PHA: Cachoeira filmou corrupção nos Correios para vingar Demóstenes

Tempo de leitura: 9 min

por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada

As imagens em que um diretor dos Correios, Mauricio Marinho, guarda uma propina de R$ 3 mil – divulgadas na Veja e reproduzidas no jornal nacional – foram o início da crise política que resultou na queda do Chefe da Casa Civil do Governo Lula, José Dirceu.

O então presidente do PTB, Roberto Jefferson, que controlava os Correios, considerou que o Governo não o protegeu e ao partido de forma adequada, e deu uma entrevista à Folha em que, pela primeira vez, usou a palavra “mensalão”, associada a Dirceu.

Quem mandou fazer a fita foi Carlinhos Cachoeira, para vingar Demóstenes Torres.

Quem faz essa acusação é Ernani de Paula, ex-prefeito de Anápolis, que foi derrubado da Prefeitura numa operação de grampos desaparecidos, como os que parecem ter a marca de Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres.

Cachoeira foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

Ernani de Paula foi casado com uma suplente de Demóstenes.

Ela assumiria o lugar dele no Senado, se Demostenes saísse do PFL, entrasse no PMDB, e assumisse, como combinado, o  cargo de Secretário Nacional de Justiça, uma espécie de vice-Ministro da Justiça.

Demóstenes não foi nomeado e acredita que Dirceu foi quem vetou o nome dele.

Este ansioso blogueiro entrevistou Ernani de Paula esta semana.

Ele fala deste vídeo e do outro, que deu início ao enfraquecimento de Dirceu: aquele em que Valdomiro Diniz, então funcionário da Loteria do Rio, pede dinheiro a Cachoeira.

O vídeo foi exibido dois anos depois, quando Diniz trabahava com Dirceu.

Ernani de Paula fala também de seu amigo de infância em Mogi das Cruzes, São Paulo, Valdemar da Costa Neto.

Valdemar era do PR, partido de José Alencar, candidato a vice de Lula.

Atingir Valdemar passou a ser um dos objetivos – segundo Ernani –, porque era uma forma de atingir Alencar, Lula e Dirceu, que particiou de reuniões com Valdemar, durante a campanha.

Eis os trechos principais dessa conversa do ansioso blogueiro com Ernani:

Como foi feita a fita em que um funcionário dos Correios recebe uma propina de 5 mil reais de alguém que se passava por um empresário do Paraná e estava interessado em uma concorrência dentro dos Correios?

Essa fita foi produzida pela equipe do Carlos Cachoeira. Que fez essa fita para poder criar uma confusão e ser publicada, como foi. Porque a fita do Waldomiro já tinha sido entregue ( à Veja ) através de um senador do Mato Grosso e detonou um processo de corrupção dentro do palácio com essa fita do Waldomiro. Então esse processo todo foi criado. E não foi o mensalão aquela ideia de que a gente tem do mensalão de que todos os deputados receberam todos os meses. Tanto é que isso não aconteceu. Tivemos um ou outro, enfim… Mas pegaram ícones para que pudessem pegar o governo logo em seu início e enfraquecê-lo.

Então a sua tese é de que a fita do Waldomiro, feita pelo Carlinhos Cachoeira, é do mesmo objetivo, tem a mesma função da fita dos Correios?

Com certeza. Com certeza. Até porque eu sofri isso quando fui prefeito da cidade de Anápolis. Eles usaram não com câmera. Mas usaram com fitas cassete.

De áudio?

De áudio, e depois desmentindo. Quem fez isso? Para ir na CPI para inventar o factóide. Depois de feito o processo.

A versão que existe é de que a fita dos Correios teria sido feita por um empresário, um suposto empresário do Paraná, que queria participar de uma concorrência. Quem fez na verdade a fita dos Correios na sua opinião?

Na minha opinião foi feito por essa equipe do Carlos Cachoeira.

Quem?

O nome não me recordo. … São pessoas que saíram do serviço secreto de Brasília, de espionagem, dessa coisa toda, e estão aposentados, sem ter o que fazer, ficam espionando a vida de todo mundo.

