. Antes do dia acabar a ideia de impor uma zona de exclusão aérea na Líbia era amplamente aceita, assim como a ideia do Conselho de Segurança impor sanções e um embargo de armas, congelar os bens da Líbia e indicar Kadafi e aliados ao Tribunal Penal Internacional, sob a acusação de cometer crimes contra a humanidade. A resolução 1970 foi aprovada cinco dias depois e a proposta de uma zona de exclusão aérea monopolizou as discussões internacionais sobre a crise na Líbia dali por diante.

[…]

Nos dias seguintes eu fiz tentativas de checar a notícia da al-Jazeera. Uma fonte que consultei foi um blog tido como confiável, o Informed Comment, mantido e atualizado todos os dias por Juan Cole, um especialista em Oriente Médio da Universidade de Michigan. Ele tinha um post datado de 21 de fevereiro intitulado ‘Bombardeios de Kadafi fazem lembrar os de Mussolini’, que recordava que entre 1933-30, Italo Balbo defendeu a guerra aérea como a melhor forma de lidar com populações coloniais revoltadas.

[Nota do Viomundo: A Itália foi o poder colonial na Líbia]

O post começava: ‘Os ataques e bombardeios contra manifestantes civis em Trípoli pelos jatos de Muammar Gaddafi na segunda-feira…’, palavras sublinhadas que linkavam para um artigo assinado por Sarah El Deeb e Maggie Michael, da Associated Press, publicada às 9 da noite de 21 de fevereiro. O artigo da AP não corroborava as alegações de Cole de que os caças de Kadafi (ou qualquer outra aeronave) tinham atacado ou bombardeado qualquer pessoa em Tripoli ou outro lugar. O mesmo é verdadeiro para todas as fontes indicadas em outros itens relacionados à Líbia e à notícia dos ataques aéreos postados por Cole no mesmo dia.

Passei a maior parte do tempo no Egito, mas como muitos jornalistas que visitaram a Líbia passaram pelo Cairo, fiz questão de perguntar aos que pude encontrar sobre o que tinham visto em campo. Nenhum deles encontrou nenhuma confirmação para a notícia. Eu me lembro especialmente do dia 19 de março, quando perguntei ao especialista britânico em norte da África, Jon Marks, que tinha acabado de fazer um tour pela Cirenaica (passando por Ajdabiya, Benghazi, Brega, Derna e Ras Lanuf), o que ele sabia sobre a notícia. Ele me disse que ninguém com quem tinha conversado havia mencionado o assunto. Quatro dias depois, em 22 de março, o [jornal norte-americano] USA Today trouxe um artigo surpreendente de Alan Kuperman, autor de Limites da Intervenção Humanitária [The Limits of Humanitarian Intervention] e co-editor de Apostando na Intervenção Humanitária [Gambling on Humanitarian Intervention].

O artigo, ‘As cinco coisas que os Estados Unidos deveriam considerar na Líbia’, forneceu um poderosa crítica da intervenção da OTAN como violadora das condições que deveriam ser observadas para uma intervenção humanitária ser justificável e bem sucedida. Mas o que mais me interessou foi a declaração dele de que ‘apesar da ampla presença de câmeras em telefones celulares, não há imagens de violência genocida, uma alegação que parece ser propaganda rebelde’. Assim, depois de quatro semanas, eu não estava só entre os que tentaram encontrar provas de um massacre aéreo. Descobri subsequentemente que a questão tinha sido levantada algum tempo antes, em 2 de março, em audiência do Congresso dos Estados Unidos quando [Robert, secretário de Defesa] Gates e o almirante Mike Mullen, chairman do Joint Chiefs of Staff, testemunharam.Eles disseram ao Congresso que não tiveram confimação das notícias de que aeronaves controladas por Kadafi tinham atirado em cidadãos.

A notícia era mentirosa, assim como a notícia que foi divulgada no mundo em agosto de 1990 dizendo que tropas iraquianas tinham matado bebes do Kuwait ao desligar incubadoras em maternidades, assim como eram falsas as alegações exageradas dos dossiês sobre as armas de destruição em massa de Saddam [Hussein]. Mas, como Mohammed Khider, um dos fundadores da FLN, disse uma vez, ‘quando todos acreditam numa falsidade, ela se torna realidade’. A corrida para a troca de regime [na Líbia] estava em andamento e nada conseguiria detê-la”.

