Gilberto Maringoni: Ô Haddad, coragem! Baixa esse troço aí!

Tempo de leitura: 3 min

Por R$0,20, que são R$ 600 milhões, poderemos começar a conversar seriamente sobre a cidade que queremos, sobre o transporte que precisamos, sobre os hospitais, escolas e serviços públicos. Convenhamos, é uma pechincha. A decisão não é econômica. É política. Para tomá-la é preciso apenas coragem. Custa um pouquinho mais de R$ 0,20, mas vale a pena.

por Gilberto Maringoni, em Carta Maior

Raras vezes vi um político como Fernando Haddad. Em tese, deveria ser brilhante: tem um bom currículo, conhece teoria marxista e é um intelectual de razoável envergadura.

Mas politicamente é limitado pelas artimanhas burocráticas do cargo.

Poderia, nesses dias, dar um salto e se alçar a ser figura de proa no cenário nacional, demarcar campo e isolar a extrema-direita em São Paulo.

Abriria caminho para uma derrota espetacular dos tucanos em seu ninho, em 2014.

Mas opta pela via do medo e do menor esforço.

Bandeira concreta

Os manifestantes em São Paulo têm como bandeira de luta algo muito concreto, amplo e compreensível: são contra o aumento de R$ 0,20 nas passagens de transporte urbano.

Todo mundo sabe o que são 20 centavos. É um chiclete ou duas balas ou mais nada.

Mas é uma ilusão pensar que 15 mil pessoas – e muitas mais nos próximos dias – estão indo às ruas pelo preço de um chiclete ou duas balas.

Vão às ruas pelo transporte ruim, pelas ruas cada vez mais perigosas, por viverem em uma metrópole de serviços precários e por vários e vários etecéteras.

Vão às ruas por que a elevação do salário mínimo, a redução do desemprego e o bolsa família, embora representem avanços inegáveis, precisam de mais avanços para a vida dos pobres mudar.

Precisam de avanços na vida pública, nas ruas, nos serviços e no bem-estar social.

Contador de miudezas

Diante de tudo isso, o que faz Haddad? Como um contador de miudezas, olha para as planilhas e vê que cancelar o reajuste de R$ 0,20 vai onerar os cofres públicos em R$ 600 milhões. E diz “não dá”.

Aceita receber os manifestantes, mas não dá.

Conversa sobre tudo, mas não dá.

Nunca dá.

Serviço público é gasto.

Serviço público custa dinheiro.

Mas o que são R$ 600 milhões diante de um orçamento de R$ 42 bilhões?

O que são R$ 600 milhões diante do desgaste monumental e irreparável que o prefeito e seu partido estão tendo em São Paulo?

O que são R$ 600 milhões diante da possibilidade de isolar a direita tucana em seu ninho?

O que são R$ 600 milhões diante da possibilidade de vetar o aumento e recuperar a credibilidade diante de parcela crescente da população que acorre aos protestos?

Nenhuma campanha de marketing conseguirá recuperar a imagem de pusilânime, assessório do PSDB e burocrata que se desenha diante do chefe do Executivo municipal.

Se Haddad não fosse Haddad

Agora imaginem se Haddad não fosse Haddad, se fosse um político ousado, como Brizola, Getúlio ou mesmo Tancredo Neves (não vou citar nenhum Lênin ou Fidel, pois aí já seria pedir demais ao jovem professor da USP).

Imaginem se, na segunda-feira pela manhã, antes do ato, Haddad anuncia a revogação do aumento.

Imaginem se Hadadd percebe que R$ 0,20 valem apenas R$ 600 milhões, que são nada diante do orçamento municipal.

Que isso se resolve num segundo numa das maiores metrópoles do mundo.

Imaginem se ele revoga o aumento.

Imediatamente quem terá de se explicar não será ele.

Quem terá de se explicar será o governador Geraldo Alckmin: por que o preço do ônibus é R$ 3 e o de metrô e trens é R$ 3,20?

Quem terá de se explicar sobre a violência da PM será apenas e tão somente o governador.