E essa pessoa, essa pessoa é ligada ao Carlinhos Cachoeira?

Sim. Sim. Ligada ao Carlinhos Cachoeira.

É funcionário do Carlinhos Cachoeira?

Não, funcionário eu não posso dizer de carteira assinada. Mas deve ter sido feito um trabalho, um trabalho encomendado por ele. Para quem interessasse. Para poder alimentar uma crise que ela não existia. O tal chamado mensalão, que não existe o mensalão.

Essa reportagem descrevendo esse esquema de corrupção e essa propina dos Correios foi publicada na revista Veja por um jornalista chamado Policarpo. O senhor sabe se o Policarpo tem ligações ou tinha ligações com o Carlinhos Cachoeira?

Eu o encontrei uma vez dentro de sua empresa em Anápolis chamada …. (Vitapan), uma indústria farmacêutica ali no distrito agroindustrial.

O senhor encontrou o Policarpo em uma empresa do…

Do Carlinhos Cachoeira, sim. E o Carlinhos Cacheira disse que ele tinha vindo para conversar com ele. Eu me retirei. Fui embora. Eu perguntei quem era. Ele falou quem era.

O Carlinhos Cachoeira tem que ligação com o senador Demóstenes Torres?

Eles são bastante amigos e hoje, me parece, sócios, né. Porque tudo o que a imprensa tem dito. As fitas gravadas, os recursos. Enfim. Parece que aí há uma sociedade deles.

Qual é a sua preocupação em revelar esses fatos. Qual é o interesse que o senhor pode ter em revelar esses fatos?

Olha, eu conheço e fui prefeito de Anápolis. Uma bela cidade. Tive o prazer de governar lá por trinta meses. Mas eu sofri na pele o que está acontecendo, o que aconteceu no mensalão. Eu nunca pude falar. Eu tive lá problemas de gravações. Depois quem gravou foi e disse em uma CPI que eu teria pego recursos dele. Desmentiu. Eu tenho documento disso, em cartório. E eu sofri na pele. Quem é que fez, lá, esse trabalho? Para mim, são três pessoas fundamentais no processo. Tem aquele que faz o trabalho em campo, no varejo, aquela… O trabalho mais sujo. Subterrâneo. O espião, o esconderijo e tal.

Esse quem é no caso?

Carlinhos Cachoeira. Depois você tem uma equipe que é política. Depois você tem aquela que vai explodir. Um setor da imprensa é importante. E no meu caso específico eu tive um governador de Estado, Marconi Perillo. Que, junto com o Demóstenes, já combinado, por interesses políticos no futuro, não queria que eu fosse candidato a governador, fez uma intervenção no município, aonde o vice-governador sentou na cadeira de prefeito, e eu tive o meu mandato cassado.

O seu mandato foi cassado em Anápolis?

Foi cassado pela Câmara dos Vereadores, mas foi cassado pelo Marconi Perilo primeiro. Só em Goiás acontece uma coisa dessas. Fazer uma intervenção na maior cidade do Estado e ninguém falar nada.

A sua mulher é suplente do senador Demóstenes?

Ela foi suplente por oito anos, mas eu quero deixar claro que ela nunca assumiu nenhum dia do mandato, coisa que a cidade lamentou muito, porque queria ver a sua representante no Senado Federal. Eu acho até que não queriam dar regalias, intimidades, e assumiram, porque não podia, né. Falavam na época. Porque não fica bem um senador passar para um suplente a sua vaga. Fica parecendo que teve negociata, teve isso, teve aquilo. Ela nunca assumiu, porque nunca teve esse tipo de contato conosco, mas agora me parece que era justamente para não ficar sabendo o que acontecia e aconteceu lá.

Existe a versão de que o senador Demóstenes era candidato a um cargo muito importante, o cargo de Secretário Nacional de Justiça, no Ministério da Justiça, no governo Lula, e que esse cargo daria a ele a oportunidade por exemplo para lutar pela legalização do jogo no Brasil…

Exatamente. Como lutou. Teve um trabalho no Congresso nesse sentido.