Leia também:

O WikiLeaks não vai acabar

 


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

beto almeida

Certas vozes, por qui, chegaram a tecer elogios fartos à Al-Jazeera, posicionando-a como exemplar tv pública, quando trata-se, na realidade, de uma emissora da oligarquia do Qatar, enclave onde está situada a maior base militar dos EUA na região, decisiva para a guerra de rapina contra a Líbia, que contou também com a participaçao desta emissora como um clarin de guerra, sob o comando editorial da indústria petroleira norte-americana. Aliás, o novo chefe do governo colonialista da Líbia é também, como a direçao da Al-Jazeera, homem da indústria do petróleo dos EUA. Beto Almeida

Pedro

Artigo fundamental. Vamos divulgá-lo. Entre outras muitas coisas, ele demonstra que as chamadas democracias não conseguem senão viver de mentiras. De mentiras e de armas de destruição em massa.

augusto

Ja é coisa conhecida, mas para os que curtem ingenuidades ate hoje , um artigo de Patrick J Buchanan em .. .www.globalresearch.ca
sobre como eles provocaram e obrigaram o Japão a entrar na guerra contra os Eua. O termo obrigaram nao é figura de linguagem. Detalhes e datas com precisão, e saidos d aas proprias fontes americanas. Pra quem acha o monstro bonzinho e ate generoso vai esclarecer.

    Luca K

    Exato Augusto, os EUA puseram o Japão com as costas na parede. Aliás, ao contrário do que 99% das pessoas pensam, lobotomizadas que são pela propaganda dos vencedores, a Alemanha também nunca desejou uma guerra mundial e tentou inclusive, de várias formas, evitar o confronto regional com a Polônia.

A questão-chave sobre a guerra na Líbia | OCOMPRIMIDO.COM

[…] por DIANA JOHNSTONE, no Counterpunch. Via VioMundo. […]

FrancoAtirador

.
.
A GUERRA SECRETA CONTRA O IRÃ

Queda de avião norte-americano não tripulado (drone) no Irã,
semana passada, reforça indícios de que a guerra
dos EUA e aliados contra o país já começou.

Outros sinais listados pelo jornal El Pais:

explosão de unidade da guarda iraniana no mês passado,
causando a morte do general Hassan Moqaddam,
principal impulsionador do programa nuclear iraniano;

explosão de planta de conversão de urânio, na semana passada, em Isfahán;

assassinato do físico nuclear Darioush Rezaie, em julho;

assassinato do cientista Majid Shahriari em explosão de carro-bomba e

atentado contra o físico Fereydoon Abbasi, em dezembro de 2010.

CARTA MAIOR
.
.
La guerra secreta contra Irán

http://internacional.elpais.com/internacional/201

Bonifa

Não se justifica uma verdadeira euforia na Europa ocidental e nos EUA com uma suposta “derrota de Putin” nas eleições legislativas da Rússia: “Com revés eleitoral, partido de Putin perde facilidade para mudar Constituição”
iG São Paulo | 05/12/2011 11:24
“Se a previsão se confirmar, o Rússia Unida (Partido de Putin) terá perdido sua atual maioria de dois terços da Duma (315 cadeiras). Apesar de já não poder mudar a Constituição com facilidade, Putin não deve ter problemas para aprovar leis, já que o socialista Rússia Justa e o Partido Liberal Democrático costumam votar com o Rússia Unida na Duma. Para analistas, mesmo a oposição do Partido Comunista é apenas “simbólica”. De acordo com Churov, o Partido Comunista ficou em segundo lugar nas eleições, com 19,2% dos votos e 92 cadeiras. O Rússia Justa ficou em terceiro com 13,2% dos votos e 64 cadeiras, enquanto o nacionalista Partido Liberal Democrático conquistou 11,7% da votação e 56 lugares no Parlamento.” – Ou seja: Com 49,5 % do Rússia Unida, mais 13,2% do Rússia Justa e 11,7% do Liberal Democrático, Putin está tranqüilo com 73,4% dos votos da Duma. Quanto ás denuncias de fraude do RU para tentar chegar aos 50%, não prosperaram tanto quanto a Hillary estava esperando.

