Professora da USP alerta: Dizer que os reatores nucleares duram, em média, 40, 60 anos é blefe

Tempo de leitura: 5 min

por Conceição Lemes

Há no mundo 441 reatores nucleares em funcionamento.

Estados Unidos são os que têm mais – 104. Seguem-se França (58), Japão (55), Federação Russa (32) Coréia (21), Índia e Inglaterra (19 cada), Canadá (18), Alemanha (17), Ucrânia (15), China (13), Suécia (10), Espanha (8), Bélgica (7), República Checa (7), Finlândia, Hungria e República Eslovaca (4 cada).

Vários países têm dois reatores: Argentina, Brasil, Bulgária, Paquistão, México, Romênia e África do Sul. Eslovênia, Armênia e Holanda possuem um.

Há 61 reatores em construção. Boa parte na China (24) e Federação Russa (11). Coreia tem cinco e Índia, quatro. Bulgária, Japão, República Eslovaca, Ucrânia, dois. Argentina, Brasil, França, Paquistão, Estados Unidos, Finlândia e Irã. Isso sem contar os muitos projetados – só no Brasil, 50 para os próximos 50 anos.

Esse novo impulso da energia nuclear está alicerçado em alguns fatores, especialmente estes:

1) Até as explosões dessa semana no complexo de Fukushima, Japão, acidente grave em usina nuclear já era história, memória, vaga lembrança. Dos 191 milhões de brasileiros, cerca de 80 milhões sequer eram nascidos quando houve o de Chernobyl, em 1986, Ucrânia (então parte da extinta União Soviética), considerado ainda o maior da história.

2) O modelo teórico de que o tempo de vida útil de um reator atômico é de 40 anos, prazo que foi estendido por mais 20. Ou seja, um reator duraria 60 anos.

3) A informação de alguns especialistas de que o reator seria a fonte produtora de energia que emitiria menos C02 (gás carbônico) na atmosfera, produzindo menos efeito estufa. Consequentemente, seria útil para reduzir o aquecimento global.

“Acontece que informações mais recentes revelam realidade diferente, geralmente omitida pelos defensores da energia nuclear”, alerta a professora Emico Okuno, doDepartamento de Física Nuclear do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). “Para começar, não procede que o tempo médio de vida de um reator é 40 anos, 60 então nem fala. Isso é blefe.”

NOS EUA, OS REATORES DURAM, EM MÉDIA, 18,9 ANOS

Com base em modelos matemáticos, se estabeleceu que um reator tem vida útil média de cerca de 40 anos, agora de 60. É em cima desse prazo que se fixa o custo da energia nuclear.

Só que a prática está mostrando que eles duram muito menos. Dados até 2008 revelam que o tempo médio de vida dos reatores nos Estados Unidos é de 13,9 anos. Tempo máximo, 34 anos. E o mínimo, 1 ano. Lá, três funcionaram apenas um ano; e nove, em média, 7,6 anos.

“Eles foram fechados ou porque não eram economicamente viáveis ou porque tiveram algum tipo de problema”, diz a professora Emico. “Só os grandes acidentes tornam-se públicos, os menores, e eles ocorrem com frequência, não chegam à mídia.”

Na Alemanha, o tempo médio de vida dos reatores é de 13,8 anos. Tempo mínimo, 1 ano. Tempo máximo, 47 anos.

Na França, o tempo médio é de 19,6 anos. O mínimo, 9 anos. O máximo, 24.

Os do Reino Unido são os de vida mais longa: 34,7 anos, em média; mínimo, 18 anos; máximo, 47 anos.

“Portanto, a história de 40 e 60 anos, em média, é balela”, reforça a professora Emico, que, diga-se de passagem, não teve acesso a informações privilegiadas. “Elas estão no site da Agência Internacional de Energia Atômica, para quem quiser acessar. O que eu fiz foi analisar esses dados. As pessoas favoráveis à energia nuclear não mentem, mas elas também não contam, pois isso não lhes interessa dizer.”

Por falar nisso, quando termina a vida útil de um reator, ele tem de ser “destruído”. Esse processo chama-se descomissionamento. É a construção do reator ao contrário. Demora 60 anos para ele ser descomissionado totalmente e transformado num parque público. Isso sem contar o lixo radioativo de alta atividade que é o combustível exaurido produzido ao longo da existência dele.

O dinheiro gasto para o reator ser “destruído” é quase igual ao empregado para construí-lo. E quem paga essa conta? O governo ou a concessionária? Isso provavelmente não está escrito em lugar algum. É uma briga das boas.

CADEIA PRODUTIVA DE ENERGIA NUCLEAR PRODUZ MAIS CO2 DO QUE A HÍDRICA

“A informação de que a energia nuclear provocaria menor emissão de CO2 parece também que não é verdadeira”, observa a professora Emico. “Novos estudos indicam que a energia nuclear é mais poluente do que a hídrica.”

De uns três anos para cá, cientistas fizeram cálculos matemáticos dos níveis de emissão de CO2 das diferentes fontes de produção de energia. A partir daí elaboraram uma escala, indo do mais ao menos poluente. Em primeiro lugar, está o carvão, em segundo, o óleo combustível, em terceiro, gás, em quarto, a energia hídrica. Em seguida, energia solar, eólica, biomassa e – a menos produtora de CO2 – energia nuclear. Detalhe: esses autores consideraram a emissão de CO2 apenas no reator.

Mais recentemente outros cientistas decidiram levar em conta não apenas a emissão de CO2 no reator, mas em toda a cadeia produtiva para se obter a energia nuclear. Ou seja, desde a exploração do urânio na mina – é preciso dinamitá-la – até o seu enriquecimento para ser usado no reator como combustível.

Para se ter uma noção dessa cadeia, o urânio explorado no Brasil (quarta reserva do mundo) é extraído em Caetité (BA). Aí, é transformado em yellow cake, um pó amarelo. Via porto de Salvador, vai para o Canadá, onde é transformado em gás. Do Canadá vai para a França, para ser enriquecido. De lá, volta ao Brasil, para ser transformado em pastilhas, que serão usadas nos reatores de Angra 1 e Angra 2, no Rio de Janeiro. Há informações de que o Brasil já detém a tecnologia para fazer tudo isso aqui. De qualquer forma, o urânio teria de passar por etapas.

Pois bem, há estudos revelando que toda essa cadeia produtiva acaba produzindo mais CO2 do que a energia hídrica. Assim, a energia nuclear ocuparia o quarto lugar em termos de poluição e a energia hídrica, a quinta.

“Na verdade, todas as formas de energia têm algum tipo de problema”, pondera a professora. “A energia hídrica é limpa, mas leva à inundação de grandes áreas. Já a energia solar ainda é muito cara.”

E qual a posição da professora Emico Okuno em relação aos reatores nucleares?

“França e Japão, por exemplo, não têm muita alternativa. Já o Brasil, por enquanto, não precisa de reator para geração de energia”, expõe. “O Brasil tem condições de produzir muita energia a partir da energia hídrica, eólica, solar. No Nordeste do Brasil, há sol para dar e vender.”

“O Brasil, porém, precisa de reator nuclear para produção de materiais radioativos, para uso na Medicina”, defende a professora. “É para não ficarmos reféns de outros países, como aconteceu no ano passado. O reator do Canadá que fornecia radioisótopos teve de fechar. Praticamente o mundo inteiro ficou na mão. O Brasil conseguiu um pouco com a Argentina. Mas o conveniente é que tenhamos a nossa própria produção de material radioativo para fins médicos.”

Quando há um grave acidente nuclear, a discussão sobre os reatores reacende. Foi assim pós Three Mile Island, Pensilvânia, EUA, em 1979. Depois, pós Chernobyl. Com Fukushima não será diferente. A diferença é que agora há informações mais precisas para o debate. Por exemplo, considerando que duram muito menos do que se supunha, será muitos mais  serão construídos? Será que do ponto de vista econômico se justificam, já que têm menor tempo de vida? E do ponto de vista ambiental, considerando que possivelmente sejam mais poluentes do que as energias hídrica, eólica, solar e a biomassa?

O fato é que por mais seguros que os reatores sejam, eles têm um risco. Fuskushima está aí para nos fazer refletir. Infelizmente.


