Laura e Julio Silveira: A despolitização da periferia

Tempo de leitura: 2 min

por Laura, em comentário no blog

Despolitizada é apelido. Durante a ditadura militar a periferia era politizada, havia a igreja e os partidos de esquerda que agiam clandestinamente.

Era o que se chamava “trabalho de base”. A esquerda estava enfronhada e distribuida em redes micro-espraiadas no país. E a população tendo espaços para pensar a sí mesma. Assim também nas fábricas, nos sindicatos.

Isso acabou. O PT hoje é um partido “eleitoral”. A dita militância é uma palavra vazia. Quem faz hoje “trabalho de base” nas periferias metropolitanas e no país — nas pequenas cidades, alastrado — e organiza a população são as igrejas evangelicas.

É isso o que faz o sucesso do Russomano nas eleições paulistanas. Ou seja, há que ter esquerda e esquerda atuante no mundo do real, não nas estruturas administrativas (apenas). Cadê os movimentos sociais. Há alguns espontaneos, que começam a crescer. Organização só tem MST e UNE . Sindicatos, cindidos entre governismo e PSTus e Psois da vida . E olhe lá.

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por Julio Silveira, em comentário no blog

A despolitização é um processo marqueteado dia a dia, pelos intrumentos da ignorância, nominados como midia corporativa.

Eles religiosamente pregam o afastamento dos cidadãos, os principais agentes da mudança, pintando quadros negros e apocaliticos da politica nacional. Dissociando o cidadão de sua representação como se não fossem uma coisa só. É uma estratégia muito bem sucedida, que muitas vezes parece articulada com elementos da propria politica, que parecem ter que fazer prova para torna-la coisa para amorais e aéticos.

O que atende aos interesseiros desse sistema, que conduzem opiniões. Apesar de terem sido diagnosticados como um mal a ser combatido para o bem da sociedade há tempos, continuam a perpetuar, com ajuda.

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PS do Viomundo: Outro problema é que sempre que um partido perde eleitores a culpa nunca é dele. É sempre “dos outros”. Então, quando isso acontece, os pobres são acusados de terem escolhido a religião errada, o candidato errado, de serem incapazes de fazer a escolha “certa”. Teve até uma importante colunista que escreveu que é preciso “dar educação” aos pobres, para que eles escolham partidos “estruturados”, dentre os quais ela incluiu o PSDB. Ué, mas logo o PSDB, que desmilinguiu o Estado brasileiro, reduzindo a capacidade de oferecer a educação pública e gratuita que ela agora defende para os pobres?

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