O tucanato entrará numa defensiva complicada no estado.

O preço da decisão

Por R$0,20, que são R$ 600 milhões, poderemos começar a conversar seriamente sobre a cidade que queremos, sobre o transporte que precisamos, sobre os hospitais, escolas e serviços públicos que necessitamos.

Convenhamos, é uma pechincha.

A decisão não é econômica, não se fará diante de planilhas, excels e continhas.

É política.

Para tomá-la é preciso apenas coragem.

Custa um pouquinho mais de R$ 0,20, mas vale a pena.

Gilberto Maringoni, jornalista e cartunista, é professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC. Doutor em história pela Universidade de São Paulo, é autor de “A Venezuela que se inventa – poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez” (Editora Fundação Perseu Abramo).

Leia também:

Adriano Diogo: Infiltraram policiais entre os jovens para incitar violência


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Comentários

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Alê M.

Francamente Maringoni! Voltou a ser por causa de $.20???

Até concordo. Começou assim e agora, é por tudo. Ou por nada.

E se sentar para conversar, ninguém vai saber o que dizer. Vai ser um silencio constrangedor.

Não precisa de coragem para baixar em $.20 a tarifa de ônibus. Aliás, politicamente, precisa de mais coragem para subir do que para descer. Mas baixar $.20 significa 600 milhões. Que vai sair, obviamente, de algum lugar. E vai resolver alguma coisa? Muda alguma coisa?

Vai ver que é por isso que não tinha protesto antes, né? Sampa era a Suíça com sua passagem a $3.00. Agora é um inferno!

Governar não é ter boas idéias. Boas intenções. É fazer escolhas!

Em uma mão tem o transporte. Na outra Educação. Na outra Saúde. Na outra Segurança. Etc…

Recurso é limitado. Tem que escolher onde botar suas moedinhas.

Tarifa Zero é legal. Popular. Mas porque a tarifa zero? Não é melhor concentrar essas moedinhas na Saúde? Ou na Educação? Ou na Segurança?

O ideal é tudo né? O ideal…
Mas a vida real é que nem lá em casa… tem que escolher. Tem que viabilizar.
Pq de boa intenção, o inferno tá cheio.

Bora tirar dos ricos e dar para os pobres.
Mas vem cá. Tu acha que é pobre? Você não é pobre não!!!
Enquanto estamos discutindo mobilidade urbana (justo), ainda tem gente se virando com menos de $75 por mês. Onde você bota sua moedinha?

Torci o nariz para esse protesto desde o dia 1.
Achei esquisito essa bandeira. Desproporcional e fora de hora.
PM veio e fez o que a PM faz (e a galera do protesto ignorava). Desceu a porrada e o protesto pequeno virou mania nacional. A PM “popularizou” o movimento. Agora é moda. Vai militante, não militante, playboy, fanfarrão, gente bem intencionada, mal intencionada. Tem de tudo. Só não tem foco. Propósito. Voz. É revolução. É anarquia.

Estamos tacando fogo no país.
Depois voltamos pra casa (de carro ou ônibus, pagando 3.20 mesmo!) e tá tudo tranquilo. É só ver no Face o dia da próxima manifestação. Enquanto isso, tem um Brasil inteiro se fudendo enquanto vc defende sua pseudo-ideologia!

Tá errado! Muito errado!

Messias Franca de Macedo

… AINDA SOBRE [PSEUDO-]JORNALISMO FASCISTA!

A PAUTA É O GOLPISMO/TERRORISMO! O PROPÓSITO DAS MANIFESTAÇÕES: ANUVIAR AS NOTÍCIAS ESPORTIVAS E AS ALEGRIAS DO POVO! ENTENDA

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‘Minha Casa Melhor’ registra cadastro de crédito de 12 mil pessoas em 4 dias
Segunda, 17 de Junho de 2013 – 12:30

Desde o lançamento, há quatro dias, o programa `Minha Casa Melhor` que financia móveis e eletrodomésticos para beneficiários do `Minha Casa Minha Vida`, registrou aproximadamente 12.000 pessoas como contratantes de crédito, informou a presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira (17) durante o programa Café com a Presidenta, em Brasília. A linha permite às famílias o financiamento de até R$ 5 mil, com juros de 5% ao ano e prazo de até 48 meses para pagamento dos produtos.

