Deputados federais eleitos pelo PSOL apoiam Dilma: Contra retrocesso tucano

Tempo de leitura: 3 min

Edmilson Rodrigues Chico-Alencar Ivan Valente Jean Wyllys

Edmilson Rodrigues, Chico Alencar, Ivan Valente e Jean Wyllys

 DEPUTADOS FEDERAIS ELEITOS DO PSOL E O 2º TURNO DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

1. Um pleito em segundo turno, quando nosso projeto partidário não está ali representado, é mais uma eleição do não do que do sim;

2. O PSOL  vê com preocupação o avanço conservador no Congresso Nacional, com a votação expressiva de representantes da ultradireita, do fundamentalismo, do corporativismo empresarial e latifundiário, do ruralismo antirreforma agrária e violador dos direitos indígenas, do patrimonialismo, do discurso de ódio à diversidade e aos direitos humanos, do clientelismo dos currais eleitorais;

3. No plano nacional, há uma divisão na sociedade, com os setores mais à direita, do privatismo total, da corrupção estrutural e sistêmica, de parte significativa da mídia grande e dos avessos à participação popular alinhados com Aécio, isto é, com PSDB, DEM, PTB, PSC; de outro, com as evidentes contradições do PT e do governo Dilma, assemelhado aos tucanos até na continuidade da corrupção, alinham-se movimentos, personalidades e partidos com viés mais progressista;

4. Para nós, do PSOL, nossa missão principal nesta disputa eleitoral encerrou-se no 1º turno, no qual, nos estado e no país, com Luciana Genro, afirmamos nossas propostas programáticas básicas e um novo modo de fazer campanha política, sem os aparatos enganosos das candidaturas milionárias, prisioneiras de empreiteiras, bancos, frigoríficos e mineradoras que as financiam;

5. Sem qualquer intenção de participação num eventual novo governo ou de formar ‘base de sustentação’ a ele, manteremos nossa condição de oposição programática de esquerda, seja qual for o(a) presidente eleito(a), preservando assim, nossa posição crítica, fiscalizadora e propositiva;

6. Diante da composição de forças políticas e sociais que se constituiu, com os vínculos  entusiasmados dos setores mais conservadores e retrógrados com a candidatura tucana, e do retrocesso que isso pode representar, dentro dos marcos aprovados pelo PSOL em Resolução divulgada em 8/10, declaramos nosso voto em Dilma;

7. Seguiremos na luta, nas ruas, nas redes e nos parlamentos, por Reforma Política com participação popular, por Reforma Tributária que grave os mais ricos, por políticas de superação estrutural da desigualdade social e inter-regional, pela auditoria da dívida, pelo combate a todas as discriminações, por uma política externa independente da hegemonia estadunidense e por um Brasil livre, soberano, justo, igualitário e fraterno.

Brasília, 10 de outubro de 2014

Edmílson Rodrigues (PA)

Chico Alencar (RJ)

Jean Wyllys (RJ)

Ivan Valente (SP)

DEPUTADOS ELEITOS PELO PSOL

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Comentários

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Narr

A nota do PSOL é covarde e oportunista.

O PSOL quer dar uma de “não tenho nada a ver com isso” e ao mesmo tempo quer se livrar da acusação de terem ajudado a eleger Aécio.

Esta nota reafirma “as evidentes contradições do PT e do governo Dilma, assemelhado aos tucanos até na continuidade da corrupção”.

O PSOL fala em “riscos” mas não diz que riscos seriam esses.

Ora, se o PT é tão parecido com o PSDB, até na roubalheira, então por que não tentar Aécio?

Dentro desta lógica de aposta de Pascal, se o PT for realmente “assemelhado aos tucanos até na continuidade da corrupção”, o risco com Aécio seria trocar seis por meia dúzia.

Para o eleitor tucano, então ou melhora ou fica como está.

Reparem que o argumento de que a grossa direita apoia Aécio não se sustenta diante da possibilidade de Aécio vencer: se teve a maioria dos votos, então os votos dos fascistas seriam mais alguns outros.

Generais pró 64 votaram no Lula com raiva das privatizações do FHC. Isso tornou Lula direitista?

As tentativas do PT de dizer que o PSDB está envolvido em corrupção não vão alterar em nada a eleição. Essa batalha está perdida. Não se vira o jogo depois de 12 anos de PIG com “PT é ladrão”.