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Comentários

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Humberto

Uma matriz elétrica composta por novas hidrelétricas sem reservatórios e termelétricas a gás e GNL tem se mostrado a melhor opção para o Brasil, e complementada em menor escala pelas demais fontes como eólica.

Humberto

O Chavismo é tentar vender hidrocarbonetos (petróleo) mais caro e usar o dinheiro em programas sociais. A taxação recai sobre as exportações quanto as empresas petrolíferas, notadamente estrangeiras.
É o que a Bolívia de Evo Molares faz com o Brasil em relação ao gás natural.
A oposição conservadora desses países acaba não tendo um projeto político, social e econômico alternativo melhor.
O consumismo americano se traduz no carro de passeio como meio de transporte e na gasolina barata.
O verdismo propõe produzir com menos recursos naturais, mais eficiência energética, agrícola e mineral, produzir melhor e consumir melhor.

Humberto

Para equivaler um reator de 1GW com 95% de fator de uso anual (comum) é preciso de uma hidrelétrica de 1GW mas é bem comum que só funciona meio ano, na estação chuvosa, então é preciso ter uma termelétrica para gerar 1 GW durante outro meio ano, mas ambos precisam pagar os juros de investimento, salários de funcionarios etc durante o ano todo então a energia vendida durante meio ano tem que cobrir os custos do ano todo. E é preciso o dobro de linhas de transmissão que são mais longas.
AS centenas de usinas de biomassa e parques eólicos do Brasil produzem pouca energia, cada uma precisa de sua própria linha de transmissão (há custo de manutenção)e também só produzem meio ano.
Mas a tecnologia nuclear é dominada pelos Esdaos Unidos.

Humberto

Com a energia nuclear os Estados Unidos detém o refino do petróleo, a fabricação do alumínio primário e viabiliza o etanol de milho e o gás do fracking este precisa ser liquifeito para ser transportado e usado por industrias em muitos casos; todos de uso intensivo de energia elétrica.

Humberto

Países como a Venezuela, Arábia Saudita e Irã não conseguem refinar o próprio petróleo porque refinar petróleo consome muita energia que praticamente só a energia nuclear é capaz de suprir por isso a Venezuela refina seu petróleo nos EUA. Para refinar o petróleo é preciso vaporiza-lo, imagine dezenas de milhões de litros a centenas de graus celsios por dia, assim a refinaria Abreu Lima vai carecer de energia e naufragar pois o Brasil mesmo querendo não vai conseguir novos reatores para expandir a energia nuclear (mais provável etc).

Humberto

A Venezuela deveria construir uma central nuclear com 5 reatores sendo 3 reatores PWR de urânio enriquecido a 4% e 2 reatores do tipo que use urânio recuperado dos 3 primeiros. Daria para iluminar de Caracas à Guiana Francesa, ou seja muita energia com menos urãnio.
A Venezuela possui reservas de urânio, cerca de um terço da brasileira.
O difícil será conseguir os tais reatores pois mesmo o Brasil só conseguiu um reator meia boca dos Estados Unidos.

JoseIvan

Em 2013 dominaremos o ciclo nuclear para instalação de uma unidade propulsora do nosso primeiro submarino nuclear. Essas Pequenas Centrais Nucleares podem abastecer cidades com até 20.000 habitantes. Se fala pouco delas pois são segredos militares. Quantas navegam silenciosamente pelos oceanos do mundo? Ora, se o Brasil tem Urânio e outros minerais radioativos em MG, CE, BA, AM e etc. O que falta para abandonar os futuros projetos de mega-caras-ultra-exageradas-unidades dependentes de xenotecnologias empacotadas em favor das PCN? O que funciona dentro de submarinos nucleares que ficam meses em missões deve valer para as 4.000 cidades brasileiras com menos de 50.000 habitantes.

José Ivan Mayer de Aquino
Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida

Acidente nuclear no Japão, acreditar em quê? | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Leia aqui a entrevista com a professora Emico Okuno, do Instituto de Física da USP, que denuncia: Dizer que os reatores nucleares duram em média 40, 60 anos, é blefe.   […]

energia nuclear,sim!

ótimo conteúdo desta matéria…
os comentários acima também são eriquecedores.

Odinson

Três coisas:
1.A vida média de um reator tem muito a ver com sua forma de construção,basicamente,hoje,os que vão sendo construídos,tem sim a média de vida de até 60 anos.
2.Considerar o ciclo produtivo como gerador de co2,é uma burrice medonha,ou será que usinas hidrelétricas,eólícas também não são construídas,montadas,usam métodos siderúrgicos e etc??
3.Além da emissão de co2 durante a construção,existe a geração do metano pelas plantas submersas que é tão ou mais impactante que o co2.
Usinas atomicas são compactas,emitem pouco co2 sim,são sguras e etc.
o resto :vão abraçar arvores.

    Leandro

    Ela estava falando do ciclo produtivo do material radiotaivo, não da construção do reator, e não dá pra saber a média de vida de um reator na construção pois vai depender muito da qualidade do combustível utilizado, por isso se usa o termo "tempo médio de vida".
    Aliás a Emico é uma mas pessoas mais respeitadas na área de física das radiações em todo o mundo, então pra considerar burrice algo que ela diga a respeito você precisa ter no mínimo um pós-doc no MIT. Você não tem né?

Roberto Locatelli

A verdade é que as usinas nucleares interessam ao capitalismo porque dão lucro a muitas grandes empresas, para serem montadas, depois para serem desmontadas, também para armazenar o lixo radioativo, etc.

O uso somente na medicina seria muito mais simples, não exigiria esses monstrengos que são as usinas nucleares para a produção de energia.

E, por fim, uma teoria da conspiração. A fusão a frio, que teria sido realizada a baixo custo em 1989 pelos químicos Martin Fleischmann da Universidade de Southampton (Inglaterra) e Stanley Pons da Universidade de Utah (Estados Unidos), pode ser uma solução. Quando os dois anunciaram os resultados de suas pesquisas de 5 anos, laboratórios do mundo todo alegaram não ter conseguido reproduzir o experimento. Depois disso, os dois pesquisadores caíram no esquecimento. Até hoje me pergunto se não foram os interesses imperialistas que abafaram os resultados daqueles cientistas e os calaram sob ameaça. Se for possível realizar a fusão nuclear da forma como a dupla diz ter conseguido, imediatamente TODAS as usinas nucleares do mundo estariam obsoletas. Poderíamos ter energia quase gratuita e em quantidades praticamente ilimitadas. Isso não interessa ao capitalismo, certamente.

Pardalzinho

Hoje estourou em São Paulo uma bomba nuclear da educação… Muito obrigado PSDB por ter transformado São Paulo em um dos estados mais idiotizados do planeta. Mas fiquem tranquilos, tucanos… os paulistas continuarão reelegendo-os nas próximas eleições.

18/03/2011 – 17h35
"Nota" do ensino médio do Estado de SP cai e chega a 1,81 em uma escala de zero a dez
Rafael Targino
Em São Paulo

O Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo), uma espécie de “nota” da educação do Estado, caiu entre 2009 e 2010 nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. Neste último nível, a nota do ano passado foi 1,81, contra 1,98 em 2009, em uma escala de zero a dez.

    Ponce de Leon

    A manchete da Folha de hoje é sobre a Líbia; nenhuma menção à catástrofe acima. Que lástima…

Danilo

Só uma pergunta: a agência internacional de energia atômica não viu isto? Japão, um país que sofre com terremotos contantes tem usinas nucleares com segurança questionável. E a vida das pessoas, não tem importância? Quero deixar claro que o direito do Japão em usar a energia nuclear, mas a segurança é fundamental, principalmente no que tange à energia nuclear. Se esta agência fosse mais rigorosa na fiscalização da segurança e menos ideológica, provavelmente não estaríamos aqui debatendo este assunto. Hoje estamos vendo que o problema da energia nuclear não é só do Irã ou da Coréia do Norte.

Edson

Nuvem radioactiva deve chegar hoje aos EUA mas sem perigo para a saúde

Na costa oeste dos Estados Unidos esperam-na com comprimidos de iodo e contadores geiger, mas Obama garante que não há motivo. Na China, compra-se sal

Por Clara Barata em
http://jornal.publico.pt/noticia/18-03-2011/nuvem

Yes we créu !!!