leandro

Estagnação do crescimento, mais um ministro que cai, outro já está sob suspeitas de trafico de influência, guerra contra o crack, aprovação do vergonhoso código florestal, abandono das obras de transposição do rio São Francisco..tantos temas e nada aqui.

edv

Já aparelharam a Al Jazeera?
Se entendi bem, concordo com a Maria Fulô: mudam-e os meios mas mantém-se os fins…
Se agora está pegando mal apoiar ditadores, então vamos aparelhar governos "democráticos"…
O controle da informação e sua manipuação é essencial.

ZePovinho

BUEMBA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Caco,O Sapo,pode ser um perigoso agente vermelho disfarçado de verde!!!!!!!!!!!!!
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/fox-os-m

Fox: os Muppets são comunistas

Enviado por luisnassif, qua, 07/12/2011 – 11:22
Por Adamastor

Do Blogs Estadão / Marcos Guterman

Cuidado com os Muppets. Eles são comunistas

Eric Bolling é âncora do programa “Follow the Money”, na Fox. Há alguns dias, ele “debateu” com outros luminares do pensamento conservador americano a tese segundo a qual os Muppets são esquerdistas – tudo porque, em seu último filme, o vilão é um magnata do petróleo, chamado “Tex Richman”.

Para o pessoal da Fox, o filme é parte de uma campanha contra o capitalismo, promovida pelos “vermelhos” de Hollywood. “É incrível o quão longe a esquerda consegue ir para manipular nossas crianças”, esbravejou Dan Gainor, que faz parte do Media Research Center, grupo que se dedica a esculhambar a “imprensa liberal” nos EUA. “Hollywood, a esquerda, a imprensa, todos eles odeiam a indústria do petróleo. Eles odeiam a América empresarial.”……..

Vejam,aqui,como Caco,O Sapo perverte Sandra Bullock com o criptocomunismo:

[youtube tv83QsCsvXc http://www.youtube.com/watch?v=tv83QsCsvXc youtube]

PS:Cuidado com o Azenha.

    ZePovinho

    Suspeito que Caco Barcellos seja mais um agente infiltrado(o paralelo com O Sapo é evidente) do comunismo atroz na gloriosa imprensa brasileira.

maísa

Artigo fundamental. Abala A gente já sabe da manipulação da mídia, das mentiras oficiais, dos interesses das corporações, da OTAN e dos EUA, com sua ganância imperial…Sabemos, inclusive, não esquecemos, porque tivemos intervenções americanas aqui, no Brasil, na América latina.
Mas este artigo destrincha, argumenta e evidencia a trama para tornar a Líbia "terra de ninguém", ou melhor, das potências imperiais…E o assassinato de Kadafi? Sou eu quem pergunta, quanta solidão! E o Ocidente fica de olhos fechados para o que está ocorrendo na Líbia em consequência da "intervenção humanitária"…
Excelente artigo. Devemos repassá-lo, divulgá-lo, para alertar e não morrermos em vida.
Parabenizo vc, Azenha, pela publicação,e a autora pela análise, denúncia e coragem.

pouco

E estamos vendo este memso filme na Síria, não é mesmo?

Armando S Marangoni

O país que se espalhou pelo mundo seguindo e criando novas formas de escravização, transparentes ou não, dirigido pelo pensamento militarista e conquistador, sustentado pela idéia da hegemonia de que desfruta, não é propriamente um país, é um monstro que deve ser combatido, mas não lá, porque o monstro reage sempre e desproporcionalmente. O combate deve ser feito no mundo todo, começando por nós mesmos, nossos hábitos e nossa educação.

    Marcelo

    Calma lá,Armandinho.Os EUA são um monstro?Puts,acho que você nunca viu Casablanca E o Vento
    Levou.O Kadafi era de direita,meu filho.Era só o que faltava.A maioria dos comentários do post
    lamentando a morte de um tirano de direita.Devem estar com inveja porque as séries americanas
    são melhores que as novelinhas porra loucas globais.E VIVA GOSSIP GIRL!!!!!!

