COADE impede Abril de empurrar figurinhas em escolas públicas

Tempo de leitura: 3 min

DENÚNCIA DO COADE RESULTA EM TERMO DE COMPROMISSO DA EDITORA ABRIL COM MINISTÉRIO PÚBLICO

do blog do Coletivo Advogados para a Democracia, em 19.01.2014, via Rodrigo Sérvulo Vieira Rios, no Facebook

Em junho de 2012, membros deste coletivo, indignados com a absurda e abusiva invasão da Editora Abril às Escolas da Rede Pública Estadual, para fazer propaganda de seus produtos às crianças e adolescentes, encaminhou representação ao Ministério Público, denunciando o caso (relembre).

Imediatamente a promotoria de Defesa dos Interesses Difusos e Coletivos da Infância e Juventude da Capital, instaurou procedimento administrativo e, após manifestação da Editora e da Secretaria de Educação do Estado, ouviu testemunhas e oficiou o CONAR (Conselho de Ética do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).

Ao receber o Ofício, o Conselho Superior do CONAR propôs representação contra ação de comunicação envolvendo distribuição, site e álbum de figurinhas da Editora Abril. Em primeira instância, o relator propôs a sustação, afirmando que, a distribuição do material deveria ser dirigida aos pais e responsáveis, e não às crianças, considerou, ainda haver apelo imperativo de consumo na frase “para colecionar”.

Inconformada a Editora recorreu e conseguiu reverter a decisão por três votos contra um, quando então o processo foi encaminhado ao Plenário do Conselho de Ética, que recomendou, por maioria dos votos (35 x 2), pela sustação da publicidade.

Finalmente, em 12 de dezembro de 2013, a Editora Abril, para livrar-se de uma Ação Civil Pública, se viu obrigada a firmar Termo de Ajustamento de Conduta – TAC (acordo firmado entre o Ministério Público e a parte interessada, de modo que esta deixe de agir em desacordo com as exigências legais) com o Ministério Público Estadual, comprometendo-se a não realizar campanha publicitária que dirija apelo imperativo de consumo diretamente às crianças e adolescentes, sob pena de multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), por campanha.

Trata-se de uma grande vitória, no entanto, acreditamos que o valor da multa deveria ter, no mínimo mais um zero.

Vale ressaltar que continuamos atentos a essa situação para que o acordo seja, efetivamente, cumprido.

Confira a notícia sobre o caso publicada no site do MP/SP:

MP firma Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Editora Abril

Empresa assumiu obrigação de não realizar campanha publicitária com apelo de consumo a crianças e adolescentes

O Ministério Público de São Paulo, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa dos Interesses Difusos e Coletivos da Infância e Juventude da Capital, firmou no dia 12 de dezembro, Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com a Editora Abril. O descumprimento ensejará pagamento de multa no valor de R$ 50 mil , por campanha publicitária realizada, cobrados a partir da data do efetivo descumprimento.

A empresa assumiu a obrigação de abster-se de realizar campanha publicitária que dirija apelo imperativo de consumo diretamente às crianças e adolescentes, ou seja, que caracterize ordem, exortação, súplica ou pedido ao referido público; prejudique o desenvolvimento positivo das relações entre pais e filhos, alunos e professores, e demais relacionamentos que envolvam o público-alvo e implique em abordagem direta à criança ou adolescente nas portas de entrada de escolas públicas ou privadas, sem autorização dos pais ou responsável.

Um procedimento administrativo instaurado a partir de representação ofertada por advogados apurou “eventual publicidade inadequada à crianças, consistente na distribuição gratuita, na porta de escolas públicas, de uma revista, de figurinhas (cromos) e de dois bonecos miniaturas da série denominada NITSU’S Batalha Interdimensional”.

Apurou-se que a distribuição das revistas e figurinhas “Nitsus’s” ocorreu durante os meses de março e abril  de 2012 na porta de 43 estabelecimentos escolares do Estado de São Paulo e Rio de Janeiro diretamente a alunos menores de 18 anos. A Editora Abril alegou que tinha permissão das diretorias das escolas, mas a Diretoria de Ensino das regiões onde houve a distribuição, em São Paulo, negou.

A Promotoria de Justiça de Defesa dos Interesses Difusos e Coletivos da Infância e Juventude da Capital expediu ofício ao Conselho de Ética do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), solicitando a análise da ação publicitária e as providências cabíveis. O órgão instaurou uma representação ética e recomendou a sustação da veiculação do anúncio, sob o entendimento de que existiu, na ação publicitária em questão, apelo imperativo ao consumo diretamente dirigido ao público infantil.