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RESCALDO! Vaias estrepitosas… Para a aloprada elite brasileira!…

República Desses Bananas Aloprados(as)
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo

Urbano

Como tudo mais exótico, até para não ser contundente, passa a ser modismo, principalmente nos últimos decênios, então que tal zerar o preço do leite, do pão, do feijão, do arroz? Tenham dó! Creio que não seja bem por aí, não. Deve haver uma saída menos escandalosa, a fim de atender àqueles impossibilitados, realmente, de arcar com o preço da passagem no nível em se encontra.

assalariado.

Pois é, Sra. Iza. sua proposta chega ser sarcástica, de má diante de um assunto tão sério que, por trás está o desejo da tarifa zero, em busca da mobilidade urbana, já ouviu falar?

A estrelinha do PT, antes clareava e dava luz a nossas ideias e atitudes de como tentarmos melhorar o dia/ dia dos assalariados. Hoje, não passa de um passe livre para a alienação das massas e carreirismo politico/ atrofiamento ideológico de seus filiados. Já se iguala aos partidos de direita, neste quesito. Ou seja, oportunismo politico, manipuladores das ideias socialistas, filiados viraram massa de manobra, carreirismo politico, … e, o pior de tudo, assumiram o complexo de vira-latas que, por sinal, já atingiu, e faz tempo, os seus militontos, digo, militantes.

Quanto a sua sarcástica ideia de aumentar IPVA, IPTU, … Sob meu ponto de vista, essa sua proposta é a cara do PT aburguesado/ alienado de classe média que gosta ficar de 4 para a burguesia e de costas para as massas.

De repente tenho uma proposta mais realista do que a sua, funcionaria da seguinte forma: Quanto que entra de dinheiro nos bolsos do parlamentares da assembleia legislativa de SP e na câmara de vereadores de SP? Imagine você, são no total (149 parlamentares, mais os assessores e tals) ao custo de quanto mesmo? Então vamos fazer o seguinte, qual a % descontada desses parlamentares cobriria o “rombo” nos transportes do (ESTADO E DO MINICIPIO?) Será que chegaria, fácil, fácil aos 600 milhões que mostra o post do Sr. Maringoni? Sim, Sr. Maringoni quando a esquerda resolve discutir as ideias de cunho socialista (tirar dos ricos e dar para os pobres), a social democracia petista e seus miquinhos alienados, se perdem.

Abraços Fraternos.

Edgar Rocha

Como pode a Marilena Chauí, admitir a luta inglória pra tal intento (tarifa zero), durante a gestão Erundina e querer cobrar a mágica do Haddad de atender ao “clamor do povo” (povo uspiano, diga-se). Se com vontade política e a máquina do Estado, o governo Erundina perdeu a batalha, que dirá só com o clamor do povo, num projeto que foi com certeza abandonado e que, em nenhum momento, compôs a pauta eleitoral do candidato Haddad. Pra mim, sendo o prefeito colega da filósofa (na mesma faculdade) e tendo sido eleito pra um cargo de tamanha importância sem “contemplar” companheiros “históricos” (isso conta e muito no PT) me causa uma séria desconfiança. O Haddad é fechado é técnico (é o que aparenta). Retaliações, forçadas de barra, dores de cotovelo contam muito diante de sua postura. Porque não cobraram da Marta a execução de tal projeto? Aliás, não cobraram até hoje o que deveriam cobrar. Enterraram-se as denúncias de desvio de verbas municipais pra campanha do Lula. Pra estes assuntos, filósofos têm uma espécie de catatonismo retórico. Costumam não saber o que dizer no momento. Nem depois. Mudando um pouco de assunto, fico imaginando que não seria muito mesmo os 600 milhões deixados de arrecadar sem os 0,20. Mas, e o montante referente aos outros 3,00 restantes, caso haja a tarifa zero. Sou ruim de contas, mas acho que terão zeros demais pra não prejudicar a arrecadação globalmente. Será que o Maringoni e a Chauí já decidiram o que responder sobre isto?