O que o PSOL propõe NÃO nega o que o eleitor dos tucanos acha!

A piada do Simão de que “todos aderiram ao Aécio, só falta a Dilma” é roteiro da derrota eleitoral do PT: quem não quer pegar carona do comboio dos vencedores?

Ou o PT joga pesado (e tem pouco tempo) pra mostrar que a tal “austeridade” prometida por Aécio vai ser corte nos salários, empregos e aposentadorias, ou perde.

Aécio e Armínio falaram várias vezes em “medidas impopulares necessárias”. Dilma não vai insistir no debate para que Aécio diga que medidas são essas afinal?

Em todo caso, nesta altura do campeonato parece que a chance remota da Dilma reside na espontânea sabedoria popular. Nela estão depositadas nossas esperanças.

Vivianne

Maringoni diz que vota em Dilma por representar a “menos pior”. Esperava dele mais discernimento e lucidez num momento tão grave como o que estamos passando Críticas temos que fazer, mas o que está em jogo neste momento é muito importante para que usemos mal o raciocínio e as palavras.

Julia Almeida

O apoio do Psol é bem morno, com essa história de “retrocesso”, não existe qualquer item do Programa de governo petista que se abra para novas e significativas conquistas sociais:uma delas, a questão da criminalização à Homofobia, escancarada entre inúmeros parlamentares da coligação do PT, o casamento gay, a legalização para o aborto, a desmilitarização das favelas etc.Todo amplo programa e quesitos que fizeram ex-petistas ingressarem e fundarem o Psol, nessa hora em nome do “retrocesso” não abre em perspectivas para avanços, mas estagnação, nivela por baixo e anula toda discussão sobre pautas, entre elas a criminalização dos movimentos sociais, ano passado, pelo PT, fora das ruas e desta vez com o mesmo medo: a direita. Qual direita? Do Aécio, das ruas? Das máscaras?

Pedro Pereira

Obrigado ao Estado do Pará por ter elegido este grande ser humano,
Edmílson Rodrigues (PA), num Estado tão podre, com uma elite que menospreza seu povo (vivi lá e sei!). Um CORAÇÃO VALENTE assim como nossa Presidenta!

PS: Segundo a OEA, o Estado de Minas é o 3º pior em funcionamento das instituições democráticas, perdendo para Maranhão e Pará.

    Pedro Pereira

    Errata, onde se lê “perdendo para” leia-se “na frente de”.

Vlad

Kátia Abreu também.
Aliás…não apenas apóia, como faz campanha.
Viva nóis !

L@!r M@r+e5

Excelente posição dos nobres deputados. Podem não concordar com o PT, mas vêem a ameaça que representa o PSDB e estão atuando contra isso.
Espero que tenham mais adesões.

Julio Silveira

Pelos menos esse mostram bom senso.

    Leo V

    Pois é, quem não mostrou bom senso foi o governo ao reprimir, perseguir e criminalizar militantes neste ano.

    Roberta Ragi

    Pois é, Leo V, vc volta a dizer tudo que tenho vontade!

    Estou feliz com a posição do meu Deputado Federal (Ivan Valente) em declarar voto na Dilma. Tb vou com Dilma, agora, diante da avalanche conservadora que invadiu o Congresso Nacional. Mas me permito lembrar, aqui, que petistas de visão curta tentaram, erroneamente, jogar na conta da esquerda a guinada autoritária e fascista que os movimentos de junho apresentaram, quando a Rede Globo mandou milhares para as ruas. “O discurso atual da esquerda endossa a direita!”. Lembram-se? Pois é, o PSB, da base do governo até ontem, soube bem trair a malfadada coligação. E, pasmem: as principais figuras do PSOL, esses senhores “tresloucados e nada pragmáticos”, são, agora, aqueles que aparecem, publicamente, para tentar segurar a extrema direita, a verdadeira responsável pela virada conservadora do país, e não os movimentos sociais!

    Este é um desabafo. Acredito que, com a situação como está, devo priorizar uma posição de consenso em torno da Dilma, que é uma alternativa muitíssimo melhor que Aécio. Venho evitando (e muito) pronunciamentos como este. Mas as palavras certeiras desse comentarista do Viomundo que eu prezo tanto, o Leo V, me levaram a este desafogo.

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