Leia também:

Jessé Souza: O rolê da ralé ameaça a fronteira de classes


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Mário SF Alves

(in)Veja é a…

Luís CPPrudente

Enquanto os tucanos estiverem governando o estado de São Paulo, a famigerada Editora Abril da famiglia Civita vai continuar colocando lixo e mais lixo nas escolas públicas.

Temos que dar um basta aos tucanos do Trensalão e da Privataria em São Paulo, só assim enfraqueceremos a famigerada Editora Abril da famiglia Civita.

Carlos N Mendes

Bela vitória. Mas lembro que a Abril ainda está enfiando suas publicações nas escolas e outros órgãos vinculados ao governo do estado de São Paulo. Não sem recí, digo, motivo.

FrancoAtirador

.
.
“Os Interesses Econômicos de uma Classe Dominante nunca andam despidos:

Se encontram enrolados na Bandeira, fortificados pela Lei, protegidos pela Polícia,

alimentados pela Mídia, ministrados nas Escolas e abençoados pela Igreja.”

Michael John Parenti
Cientista Político Estadunidense,
Historiador e Crítico Cultural
.
.
MANIPULAÇÃO MONOPOLÍSTICA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA

Por Michael Parenti, no Rebelión

(http://www.rebelion.org/noticia.php?id=75072)

Original, em inglês:
(http://www.michaelparenti.org/MonopolyMedia.html)
.
.
Leia também:

Outros artigos do mesmo autor:

(http://www.rebelion.org/mostrar.php?tipo=5&id=Michael%20Parenti&inicio=0)

Bibliografia:

(http://en.wikipedia.org/wiki/Michael_Parenti#Bibliography)
.
.

    FrancoAtirador

    .
    .
    “A mídia pode não ser sempre capaz de formar a nossa opinião,

    mas ela é notavelmente bem-sucedida em nos dizer no que pensar.“

    Michael John Parenti
    Cientista Político Estadunidense,
    Historiador e Crítico Cultural
    .
    .

FrancoAtirador

.
.
MONOPÓLIO DA (DES)INFORMAÇÃO: A ESCOLHA DA PAUTA

COMO AS INFORMAÇÕES SÃO SELECIONADAS

Por Pascual Serrano, no Livro referido no comentário das 20:13 (abaixo).

“Todos os dias, cerca de 4.000 notícias chegam às redações dos grandes meios de comunicação.

Como os executivos da mídia decidem o que vão nos informar sobre cada região do mundo?

Por que algumas vezes aparecem notícias contraditórias e outras vezes todas se repetem em monocórdio?

A escolha das notícias é o argumento mais contundente para lembrar que não existe a neutralidade nem a imparcialidade informativa.

A melhor análise a esse respeito procede do linguista estadunidense Noam Chomsky e do economista e analista de meios de comunicação Edward S. Herman, em seu livro conjunto ‘Os Guardiões da Liberdade’ (*).

Nessa obra, os autores nos apresentam o que denominam “filtros”, isto é, ‘os lugares de difícil trânsito através dos quais o dinheiro e o poder filtrarão as notícias até deixá-las prontas para sua publicação, excluirão as discrepâncias e permitirão que o governo [no caso especificado, o dos USA] e os interesses privados dominantes difundam uma mensagem adequada para o público’…

[Filtros são] mecanismos através dos quais se determina o que é notícia e o que não é, o que se supõe que nos interessa e do que falaremos enquanto tomamos café com nossos companheiros de trabalho, o que os especialistas denominam de ‘agente setting’.

Não se trata tanto de definir a nossa ideologia, mas de escolher quais são os temas que devem nos interessar, que é bem mais do que nos impor uma ideologia, uma vez que tal atitude supõe substituir a realidade, ainda mais num mundo em que as relações sociais têm diminuído muito em favor de nosso papel como consumidores de mídia.

(*) Chomsky, Noam, e Hernan, Edward S.,
Os Guardiões da Liberdade,
Barcelona, Crítica, 1990.
Título original em inglês:
‘Manufacturing Consent: The Political Economy of the Mass Media’ (1988).

(http://forum.antinovaordemmundial.com/attachment.php?aid=64)
.
.

FrancoAtirador

.
.
OS FILTROS (2)

COMO AS INFORMAÇÕES SÃO SELECIONADAS

Por Pascual Serrano, no Livro referido no comentário das 20:13 (abaixo).

Filtro II:
A Publicidade como Fonte Principal de Receitas

Como disse Chomsky, “com a publicidade, o mercado livre não oferece um sistema neutro no qual o comprador decide finalmente.
As escolhas dos anunciantes são as que influem na prosperidade e na sobrevivência dos meios”.

O que pagamos atualmente por um jornal é 50% do seu custo – exceto quando se ganha um livro ou uma peça de cozinha de brinde. Os anunciantes pagam o resto.

