por Bob Fernandes, via Julio Cesar Macedo Amorim
A poucos dias da Copa, talvez num ato falho, Joana Havelange e Ronaldo entregaram o ouro. E se entregaram.
Ronaldo é membro do Comitê Organizador Local da Copa, o COL. É, portanto, parceirão da FIFA e da CBF.
Ronaldo disse: “O povo está traumatizado com os corruptos”.
Joana Havelange, diretora do mesmo COL, foi além. Compartilhou no Instagram a frase “o que tinha para ser roubado, já foi”.
Joana é filha de Ricardo Teixeira e neta de João Havelange.
Ronaldo é membro do COL, tem Neymar como cliente da sua agência e é comentarista na Tv Globo. Nessa função, comenta as atuações do seu cliente, Neymar.
Ronaldo não enxerga conflito ético nas suas múltiplas funções simultâneas.
Um dia, em 2009, ele disse: Ricardo Teixeira tem “duplo caráter”.
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Ronaldo, agora, fala em “superfaturamento”. Isso três anos depois de dizer “não se faz Copa com hospital” …enquanto apertava as mãos do “duplo caráter”.
Um ano e meio depois da inauguração de estádios ele “descobre” superfaturamento. Um raio nos gramados, o craque parece lento fora de campo.
Vai se tornando histórica a dificuldade de Ronaldo para perceber certas diferenças.
Já Joana Havelange parece desconhecer o seu mundo.
Ela não sabe por que o avô renunciou à presidência de honra da Fifa e à vaga no Comitê Olímpico Internacional?
Joana não sabe por que o pai, Ricardo Teixeira, teve que largar a CBF? E por que se “exilou” nos Estados Unidos, em um lugarejo que, a propósito, se chama Boca Raton?
Joana não sabe que ambos, pai e avô, se viram obrigados a largar o osso depois de acusados de corrupção?
Numa sociedade de impunidade para quem tudo pode e têm, os erros, os desvios éticos costumam ser atribuídos aos “outros”.
Esse é um dos motivos para tanta hipocrisia e falta de simancol.
O problema é quando, sob pressão, o inconsciente entrega o ouro.

Entregou o ouro?
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