A mídia só pensa nas celebridades
MISSES, CARLOS BAUTE E COMO A MÍDIA PARTICIPA DA LUTA DE CLASSES NA VENEZUELA
Nos anos do Governo Bolivariano , a Venezuela reduziu a pobreza pela metade, a pobreza extrema em mais de 70 por cento, e triplicou os gastos sociais em saúde e educação.
Tradução de Jair de Souza
Por meio de sua cuidadosa seleção de conteúdos, entrevistas, imagens e manchetes, os grandes meios de comunicação dão a entender que os “estudantes” da Venezuela estão protestando em massa contra o governo de Nicolas Maduro (1). Mas, estão mentindo. Os protestos violentos têm ocorrido exclusivamente nas áreas residenciais de classe média e alta de 18 municípios dos 335 existentes no país, todos esses 18 municípios governados pela oposição de direita (2). Enquanto isso, a juventude dos bairros, que é a maioria no país, não existe para a mídia (3).
Jornais e canais de televisão de todo o mundo nos apresentam mulheres brancas de bairros opulentos (4) e misses de concursos de beleza (5) como representantes das “mulheres” da Venezuela, que estão em pé de guerra contra o governo. Ao passo que, as mulheres mestiças dos setores populares – a maioria do país – não têm voz ou imagem na mídia (6).
Cantores ricos (7) e artistas de direita (8) que apoiam a derrubada pela força do Governo de Nicolás Maduro são apresentados como “artistas solidários com a Venezuela.” Enquanto isso, aqueles que denunciam a interferência dos EUA ou o caráter golpista da oposição, são silenciados ou condenados (9) (10) (11).
É que a Venezuela está vivendo um intenso cenário de luta de classes, no qual as empresas de comunicação claramente tomam partido por certos setores sociais: aqueles que apostam por uma volta à fórmula de democracia liberal de livre mercado, em conformidade com os interesses empresariais de tais meios. Seu trabalho de guerra ideológica é mais agressivo e intenso na Venezuela do que em outros países, onde falta um ingrediente essencial, agregado em grande medida pela figura de Hugo Chávez: a consciência de classe de amplos setores populares empobrecidos, os quais durante décadas não participavam em política e, até mesmo, não existiam como cidadania registrada (12).
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Hoje, a mídia internacional é o principal protagonista da tentativa de ruptura da democracia venezuelana. Ela é o alto-falante de propaganda de uma oposição que trata de derrubar um presidente de esquerda, eleito por mandato popular há 10 meses e cujo partido voltou a ganhar – desta vez com vantagem ainda maior – as recentes eleições municipais (13).
Encorajada pelo recente exemplo da Ucrânia, a oposição venezuelana aposta na intervenção de atores internacionais no país (14). Para legitimar esta intervenção, difunde ao mundo, através dos grandes meios, a mensagem de uma suposta “brutal repressão de manifestantes pacíficos” (15). Estes meios informam sobre as mortes ocorridas no lado opositor (16), ao passo que silenciam, ou minimizam, o assassinato de chavistas (17) ou de agentes da polícia (18). Quase não mencionam as contínuas sabotagens e incêndios de bens públicos (19); ou os ataques xenófobos contra centros médicos atendidos pela cooperação médica cubana (20). Ao mesmo tempo que ressaltam as acusações de supostas torturas (21) – sobre as quais não foi apresentada nenhuma evidência (22) -, fingem ignorar que 11 policiais foram detidos por cometer excessos em suas intervenções (23), um dado desconhecido em outras latitudes do mundo (24).
O Secretário Geral da OEA, José Miguel Insulza (25), o papa Francisco (26), o Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon (27), e a Alta Comissariada para os Direitos Humanos, Navi Pillay (28), todos eles conclamaram pelo diálogo entre governo e oposição. Porém, estas petições – dirigidas a ambas partes – são convertidas pelos meios de comunicação em acusações contra uma só delas: à do Governo de Nicolás Maduro: “Ban Ki Moon pede ao governo venezuelano que escute as demandas dos manifestantes”, podíamos ler no jornal espanhol El Mundo (29).
Curiosamente, o governo venezuelano é a única parte que respondeu a esta petição de diálogo. Organizou uma Conferência pela Paz – onde até o empresariado opositor está participando – à qual, no entanto, os principais líderes da oposição se negaram a comparecer (30). Coisa que, certamente, poderá lhes deixar um importante passivo político: segundo uma enquete da International Consulting Services, 7 de cada 10 pessoas apoiam esta Conferência pela Paz e repudiam a atitude da oposição (31).
Por último, vamos recordar alguns dados importantes para entender o cenário de luta de classes venezuelano. Nos anos de governo bolivariano, a Venezuela reduziu a pobreza pela metade, a pobreza extrema em mais de 70 por cento e triplicou os gastos sociais em saúde pública, educação e assistência social (32). Tudo isso, recordemos, graças ao investimento de grande parte da renda petroleira em projetos sociais, a qual, anteriormente, era dominada pela minoria que hoje protesta nas ruas.
Entretanto, a redução da pobreza na Venezuela – a maior da região no ano passado, conforme a CEPAL das Nações Unidas (33) – importa muito pouco para os “garotos de bem” das urbanizações de classe média. Para artistas como Carlos Baute (34) e Madonna (35) isto importa ainda menos.
(1) http://noticias.
(2) http://www.avn.info.ve/
(3) http://www.
(4) http://mexico.cnn.com/
(5) http://www.abc.es/
(6) http://www.telam.com.ar/
(7) http://www.elmundo.es/
(8) http://www.bbc.co.uk/
(9) http://www.telesurtv.net/
(10) http://peru21.pe/
(11) http://www.
(12) http://www.telesurtv.net/
(13) http://noticias.
(14) http://actualidad.rt.com/
(15) http://www.infobae.com/
(16) http://www.lasexta.com/
(17) http://www.aporrea.org/
(18) http://www.aporrea.org/
(19) http://www.aporrea.org/
(20) http://www.aporrea.org/
(21) http://www.elmundo.es/
(22) http://www.avn.info.ve/
(23) http://www.lacapital.com.
(24) http://www.librered.net/?
(25) http://elcomercio.pe/
(26) http://internacional.
(27) http://www.prensa-latina.
(28) http://www.aporrea.org/
(29) http://www.elmundo.es/
(30) http://www.telesurtv.net/
(31) http://www.aporrea.org/
(32) http://lapupilainsomne.
(33) http://www.aporrea.org/
(34) http://www.elmundo.es/
(35) http://www.latercera.com/
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