O jornal que não tem a aprovação dos anunciantes deveria custar o dobro, supondo-se que seja comprado pelo mesmo número de pessoas.
Se compram menos – o que seria lógico se custa o dobro – o preço por exemplar aumenta muito mais.

Essa tese sobre o fator deformador da publicidade tenta se neutralizar argumentando que os anunciantes não condicionam o conteúdo;
se o meio tem muita audiência, os anunciantes irão sim contemplar que tipo de informações são oferecidas.

Vejamos o engano dessa teoria.

Para começar, para a publicidade, nem todos os cidadãos são iguais:
o que tem mais poder de consumo é mais valioso que aquele que não tem.

O sistema publicitário atual, em temos de democracia eleitoral, seria como conviver com um sistema de voto ponderado.

A publicidade também desencadeia uma diminuição do nível cultural dos conteúdos, faz que se convoquem audiências, inclusive apelando aos elementos mais miseráveis da natureza humana.

Se prestarmos atenção, comprovaremos que o que os meios vendem não é bom conteúdo informativo.
Eles vendem audiência, isto é, nos vendem às agências de publicidade.

Uma cadeia de televisão oferece anúncios de 20 segundos mais caros que outra, porque a primeira tem como principal valor três milhões de espectadores contra um milhão da outra.

Acreditamos que nos oferecem conteúdo, mas, na verdade, oferecem espectadores às empresas anunciantes; o objeto somos nós.

Por isso, uma revista semanal dá de brinde um chinelo de verão que vale mais que a revista, porque assim consegue altas cifras de tiragem com as que se oferece – nos oferece – aos anunciantes: “ponha a sua publicidade aqui que tenho meio milhão de pessoas para dar esse folheto de revista”.

Mas, além disso, é falsa a afirmativa de que os anunciantes não têm ideologia.

(http://forum.antinovaordemmundial.com/attachment.php?aid=64)
.
.

    FrancoAtirador

    .
    .
    OS FILTROS (1)

    COMO AS INFORMAÇÕES SÃO SELECIONADAS

    Por Pascual Serrano, no Livro referido no comentário das 20:13 (abaixo).

    “Todos os dias, cerca de 4.000 notícias chegam às redações dos grandes meios de comunicação.

    Como os executivos da mídia decidem o que vão nos informar sobre cada região do mundo?

    Por que algumas vezes aparecem notícias contraditórias e outras vezes todas se repetem em monocórdio?

    A escolha das notícias é o argumento mais contundente para lembrar que não existe a neutralidade nem a imparcialidade informativa.

    A melhor análise a esse respeito procede do linguista estadunidense Noam Chomsky e do economista e analista de meios de comunicação Edward S. Herman, em seu livro conjunto ‘Os Guardiões da Liberdade’ (*).
    Nessa obra, os autores nos apresentam o que denominam “filtros”, isto é, ‘os lugares de difícil trânsito através dos quais o dinheiro e o poder filtrarão as notícias até deixá-las prontas para sua publicação, excluirão as discrepâncias e permitirão que o governo [no caso especificado, o dos USA] e os interesses privados dominantes difundam uma mensagem adequada para o público’…
    [Filtros são] mecanismos através dos quais se determina o que é notícia e o que não é, o que se supõe que nos interessa e do que falaremos enquanto tomamos café com nossos companheiros de trabalho, o que os especialistas denominam de ‘agente setting’.
    Não se trata tanto de definir a nossa ideologia, mas de escolher quais são os temas que devem nos interessar, que é bem mais do que nos impor uma ideologia, uma vez que tal atitude supõe substituir a realidade, ainda mais num mundo em que as relações sociais têm diminuído muito em favor de nosso papel como consumidores de mídia.

    Filtro I:
    Magnitude, Propriedade e Orientação dos Benefícios dos Meios de Comunicação

    Esse desenvolvimento industrial conseguiu o que nenhum governo [capitalista] pôde, que foi expulsar do panorama todos os projetos informativos que não tivessem um grande investimento por trás.
    Os trabalhadores e os humildes perderam seu direito de coadministrar um meio de comunicação em favor das grandes fortunas.

    Trata-se de um fenômeno que a globalização disparou.

    Basta observar o panorama atual para apreciar que por trás dos meios de comunicação existem poderosos grupos empresariais, como veremos mais adiante.
    Ainda que em âmbito local isso não pareça tão evidente no que se refere às informações internacionais, os meios locais se limitam a repetir os conteúdos das grandes agências.