Desculpa mudar o assunto, mas isso eh importante:

"Entrevista de Arruda põe Veja sob suspeita"

Veja no blog da Cidadania:
http://www.blogcidadania.com.br/2011/03/entrevist

    Klaus

    vc acredita no arruda ou veja?

Leo V

Nota do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) sobre a revolta
dos operários na Usina Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia
http://www.mabnacional.org.br/noticias/170311_jir

Duarte

Quando caiu o avião da TAM fora de Congonhas (aliás, por duas vezes), a maior ameaça eram aviões voando razante sobre as cabeças urbanas.
O Aeroporto de Congonhas teve itens de segurança acrescidos e está lá até hoje, e vai continuar por um bom tempo.
Agora, quando acontece esse acidente, as usinas nucleares são o vilão da civilização.
Haverá estudos, aumentarão a segurança e continuarão a serem construídas, talvez em locais mais isolados, até que alguem construa loteamentos em volta.
O homem é predador da natureza e ocupa espaço vital dos outros, precisando de energia, alimentos, etc. Para isso passam a viver também em locais de risco.
Aceitem que somos os grandes trapaceiros da natureza, quando usamos nossa inteligência para viver mais, morrer menos e sermos uma população maior do que um planeta ecologicamente equilibrado exigiria. A redução de danos se dá pela engenharia, entre elas a de construção de usinas nucleares.

    Ponce de Leon

    Duarte, a questão é que usinas nucleares já são um risco por definição… sua instalação deveria ser precedida de um protocolo rigoroso que, de saída, as proibissem de ser instaladas em um país com as características do Japão ou, para não ir tão longe, na costa leste americana.

    Só por curiosidade, existem usinas nucleares na Califórnia?

    Ponce de Leon

    Desculpe, Costa Oeste…

    Duarte

    Se for pensar em risco da forma que você coloca, num país como o Japão não deveria sequer existir algumas metrópoles. Afinal uma região sujeita a terremotos e tsunamis não é o melhor lugar para concentrar grandes aglomerados urbanos e industriais densamente povoados.
    Mesmo em SP, quantas pessoas morrem por ano devido a problemas respiratórios devido a má qualidade do ar? Talvez seja mais do que morrerão pelo vazamento nuclear no Japão.
    Eu concordo com protocolos de segurança rigorosos. Só que eles já existiam com o conhecimento anterior, quando acreditavam que isso não aconteceria. Agora serão aperfeiçoados, e novas usinas continuarão sendo construídas mais seguras, até um cataclisma diferente acontecer um dia. É da natureza da civilização.
    Tem usinas nucleares na Califórnia.

    Pardalzinho

    Ocupações de países são feitas por fatores históricos, alguns milenares… não são decisões racionais pois os ocupantes sequer sabiam que aquilo iria se transformar num país. Não tente justificar seu mau argumento com exemplos que não se comparam pois qualidade de ar ruim também existe em Tóquio. E já que é da natureza da civilização criar cataclismas, paremos de discutir aqui e vamos todos tomar cachaça na zona enquanto é tempo…

Anderson Correa

Existe no site alguma matéria sobre as "nossas" usinas Angra 1 e 2 ??? Construídas pela estupida ditadura militar, recordo de informações atestando que na época, alem de extremamente custosas, a tecnologia adotada jah era obsoleta, o que explicou os problemas futuros que transformaram a usina num vaga-lume, mais apagado do que aceso, configurando mais um dos tantos prejuízos do "golpe militar" nesta Pindorama.
Qual a situação atual destas Usinas?
Continuam dando prejuízos, jah pagaram os custos?

    Jorge

    Vamos por partes: não existe teconlogia obsoleta em reatores nucleares, pois eles são todos frutos dos modelos existentes na década de 50. A ideia em sí é que é obsoleta. Isso pode ser comprovado nos diversos esquemas apresentados sobre reatores nucleres, mesm porque, já em 1950, se sabia dos efeitos contínuos da radioatividade nos materiais ( o que limita a sua vida útil perto dos 25 anos). O modelo a ser seguido, sim, isto é crítico (com unidades de esfriamento redundantes ou não) e o material usado na moderação (coletores que diminuem a taxa de reação em cadeia – http://pt.wikipedia.org/wiki/Moderador_nuclear ). Com relação ao que foi comprado em Angra I é que os equipamentos é que vieram defeituosos ou não apropriados. Os tais ditadores de então compraram lixo. Mas, para se ter estatura nuclear no Brasil acredito que foram pragamáticos: se não é com tu, é com tu mesmo, como se diz popularmente, de forma que é bom nos situarmos primeiro na história para depois emitir uma opinião válida, pois naquela época, o problema nuclear era mais grave do que hoje, com apenas 4 paises com tecnologia para destruir o planeta (USA, França, Reino Unido, URSS ) e já se tinha a idéia lógica de que para se defender desses moços, seria também necessário dominar tal tecnologia, o que resultou primeiro, foi a discussão sobre as armas nucleares e sua proliferação, EXATAMENTE no momento que mais paises apresentaram o domínio de tal teconologia. Caso não fosse assim, até os dias de hoje seríamos chantegeados exclusivamente pelos USA e cia.ltda. Na verdade, o acordo de não proliferação de armas nucleares TEVE o objetivo de manter somente nestes paises o poder de destruir o mundo. Expertos, não……. Com relação aos custos pagos ou não, vou te dar uma notícia chocante: nunca, nenhum empreendimento terão seus custos pagos! Há o consenso hoje de que, caso seja considerado todos os riscos envolvidos (ecológicos, ambientais, entre outros), é impossível se obter lucro. Ora, se lucro é o ajuntamento de riqueza uma vez pago os custos de investimento, então…… Empresas que dão lucros, sejam elas quais forem, não contabilizam sua poluição ao planeta e a vida das pessoas. Simples assim! Portanto, não podemos perder o foco: uma usina nuclear É um investimento qualquer, com o prejuízo de ser ALTAMENTE poluente. Portanto, NÃO deveria ao menos ser pensado em construí-las! Quanto mais ter esperanças que seus custos sejam cobertos: são ante-econômicas por sua própria natureza!

    ratusnatus

    Vou te dizer uma notícia chocante.
    Os investimentos em Metro(qualquer deles) e no trem de alta velocidade nunca serão pagos.

    Disso podemos concluir que…

CLAUDIO LUIZ PESSUTI

Para os "baba ovos" (sem suscetibilidades ridiculas. por favor…) da energia eolica

http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?cod

Gerson Carneiro

Só lembrando que na pequena cidade de Iperó-SP, vizinha à cidade de Sorocaba-SP, está situado o Centro Experimental Aramar (constituído por laboratórios subterrâneos) onde se desenvolve o Programa Nuclear da Marinha do Brasil, responsável pelo desenvolvimento do protótipo do submarinho nuclear brasileiro, onde se dá o ciclo do combustível nuclear e a confecção do reator nuclear para propulsão naval.

Com domínio total desse processo, o Brasil já é capaz de fabricar o próprio combustível nuclear, sem qualquer dependência externa.

Fonte: SEESP – Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo.

Conceição Lemes

Pitágoras, a professora Emico falará sobre isso em outra reportagem, que estou fazendo. Abs

Antonio Pereira

O uso da energia nuclear continua causando confusão, desencontros, choque de interesses e etc.,´mesmo com o acontecido em Fukushima, ainda não se consegue chegar a um consenso sobre os valores de radiação que podem causar doenças, cada instituição, empresa e governos mundo afora com suas credibilidades em jogo falam em números diversos, isto é uma farra danada, e agora vamos acreditar em qual fonte?. As usinas atômicas têm problemas de controle e eliminação do lixo atômico, mas estamos presenciando a dessiminação do uso da energia nuclear na medicina e outras aplicações industriais, será que todos esses usos estão sendo rigorosamente fiscalizados?, e a quantidade de radiação recebida dos eqtos. de raio X ao longo da vida, será que não causam nenhuma doença?.
Bom, a energia nuclear está em quase todos os lugares, agora cabe a comunidade cientifica a espinhosa missão de pesquisar o seu controle, até que as demais formas de energia se tornem verdadeiramente viáveis.

