Em manifesto, entidades explicam os motivos da “descomemoração” dos 50 anos da Globo no dia 26 de abril

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MANIFESTO

50 ANOS DA TV GLOBO: VAMOS DESCOMEMORAR!

A TV Globo festejará os seus 50 anos de existência no dia 26 de abril. Serão promovidos megaeventos e lançados vários produtos comemorativos.

No mesmo período, porém, muita gente está disposta a promover a “descomemoração” do aniversário do império global, um ato de repúdio ao papel nocivo desse grupo de mídia na história do país.

Uma palavra-de-ordem que se destaca em todo o Brasil em manifestações recentes é: “O povo não é bobo. Fora Rede Globo”. E motivos não faltam para esta revolta.

A emissora é filha bastarda do golpe militar de 1964.

O então diretor do jornal “O Globo” Roberto Marinho foi um dos principais incentivadores da deposição do presidente João Goulart, dando sustentação ideológica à ação das Forças Armadas.

Um ano depois, foi fundada a sua emissora de televisão, que ganhou as graças dos ditadores.

O império foi construído com incentivos públicos, isenções fiscais e outras mutretas. Os concorrentes no setor foram alijados, apesar do falso discurso global sobre o livre mercado.

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Nascida da costela da ditadura, a TV Globo tem um DNA golpista.

Apoiou abertamente as prisões, torturas e assassinatos de inúmeros lutadores patriotas e democratas que combateram o regime autoritário.

Fez de tudo para salvar o regime dos ditadores, inclusive omitindo a jornada das Diretas Já na década de 80.

Com a democratização do país, ela atuou para eleger seus candidatos – os falsos “caçadores de marajás” e os convertidos “príncipes neoliberais”.

Na fase recente, a TV Globo militou contra toda e qualquer avanço mais progressista, atuando na desestabilização dos governos que não rezam integralmente a sua cartilha.

Nas marchas de março desse ano, ela ajudou a mobilizar o anseio golpista e garantiu a ele todos seus holofotes.

A revolta contra a Globo que ganha corpo está ligada também à postura sempre autoritária diante dos movimentos sociais brasileiros.

As lutas dos trabalhadores ou não são notícia na telinha ou são duramente criminalizadas.

A emissora nunca escondeu o seu ódio ao sindicalismo, às lutas da juventude, aos movimentos dos sem-terra e dos sem-teto.

Através da sua programação, não é nada raro ver a naturalização e o reforço ao ódio e ao preconceito.

Esse clima de controle e censura oprime jornalistas, radialistas e demais trabalhadores da empresa, que são subjugados por uma linha editorial que impede, na prática, o exercício do bom jornalismo, servidor do interesse público, em vez da submissão à ânsia de poder de grupos privados.

Além da sua linha editorial golpista e autoritária, a Rede Globo – que adora criminalizar a política e posar de paladina da ética – está envolvida em inúmeros casos suspeitos.

Até hoje, ela não mostrou o Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) do pagamento dos seus impostos, o que só reforça a suspeita da bilionária sonegação da empresa na compra dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002.

A falta de transparência do império em inúmeros negócios é total. Ela prega o chamado “Estado mínimo”, mas vive mamando nos cofres públicos, seja através dos recursos milionários da publicidade oficial ou de outros expedientes mais sinistros.

Essas e outras razões explicam o forte desejo de manifestar o repúdio à TV Globo em seu aniversário de 50 anos.

Assim, vamos realizar em torno do dia 26 de abril uma série de manifestações, em todo o país, para denunciar a emissora como golpista ontem e hoje; exigir a comprovação do pagamento de seus impostos; e reforçar a luta por uma mídia democrática no Brasil.

Sem enfrentar o poder e colocar limites à maior emissora do Brasil – e uma das cinco maiores do mundo – não será possível garantir a regulamentação dos artigos da Constituição que proíbem o monopólio para levar a cabo a democratização do país.

Por isso, vamos às ruas contra a Globo e convidamos todos os brasileiros comprometidos com a democracia, a liberdade de expressão, a cultura nacional, o jornalismo livre e a soberania popular a participar das manifestações em todo o país.

Assinam este manifesto (em ordem alfabética):

ANPG – Associação Nacional de Pós-Graduandos

Associação Franciscana de Defesa de Direitos e Formação Popular

Campanha por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político

Centro de Estudos Barão de Itararé

Consulta Popular

Contracs – Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços

CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

CUT- Central Única dos Trabalhadores

Enegrecer- Coletivo Nacional de Juventude Negra

FNDC- Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação

Fora do Eixo

FUP- Federação Única dos Petroleiros

Intersindical Central da Classe Trabalhadora

Intervozes

Juventude do PT

Levante Popular da Juventude

MAB- Movimento dos Atingidos por Barragens

Marcha Mundial das Mulheres

Movimento JUNTOS!

MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

MTST- Movimento dos Trabalhadores Sem Teto

Nação Hip Hop Brasil

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

Sindicato dos Professores (Sinpro) de Campinas

UBM- União Brasileira de Mulheres

UJS- União da Juventude Socialista

UNE- União Nacional dos Estudantes

Uneafro-Brasil

Jornal Brasil de Fato

Site Vermelho

Blog da Cidadania

Blog Maria Frô

Blog O Cafezinho

Blog Viomundo

* Para aderir ao manifesto, envie o nome da sua entidade para [email protected]

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