    Klaus

    Marcelo, novo por aqui, né? Esqueça as definições de esquerda e direita usadas no restante do mundo. Por aqui, de esquerda é quem é contra os EUA, Israel, demo-nazi-tucanos e paulistas. Para você ter uma ideia, Mahmoud Ahmadinejad , presidente do Irã, é adorado por aqui. Já pensou este pessoal daqui numa passeata de esquerda em Teerã? Iam sair com o lombo roxo de borrachada. Mas, bem vindo ao blog!

    ZePovinho

    Engraçado,Klaus.O pessoal do Occupy Wall Street,em Manhattan,foi expulso de lá na base da borrachada e o Senado dos EUA vai autorizar que cidadãos americanos sejam presos,pelas forças armaas de lá,sem provas e julgamento.
    Me diz aí que democracia é essa!!

    Luca K

    Sem contar que o presidente dos EUA agora pode ordenar o assassinato extra judicial de cidadão americano em qualquer parte do mundo!! Obama usou tal poder para assassinar Awlaki e seu filho menor de idade, ambos estadunidenses natos, sem o devido processo legal(e sem qualquer provas q tenham cometido qualqure crime)!! Não é por nada que gente do calibre de Paul Craig Roberts, que não pode ser acusado de ser um esquerdista, já considera que os EUA seja um estado policial.

    beto almeida

    Certas vozes aqui no Brasil, entre os segmentos da democratização da comunicação, chegaram elogiar a Al-Jazeera como tv pública exemplar. mesmo estando claro o seu papel como emissora da oligarquia do Qatar, enclave onde se localiza a maior base militar dos EUA na região, e a completa captura da emissora pela indústria petroleira internacional, que -aliás, nomeou recentemente um de seus representantes como chefe do governo de intervenção colonial na Líbia

    Klaus

    Mas diz aí, eu tô ou não tô certo quando digo que basta ser contra o EUA que o sujeito passa a não ser tão mau assim?

    ZePovinho

    Hitler era contra os EUA por causa do domínio que a banca sionista tem do FED,mas não recusou o financiamento de milionários anti-semitas como Henry Ford que,inclusive,era homenageado no gabinete do fuhrer com um retrato.
    Stalin também era contra os EUA,mas não recusou a ajudinha da CIA para eliminar Trotsky no México.
    Esses dois eram muito maus,mas tinham conexões pesadas com o poder real que manda nos EUA.
    Eu não gosto do poder dos EUA,mas gosto do jeito dos americanos.

    ZePovinho

    Na época que Trotsky foi assassinado,a CIA ainda atendia pelo nome OSS.

    Luca K

    Borrachada Klaus? Pra que ir tão longe, temos disso por aqui e também nos EUA, o país que vc idolatra. Manifestantes pacíficos do OWS tem levado um monte de borrachada, aliás, um marine, veterano da guerra no Iraque, levou um tiro de bala de borracha à queima-roupa e sofreu traumatismo ou coisa parecida… mas só serve pra vc se for no Irã ou algum país demonizado pelas elites ocidentais né? Desonestidade intelectual é tua marca registrada. Falando em borrachadas…
    [youtube U3lVTDmDE3U&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=U3lVTDmDE3U&feature=related youtube]

    Lucas

    Posso até concordar que séries estadunidenses são, em geral, melhores que as novelinhas da Globo. Mas de todos os exemplos que você poderia ter pegado pega logo Gossip Girl!? Essa aí é uma das poucas exceções. :)

    Agora, sério, quanto ao Kadafi, é questão mais complicada do que você propõe. Eu também não tenho a mínima simpatia com um ditador e concordo que tem muito stalinista por aqui e em outros lugares que tem um amor exagerado por figuras como ele e Fidel Castro. Mas é verdade que ele tinha vários apoiadores na Líbia, e não teria caído se não fosse a ajuda externa. Além disso, é bem discutível se é melhor para os Líbios viverem sob um ditador que pelo menos era nacionalista e populista, ou sob a ditadura militar-teocrática que foi instalada pela OTAN.