Pitagoras

Penso que a ilustre professora poderia ter abordado também os males da energia nuclear, males que somente devido à ilimitada ignorância, arrogância e miopia do ser humano, nem mesmo a trágica realidade dos fatos há tanto tempo previstos, alertados, repisados, fazem com enxergue.
O risco de acidentes naturais desencadearem catástrofe incomensurável, imprevisível, incontrolável.
Idem para ataques terroristas ou não, fazendo dos locais onde se instalam atrativo preferencial como alvo.
O potencial para fabricar, como um produto marginal, bombas nucleares.
O lixo atômico, inadministrável, produtos os mais tóxicos, duráveis, um presente de grego para as gerações futuras que não temos o direito de dar.
Tal qual Prometeu, o homem furtou o fogo dos deuses e pagará, da mesma forma que o herói mítico, seu desafio arrogante.

    ratusnatus

    Não concordo com você.

    Não concordo que a humanidade deva parar de utilizar ressonância magnética, tomografia computadorizada, pet scan e etc..

    abraço

    Pitagoras

    Discordar é um direito sagrado. Falar sem refletir, só por falar, é irracional e devia ser tributável..
    Primeiro não se está a falar de aplicações médicas da radiação.
    Segundo, ressonância magnética nada tem a ver com usina nuclear e nem se utiliza de radiação ionizante proveniente de material radioativo; tomografia, embora se utilize de radiação ionizante, os raios-X, também não tem nada a ver com usina nuclear nem material radioativo.
    Portanto o companheiro não falou coisa com coisa.

    ratusnatus

    Já ouviu falar de contraste:

    Não né.

    Sabe de onde vem o contraste que é visualizado pelos equipamentos de medicina nuclear. Este contraste que é injetado nas pessoas vem de dentro do núcleo de um reator nuclear.

    Abraço

Marco Túlio

Neste link há o histórico dos acidentes em usinas nucleares e sua gravidade:
http://www.noticias24.com/actualidad/noticia/2221

CLAUDIO LUIZ PESSUTI

Todos gostam de "babar ovo" para a energia eolica.Pergunta-se: Voce iria para uma praia cheia de "ventiladores" na paisagem?

    Gerson Carneiro

    Não vejo sentido em sua pergunta. Além do termo utilizado não ser elegante (mas tudo bem).
    Em Fortaleza-CE existe. A praia é linda e já fui, e retornarei sem problemas.

    CLAUDIO LUIZ PESSUTI

    Bem, entendo plenamente porque voce nao entende…E logico que sempre alguem vai dizer que "nao ve problemas".Ora , pergunte a alguem que trabalha com turismo se turista quer pagar hotel caro com vista para ventilador gigante.nao e preciso muito para entender.Quanto ao termo utilizado ter te "chocado", bem , considero um excesso de suscetibilidade, bastante contraditorio vindo de voce…

    Gerson Carneiro

    Turismo foi um dos meus cursos de faculdade. Então, creio que não há necessidade de perguntar a turista nenhum, mesmo porque a praia a qual me referi é visitada por milhares de turistas durante o ano inteiro, principalmente estrangeiros. Quanto ao termo utilizado por ti, continuo não achando elegante, MAS TUDO BEM. Tamos aí, e aquele abraço.

    CLAUDIO LUIZ PESSUTI

    ah, voce e um "especialista"?O mercado financeiro tambem ta cheio deles.Estao sempre no PIG, explicando como a economia funciona, o que o governo deve fazer.Deveriamos acreditar neles entao ne?

    rubem

    O seu Claudio, voçe esta na "TPM" ou mal educado mesmo?, porque tanta agressividade com alguem que se coloca de forma tão cordial.

Contra

A indústria nuclear e a cultura do segredo.
Leia em http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMos

edv

Pois então…
E ainda tem também um monte de "usinas" nucleares passeando pelos oceanos.
E um monte de "capsulas" estocadas na barriga de aviões e bicos de foguetes.
Pra garantir a paz e a segurança…

Carlos

Excelente reportagem.

Azenha:

Acho importante que se faça no Brasil uma investigaçao detalhada do plano energetico. Com o crescimento dos ultimos anos e com as possibilidades do dinheiro do pre'-sal, sobe a pressao internacional de empurrar tecnologias ultrapassadas para o nosso pais. O Brasil tem um perfil unico de geraçao e demanda energetica, e precisa achar as soluçoes que mais façam sentido para o pais como um todo, sem se render a pressoes internacionais de empresas e governos que estao de olho em contratos bilionarios. O BRASIL NAO PRECISA DE ENERGIA NUCLEAR. ESSA E' UMA SOLUCAO IRRACIONAL PARA O BRASIL EM TODOS OS ASPECTOS, e o povo precisa saber dos fatos. Por exemplo, a Dinamarca hoje tem a energia primaria mais cara da Europa pois tem um portfolio onde 20% da sua energia e' eolica. Mas a Dinamarca produz 60 centavos de dolar (de riqueza nacional) para cada kWh utilizado. Os estaos unidos so' produzem 36 centavos para cada kWh de energia. O Brasil, muito mais eficiente do que os EUA energeticamente falando, produz 55 centavos para cada kWh gerado. Ou seja, apesar de ter a energia mais cara da Europa, a Dinamarca gera muito mais riqueza com essa energia cara do que os EUA, e a populacao como um todo enriquece. O custo da energia primaria numa economia nao pode ser muito baixo, pq se for, sucata a industria (o que sucateou a industria automobilistica americana foi o preço baixo da gasolina — paises europeus e asiaticos desenvolveram tecnologia automobilistica muito mais eficiente e globalmente viavel exatamente pq a gasolina e' mais cara nesses paises). Ou seja, o Brasil esta' hoje numa posicao excelente para investir em energias renovaveis (mesmo que mais caras) pq ja' tem uma fonte de energia estavel (hidroeletrica) que estabiliza a rede eletrica nacional. O governo da Dilma precisa entender que fazer a transicao para uma economia de energia limpa e' a melhor solucao para o Brasil economicamente. Estrategicamente, nao ha' duvida que tambem e' a melhor solucao ja' que usinas solares e eolicas nao apresentam risco algum de catastrofe natural, e sao desenvolvidas em vastas areas que podem ser combinadas com producao agro-pecuaria (nao ha' risco de guerra, ataque terrorista, etc.) O Brasil precisa de um plano energetico para o Brasil, e nao para companhias internacionais.

    fernandoeudonatelo

    Não acredito prudente, romper o abastecimento proveniente da fonte nuclear, enquanto a matriz não diversificar-se em alternativas da biomassa para cobrir a pesada participação das termoeletricas no medio a longo-prazo, que deixariam a complementaridade do sistema em 5 a 6 % de participação.

    Com os outros 4 a 6% mantendo-se na geração nuclear sob forma de principal para a região de proximidade geográfica, e excedente na rede, cobrindo o excedente lançado pelas tecnologias verdes, mas sendo coberto pelo principal na regionalização, por essas verdes.

    Nos últimos 2 anos já se verifica uma pequena, porém crescente, contribuição da biomassa e o recente leilão de energia de reserva da ANEEL aponta também para uma crescente contribuição da fonte eólica no futuro.

    Por isso, que acredito nesse mix de fontes de geração, aonde cada característica geo-climática, topográfica e populacinal, seria responsável por uma estratégia específica de implantação de parques específicos, ou de pontos de geração, como a fotovoltaica na economia de energia proveniente da rede, para uso doméstico.

Ronaldo

O Brasil não precisa de usina nuclear.

Teremos Jirau e Belo Monte.

E podemos construir mais usinas.

Nosso potencial hidráulico é enorme!

Podemos aproveitar mais a energia eólica.

Ainda podemos ter usia térmicas, movidas á gás natural, vapor, bagaço de cana e em último caso carvão ou diesel.

Pra quê mais energia atômica?

    Carmem Leporace

    Fiquei trankila agora.

    ratusnatus

    "Ainda podemos ter usia térmicas, movidas á gás natural, vapor, bagaço de cana e em último caso carvão ou diesel. "

    Sabia que ainda ouviria alguém dizer isso em pleno século 21.

    esta é a prova que a ignorância do Homem de fato não tem limites!

