A morte de Manoel, que denunciou a farsa dos “arrependimentos”

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por CN, via e-mail

Morreu Manoel Henrique Ferreira.

Um herói, que participou do sequestro do embaixador alemão Ehrenfried von Holleben, em 1970, e de outras ações armadas durante a ditadura. Era integrante do MR8. Ficou cerca de dez anos preso. A doença que ele teve foi consequência da tortura que sofreu.

Em janeiro de 1976, ainda preso, Manuel escreveu uma longa carta ao então Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, relatando as torturas que sofreu e denunciando o violento processo de cooptação que enfrentou para tornar-se um dos “arrependidos políticos”, que a ditadura usou como instrumentos de propaganda.

Em ato de enorme coragem, Manoel foi a primeira voz a denunciar a farsa grotesca dos atos de “arrependimento político”, revelando como o aparelho de propaganda da ditadura apoiava-se na tortura. Ele mostrou a ligação direta entre os chamados “porões” e a Aerp – Assessoria Especial de  Relações Públicas da Presidência da República, o braço de propaganda da ditadura.

Pela riqueza de detalhes, este longo depoimento permanece como um depoimento vivo que pode ajudar a esclarecer uma das páginas trágicas da nossa História.

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