Iza

Que tal a prefeitura triplicar o ISS? A prefeitura e o Estado, também poderiam dobrar o valor do IPTU e IPVA?.
O que falta, é combinar com os russos, né gente?

Messias Franca de Macedo

Ô prezado e catedrático Gilberto Maringoni, respeitosamente, coragem! O golpismo ora em curso não sossega! Essas manifestações comporão ‘a primavera árabe da vez’! Lamento afirmar: “a ‘nossa’ primavera árabe!”… Sim, deveras preocupante: o risco [sempre] iminente à nossa subdemocracia de bananas!…

… Vejamos o comportamento e a descompostura do “braço midiático da ‘nossa’ primavera árabe!”:

Antes de ser hostilizada pelo público, que lotou o estádio para assistir a Brasil x Japão, a presidente Dilma Rousseff fez os organizadores da cerimônia alterarem o roteiro da festa…

CACHOEIRA – perdão, ato falho -, FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/folhanacopa/2013/06/1296212-presidencia-ja-previa-vaias-e-alterou-cerimonial-no-mane-garrincha.shtml

“A ‘NOSSA’ PRIMAVERA ÁRABE!”: como explicar esse absurdo paradoxo? Um dia duplamente [duplamente!] festivo! Abertura da Copa das Confederações e inauguração do Estádio *NACIONAL Mané Garrincha. Ademais, segundo o próprio noticiário do PIG, o estádio estava lotado… O que, em tese, significa uma situação de alegria, civismo e de certo, digamos, ufanismo – ufanismo que deve ser sempre prudentemente contido, é claro! No entanto, em tese, um momento de exaltação aos valores da pátria! Portanto, nas dependências do Estádio NACIONAL Mané Garrincha, os(as) eventuais discordantes/contestadores(as) deveriam estar em qualquer local do planeta (sic), tirante as referidas dependências do Estádio *NACIONAL Mané Garrincha! Óbvio, caso a lógica das vaias não fosse a desonestidade e a hipocrisia!…

UM CHAMAMENTO À NAÇÃO: inclusive os conservadores, afirmam em alto e bom som: “Numa democracia, todas [todas!] as pessoas têm que ter a garantia absoluta do direito à liberdade do ir e vir!” Bom, como podemos aceitar que a presidente da República do Brasil tenha o seu arbítrio cerceado a ponto de solicitar mudanças no cerimonial de uma solenidade?!… Leitor(a), pasme: o direito de ir e vir da anfitriã da festa foi – canalha e estupidamente – negado! A anfitriã e – do ponto de vista institucional – a responsável pela concretização daquela realidade!…

UM APELO COERENTE AOS GRUPOS DE MANIFESTANTES DA ATUALIDADE(!): façamos múltiplas passeatas em todos os rincões desse país em desagravo à presidente da República do Brasil, a Excelentíssima Senhora Dilma Vana Rousseff, A Magnífica!… E em protesto à má educação [má fé!], falta de respeito e à falta de civismo de uma parcela – ainda que ínfima – da população brasileira!…

CÂMBIO À POLÍCIA FEDERAL: partindo da premissa de que a presidente Dilma Rousseff tinha conhecimento prévio da, digamos, “orquestração das hostilidades”, creio, humildemente, que estamos diante de mais um [recente(!)] caso de polícia! Mesmo porque a ação delituosa foi dirigida à instituição Presidência da República! Acredito que seja prerrogativa constitucional, o dever e a obrigação de a Polícia Federal – junto com as Forças Armadas – assegurar, plenamente, a segurança do(a) eventual chefe-de-Estado da nação brasileira!…