E ele não foi aceito para ocupar essa função?

Não. Essa negociação política, eu fiquei sabendo de bastidores, até por um deputado federal lá do meu Estado Ele (Demóstenes) estava cotado, e estava muito chateado porque teria de sair do partido (PFL) , se tornando aí uma pessoa importante, um novo líder, talvez. … E depois isso esfriou e não andou e aquela coisa toda… Então veio ali do Palácio, da Casa Civil, algum tipo de veto, alguma coisa que incomodou ou deixou esse pessoal incomodado. Porque era um cargo importante, né.

Nessa interpretação, o senador Demóstenes estaria, nesse episódio dos Correios, se vingando do veto do Zé Dirceu?

Claro, claro. Você vê, eles estavam juntos desde o início, nós estamos sabendo pela imprensa, pelas escutas da Polícia Federal. Não tenha dúvida de que nós tivemos aquele varejo, nós tivemos a parte política que deu o start, no Congresso, no Senado, nós tivemos a mídia, e depois tivemos outras pessoas que foram acionadas de acordo com a necessidade para dar andamento e crescimento nesse tal do mensalão, nessa CPI.

O senhor foi procurado de alguma maneira, conhecendo Anápolis, conhecendo Valdemar da Costa Neto, foi procurado para dar informação ou prejudicar o Valdemar da Costa Neto que se tornou um dos réus do mensalão?

Foi a ex-mulher dele Maria Cristina Mendes Caldeira me procurou através de uma pessoa, um amigo em comum.

O senhor pode dizer quem é esse amigo em comum?

Posso, é um jornalista, chamado Hugo Stuart. Eu o encontrei um dia na Câmara, ele falou: olha, eu estou fazendo determinada matéria, que era enfim sobre esse assunto…

Ele de que órgão de imprensa era?

Era da revista Isto É. Ele falou olha, tem uma pessoa, que é a Maria Cristina, que talvez te ligue. Vá te conhecer. Aquelas coisas. Ela ligou mesmo, me procurou na Fazenda, passou lá dois dias, mas realmente querendo que eu fosse depor contra o Valdemar nesse processo ou num processo de divórcio que ela estava movendo contra ele. Enfim, queria que eu falasse mal do Valdemar para poder alimentar esse processo. Tornei a encontrá-la aqui no escritório de uma pessoa chamada Bolonha Funaro…

Que é considerado um doleiro e que depos numa CPI, na qualidade de doleiro, e se beneficiou de um regime de delação premiada.

Exatamente, exatamente.

E qual era o papel do doleiro?

Pois é, eu também fui procurado por ele … Eu falei que estava indo para a Universidade do meu pai, para capitalizar recursos, e ele tem lá uma financeira. E ele disse que poderia viabilizar isso em algum banco. Então ele foi a Goiânia conversar comigo. Mas eu vi que a intenção dele de verdade era que eu falasse também mal do próprio Valdemar, em qualquer tipo de processo, em qualquer tipo de depoimento.  Logo após essa conversa em Goiânia ele marcou um almoço aqui no Rodeio, em São Paulo, e ele… Toca o telefone, eu vou atender, é um repórter da revista Veja. E logo em seguida, almoçamos e tal… E à noite marcamos um jantar … Mas o mais estranho desse episódio…

Mas só para não interromper. Nós temos aí o doleiro participando da mesma operação para obter depoimentos seus contra o Valdemar Costa Neto.

Para poder cada vez mais configurar que havia o mensalão. O que eu achei mais estranho, depois fechando os fatos, ao longo do tempo, é que a minha mulher, a minha ex-mulher, recebeu um telefonema do senador Demóstenes Torres dizendo que um repórter da Revista Veja teria ido ao gabinete dele para me procurar, para fazer uma matéria. E que ele precisava do meu telefone para passar para o repórter. Muito bem… Ela passou o telefone. A coincidência está no horário do telefonema. Bem na hora em que eu estou à mesa na Rodeio sentado com o Bolonha Funaro toca o telefone do repórter da Veja. Marcamos um jantar à noite. Foram dois repórteres e um diretor que estava sentado a uma mesa que (cujo nome) eu não me recordo, não fui apresentado.