    Atualmente, 80% das notícias que circulam pelo mundo têm origem em quatro agências informativas internacionais: Associated Press, United Press International, Reuters e Agence France Press. [Se somarmos a estas agências internacionais privadas a EFE S/A, estatal de economia mista espanhola, e a BBC, pública britânica, o percentual se aproxima dos 100%].
    São essas agências que estabelecem a ordem do dia e proporcionam a maioria das notícias internacionais.

    Até pouco tempo, a principal ameaça à pluralidade informativa era a concentração de mídias em poucas empresas de comunicação.
    Isso era favorecido pelo fato de que se conseguia rentabilizar melhor o trabalho, uma vez que o mesmo produto informativo servia para nutrir o jornal, a rádio e a televisão do grupo de mídia.

    Mas isso já foi superado na era da globalização.

    Os proprietários dos meios de comunicação deixaram de ser grupos de comunicação puros, e passaram a ser simplesmente grupos econômicos colossais que não têm por que ter como principal atividade a comunicação. também ficou para trás a acusação progressista de que tinham transformado a informação em um negócio.

    Visto que foram eliminados nos países desenvolvidos grande parte dos mecanismos de domínio pela violência, agora o valor da conformação da opinião pública é tão alto que bem merece destinar dinheiro a fundo perdido.
    Por isso, muitos meios se transformaram em meros departamentos de imagem dos centros empresariais.
    Assim, temos na nossa imprensa, rádio e televisão, acionistas que são bancos, financeiras, seguradoras, empresas de telecomunicações e ainda de armamento…

    Nos conselhos de administração dessas empresas de comunicação, sentam-se banqueiros e executivos empresariais que não têm qualquer relação com a informação.

    A engenharia financeira é tal que nem ao menos se pode saber se há lucros.

    Se o desejo é melhorar a conta de resultados do periódico da vez, basta injetar-lhe publicidade da empresa acionista (Telefônica, Endesa etc.).

    E se querem aumentar a tiragem para ampliar sua capacidade de influência, basta dar de presente uma toalha de mesa com cada exemplar.

    Membros de um sindicato de jornalistas me confessaram que, durante uma negociação salarial com uma grande empresa de comunicação, propuseram vincular o aumento da tirada do periódico a incentivos trabalhistas.

    A direção respondeu que não era essa a sua política: se quisessem aumentar a tiragem, bastava dar de presente um DVD ou utensílios.

    Para mostrar de que forma os interesses empresariais e comerciais dos meios de comunicação influem na sua forma de apresentar a notícia, nada melhor que expor manchetes para informar os resultados [de tiragem e vendas].

    [Vide: (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2012/03/tiragem-turbinada-de-veja.html)].

    (*) Chomsky, Noam, e Hernan, Edward S.,
    Os Guardiões da Liberdade,
    Barcelona, Crítica, 1990.
    Título original em inglês:
    ‘Manufacturing Consent: The Political Economy of the Mass Media’ (1988).

    (http://forum.antinovaordemmundial.com/attachment.php?aid=64)
    .
    .

    FrancoAtirador






Marat

Não importa o valor da multa, um certo partido dará um jeito de pagar tudo com assinaturas, com a anuência da justiça burguesa!

Jose C. Filho

Figurinhas de dragões, assim como a revista veja e jornais como folha e estadão, comercializadas nas escolas, não passa de um ardiloso método mercantil (faturar) para deseducar os inocentes alunos. Políticos que investem dinheiro público nestas porcarias deveriam ser processados por “improbidade administrativa”.

Eduardo

Agora precisa descobri porque o governo de sp empurra a assinatura da Veja, da Folha e do Estadão às escolas públicas. É uma vergonha, como deveria dizer, mas não diz, o Boris Casoy.

FrancoAtirador

.
.
Livro

DESINFORMAÇÃO: COMO OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO OCULTAM O MUNDO

Por Pascual Serrano

Título Original: Desinformación: Cómo los Medios Ocultan el Mundo
Apresentação: Vito Giannotti
Prefácio: Ignacio Ramonet
Tradução: Luisa Prieto Lamas
Editora: Espalhafato
Ano: 2010
(SENGE-RJ em debate)

(http://forum.antinovaordemmundial.com/attachment.php?aid=64)
(http://pt.scribd.com/doc/196604769/Pascual-Serrano-Desinformacao-como-os-meio-de-comunicacao-ocultam-o-mundo-Livro)




Francisco

Figurinha de dragão…

Teve ter um valor pedagógico (em algum planeta), mas realmente…

É uma palhaçada!

Urbano

Figurinhas, figurinhas mesmo são os titulares da venda e da compra.

Luís Carlos

E depois eles dizem que são comunistas que comem criancinhas…

    Paulo ETV

    quem come criancinha é outra coisa ,meio parecida com eles…..

Deixe seu comentário

Leia também