Arthur Schieck

A energia termo nuclear continua sendo estratégica para o sistema como um todo. A nossa vantagem é não depender tanto dela pois temos muitas hidrelétricas com água armazenada. Mas mesmo se construíssemos o maior parque eólico do mundo, ainda dependeríamos de fontes constantes de energia.
Energia solar por painel fotovoltaico é estúpido. O mais esperto é capta-la transformando em térmica (em vez de paineis, espelhos parabólicos que aquecem um tudo no centro)

    Carlos

    O mais esperto nao parece tao esperto assim para o Brasil. A captacao de energia solar concentrada e' extremamente dependente da radiacao solar direta (direct normal irradiance), o que faz as usinas the "solar-thermal power" apresentarem variabilidade colossal de producao dependendo da cobertura de nuvens local (a irradiacao direta vai a zero se uma nuvem passar em frente ao Sol, enquanto que a radiacao difusa permanace). O perfil de irradiacao solar do Brasil, especialmente em areas proximas a linhas de transmissao (por exemplo, no sertao baiano) e' particularmente adequada para paineis fotovoltaicos, principalmente pq o territorio brasileiro nao e' caracterizado por temperaturas extremas como o sudeste americano (onde a temperatura chega a 50C). Ou seja, a decisao de se usar conversao fotovoltaica ou usinas solares de geracao de vapor depende do tipo de irradiacao predominante (direta, difusa, ou de alta variabilidade). Nao ha' nada de estupido em se usar conversao fotovoltaica. Na realidade, as grandes usinas solar-termicas estao sendo desativadas (SEGS, por exemplo nos EUA) pq nao sao viaveis como as novas tecnologias de conversao direta. As novas plantas na California sao quase todas fotovoltaicas (a California produz hoje 2/3 da energia solar dos EUA). As unicas usinas de concentracao solar-termica estao sendo construidas no meio do deserto pq la' as temperaturas sao tao extremas durante o verao que a eficiencia das usinas de PV e' menor (o clima do Brasil, com cobertura de nuvem e temperaturas mais moderadas favorece a conversao fotovoltaica). Alem disso, captacao fotovoltaica requere manutencao minima, enquanto que usinas termosolares precisam de uma atencao constante. Por mais que eu simpatize com conversao termosolar por ser engenheiro mecanico, eu imagino que em 20 anos essas usinas serao dinossauros, e a tecnologia de captacao por "thin film" vai dominar o mercado (vide usina de 1 GW da Sharp no Japao).

    Anderson Correa

    Olá Carlos, voce me parece possuir um entendimento do assunto bastante elevado, portanto, gostaria de suas opnioes sobre as soluçoes preconizadas neste video (primeiro parte analisa as açoes danosas do sistema financeiro, mas na segunda analisa a utilizações de ontes alternativas de energia, chegam a citar a energia geotermica e das mares!)

    confira:
    http://dotsub.com/view/7281f5dc-d4b1-4315-abb7-14

    Creio apenas que os autores exageram ao colocarem somente nas maos dos engenhosos tecnicos a solução para todos nossos problemas. A sociedade precisa da filosofia e arte para alcançar sua expressão humana máxima. A associação de técnicos, filosofos e artistas seria ideal para reger o mundo, enquanto a economica seria subalterna, sendo aos poucos cada vez mais desnecessaria.

    Vejam como o mundo economico regido pelos ditames insanos da escassez e lucro observam o japão: focam as perdas financeiras e futuras do país! Não existe humanidade entre os economistas, apenas bestialidade, extremamente danosa a vida.

Colono

Ma, pórco zio !
Deu teremoto e tsunami lá.
Queriam o que? que os zapa fizessem usina anfíbia?
Tem que ver os acidente que ocoreram sem tsunami.
Depois nóis que somo buro.

ratusnatus

Rsrsrs, pra chegar a esta conclusão ela fez a média. De uma profundidade ímpar.
show, isso é cência,…a média!

Antonio

A energia nuclear é uma porcaria pois até de seus dejetos é difícl se livrar. Qual a vantagem em se usar esse tipo de produção de energia, se o homem não tem controle sobre os estragos trágicos que um reator atômico, em caso de guerra ou qualquer acidente, pode provocar, matando milhões de pessoas ao longo do tempo, contaminando o ambiente, o lençol freático, os animais, provocando câncer. Que discussão estúpida é essa? Que defesa essa cloaca pode ter? A discussão deveria ser como substituir esse lixo por outra forma de geração de energia. É muito fácil falar quando ainda não se foi atingido pela radioatividade. O homem está em um aquário chamado Terra, mas atua de modo irresponsável, achando que o planeta vai suportar eternamente todas as suas cagadas absurdas sobre o planeta.

Carlos

O ministro Edison Lobao deve estar no bolso da industria nuclear internacional. Quem conhece a industria sabe que kWh por kWh, a energia nuclear e’ inviavel se nao subsidiada por governos corruptos, e por isso a industria investe pesadamente em lobby e propinas para que projetos ultrapassados, de alto risco e nao rentaveis sejam aprovados. O Brasil claramente nao precisa de energia nuclear. Com 90% da energia eletrica de fonte estavel (hidro-eletrica), o Brasil pode investir pesadamente em fontes renovaveis variaveis como a solar e a eolica sem prejudicar a estabilidade da rede. O povo brasileiro precisa se manifestar para desativar Angra, e nao permitir a construcao de usinas nucleares em solo brasileiro. De fato, a America do Sul inteira deveria ser declarada “NUCLEAR FREE”, pq e’o unico continente do mundo que tem abundancia de sol, vento e agua em numeros compativeis com a populacao, e nao deveria estar importando tecnologias perigosas e obsoletas de paises the latitude alta. Moratoria nuclear agora. Se o ministro Lobao insistir nesse programa, ele deveria passar pelo 1 ano em Sendai para entender a devastacao causada pela usina de Fukushima. Espero que o governo da Dilma use esse dinheiro das usinas para desenvolver um programa de MEDICINA NUCLEAR no Brasil, que e’ muito mais importante do que um program de energia nuclear, custa menos e nao oferece perigo de catastrofe.

Marcelo de Matos

Uma coisa que os especialistas continuam a jurar de pé junto é que o desastre de Fukushima é bem diferente do de Tchernobil. Diferente em quê? Os dois países não usavam equipamentos obsoletos? A maneira de “apagar o fogo” não foi idêntica, ou seja, improvisada? Em Tchernobil cobriram o reator com concreto e em Fukushima estão jogando água do mar com helicóptero e caminhões tanque. Os especialistas, na verdade, tentam “apagar o fogo” em sentido metafórico: não é bom causar pânico com os desastres nucleares. Há certo corporativismo nessa área porque estão em jogo bons empregos e grandes investimentos. Aos poucos, porém, as evidências afloram. Já estão falando: “A "solução Tchernobyl" pode ser o último recurso para lidar com a usina nuclear danificada no Japão, mas enterrá-la em areia e concreto transformaria parte do país em uma ferida radiativa inacessível pelas próximas décadas”.

Fabio

Uma duvida que eu tenho , no caso de contaminação radiotiva , qualquer produto importado do Japão que esteja nesta area terá radiotividade ( por ex. carros , baterias , etc..)E como fica estes lugares pois os ventos não levam esta poeira radioativa para outras cidades que produzem alimentos ou produtos manufaturados que o mundo inteiro consome.Pois em Goiania foi enterrado varios objetos que tiveram contato com o Cesio e aquela montanha de destroços tb não ficaria contaminada?

Azenha vc tem alguma informação?

    Conceição Lemes

    Fábio, consultarei a professora Emico. Abs

Lucas

Jornalista paraibana tece críticas ácidas ao Carnaval. Nota dez para ela! http://desatualidadescronicas.blogspot.com/2011/0

ANA

Ah, vou fazer fotocópias. Posso?

ANA

Posso, citando evidentemente a fontes, ler com meus alunos esse texto?

    Conceição Lemes

    Claro, Ana. Nosso objetivo é disseminar mesmo informação. Obrigada. Abs

ANA

Excelente, didático, maravilhoso.
Pena que o capitalismo no mundo seja tão selvagem!
Japão dará lições de verdade ao mundo ou será esquecido no mês que vem?