O senhor teme que essa denúncia possa lhe provocar algum tipo de problema pessoal?

Em que sentido? De morte, política?

Qualquer uma.

Olha, hoje eu não faço parte de nenhum partido político. Eu tenho uma história, eu tenho uma vida, esse processo feito por mim lá em Anápolis, eu sei que nem todo mundo acerta aquilo que gostaria. Mas também nem todo mundo erra para fazerem aquilo que fizeram. Eu acho que foi uma grande injustiça. A população da minha cidade, o meu estado merecia, os meus amigos, a minha família, mereciam ter esse esclarecimento. Você não tenha dúvida que isso foi armado. Que isso nunca existou em termos de mensalão. Foi para desestabilizar, foi uma represália. Só que ela pegou num volume, de tal forma, que aí as coisas se complicaram.

O senhor não tem dúvida da relação entre Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres?

Nenhuma. Muito pelo contrário. Eu estive lá com ele junto. Aliás aquele rádio de que tanto falam…

O Nextel?

Eu tive um na campanha dele em 2006.

Quem lhe deu?

Carlinhos Cacheira. Tive, ele me deu um, era uma cortesia durante a campanha

O senhor chegou a pedir ao empresário Carlinhos Cachoeira, dono de uma empresa de Genéricos, recursos para a sua campanha?

Não. Não. Não o conhecia. Eu conheci o Carlinhos Cachoeira pessoalmente depois de eleito prefeito.

E o senhor não tem dúvidas da relação entre eles e a revista Veja?

Eu acho que não tem mais dúvida. Eu acho que quem duvidar de alguma coisa… Eu não sei se é maliciosamente ou não. Se é comercialmente ou não. Porque o repórter a função dele é buscar as notícias na hora em que ela é produzida. E as fontes às vezes são aquelas não tão republicanas, vamos chamar assim.

E para reforçar. Aquele vídeo famoso, que deu origem ao mensalão, deu origem à denúncia do Roberto Jefferson, contra o José Dirceu, o senhor Marinho recebendo 5 mil reais de propina, aquele vídeo é obra do Cachoeira?

Sim, claro.

Dito por ele?

Ele me contou.

( Ernani de Paula contou também que Carlinhos Cachoeira não só disse que tinha mandado fazer o vídeo dos Correios, como mostrou a ele a camêra que tinha sido usada, uma camera escondida na lapela do paletó. )

Ernani de Paula entregou este documento para provar que que foi derrubado da Prefeitura de Anápolis por gravações depois destruidas. O que, segundo ele, é uma tecnologia tipica de Carlinhos Cachoeira

Policarpo da Veja esteve na Vitapan do Cachoeir


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Comentários

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maria

O bom disto tudo…. afinal, otimismo tambem faz bem… eh que ninguem mais pode alegar inocencia e desconhecimento dos mecanismos escabrosos que operam na politica brasileira e na sua relacao com a grande imprensa. O que nao quer dizer que todos os politicos sejam da mesma laia. Alguns conseguem ser decentes.

    Julio Silveira

    Concordo. Espero que os bons passem a rejeitar os ruins, e não se permitir serem cooptados por estes.

@felipecardoso75

Se isso é mesmo verdade, de que o Dirceu não participou diretamente do mensalão, e que o mensalão não existiu, ao menos não como se vendeu, então é de interesse de quem o criou que os crimes prescrevam, pois assim parecerá que o problema é da justiça morosa, e os nomes continuarão manchados.

Zé Carlos

Pois é, mas algumas coisas ainda não fazem sentido "do lado de cá".
Como é que uma armação dessas acuou o governo daquela maneira?
Como é que a VEJA – e CIA- conseguiram tanto sucesso em emparedar o governo Dilma?

