Médicos pedem a Lula que reveja composição do Conselhão para garantir a existência de uma ‘bancada pró-SUS’

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Os 14 conselheiros ligados à Saúde no Conselhão: Candido Pinheiro Koren de Lima Junior (Hapvida), Claudio Lottenberg (Hospital Albert Einstein), Eduardo Calderari (Interfarma), Edvaldo Vieira (Amil), Janete Vaz (Grupo Sabin), Jorge Moll Filho (Rede D’or São Luiz), José Seripieri Filho-Júnior ( Qualicorp e Qsaude), Ludhmila Hajjar (Medicina da USP/Incor), Nelson Mussolini (Sindusfarma), Patriciana Maria de Queirós Rodrigues (Farmácias Pague Menos), Pedro de Godoy Bueno (Grupo Dasa), Roberto Kalil Filho (Incor-SP e Hospital Sírio-Libanês), Rosana Teresa Onocko-Campos (Ciências Médicas da Unicamp), Viviane Sedola (Dr. Cannabis/Cannect). Fotos: Reprodução

Por Conceição Lemes

Em 4 de maio, em evento realizado no Palácio do Itamaraty, em Brasília, o governo do presidente Lula (PT) formalizou a retomada do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o chamado Conselhão.

Tomaram posse os 246 conselheiros, sendo 14 ligados a algum segmento da área da saúde.

O Viomundo analisou as credenciais públicas e o histórico profissional do grupo da saúde no Conselhão e concluiu:

1. Rosana Onocko-Campos, professora da Unicamp, é a única que, de fato, defende, pública e enfaticamente, o Sistema Único de Saúde (SUS) Constitucional, igualitário, universal e gratuito. Ela é médica sanitarista e atual presidenta da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva).

2. A esmagadora maioria é de representante do setor privado da saúde, entre os quais empresários.

3. Têm agendas e interesses opostos às políticas preconizadas pelos Conferências e Conselhos de Saúde e às entidades de participação social do SUS.

Em entrevista ao Viomundo, a médica sanitarista Ligia Bahia, professora da UFRJ, advertiu: ‘Grupo privatista da Saúde acende o sinal de alerta sobre o futuro do SUS‘.

E, nessa sexta-feira, 14/07, a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD) deu um passo além.

Lançou um manifesto ao presidente Lula (na íntegra, mais abaixo), no qual declara “o seu estranhamento e descontentamento com os nomes escolhidos para os conselheiros da área da saúde”.

Após exposição de motivos, a ABMMD requer que a composição da ‘bancada da saúde’ no Conselhão seja revista:

Pelo exposto, a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia e demais entidades subscritas vêm manifestar-se contrariamente à composição da “bancada da saúde” no Conselhão, requerendo que a mesma seja revista de modo a garantir a existência de uma “bancada pró-SUS”, bancada esta que contemple representantes dos profissionais que estão na gestão do SUS, dos profissionais de Enfermagem e dos agentes comunitários de saúde, dos médicos que atuam na saúde coletiva, dos usuários do SUS e dos cientistas da área da Saúde.

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Comentários

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Zé Maria

Exige Investigação:
https://twitter.com/DrBrunoGino/status/1681737937317249026

Zé Maria

Nada mais justo.
Ao menos igualar o número de representantes na Área da Saúde.
E, mesmo assim, a Paridade ainda beneficiará a Saúde Privada.
Porque infelizmente a Influência do Poder Econômico prepondera.

Caio Gurgel

Se não fosse o SUS nossa tragédia seria imensamente maior.
O povo não teria onde buscar um médico para se tratar adequadamente. Seguindo os métodos científicos.
A pandemia no Brasil sem o SUS teria levado a morte milhões de brasileiros.
O SUS é o que salva o povo pobre, e as vezes até gente que tem dinheiro. Quem consegue pagar 1 mês de internação no Einstein ? Nem médico consegue. Tratamento médico é caro.
É só deixar o Ricardo Barros, o Mandetta longe do conselhao. Queriam privatizar o SUS. Imagina o que teria acontecido se fizessem isso.
Será que sairia baratinho uma dose da Pfizer no laboratório Fleury ?
Precisamos de médicos visionários a respeito da saúde pública.

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