    Bonifa

    Kadafi não era um ditador? Surpresa? Pois é, tecnicamente não era. Segundo Emmanuel Kant, ditador é o que fala: "Vamos à guerra!" e todo o seu país obedece cegamente. Kadafi não tinha este poder.

    Marcelo

    Bonifa,o regime militar nosso então não foi uma tirania?Nem o Castelo Branco,Costa e Silva,
    Médici,Geisel e Figueiredo declararam guerra.Nem por isso,eles deixaram de ser considerados
    tiranos.

    Bonifa

    Foi um regime tirânico. Mas não era uma ditadura verdadeira. Ditadura verdadeira é a dos Estados Unidos.

    Luca K

    Kadafi, de direita? Que bobeira hein mêu, ou tá mentindo ou não tens a menor idéia do que dizes!! Estude o assunto primeiro antes de escrever bobagens…

    Bonifa

    É a nova orientação. Espalhar a confusão mental. Só que este aí está mais para vítima que para espalhador.

    Armando S Marangoni

    É Marcelo, um monstro.
    Há outros também, mas não se igualam em poder, nem em ganância.
    Muita falta faz o general que vai à frente nas batalhas que ordena ou conduz (isso é uma metáfora).
    Para os EUA, para os americanos, o que importa é o que eles acham que sabem, porque são mimados pelas riquezas e escondidos pelas espertezas. Até os que criticam suas políticas só o fazem por ambição.

    Luca K

    Agora, vejam aí quem é o tal do "filósofo" Bernard-Henri Lévy, mencionado várias vezes no artigo de Diana Johnstone. Um cínico e hipócrita de primeira, este Sionista fanático apóia guerras humanitárias, particularmente contra os que constam da lista negra sionista. Obviamente que não verão o "francês" Lévy propor uma guerra humanitária contra a criminosa entidade sionista conhecida como Israel. Jamais verão esse sujeito propor uma "no fly zone" em Gaza ou no West Bank. Dois pesos e duas medidas, a marca registrada de sionistas como BHL!

    Bonifa

    Henri Lévy há muito prega a intervenção armada de forças filo-sionistas mundo afora. Sancionou por uma filosofia fajuta as idéias de "Fim da História" com o triunfo do neoliberalismo. É o perfeito tartufo da filosofia midiática, cujo cinismo dominou o pensamento médio europeu, impulsionado e anabolizado pela própria grande mídia. É um dos maiores criminosos globais da atualidade mas continua, graças à proteção da mídia, enganando boa parte da opinião pública francesa.

    Luca K

    Uma série de pontos importantes são colocados no excelente artigo de Diana Johnstone! Um deles é que em guerras civis a envolver diferentes grupos étnicos/religiosos, minorias étnicas ou religiosas, apoiadas por potências externas – que o fazem em funçao de seus próprios interesses geopolítcos e economicos – mentem e exageram ou mesmo inventam supostos crimes contra a humanidade. Diana percebeu isso claramente nos Bálcans. Muitos dos crimes alegados e atribuidos aos Sérvios por albaneses e Bósnios muculmanos são exageros e mesmo grotescas invenções. Inclusive o famoso "genocídio"(como esse termo é abusado) de Srebrenica. De uma maneira geral, supostos crimes contra a humanidade são usados como arma de propaganda em guerras pelo menos desde a 1º guerra mundial. Então, a vasta maioria das supostas atrocidades perpetradas pelos alemães se revelou nada mais que propaganda de atrocidades da mídia britanica. Algumas estórias, como a da fábrica de sabão em que os alemaes usavam os cadáveres de seu soldados, foram novamente usadas mais tarde, ao fim de 2º guerra, com alguns retoques e mudanças. Muitas são tidas como "fatos" até hoje. Como Srebrenica.

    maísa

    Aqui, em nosso País, as Reservas indígenas, povoadas de norte-americanos, seriam um bom pretexto para a declaração de "crime ecológico e genocida". É claro que tem-se que respeitar as reservas, mas, preconceitos à parte com o Exército brasileiro, já ocorreram denúcias de que norte-americanos transitam por lá com muita facilidade. Os EUA se infiltram paulatinamente, os Estados fazem vista-grossa e vão permitindo a ingerência oficiosa até que se estoure um pretexto, e lá vem a "ajuda humanitária", a "guerra contra o terror ", ou ainda "a salvação da democracia". A Tríplice Fronteira já foi declarada região de "terrorismo internacional", etc, etc, etc…