Leonardo Ribeiro

O currículo da cidadã:
http://sistemas3.usp.br/tycho/CurriculoLattesMost

Feliz cada novo dia…

fernandoeudonatelo

Na realidade a questão das emissões de CO2 direta e indireta na geração de energia elétrica, para as usinas nucleares devem levar ao menos, segundo o CNEN e a ABEN 3 fatores de ciclo e 1 de geo-referência conjugados.

Dessa forma, concordo que o ciclo produtivo nuclear gere mais emissões que as fontes hidroelétricas, mas é apenas muito marginal a diferença, de aproximadamente 5 a 33 g/ Kwh, paralelo em 4 a 36 g/Kwh de emissão nas fontes hídricas, segundo estudos do IPCC da ONU e da ABEN.

Devido às emissões indiretas (deduzidas das diretas), visto que nenhuma delas (Nuclear, Hidroele, Eoli) emite o gás durante o processo de geração propriamente dito. As térmicas a carvão são as maiores emissoras, seguidas das térmicas a óleo combustível e a gás de ciclo combinado.

Cabe ressaltar que o IPCC, cujos trabalhos envolveram cerca de dois mil cientistas oriundos de 70 países, considera que as emissões de CO2 das usinas nucleares e das alternativas renováveis são abaixo de 40 g por kWh gerado.

    fernandoeudonatelo

    Nesse interim, questiono o fato de que a cientista afirma de quue não precisamos de reatores para geração de energia elétrica, mas foi e é exatamente pelos desdobramentos em pesquisa e desenvolvimento sobre os mesmos que, a tecnologia de levitação magnética para processamento e reação dos núcleos, permitiu avanços na pesquisa básica e aplicada na produção de isótopos para usos médicos e industriais.

    Além disso, nos últimos cinco anos cerca de 90% da eletricidade tem sido produzida pela fonte hídrica, limpa, barata e renovável.

    Os cerca de 10% de complementação térmica requerida pelo sistema elétrico vem sendo na sua quase totalidade, garantida pelas duas centrais nucleares nacionais, Angra 1 e Angra 2, e pelas termelétricas a gás (essas muito mais poluentes do que eólicas, hidroeletricas e nucleares juntas!) cujas contribuições são praticamente idênticas.

    Echos

    Que papo furado… energia hidreletrica nao e' limpa (a producao de CO2 por degradacao de biomassa de uma represa e' enorme), causa poluicao termica e tem um impacto ecologico enorme no ciclo reprodutivo da fauna fluvial. Sem contar a absorcao brutal de oxigenio causada pela massa de concreto. A producao de Angra 1 e 2, quando funcionam, nao chega a 4% da capacidade eletrica nacional… Vc esta' sendo pago pelo lobby nuclear para escrever essas besteiras e "desinformar" as pessoas?

    fernandoeudonatelo

    Não sou pago pelo lobby nuclear, ao mesmo tempo que não acuso outros de serem pagos por lobbies ambientalistas. Pra começar, os estudos são consolidados de uma série de fontes, entre elas da CNEN, ABEN e o próprio IPCC, de mudanças climáticas da ONU, em pesquisas de emissão, com diversos cientistas.

    As Hidroelétricas, emitem em média, de 4 a 36g de CO2 por kw/h de geração, por razão da emissão indireta, que é o fato de não lançar gases do processo de geração propriamente dito.

    Aliás, os impactos sobre a cobertura do bioma e correçao do cursos dos rios são mínimos para PCH's operando sob tecnologia a fio d'água, principalmente na baixa absorção de oxigênio pela mais reduzida estrutura de barragens.

    Mesmo as instaladas no alto das bacias de Furnas, como Jurumim, de regulação plurianual que necessita de grande reservatório para sua natureza de estocagem (por isso que são necessárias essas massas de concreto), não absorvem oxigênio suficiente para degradação do bioma, como os grandes centros urbanos mal-planejados.

    fernandoeudonatelo

    Outra coisa, a produção de Angra 1 e 2 integradas ao sistema eletrico, dentro de uma capacidade operacional, permitem que cheguem a matriz energética com 4% de participação como falei em outro tópico, mas com a imensa importância de evitar a maior cobertura das termoelétricas no excedente lançado na rede, o que significaria maior pressão ambiental.

    Na verdade, sua participação é quase a mesma do que as outras fontes termoelétricas independentes, a gás, carvão, diesel/combustível, que consolidadas realmente chegam a 10% de complementação. Nisso é importante ressaltar, que as usinas 1 e 2 de Angra, respondem por 50% do abastecimento de energia elétrica no Estado do Rio.

    Além é claro, na área de geração de energia, o Brasil é um dos poucos países do mundo a dominar todo o processo de fabricação de combustível para usinas nucleares. O processo de enriquecimento isotópico do urânio por ultracentrifugação, peça estratégica dentro do chamado ciclo do combustível nuclear, é totalmente de domínio brasileiro.

Igor de oliveira

Como já disseram aí embaixo, eu também concordo com o uso de energia nuclear, sobretudo porque o Brasil precisa diversificar a sua matriz energético. Por isso, não precisa só de nuclear, mas também de eólica, solar, etc. Os acidentes, de qualquer forma, são raros e podem ser prevenidos (o bicho está pegando no Japão para saber quem escondeu o quê, como, etc.) e uma catástrofe em uma hidrelétrica, como rompimento da barreira, seria desastroso. (oopinativo.blogspot.com)

Marcelo de Matos

Se formos levar em conta a economicidade, anota aí: os reatores nucleares, mundo afora, continuarão a ser produzidos para durar muito tempo. É como tênis de pobre: usa-se até aparecer a palmilha. Ou esses colégios e hotéis por aí. Tem um colégio, aqui nas Perdizes, em que eu entro em dias de eleição. O assoalho é de tábuas, do tempo do jacarandá ou da peroba rosa, que rangem conforme caminhamos. Tem lá os seus cem anos. E certos hotéis de capitais e cidades turísticas em que o carpete tem odores de mofo centenário? É, meu caro. Se o investimento é alto, o uso deve ser tão intenso e prolongado quanto possível. No blog Acerto de Contas o pessoal está dizendo que deviam fazer um plebiscito para saber se os pernambucanos querem de fato uma usina nuclear lá. Não sei se é possível fazer um plebiscito estadual, ou deveria ser feito em todo o país. Se for nacional, meu voto é contra novas usinas, tenham lá a vantagem que for. Sempre há acidentes: Tchernobil não pode ser atribuído a equipamentos obsoletos, que são usados em todo o mundo. Fukushima é uma prova disso.

    Anderson

    Suas comparações são péssimas. E fica uma curiosidade, seu tênis é de rico? Filho de banqueiro voce? Ou será voce um meio-pobre, um ser mediano, um medíocre, que não compreende outras grandezas, outras riquezas? Devido a homo-imbecilis como voce, de visoes estreitas, de pensamento manipulado, que a humanidade segue refen de um punhado de endinherados, que governa este mundo da forma mais desastrosa.

    Marcelo de Matos

    Homo imbecilis? Você está falando de sua árvore genealógica?

Professora da USP alerta: Dizer que os reatores nucleares duram, em média, 40, 60 anos é blefe « CartaCapital

[…] *Matéria publicada originalmente no Vi o mundo […]

Valdeci Elias

Foi uma boa analise economica, sobre a energia atomica. Só que, nem só de economia, vive o mundo. Que digam os iraquianos, os afegãos, os vietnamitas.

Bruno

Continuo defensor do uso da energia nuclear, inclusive no Brasil. Confesso que fiquei muito entristecido com o incidente grave ocorrido em Fukushima, mas me parece um caso específico. No Brasil não existe risco de terremotos, o risco de tsunamis é mínimo também, a probabilidade de um ataque terrorista aos reatores é também mínima…

    Valdir Pimentel

    Em Chernobyl, não houve nem terremoto, nem tsunami, nem ataque terrorista.

    Ponce de Leon

    Em New Orleans não havia Usina Nuclear… Ou seja, o passo para a chamada civilização colocou o homem moderno de frente com várias situações de risco. Em nome de uma série de coisas – a questão da necessidade crescente de criação de empregos parece ser a maior delas – ele parece querer correr esses riscos. De todas as maluqices inventadas pelo homem, a que mais mata é o carro… e pra ele, ninguém dá a menor bola.