Que a VEJA e CIA aprontam já se sabe. Mas e a parte que toca ao governo?

Nessa história "não tem santo". Cada vez mais difícil tomar partido, defender alguém (governo).

Não há estratégia , pragmatismo ou sei lá o que valha que explique esse governo servil, sempre acuado.

Fica mal, fica mal.

Até Paulo Henrique Amorim resolveu – saindo um pouco do seu padrão- perguntar : Que governo é esse?

O problema é que dependendo da resposta a essa pergunta o resultado na prática é que tudo vai continuar como sempre foi. Né?

José Maia

Apenas com o que já temos revelado, se Gilmar Mendes tivesse o mínimo de decência e não fosse parte desta farsa, viria a público pedir desculpas ao Lula e reconhecer nele um grande estadista pela condução que teve na crise simulada por essa quadrilha, possibilitando que a democracia se impor, colocando os interesses do Brasil acima de qualquer vaidade pessoal. Mas Gilmar Mendes não tem essa capacidade de justiça e possívelmente, está no rolo.

Marcelo de Matos

Depois de ler tudo isso eu diria que precisam prender Carlinhos Cachoeira. Mas isso é pouco: tem muita gente que precisaria ir presa junto. Gente do PIG, claro.

Marcelo de Matos

"Ernani de Paula foi casada com uma suplente de Demóstenes". Azenha, corrija para: Ernani de Paula foi casado com uma suplente de Demóstenes". Isto é: a ex-esposa de Ernani de Paula era suplente de Demóstenes Torres. Por essa razão o empresário-denunciante deve ser ouvido "com um pé atrás". Ele era parte interessada na nomeação de Demóstenes para a Secretaria Nacional de Segurança. Dessa forma, sua ex-esposa e aliada política assumiria uma vaga no Senado. Segundo as más línguas, foi Dirceu quem vetou a nomeação de Demóstenes, gerando a fúria do que já considero um ex-senador.

    Conceição Lemes

    Obrigada, Marcelo. abs

Julio Silveira

Meu mundo está virando, será que estou entendendo bem? Parece que existe um complo invertido para resgatar um certo cidadão, baseado em que todo o crime flagrado, àquela altura, foi flagrado de forma articulada por criminosos. Como se tudo não tivesser existido, como se os flagras não fossem autenticos, como se tivessem sido produzidos artificialmente, digitalmente, como um efeito especial. Será que só eu tenho a sensação de que não existem inocentes nessa história. Eu, como cidadão, pouco me importo de que forma veio a publico o ato criminoso, ele tendo existido. Se foi exposto por motivo torpe para mim pouco importa, importa ter havido o crime, importa que todos paguem pelos crimes que cometeram, e tanto uns como os outros. Agiram e talvez ainda ajam como os criminosos traficantes, que disputam as bocas, massacrando seus adversários. Todos eles merecem as barras da Lei. Minhas aspirações no Brasil são para que não haja impunidade para ninguem, independente do lado ideologico que atuem. Não gostaria de ver as mesmas praticas adotadas pelo PIG sendo utilizadas por pessoas da área que empenhei minha fé. Não gostaria de jogar todos na mesma vala.

    Bonifa

    Você está entendendo muito bem, sim. Existe de fato um complô para resgatar um certo cidadão injustiçado. É um complô comandado por um cavaleiro chamado Destino, cavalgando um corcel chamado Verdade.

