Nos rolezinhos, tucanos exibem sua marca: a truculência

Tempo de leitura: 3 min

Ecos do Pinheirinho

Os “rolezinhos” e a truculência tucana

Por Altamiro Borges, em seu blog

A repressão é uma marca dos governos tucanos. Logo no início do seu primeiro mandato, FHC acionou as tropas do exército para reprimir uma greve dos petroleiros e “quebrar a espinha dorsal” do sindicalismo.

Já Geraldo Alckmin, com a sua formação no Opus Dei, não tolera mobilizações sociais.

Que o digam os moradores do Pinheirinho, covardemente desalojados de suas casas em São José dos Campos.

Neste sentido, não é de se estranhar a postura arrogante do PSDB diante do novo fenômeno social dos “rolezinhos”.

Nesta quarta-feira (15), o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, mandou avisar que “se houver tumulto, a PM vai aplicar a força policial”.

Expressão da elite paulista, os tucanos não querem perder seus currais eleitorais nos bairros nobres e endeusam os shoppings como templos sagrados do consumo e da segregação social.

Isto explica o discurso conservador e intransigente de Geraldo Alckmin e de outras lideranças do PSDB.

A reação do senador Aloisio Nunes, conforme nota publicada no Painel da Folha desta quinta-feira, é bastante emblemática neste sentido:

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Abusados – O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), diz que shopping não é lugar de manifestação. “Esse negócio de rolezinho é um abuso. Precisamos ter civilidade nas relações, ou a vida fica insuportável”.

Cavalões – “Levei meus netos ao Morumbi Shopping domingo”, conta o senador. “Imagine como eu e outros avós reagiríamos caso um bando de cavalões cismasse em dar um rolê’ por lá”.

Bárbaros – O tucano se diz incomodado com o tom do debate sobre o fenômeno. “Ir ao shopping barbarizar não é um ato de esquerda. Tem gente saudosa de uma revolução que não fez e não fará”.

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A repressão tucana, porém, gera um efeito contrário.

Quanto mais truculência, mais os “rolezinhos” crescem como forma irreverente de protesto dos jovens da periferia conectados à internet.

Até agora havia registro de seis ações deste tipo em São Paulo.

Com a violência da PM em dois shoppings – inclusive com o uso de balas de borracha e a detenção e humilhação de dezenas de jovens – e os discursos raivosos das “autoridades” tucanas, o movimento ganhou força.

Outros dez “rolezinhos” já foram convocados pelas redes sociais para os próximos dias.

Como forma de repúdio à violência do PSDB, protestos do gênero também foram marcados em Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Recife.

A multiplicação dos “rolezinhos” já incomoda muita gente.

Nesta terça-feira, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), que representa 264 estabelecimentos do país, fez uma reunião de emergência para tratar do assunto.

Já a presidenta Dilma Rousseff convocou alguns ministros para discutir o novo fenômeno.

A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, uma das convocadas, teve a melhor postura.

“As manifestações são pacíficas. Os problemas são derivados da reação de pessoas brancas que frequentam esses lugares e se assustam com a presença dos jovens”.

Ela também criticou a liminar que autorizou os shoppings a barrar clientes por “consagrar a segregação racial” e dar respaldo à violência da PM.

Já o governador tucano de Geraldo Alckmin acionou o seu secretário de Segurança para esbravejar diante das câmeras de televisão: “A PM vai aplicar a força policial”!

Sobre o mesmo assunto:

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Comentários

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lukas

Copa vai se arrastão na praia, rolezinho no shopping e black bloc nas ruas.

Segura Dilma…

Fabio Passos

Os tucanos odeiam preto e pobre.
E os eleitores tucanos também…

Em 2014 o PiG-psdb serão varridos do mapa.
E isto é ótimo para o Brasil.

Vamos explodir definitivamente a casa-grande e mandar estes racistas canalhas pelos ares!

Alemao

Puts, rolezinho virou forma de protesto agora? É novas? Achei que eles se reuniam em Shoppings por serem locais “decolados”. Felizmente ainda há regras de comportamento e convivência em sociedade e alguns terão de aprender da pior forma.

Depois de tanta barbárie no Maranhão ainda têm a cara deslavada de se referir ao Pinheirinho.
Aprendam, ainda vivemos em um Estado de Direito, e a propriedade privada é garantida nele. Depois que vcs implantarem a Ditadura do proletariado de vcs podem fazer o que quiser, mas até lá terão que enfrentar a realidade.
Outra, o governo tinha meios para intervir no caso do Pinheirinho e nada fez, lavou às mãos.