    Marcelo de Matos

    Interessante essa sua divagação, um tanto filosófica. No livro O lobo da estepe os personagens se rebelam contra os automóveis e começam a atirar nos motoristas. O editor, no prefácio, disse que achou aquilo uma doidice e só editou porque o autor era Herman Hesse. Como a ficção imita a realidade, e vice-versa, em Porto Alegre parece que os ciclistas protestavam contra o uso do carro e foram atacados por um motorista raivoso.

    Ponce de Leon

    MM, o carro é o maior assassino da história da humanidade. Devido ao lobby fortíssimo, e porque é um dos maiores "bancadores" da mídia com suas verbas de propaganda fabulosas, não existe "motivação" para colocar foco nos verdadeiros números. Por exemplo… quando alguém diz, "no Carnaval morreram 200 pessoas nas estradas federais", é este o número que fica na cabeça das pessoas… que morreram 200 pessoas vítimas de acidentes de carro no Carnaval…

    Esquecem-se de somar àquele número os mortos em todas as rodovias estaduais e, mais importante, sequer mencionam o que acontece dentro das cidades. Também não entra na estatística midiática os feridos que falecem posteriormente, em consequência direta do acidente em que estiveram envolvidos. E, last but not least, some-se também os mortos por acidente de moto que só na cidade de São Paulo deve estar na casa dos 200 a 300 óbitos por mês fora o contingente de aleijados graves.

    Uma verdadeira matança… que parece não incomodar ninguém. Abraços.

    Rodrigo Santos

    Alô Bruno, por favorInforme-se melhor. Não só o brasil tem risco sim de ter terremotos como o Brasil tem terremotos! Vc pode acessar isso pelo boletim sismologico brasileiro disponivel na Internet (http://moho.iag.usp.br/sismologia/boletim.php). As magnitudes são em geral baixas assim como as frequencias, mas a natureza mostra claros sinais de que isso não é sempre assim. Existem fartas evidencias de atividade geologica recente no relevo brasileiro. Não é como no Japão, ou no Chile, locais entre os mais ativos do planeta mas… o contrário de ausencia de risco é a presença de risco, assim como em energia nuclear o contrario de omissão é prevenção. Ou seja, vale mais dez milhões de cataventos no ar que 50 reatores nucleares na mão.

Jocélio

Muito interessante as informações na presente matéria…..

Contra

A probabilidade de um acidente grave em um reator durante toda sua vida útil de 25 anos (em média) deve ser muito baixa, digamos… uns 0,1%.

Então, para calcularmos o risco de um acidente no universo de 502 reatores existentes no planeta (441 existentes e 61 em construção, sem considerar os projetados), basta multiplicar os valores, o que nos leva a uma probabilidade de acidente de 50,2% em um período de 25 anos, ou 100,4% em 50 anos!

Considere que a energia nuclear está sendo vista como grande alternativa para geração de energia e que o número de usinas deve aumentar muito. Só no Brasil estão planejadas 50 novas usinas! O custo para desativar uma usina é igual ao da sua construção, mas ninguém coloca isso na planilha. Agora, avalie o passivo representado pelo lixo nuclear e observe os custos financeiros, humanos e ambientais de um acidente… Sou contra!

Pense! Se não houvesse o recurso nuclear, a humanidade encontraria outras formas de gerar energia. Somos criativos.

No Brasil, precisamos construir mais hidroelétricas, com ênfase nas de pequeno e médio porte. Elas aumentam a nossa competitividade, por isso tem tanta gente contra!. O Antônio Ermírio diz isso há anos, mas a burrice e o entreguismo prevalecem…

No planeta inteiro poderiam ser montados enormes parques eólicos, localizados em terra e, principalmente, no mar. A produção em escala reduziria muito o preço desses equipamentos. É uma energia super limpa, melhor até que a hidroelétrica.

    Geraldo Viana

    Você está certo sobre os parques eólicos. A Índia, um país de renda per capita muito menor do que o Brasil, já possui 13.000 megawatts (13 gigawatts) de capacidade instalada em energia eólica. E a cada ano essa capacida eólica indiana cresce em ritmo vertiginoso.

    Na China já existem dezenas de parques eólicos "off-shore", ou seja, no mar, perto da costa, onde as águas são bem rasas. Sobre o mar a velocidade do vento é geralmente muito alta. Não existe nada que impeça o surgimento de milhares de parques eólicos off-shore no mundo, inclusive na costa brasileira.

    Marcelo de Matos

    Em termos de tecnologia devíamos seguir os passos da Índia. Mas, enquanto os indianos apresentam, no salão de Genebra, um carro elétrico que irá encantar os europeus, continuamos a fabricar carros "flex", enquanto os usineiros transformam toda a cana em açúcar para exportação. Nossos carros flex, então, só funcionam com gasolina. Em resumo: entramos em uma flex tubulation.

Gerson Carneiro

Se o mundo não fosse um mega condomínio com todos os problemas que existem no prédio aonde moro em proporção gigantesca, poderíamos ter em uma única localidade, alguns poucos reatores destinados ao uso exclusivo da medicina.

Quanto à necessidade de enérgia de alguns países, se viraria e inventaria outra coisa que não fosse tão perigosa. Canalizar a água do mar com o intuito de produzir represa para hidrelétrica é possível, por exemplo.

O Brasil com 50 reatores é loucura. É procurar sarna pra se coçar.

Fato é: por mais segura que seja a usina nuclear a possibilidade de acontecer um problema não calculado existe. E pior ainda: há possibilidade real de acontecer aquilo que fica guardadinho em segredo nas nossas memórias, na gaveta do "Deus me livre". O Big One por exemplo. Quando ocorrer, vai rachar a Califórnia ao meio, e seja o que Deus quiser com as quatro usinas nucleares alí existentes.

Marcelo Cavalcante

As usinas nucleares de fissão são inviáveis e insustentáveis.

Sabe porque? Por causa do EROEI. Sabe o que é EROEI? É um termo da indústria energética que significa "Energy Return on Energy Investment" (retorno energético sobre a energia investida).

O conceito de EROEI é muito importante, pois ao invés de avaliar o retorno financeiro sobre o investimento financeiro, o EROEI analisa o retorno energético sobre o investimento energético, o que é bem diferente.

Basicamente é o seguinte: quanta energia é gasta para CONTRUIR uma usina? E quanta energia essa usina vai gerar durante todo o seu tempo de vida?

O cálculo do EROEI leva em conta TUDO o que é necessário para construir uma usina, seja nuclear, termelétrica, solar ou hidrelétrica. Leva em conta o gasto total de energia para ter a usina pronta, inclusive o gasto de energia para produzir cada um de seus componentes.

A pergunta básica no conceito de EROEI é: durante o seu tempo de vida, se toda a energia produzida pela usina fosse utilizada para construir outras usinas iguais, quantas usinas seriam feitas?

Pois bem… o EROEI das usinas nucleares é baixíssimo. Basicamente, durante todo o seu tempo de vida, um reator nuclear produz energia suficiente apenas para construir UMA usina nuclear igual a ela, ou no máximo duas!

Isso mostra o quanto a energia de fissão nuclear é uma FRAUDE, uma coisa totalmente insustentável.

Otaciel de Oliveira

Mostre isto a um lobista da indústria nuclear.
No JB online

Chernobyl: incidência de câncer de tireoide não diminuiu com o tempo

O risco de cânceres da tireoide entre os que, ainda crianças, foram expostos ao acidente nuclear de Chernobyl não diminuiu, um quarto de século após a catástrofe, segundo estudo publicado nesta quinta-feira nos Estados Unidos.

Os Institutos nacionais de Saúde americanos examinaram 12.500 pessoas com menos de 18 anos de idade na época do acidente de Chernobyl, ocorrido no dia 26 de abril de 1986, e que viviam perto do local da tragédia na Ucrânia. O estudo foi divulgado no jornal Environmental Health Perspectives

O nível de radioatividade na glândula tireoide de cada indivíduo foi medida nos dois meses após o acidente. Em 12 anos, os pacientes foram, então, examinados quatro vezes numa investigação de câncer.

"Os cientistas não descobriram qualquer prova de diminuição do risco", diz o estudo.