*não é demais lembrar que ao PIG, “por agora”, interessa denominar a Arena de Brasília através da nomenclatura ‘Estádio Mané Garrincha’! Em vez de ‘Estádio NACIONAL Mané Garrincha’! O(a)leitor(a) deve ter entendido perfeitamente “o interesse do PIG” em suprimir a palavra ‘NACIONAL’! É verdade: pano rápido limpa as sujeiras do PIGolpista/terrorista/antinacionalista!…

(“As elites são tão estúpidas que desprezam as próprias ignorâncias!” Eminente escritor uruguaio Eduardo Galeano)

República da [eterna] OPOSIÇÃO AO BRASIL, ‘o cheiro dos cavalos ao do povo’!
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo

Márcia

Por que o Viomundo não faz uma série de reportagens sobre as MÁFIAS DO TRANPORTE URBANO NO BRASIL?

Willian

Que pena o PT não seguir os conselhos da blogosfera. Se seguisse, já teria acabado há anos.

Vai Haddad, zera a tarifa. O que são seis bilhões, rapaz.

    francisco pereira neto

    A sua capacidade intelectual e dos seus companheiros Rodrigo e Lulipe, não passam de dois parágrafos.
    Vocês não conseguem ir além disso.
    E ainda pensam que estão debatendo.

Leo V

O texto to0ca num ponto importante de reforçar num momento em que a grande mídia, agora que não pode mais se colocar contra as manifestações, tenta transformá-la numa indignação sem foco: as manifestações são pela redução das tarifas de transporte e pela discussão e implementação da tarifa zero!

Um texto que aconselho divulgação e publicação, sobre esse ponto:

“Por um vintém

A ampliação da luta não pode vir seguida por uma diluição irrestrita de suas pautas. Por Guilherme Riscali”

(continua)
http://passapalavra.info/2013/06/79281

paulo

Discordo, seria chamado pela midia de bundao. Tanto faz o que o que o pt faça em sp, nunca haverá um governador petista, aliás, por que essa juventude não invadiu a paulista na época do pinheirinho? Simplesmente porque aqueles que o manobram não estavam interessados.

    Vilma Brandão

    Quanta bobajada! Haddad vai negociar, nas cordas!Não tem outra saída

Horridus Bendegó

Haddad tem a sua chance de mostrar a que veio na política.

Se for flexível (e inteligente) baixa o preço.

Se for inflexível (e arrogante) será do mesmo.

trombeta

Maringoni pede para seu prefeito, correligionário do PSOL, baixar o valor da passagem em Macapá já que houve redução de tributos federais e o preço continua o mesmo.

Alexandro Rodrigues

O PT foi infelizmente cooptado. Continua sendo o partido mais próximo dos anseios populares, mas sua cúpula respira eleições.

A coragem que o Maringoni anseia nunca virá!

josé maria de souza

De acordo com o Marangoni. Está na hora do PT reassumir a liderança de ações favoráveis ao povo e sair, de maneira inteligente e justa,das cordas a que está sendo levado pelo PIG. Coragem, Haddad.
josé maria

Nelson Canesin

Não me lembro de nenhum período em que as passagens de ônibus, trens e metrô não fossem iguais. Haddad reduzir a tarifa para R$ 3,00 vai apenas passar a imagem de oportunista que se rendeu aos manifestantes e o contribuinte paulistano vai ter que tirar o dinheiro da diferença de algum outro lugar para manter o subsídio. Os ônibus em São Paulo estão nas mãos da inciativa privada e não do Estado. Diferente do metrô e dos trens onde o espaço para iniciativas do governante são muito maiores. Além disso, a briga do MPL não é pela redução da tarifa, mas pela sua gratuidade, como o próprio nome do movimento afirma. Desconheço se existe alguma grande metrópole onde o transporte seja de qualidade e inteiramente gratuito, mas essa é uma proposta que se discutia à época de Erundina prefeita e existia então um projeto do hoje senador Suplicy (quando era vereador em São Paulo) que implantava o transporte gratuito na cidade, mas que devido aos altos custos de sua manutenção nunca seguiu adiante.

davi

Com que apoi politico, voceis imaginam que o Haddad se elegeu. Não dá para esperar um cavalo de Tróia na sala da burguesia paulista.