Alexandre

A invasão da Líbia poderia ter sido abortada se o Kadaffi e seus filhotes não fossem tão famintos pelo poder e dinheiro. Em 42 anos já dava pra transforma a Líbia numa democracia.
O Kadaffi, com tanto tempo no poder e sabendo do caso do Iraque deveria saber que não tinha como se manter no poder contra tanto poderio militar contra ele. Só que, pelos relatos de um de seus apoiadores mais próximos, "ele subestimou os fatos, achando que o povo iria apoiá-lo". Um detalhe que ele ignorou foi que com tanto tempo no poder fatalmente ele desagradou muitos e cansou outros tantos, além de, ao que parece, ter matado milhares (cujos parentes podem não esquecer).
Resumo: não dá pra se manter eternamente no poder, mesmo sob forte aparato bélico privatizado (os filhos eram os detentores das brigadas forte) em contraste com força militar sucateada (afinal foi pela via militar que ele chegou ao poder, portanto não poderia dar mole). Agora o povo Líbio vai ter que pagar um preço alto pela "ajudinha militar".

    Bonifa

    Este erro também foi cometido pelo Partido Baath e Sadam Hussein. Quiseram se eternizar no poder e jogaram fora todo o esforço de modernização que foi iniciado pelo próprio rei Faissal, que preferiu construir estradas e universidades a comprar iates e times de hóquei.

Regina Braga

O filme Zona Verde,retrata que a guerra no Iraque,foi uma disputa de poder, dentro do pp governo americano.Líbia, começou com uma tentativa de golpe,os oportunistas de plantão…viram as possibilidades e pronto.Mas o que vai ser da Líbia,dos clãs,nada disso importa…A morte de inocentes é apenas um detalhe.E a insanidade corre solta.

Klaus

"…Al Jazerra, o canal de TV financiado pelo emir do Qatar…" Quando loas eram levantadas para a emissora, o fato dela ser financiada pelo emir não era lembrado. A emissora era um contraponto importante ao poder da mídia ocidental, exemplo para o PiG, muitos exigiam que ela fosse colocada na grade da Net, da Sky, "queremos assistir a Al Jazerra". Agora, o aposto colocado para a emissora é ´"canal financiado pelo emir do Qatar". Nunca ninguém se perguntou como era a cobertura da emissora de fatos ocorridos no próprio Qatar, se havia censura, se o fato da Al Jazerra ser financiada pelo emir tinha influência na sua cobertura tanto no próprio país quanto no exterior. Bem, acho que agora todos sabem que não existe imprensa isenta, né? Seja o PiG, seja a al Jazerra, seja a Telesur, seja TV Brasil, seja blogosfera progressista, sempre haverá pessoas por trás da cobertura, e pessoas têm ideologia. Não há puros. O que muda é o fato das pessoas serem NOSSAS ou DELES.

baader

tudo "humano, demasiado humano"…

EUNAOSABIA

Sugestão de pauta ao Vi o Mundo:

Seria interessante, já que este é um assunto recorrente do Blog.

07/12/2011

Negra diz que chefe mandou alisar o cabelo

Tatiana Santiago
do Agora

A estagiária Ester Elisa da Silva Cesário, 19 anos, diz ter sido vítima de racismo no local em que trabalha, no Colégio Internacional Anhembi Morumbi, no Brooklin (zona sul de SP).

Segundo ela, a diretora da unidade quis forçá-la a alisar os cabelos para "manter boa aparência".

Ester disse que sofre discriminação por ser negra e ter cabelos crespos.

Conta que, em seu primeiro dia de trabalho como assistente de marketing, em 1º de novembro, a diretora do colégio a chamou em uma sala particular e reclamou de uma flor em seu cabelo –pediu para deixá-los presos.

Segundo a estagiária, dias depois a diretora a chamou novamente e reclamou do cabelo.