Outros estudos relacionados a pessoas que sobreviveram à explosão de bombas atômicas mostram que o risco de cânceres começa a declinar apenas 30 anos após a exposição, mais ainda permanecendo mais elevado que a média durante 40 anos depois.

Por ocasião do acidente na central ucraniana, considerado o nuclear civil mais grave da história, estimava-se em cinco milhões o número de pessoas contaminadas na Bielo-Rússia, na Rússia e na Ucrânia.

O número de mortes é objeto de debates. As Nações Unidas estimam em 9.000 mortos, vítimas diretamente das consequências do acidente. As organizações ecologistas, como Greenpeace, avaliam este número em 100.000.

    Marcos Tavares

    100 mil mortos ainda é uma estimativa excessivamente conservadora, já que apenas para lacrar Chernobyl foram empregados 500 mil homens.

    E a radiação se estende por uma área de 140km, mas se suspeita que há casos de câncer na França causados pela nuvem radioativa que Chernobyl lançou aos céus.

    90% das crianças que nascem na Bielo-Rússia já têm problemas cardíacos ou deformações congênitas.

    Marcelo de Matos

    A densidade demográfica na área de Tchernobil é muitas vezes menor que a de Fukushima, que fica próxima à Coréia e China. O número de pessoas contaminadas pode ser maior, até prova em contrário.

Flavio Wittlin

Conceição,
Como sempre antenada nos fatos, com a costumeira sustança!
Penso a partir desta matéria que o Blog da Saúde também poderia debater as consequências para a saúde humana da exploração da energia nuclear.
Dizer que 869 AC parece ter havido uma catástrofe natural como esta em Sendai.
Que ela, evidentemente, não se desdobrou no grave acidente nuclear de agora, cujo potencial de levar milhares (?), dezenas de milhares (?) de pessoas ao câncer de tireóide, leucemias e linfomas é assustador.
Dizer que em agosto de 1945, em ato auto-qualificado duro mas necessário e sobretudo benevolente, os EUA impigiram o bombardeio atômico de alvos civis em Nagasaki e Hiroshima.
Ou seja, morte imediata de mais de 200 mil japoneses e produção de milhares de casos de câncer propositadamente induzidos pelo animus necandi imperialista, ávido por consolidar uma vitória sobre um povo já derrotado pela incompetência de seus hediondos dirigentes militaristas.
E, ainda e principalmente, avisar o mundo quem seria o xerife!
No Blog da Saúde, Conceição, proponho sempre correlacionar desafios energéticos – que a humanidade certamente precisar enfrentar – com o melhor a fazer em defesa do nosso estado de saúde.
Os desafios da energia e da saúde correm paralelamente, são dois rios caudalosos que nos põem à prova!

Estimado abraço
Flavio

SILOÉ

Será que vale a pena correr tanto risco para manter as usinas nucleares em funcionamento?
Até agora só os lobistas tem se manifestado e com tanta pressão; que não duvido nada de interferências nas construções das hidrelétricas.
Com a palavra o ministro de meio ambiente.

Marcelo Fraga

Essa discussão é muito parecida com a de armas de fogo, agrotóxicos, amianto e transgênicos.
Nunca levam a resultados produtivos.

Leonardo Câmara

Estava eu me preparando para dar uma aula hoje e me lembrei daqueles helicópteros jogando água do mar sobre os reatores. Depois me lembrei que os japoneses estão quase terminando a construção de uma linha elétrica auxiliar que vai chegar a Fukushima.

Foi quando me dei conta de que tudo isso aconteceu por falta de um mortorzinho a diesel para gerar energia elétrica para o bombeamento de água. Qualquer roceiro (com todo o respeito) sabe que é preciso ter um gerador para emergências. Será que esses engenheiros "geniais" não?

E afinal, aonde estão esses robôs que só faltam falar? Será que não podem colocar um desses para lançar o jato d'água ao invés de expor pais de família a uma radiação mortal?

Então, os japoneses vacilando desse jeito, podem ter seis reatores numa mesma planta, enquanto o Iran não pode ter um. É ridículo, tudo isso é ridículo!

Essa agência internacional de energia atômica fiscaliza o que, afinal?

Tudo propaganda…

Alexei

Muito interessante, Azenha.
Lembremos também que, além de tudo, o Urânio é também não renovável, como ocorre com os combustíveis fósseis.
Temos que levar a sério, sim, a energia solar, a eólica e a geotérmica. URGENTEMENTE

Sávio Ponte

é tudo uma questão de lobby, grana e poder. Governos (ou seus representantes) devem levar uma bola boa nessa, pois o custo é bem alto. Nunca ouvi falar que no custo de uma usina foi considerado o preço do descomissionamento. Fora isso, os governos subsidiam um monte para que o preço da energia fique viável. Ou seja, fica beeem mais caro se botar na ponta do lápis.
Quanto à vida útil, as usinas de Angra já estão batendo os 27 anos e não se dá o menor sinal de que um dia serão desativadas. E pensar que Angra 3 (em construção) usará parte de equipamentos que ficou estocado ainda do acordo com o governo alemão nos anos 70.. ou seja, usaremos uma tecnologia que possivelmente deve ser obsoleta.
Boa sorte pra nós..

Pedro Luiz Paredes

Será que se bombardearem os reatores eles explodem que nem bomba atômica?
Alguém sabe?

    Ricardo

    Não Pedro, ele não explode porque não existe no reator combústivel adequado para iniciar uma detonação nuclear. Em Chernobyl por exemplo o núcleo do rator explodiu mas não ocorreu uma explosão atômica.

    O problema da explosão do núcleo de um reator é que ela joga na atmosfera uma quantidade gigantesca de material radioativo. Uma vez na atmosfera para onde o vento soprar já era.

    Além disso o material residual no núcleo obviamente fica exposto emitindo níveis absurdos de radiação.

    Em Chernobyl a radiação chegou a atingir 3600 Sv por hora. Para se ter uma idéia 10Sv por hora é morte garantida.

    Marcio H Silva

    Só explode se atingir a massa crítica. Os combustiveis utilizados nas usinas tem grau de purificação diferente e está longe de atingir a MC.
    O problema que não vi falarem em nenhum post é o resfriamento do núcleo, que no caso dos nossos reatores de Angra é utilizado a água do Mar. Temos dois problemas a considerar: Vazamento de radiotividade desta água para o ambiente via água do mar e aquecimento do oceano próximo a Usina e posterior alastramento deste aquecimento.
    Os especialistas poderiam se manifestar…….

    Marcelo de Matos

    Um fator que não tem sido levado em conta quando se compara o acidente de Tchernobil com o de Fukushima é a densidade demográfica, ou populacional, dessas regiões. A densidade da Ucrânia é de 76 hab/Km2. A do Japão 337 hab/km2. Mas, a região geográfica de Tchernobil é muito menos habitada que a de Fukushima. Tchernobil tem vasta extensão da Ásia pouco habitada, enquanto Fukushima, próxima à Coréia e a China, é uma região de grande densidade demográfica.

    ratusnatus

    Outra coisa não levada em consideração é que as proteções dos núcleos estão, aparentemente, intactas e que todos os reatores foram desligados automaticamente e que a barras de contenção estão em ação interrompendo a principal reação nuclear e que todo o esforço é apenas para interromper as reações derivadas.
    Disso decorre que o combustível não vazará nem com a fusão.

    Mas óbvio, se disser isso, jornal não vende.

    Emilio Matos

    Explodir igual bomba não, porque o material usado nas bombas precisa de um nível de pureza muito maior que o necessário para as usinas. Ia acontecer um vazamento que também ia matar montes de gente por causa da radioatividade, mas explodir não.

Polengo

Continuo achando que a gente não devia mexer com isso.
Por "a gente", quero dizer todo o mundo.

Se eu não fosse ateu, diria que estamos brincando com deus.

Gustavo Pamplona

"Isso sem contar o lixo radioativo de alta atividade que é o combustível exaurido produzido ao longo da existência dele."

E que geralmente é acondicionado em latões de concreto com chumbo, geralmente enterrado (processo mais caro) ou simplesmente jogado ao mar (processo mais barato), em especial no oceano pacífico já que é aqui onde possuem as maiores fossas abissais

E não se esqueçam que podem contaminar se caso rompidos,

Marcio A.

Excelente matéria.

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