    Luís Carlos

    É. Poderiam ter citado a chacina de Campinas esta semana com 9 mortos e sem pedido de intervenção da Folha.

Vicente

Precisamos ter civilidade nas relações, ou a vida fica insuportável.

Ele está errado? Agora nem aos shoppings posso ir com minha namorada?

Mauro Assis

Um pouco desonesto isso, não? Ilustrar com uma foto do Pinheirinho uma reportagem sobre rolezinhos? O que tem uma coisa a ver com a outra? Ah, entendi: é a ilegalidade da invasão de espaços privados por marginais… captei.

    Luís Carlos

    Para você moradores são marginais? Eles pagam impostos como ICMS para sustentarem sujeitos que pensam como você e dizerem que são marginais. Aliás, marginais no sentido de bandidos mesmo, são os que sonegam, recebem dinheiro público para fazer “investimentos” e ainda querem que a polícia impeça pessoas de andarem em espaço construídos com esse dinheiro público.

    Mauro Assis

    Marginais são aqueles que invadem espaço privado, seja para morar ou depredar ou causar pânico.

    Ulisses

    A capacidade de compreensão social está muito alem da alma tucana. Você não captou nada senão compreenderia que esta foto, que entrou para a história da política social no Brasil demonstra apenas o estado de ser do político tucano e seus afiliados ideológicos. Insensibilidade total!

    Mauro Assis

    Ulisses, a polícia decretou a reintegração de posse de uma área. O estado, CUMPRINDO A LEI, executou a reintegração. Houve resistência, a polícia reagiu, as pessoas forma removidas.

    Agora estes mesmos invasores estão sendo contemplados com casas dadas em parceria pelos governos federal, estadual e municipal daqui de São José dos Campos, furando a fila dos cadastrados como necessitados.

    Ou seja, invadir aqui compensa.

    Observe que critico todas as instâncias de governo, inclusive a tucana estadual.

    É como a bolsa-crack do Super-Coxinha de Sampa: mais uma bolsa-bandidagem, atropelando os outros necessitados que não são drogados.

    Ou seja: o crime no Brasil passou a compensar também para a ralé.

    Joca de Ipanema

    Não captou nada. Está evidente que se trata de demonstrar como, como está no título, a violência dos tucanos em face de manifestações do povo.

    Mauro Assis

    Que manifestações “do povo”, bicho???

    Tratou-se de ação policial contra pessoas que violavam a lei, simples assim.

Luís Carlos

Pra quem teve abuso no Pinheirinho e chacina esta semana em Campinas, a imprensa de SP está bem comportada e sem uma palavra crítica sobre tudo isso. Porrada só na população negra da periferia de SP que faz rolezinho, e intervenção só em estado nordestino. Na SP do senador tucano Aloysio Nunes cheia de “civilidade” não pode intervenção.

Luís Carlos

A civilidade do Senador é bem representada pelo grupo de saqueadores envolvidos no trensalão. Roubam em silêncio e sem tumulto. Com “civilidade”.

Gerson Carneiro

Aloisio Nunes, quem diria. Era o motorista nas ações de assalto do guerrilheiro Carlos Marighella. Hoje é repressor, e só se importa em acumular capital.

    Zé Brasil

    Prezado Gerson,

    O aluísio tresoitão ainda nos deve uma boa explicação de como ele saiu ileso, sem um arranhão sequer, debaixo da fuzilaria dos diabos que abateu o Marighella dentro um fusquinha lá em Sumpa.
    Seria um caso de corpo fechado? Já outros dizem que ele apenas entregou a “mercadoria” aos meganhas……

Carlos N Mendes

Truculência foi política de Estado dos tucanos. Vide o que fizeram com os petroleiros em 1995 – exército nas refinarias, importação de trabalhadores americanos para substituir mão-de-obra em greve, inflexibilidade na negociação. coisa de Casa Grande, nenhuma surpresa aqui.

    Mauro Assis

    Putz, quanto rancor, Carlos… 1995!

    Mário SF Alves

    Rancor? Não. O nome disso é História.

    ___________________________________
    História, lembra? A mesma, cujo fukuyamico fim foi prepotentemente propagado/idealizado pelo neoliberalismo, lembra?

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