Teria falado que compraria camisas mais longas para que a funcionária escondesse seus quadris.

Resposta

Em nota, o colégio Internacional Anhembi Morumbi afirma que possui um modelo de aprendizagem inclusivo, que abriga professores, estudantes e funcionários de várias origens e tradições religiosas.

O uso de uniformes por alunos e funcionários é exigido para que o foco da atenção saia da aparência.

Questionado se a diretora mandou a jovem alisar o cabelo, o colégio limitou-se a dizer que a direção e o restante da equipe nunca tiveram a intenção de causar constrangimento.

    ZePovinho

    Não consigo acreditar que você está propondo uma pauta esquerdista,EUNAOSABIA!!!!!!!O que houve???Arranjou uma namorada do PT???

    Luiz Reis

    Ze, esse EUNAOSABIA deve ser outro EUNAOSABIA nao aquele EUNAOSABIA que, na verdade, EUNAOSABIA que era o EUNAOSABIA que nada sabia e agora parece que diz QUE SABIA…

    betinho2

    O EUNAOSABIA se filiou ao PSD, que não é nem de esquerda, nem de centro, nem de direita, muito pelo contrário. Está agora tentando encontrar um foco de atuação. Quem sabe se cacifar para voltar a receber um "jabazinho", já que pelo visto nas bandas que ele militava a crise chegou e a fonte secou. Ele agora vai pedir a ESTER em casamento…rsrs.

    FrancoAtirador

    .
    .
    O que um Troll é capaz de fazer para enganar leitores desavisados.

    LUPUS DIABÓLLICUS IN PELLIS DI AGNUS DEI
    .
    .

Robson Porto

"Imagine agora quantos grupos minoritários existem em países de todo o mundo que adorariam ter a OTAN bombardeando o caminho para que eles chegassem ao poder"

Não precisamos ir longe… O Senador Álvaro Dias adoraria poder contar com a OTAN para fazer as elites brasileiras voltarem ao Poder sem ter que vencer eleições populares.

    Marcelo

    Elites,cara?Elas nunca sairam do poder.Você não sabe quem é o Presidente do Senado?O PT,PSDB e
    DEM votaram juntos o novo código florestal.Voto não garante democracia.Lembra do Fujimori?Ele foi
    eleito,mas……Ah,você não sabe que o Eike Batista está podre de rico,os banqueiros,etc.Também,a
    maioria do povo só vê novela e BBB,dá nisso.

Ana Cruzzeli

Torço tanto, mas tanto para que o Sarkozy perca as eleições em março.
Esse seria mais um primeiro passo para o enfraquecimento dos EUA.
Com relação aos médicos sem-fronteira. Recentemente vi na TV fechada Via Embratel ( sky estou fora desde janeiroa de 2010) propaganda dessa instituição para arrecadação de donativos aqui no Brasil para seu trabalho no mundo e logicamente na África. Quase chorei de tanta raiva. Afinal quem faz a fome na Africa e no Oriente médios são seus paises sede.

O texto diz que MSF foram contra a invasão na Libia…. lindo, maravilhoso e coisa e tal. Só que eles não disseram o mais importante. TODA A SAÚDE NA LIBIA ERA GRATUITA.
Com a invasão dos MOCINHOS a saude vai sendo desmantelada pouco a pouco para implementar a saúde privada.
Por que os MSF não estranharam que a maior parte dos HOSPITAIS DE EXCELENCIA da Libia foram alvos das ações humanitárias? Não eles não estranham, eles não vão estranhar , eles não vão dizer por eles foram alvos.

Vou ficando por aqui e seguindo as pegadas do Lula, do Fidel, da Dilma, da Cristina, do Chaves, do Mujica e de tantos companheiros que sabem quando o calo aperta basta mudar de sapatos e não cortar o dedo. Essa simplicidade o MSF jamais entenderá.

P.S. Se o Brasil não crescesse absolutamente NADA nesse ano eu teria ainda mais orgulho de nosso pais , afinal nossas vidas não foram frutos do sangue derramanda de nenhum inocente. Os indices economicos que devemos ter em mente é a desigualdade, emprego, educação . O PIB sustentavel de amanhã se dará a partir dai. TEMOS QUE COMEMORAR, 0,2 % de crescimento de emprego não é pouca coisa.