Iza

O “probrema” meus queridos é que o pessoal não quer só os R$0,20!
Querem o passe livre! Querem o transporte gratuito.
Já esqueceram isso?
Quero saber quem vai fazer essa mágica?

    maria olimpia

    Idem Iza, também quero saber!

Jose Mario HRP

http://maureliomello.blogspot.com.br/2013/06/a-nova-democracia-representativa.html

Essa esquerda me representa!

Jose Mario HRP

http://esquerdopata.blogspot.com.br/2013/06/o-fascismo-emergente.html

Essa esquerda não é a minha esquerda>

Julio Silveira

Eu também ví no Haddad uma novidade que me pareceu promissora no PT. Tive simpatia por ele face seu trabalho a frente do ministério da Educação. Me pareceu um individuo com conhecimento e bem intencionado, com vontade de fazer diferença na mesmice que ponteia a politica nacional. Mas estou deveras decepcionado, mas não quero creditar a exclusivamente a ele a responsabilidade pela tacanha aceitação, que parece incondicional, da posição do empresariado dos transportes paulista, credito isso também a nova postura de toda a cúpula petista, e também de seus militantes, que curtem esse momento de igualdade no trato com o que antes consideravam a face mais negra da sociedade paulista, sua burguesia. Hoje conciliação, com eles, é a premissa para o publico interno, para o externo é, a luta continua companheiro.

nona fernandes

Se o próprio Maringoni entende que o motivo de os jovens estarem indo às ruas, não é apaenas pelos R$ 0,20, de que adiantaria eliminá-lo agora? Acho que seria uma medida perigosa, porque abriria espaços para chantagem, já que os jovens querem muito mais, se é que sabem o que querem. O certo, ou menos ruim, na minha opinião, seria que todos os governantes repensassem as metrópoles, o Brasil e o próprio mundo.

    maria olimpia

    Concordo, nona fernandes!
    A questão não é só essa, seria muito simplista!

    assalariado.

    Caríssima Nona, pelo jeito você não pensa politicamente no médio/ longo prazo. Além do mais, você subestima o poder de transformação dos jovens, você até parece sofrer de complexo de vira-latas. Pelo visto parece que você não assistiu o vídeo da Marilena Chauí, incluso neste post.

    Abraços.

Romanelli

ABSURDO, sem argumentos nem planos NÃO se deve abaixar nada ..isso seria um atestado de irresponsabilidade, de decisão mal pesada

O grosso do efeito não é de R$ 0,20, mas de R$ 0,10 ..estudantes pagam meia ..idosos estão isentos ..trabalhadores formais são subsidiados ..hoje ainda temos um Bilhete unico parcial que já ajuda uma barbaridade

Porém, o sistema precisa ser repensado e clareado ..agora mesmo PT + PSDB e PMDB (+ uma infinidade de Ps) estão se articulando pra renovarem as concessões por outros 15 anos ..e isso, mesmo depois de 10 anos aonde o modelo NÃO se mostrou satisfatório nem transparente

a questão do transporte URGE solução e respostas mais aprofundadas e menos improviso

-pq o metro/CBTM não se integrou universalmente ao BILHETE UNICO ?

-pq o transporte publico de SP não funciona 24 horas ?

-pq ainda priorizam o PUXADINHO do corredor de ônibus ou o metro ao invés de solução mais baratas e rápidas como o MONOTRILHO urbano ?

-pq a prefeitura ainda não estimula a construção de estacionamentos conveniados pra LIBERAR ruas e avenidas da função de GARAGEM ? ..na própria paulista existe um andar subterrâneo DESOCUPADO – antiga linha de metro abandonada – que serviria muito bem a este projeto

-pq os constantes atrasos e explosão de orçamento NUNCA são cobrados dos responsáveis ?