    Julio Silveira

    Que dizer que a filmagem em que o Valdomiro apareceu, que o cara do Correio pegava grana foi tudo uma ilusão de otica? Foi um teatrinho em que todos treinaram suas falas. Amigo, se voce acompanha meus comentários já deve ter percebido que não faço parte de partidos, não admito estruturas que aligem meu cerebro em prol de um cerebro mais poderoso. A pouco, num outro blog, combati verbalmente um reacionario da dita "direita" , como você ele acredita que o crime dos outros é injustificavel, mas os do grupo que ele defende, inclusive a ditadura teve toda a justificativa para ocorrer. Diferente de voces, que em campos opostos são tão parecidos, eu acredito que qualquer país que conceda privilegios baseado no grupo dominante no poder está fadado a ser um eterno caos, haverá a troca das injustiças quando houver revezamento, como já vivenciamos aqui. E nesse caso, como sempre disse o presidente Lula, as investigações irão provar inocencias ou não. Eu só espero que já não esteja sendo trabalhado, através dos alidados na imprensa, uma lavagem cerebral a esquerda, para preparar para um golpe contra a verdade, por ela ser grave e ter vindo contra um aliado. Produção exatamente como aquelas que fazem os que estou acostumado a condenar, inclusive aqui. Desculpe se não te agrada meu comentário, meu caro, mas já sou adulto e não consigo ser hipócrita.

FrancoAtirador

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Quem armou para arrancar Zé Dirceu do governo Lula?

Por Renato Rovai, no Blog do Rovai, na Revista Fórum

Hoje depois de ler algumas matérias relacionando o caso Demóstenes e Cachoeira ao episódio do mensalão, recordei-me de uma reportagem publicada no Jornal Nacional em março de 2004, mais precisamente no dia 30 de março.
Ela trazia o conteúdo de um grampo que envolvia Carlinhos Cachoeira e o subprocurador da República, José Roberto Santoro. Aliás, o mesmo subprocurador do famoso Caso Lunus, que atropelou a candidatura de Roseana Sarney.
Não estou aqui a fazer insinuações nem ilações. Mas nesse grampo da época Santoro diz textualmente como o leitor poderá ver mais abaixo, que:

“Ele (Cláudio Fontelles, procurador à época) vai chegar aqui e vai dizer o sacana do Santoro resolveu acabar com o governo do PT, e pra isso arrumou um jornalista (Mino Pedrosa, da Veja), juntaram-se com um bicheiro, e resolveram na calada da noite tomar depoimento. Não foi nem durante o dia, foi às 3h da manhã. (…) Ele vai vir aqui, e vai ver, tomando um depoimento pra, desculpe a expressão, pra ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República, o homem mais poderoso do governo, ou seja, pra derrubar o governo Lula.”

Foi a partir desse episódio de Waldomiro Diniz que José Dirceu começou a cair.

Mais à frente, outro grampo, neste caso de Maurício Marinho, diretor dos Correios, publicado pela Revista Veja, detonou o escândalo do Mensalão. Roberto Jefferson, então presidente do partido de Marinho, o PTB, resolveu sair atirando e afirmando que o esquema tinha relação com uma mesada para deputados federais.
E escolheu José Dirceu como alvo.

A revelação de que Demóstenes era quase como um “sócio” de Cachoeira e de que o caso está na gaveta do procurador Roberto Gurgel desde 2009 são elementos suficientes para que essa história do mensalão comece a ser relida a partir de outros ângulos. Um deles: “Quem armou para arrancar Zé Dirceu do governo Lula?”

Segue a degravação do JN do dia 20 de março, que revela depoimento de Cachoeira ao subprocurador da República José Roberto Santoro, antes de o caso se tornar um escândalo.

APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : Surge uma nova fita do caso Waldomiro Diniz. Ela registra um depoimento extra-oficial que o dono de casas de jogos, Carlos Cachoeira, prestou ao subprocurador da República, José Roberto Santoro, antes de o escândalo vir a público pela revista Época.
APRESENTADOR WILLIAM BONNER : O objetivo do subprocurador era obter oficialmente, de Cachoeira, a fita em que Waldomiro pede dinheiro a ele. O depoimento teria durado quatro horas, mas somente 28 minutos foram gravados.
APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : O Jornal Nacional obteve a fita, sábado passado, de um intermediário que se disse a mando de Carlos Cachoeira. Ao investigarmos o intermediário, constatamos que ele, de fato, tinha relações próximas com Cachoeira. A fita foi levada à perícia, que atestou que ela não apresentava montagem.
APRESENTADOR WILLIAM BONNER : Ontem, a Procuradoria da República, ao oferecer denúncia no caso do contrato da G-Tech com a Caixa, pediu o perdão judicial para Carlos Cachoeira, com a alegação de que ele estaria colaborando com a Justiça. Hoje, quando o Jornal Nacional finalmente conseguiu falar com Cachoeira, ele negou ser o autor da gravação, como o intermediário tinha dito. E disse nada saber sobre ela. O intermediário não soube explicar a atitude de Cachoeira.
APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : Como a fita foi aprovada pela perícia, o Jornal Nacional decidiu divulgá-la. Procedendo assim, considera que está contribuindo para a elucidação de todos os aspectos que o escândalo tem. A fita teria sido gravada, segundo o intermediário, na noite do dia 12 de fevereiro. O procurador Santoro admite que os diálogos existiram, mas disse que o depoimento ocorreu no dia 8 de fevereiro. Dele, participaram, além de Santoro e Cachoeira, o procurador Marcelo Serra Azul, um delegado da Polícia Federal, Jácomo Santoro, um advogado de Cachoeira e a mulher dele.
APRESENTADOR WILLIAM BONNER : Na fita, o procurador Santoro se mostra preocupado com o adiantado da hora. Eram 3h da manhã. Diz a Cachoeira que seu superior hierárquico, o procurador Cláudio Fontelles, costuma chegar cedo ao trabalho. Que se o encontrasse ali, poderia estranhar a reunião e veria um subprocurador geral da República empenhado em derrubar o governo do PT.
REPÓRTER : A fita foi examinada pelo perito Ricardo Molina. No laudo, ele certifica que a gravação não apresenta indícios de montagem. O subprocurador José Roberto Santoro ouviu o depoimento de Cachoeira e pediu que ele entregasse a fita de vídeo em que o ex-assessor do Palácio do Planalto, Waldomiro Diniz, aparece pedindo propina, porque, segundo ele, seria uma prova lícita.

Íntegram em:

http://www.revistaforum.com.br/blog/2012/03/28/qu

pperez

E , o Zé ?
Continuará na sombra sarando as feridas, ou virá atropelando!

    @chrisalves88

    boa pergunta…
    e o roberto jeferson que falou que o mensalão existia se nao existia. o que ele teria a ver nesse caso? ele avisou mesmo o presidente? sera q aproveitou a onda para derrubar o dirceu? ele participous da mamata ou entrou de gaiato sem saber, ele falou a verdade, mais ou menos? e os otros governistas que foram derrubados com essas armações, conseguirão provar inocencia nisso ou a culpa das denuncias ainda é pesada e comprovada? como a veja e seu reporter vao sair dessa, e ainda arcar com a imagem e falta de imparcialidade e credibilidade, fundamentais a boa regra do jornalismo?

    isso tudo no meu ver e crime nem de corrupção, mas de conspiração ao governo eleito. isso em outros paises da prisão perpetua ou até de morte. como esses responsáveis por influenciar, deturpar, toda informação e publicar e causar tamanhos escandalos e abalar a estabilidade do governo, vao ser punidos?
    isso é crime hediondo com pena maxima.

luiz pinheiro

Em resumo: o mensalão foi uma puta cascata armada pelo Cachoeira.

    Julio Silveira

    É disso que tenho receio, que a expressão mensalão seja expurgada junto com o crime que ocorreu e foi flagrado. Todos dizem que mensalão não existiu que existiu caixa dois, que todos os partidos fazem uso deste expediente ilegal, até parece quem uma ilegalidade e maior que a outra. E assim vão jogando para debaixo do tapete as necessidades de punirem o crime acontecido e pior de legislarem para acabar com ele. Todos tem rabo preso. E isso é que nivela todos, é isso que produz hipócritas de todos os lados.

Lenin

Como se monta o "escândalo do mensalão" -dignifica,mais ainda,a imprensinha canalinha.

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