P.S.2. TODO APOIO a nobre deputada Jandira Feghali e a todos os bravos que estão encaminhando a proposta da taxação das grandes fortunas. 10 bilhões vão ser muito importantes para o ano que vem, os outros 30 bilhões ( ROUBANDOS PELA FIESP) vamos retomá-los mais tarde. Esse ano não deu, mas para do proximo não passa. Assim vamos ensinando aos MEDICOS SEM FRONTEIRA como se faz medicina de verdade. Talvez esteja sendo injusta com essa organização, o futuro dirá.

Almeida Bispo

"Nos Estados Unidos, mas ainda mais na França…"

La France de Pétain. A mesma França de Pétain. A mesma França que se entregou a Hitler para só depois descobrir envergonhada o que tinha feito e ser (parcialmente) salva pelos poucos que não aderiram ao III Reich.

Maria Fulô

A grande verdade é que esses eventos conhecidos como "Arabian Spring" acabaram ajudando, e muito, quem estuda Foucault ou o sociólogo português Boaventura Souza Santos. O que a mídia ocidental faz nestes casos é o que dela se espera, apenas exercer a sua real função, ou seja, desqualificar qualquer voz contraria à ordem do discurso capitalista vigente. Como se não houvesse sido ele (o moderno capitalismo) o responsável pela montagem e perenização daqueles regimes, usa o conceito de democracia como cortina de fumaça para reforçar a máxima de Lampedusa: "tudo deve mudar para que tudo fique como está". A desinformação em escala mundial é a base de sustentação de todo este desatino…

Geso S

Parece que esse tipo de "intervenção" lá ,
pode dar a idéia de um balão de ensaio …

ZePovinho

Eu não sou da área de direito,mas essas intervenções em nome dos "direitos humanos" têm um motivo bem específico;em minha opinião.Ocorre que existe uma teoria ,do alemão Otto Bachoff,baseada no jusnaturalismo,que diz haver nos direitos humanos uma vontade supranacional; impondo-se ao direito dos outros países e (aqui está o detalhe sórdido,afinal o Coisa Ruim está nos detalhes),pasmem,superando até o chamado "poder consituinte originário" que é o poder inalienável do povo e ilimitado.Pois bem.Esse tal "direitos humanos",na visão ideológica e geopolítica dos EUA,serve como escudo para jogar a soberania dos outros países na lata do lixo.
Enquanto isso,nos EUA o Senado vai autorizar uma flagrante violação dos direitos humanos dos americanos:as forças armadas de lá poderão prender americanos sem provas e devido processo legal.Quem diz é o Paul Craig Roberts,que de tanto conviver com o Partido Republicano no governo Reagan tem muitos contatos:
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va

Misreading the Fight over Military Detention: The Obama Regime Has No Constitutional Scruples
The amendment permits indefinite detention of US citizens by the US military

by Paul Craig Roberts

AQUI ESTÁ O DOCUMENTO DA CASA BRANCA: http://www.whitehouse.gov/sites/default/files/omb

    Bonifa

    Primeiro o golpe dentro de casa e o fim do Estado de Direito. Depois a tentativa de dominação do mundo na marra, e tudo rapidamente. Lembremo-nos que Hitler deu pleno emprego aos alemães e dominou pela exacerbação do patriotismo. Os EUA vão dar sequência a sua guerra total, com seus aliados maluquetes da Europa, a partir da repressão brutal dos cidadãos americanos em sua própria casa. Isso porque no fundo, esta não será classificada como uma guerra de países entre países, mas sim, vai ser a primeira guerra da autoconsiderada "elite mundial" (uma velharia fora de época, que ainda acredita no poder supremo através do controle da Imprensa, coisa que o Brasil já desmoralizou) contra todos os povos do mundo, em casa e fora de casa.

Armando do Prado

Líbia: atestado da violência estúpida da dita democracia ocidental. E agora??

    Marcelo

    A estupida democracia ocidental permitiu que o Lula e a Dilma fossem eleitos,Armandinho.

Deixe seu comentário

Leia também