
Adriano Diogo: Minas é o Estado com maior concentração de trabalho escravo; fidelidade aos trabalhadores é só discurso
por Conceição Lemes
No debate realizado nessa segunda feira (17) na TV Record, Aécio Neves, candidato do PSDB à presidência, afirmou: “ sou absolutamente fiel aos trabalhadores”. Quando governou Minas Gerais, ele disse que ouviu os trabalhadores.
Nenhuma dessas afirmações é verdadeira, denunciam sindicalistas. Em Minas, ele fez exatamente o oposto.
A vida parlamentar de Aécio está cheia de decisões contra os trabalhadores.
Por exemplo, em 2011, já dissemos aqui, Aécio e o PSDB votaram contra o projeto que garantiu mais 72% de aumento real para o salário mínimo nos últimos doze anos, beneficiando 48,2 milhões de pessoas e incrementando a economia em mais de R$ 28 bilhões.
Em 2001, quando era presidente da Câmara dos Deputados, Aécio trabalhou duro para aprovar o projeto de lei 5.483, do então presidente Fernando Henrique Cardoso, que rasgava a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), como mostra aqui o advogado trabalhista Maximiliano Nagl Garcez.
O projeto de FHC propunha alterar o o artigo 618 da CLT e deixava vulneráveis direitos dos trabalhadores, entre os quais férias e 13º salário.
Aécio se empenhou tanto para que o projeto fosse aprovado que ele proibiu que trabalhadores e membros de entidades sindicais assistissem às discussões sobre o PL nas dependências da Casa. Eleito em 2002, Lula mandou arquivar o projeto em abril de 2003, antes da bancada do Senado aprovar.
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Depois, eleito governador de Minas de
Mas o vice de Aécio, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), não fica atrás nas maldades contra os trabalhadores.
Em 1999, Aloysio foi o relator da reforma do Judiciário na Câmara dos Deputados e propôs e a extinção da Justiça trabalhista, inclusive dos tribunais regionais do Trabalho e do TST (Tribunal Superior do Trabalho).
A proposta foi rechaçada por Michel Temer (PMDB-SP), então presidente da presidente da Câmara dos Deputados. E até pelo hoje senador Francisco Dornelles (PP-RJ), tio de Aécio Neves e na época ministro do Trabalho de FHC, que afirmou que ela representaria retrocesso.
Em 2009, Aloysio era vice-governador e chefe da Casa Civil do governo José Serra (PSDB-SP).
Foi quando presidiu a Comissão de Política Salarial (CPS) e enviou ofício aos secretários e dirigentes de estatais de São Paulo com instruções draconianas sobre a política salarial do governo do Estado e a relação com os sindicatos de trabalhadores (na íntegra, ao final desta reportagem).
A mídia ignorou totalmente o caso, exceto o Valor, que tocou superficialmente no assunto. O assunto só repercutiu em jornais de sindicatos.
“Aloysio era subserviente; na parte legislativa, é quem fazia o trabalho sujo do Serra”, relembra o deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP).
“Foi um período muito triste para os funcionários públicos paulistas, com grande precarização do trabalho e perda de direitos trabalhistas”, observa Adriano.
“Minas Gerais é o Estado com maior concentração de trabalho escravo no Brasil; concentra-se nas carvoarias e nos garimpos”, acusa Adriano. “E Aécio acobertou tudo.”
“Na verdade, Aécio e Aloysio são carrascos dos trabalhadores”, arremata Adriano Diogo. “Só tratoraram direitos.”






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