-pq o SISTEMA DE BILHETE UNICO ainda não se integrou à grande região metropolitana de SP (como Osasco, Barueri, Guarulhos e ABCD por ex) ?

..sinceramente, PROPOSTAS é o que não faltam ..falta sim é ação, FIDELIDADE e compromisso dos governantes, SERIEDADE ..infelizmente hoje sobra MOLECAGEM dessa gente – inclusive do PSOL, PCO e PSTU -, isso sim

    Romanelli

    a propósito, alguém hoje em dia consegue entender pq em SP ainda existe a figura do COBRADOR encarecendo o sistema ?

    Não existia uma proposta de recicla-los há dez anos atrás ..será que já não deu tempo ou a força dos sindicatos corporativos que JAMAIS visam e eficiência é tão forte ainda ?

Zezé Sette

“O que são R$ 600 milhões diante do desgaste monumental e irreparável que o prefeito e seu partido estão tendo em São Paulo?
O que são R$ 600 milhões diante da possibilidade de isolar a direita tucana em seu ninho?
O que são R$ 600 milhões diante da possibilidade de vetar o aumento e recuperar a credibilidade diante de parcela crescente da população que acorre aos protestos?”

Até tu, Maringoni?! Acredita mesmo que se compra ou se vende atributos de um político e o que ele representa pela ninharia de R$600 milhões?
Esse artigo é uma esparrela para Haddad e o PT.

claiton

A vaia não foi dirigida à presidente da república, mas sim, ao fifeiro, os retrógrados parece cão raivoso e babam em cima de qualquer possibilidade de ofensa ridicularizadora à presidente. Abertura da copa das confederações foi o maior sucesso, estádios maravilhosos, jogos sensacionais, público presente, organização perfeita. Os escribas ladradores ficam procurando agulhas no palheiro e só encontram coisa boa, é ridículo os comentários destes, chega dar pena a pobreza dos factoides e o esforço ridículo na tentativa de desmerecer os feitos. Viva lula, viva Dilma, viva as autoridades, viva o Brasil e, principalmente, viva o povo brasileiro.

Vlad

Coragem não teria sido manter em R$ 3,00 o preço da passagem lá atrás?
Revogar o aumento agora, acuado, não é covardia em dobro?
Mesmo assim, sou da opinião que deve reduzir o preço, pois se esse movimento produzir um mártir assassinado, aí não vai ter Rota nem Força Nacional que controlem a situação.
É impressão minha ou o articulista tenta do limão fazer uma limonada e, da iniquidade, obter dividendos políticos para seu partido?
Esta é a prioridade petista? Sempre manter-se no poder?
E dane-se o povo? Vinte centavos “não é nada”? Não é nada para ele que não pega quatro ônibus por dia e nem vive na corda bamba do orçamento pessoal ou familiar.
Sugiro à prefeitura paulistana que, à falta de outras coisas para privatizar, vai privatizar o Pacaembu que utilize esses recursos para
melhorar o transporte.
Se não gastarem tudo na campanha, é claro.

Francisco

Custa o seguinte: na próxima eleição, plebiscito em São Paulo.

Plebiscito para o povo confirmar se aceita (ou não) pagar mais 0,20 centavos de IPTU em troca do não aumento do “buzu”.

É o começo da conversa do Passe Livre.

Ensinava Maquiavel: o Mal se faz de uma vez, mas o Bem – esse se faz bem aos pouquinhos (pra render…).

Imaginação no poder.

Vilma Brandão

É isso aí Gilberto. Haddad precisa ser grande

Notívago

É TUDO MUITO FÁCIL!

OK!. Podemos pensar numa tarifa zero, que não poderá entrar em vigor a curto prazo (daqui a cinco dias, por exemplo), mas daqui, digamos, a alguns anos. Mas alguém vai ter que pagar por isto, que dinheiro não cai do céu. E quem tem que pagar são os mais ricos, óbvio. Na realidade, bastava o governo azeitar a máquina arrecadadora e cobrar dos ricos o que eles sonegam: um real para cada real arrecadado. Mas um esquema de combate à sonegação também não pode ser implantado, digamos, em dois meses, pode?

Vejamos o caso da saúde no Brasil: foram os ricos que pressionaram os tucanos a acabarem com a CPMF, uma montanha de dinheiro que poderia estar sendo utilizada na saúde pública, hoje. Vocês acham que os ricos vão querer bancar o sistema de transporte público gratuito em todo o Brasil depois que eles pressionaram os tucanos e acabarem com a CPMF?

“Ah! – dirão os mais irritadinhos – dinheiro existe, mas escorre pelo halo da corrupção! O principal problema do Brasil é a corrupção!.

Pois vamos lá: você que não é milionário, mas classe média, fez bem direitinho a sua declaração de imposto de renda no começo deste ano? Ou será que você comprou uns recibos do seu dentista pra diminuir um pouco a mordida do leão? Quanto foi o valor da última propina que você deu a um guarda de trânsito?

Nós vamos também interromper a Copa das Confederações? Vamos demolir os estádios que foram construídos ou reformados porque os manifestantes não querem mais a Copa do Mundo no país do Futebol? Mas as pesquisas mostram que a maioria dos brasileiros (cerca de 65%) apoiam a realização dos dois eventos esportivos (Copa das Confederações e Copa do Mundo) no Brasil. E então, como é que fica a coisa?

E qual será a próxima reivindicação: a extinção do Bolsa Família? Ou a proibição da venda de carros porque os carros contribuem para os mega congestionamentos quilométricos que afetam todas as grandes metrópoles no mundo inteiro, inclusive São Paulo? Ou será que os grandes congestionamentos que afetam São Paulo ocorrem por causa do excesso de oxigênio na atmosfera? Se for, basta a gente respirar mais depressa e o problema será resolvido.

Que tal redirecionar a indústria automobilística brasileira para a fabricação de ônibus, vagões de trens e metrô? Esta proposta é viável? Mas como fica o emprego de milhares de metalúrgicos que serão demitidos em função do fechamento das fábricas de automóveis? Vocês acham que uma mudança radical desta natureza pode ser feita em, digamos, dois anos?

Em outras palavras: você está disposto a ir a uma manifestação de ônibus ou de metrô? Você, manifestante, está disposto a abrir mão de pequenas conquistas em prol do bem comum? Tem certeza que você está disposto a lutar pelo bem estar social, ou será que você está sendo usado por pessoas que pensam exatamente o contrário?

renato

E se no ano que vem ele quiser aumentar para 3,10, vai conseguir.
E se aumentar a energia elétrica, ou o IPTU, vão deixar, e se aumentar o preço da arrecadação do lixo, vão deixar.
E quando aumentar o imposto do imposto, vão deixar. A cada aumento ele não cobra é faz média com o POVO, mas o Governo de Estado paga o pato. E quando o PT for Governo do Estado e não poder mais aumentar imposto, vai construir coisas ou cuidar de coisas com o que, saindo e fazendo passeata, pedindo para o povo que entenda que o Imposto serve para pagar bens para todos ….
TODOS……
Me explique cara amiga….e olha que eu sou PT.Mas não sou aloprado.

francisco pereira neto

Sou obrigado a concordar com o autor da matéria.
Ainda há tempo para Haddad se redimir.
Seria menos traumático, e ganharia pontos como estratégia política.
O mico ficaria com o Picolé, que finalmente assume a imagem de truculento, embora queira vender a imagem de chuchu.
Os espinhos do chuchu se tornam mais agudos quando velho.
Na sua administração passada deixou a bomba nas mãos do simpático Claudio Lembo com o toque de recolher imposto pelo PCC. Mostrou as garras logo em seguida com a chacina no pedágio de Sorocaba com o maluco do seu secretário de segurança Saulo.
Na atual gestão veio com tudo.
Primeiro o lamentável episódio de Pinheirinho. Logo a seguir, o inominável episódio da cracolândia em consórcio com com o Kassab.

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