Rogério Correia: Médicos dizem que preso em MG corre risco de vida
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Rogério Correia: "Prisão é cortina de fumaça para desqualificar para desqualificar a lista de Furnas e os documentos que comprovam o mensalão tucano"
por Conceição Lemes
Os subterrâneos da política mineira são conhecidos pela sordidez. Mais um capítulo de suas guerras está em curso. O alvo deste momento é o controvertido jornalista Marco Aurélio Carone, do site Novo Jornal, que está preso em Belo Horizonte desde segunda-feira. A acusação é por formação de quadrilha.
“Segundo a denúncia existiria em Minas uma quadrilha de falsificação de documentos, comandada por Nilton Monteiro, e o Carone seria o braço de comunicação”, relata o deputado estadual Rogério Correia, líder do PT na Assembleia Legislativa de Minas. “Me parece cortina de fumaça para desqualificar a lista de Furnas e os documentos que comprovam o mensalão tucano e que são absolutamente verdadeiros.”
Nilton Monteiro é o delator do mensalão tucano. Desde maio de 2013, está preso Presídio Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de BH, sob a acusação de coagir testemunhas em um processo em que aparece como falsário. Em entrevista exclusiva ao Viomundo, ele disse recentemente que tem medo de morrer e se diz perseguido.
“Os tucanos sempre tentam colocar o Nilton Monteiro na conta do PT, mas o Nílton é cria deles”, faz questão de relembrar Correia.
“O problema é que Carone tem a saúde debilitada e o médico do presídio em que está encarcerado disse, em relatório, que ele corre o risco de morrer se ficar lá devido às condições precárias de assistência médica”, alerta Correia. “No início da madrugada desta quinta-feira, o quadro dele se agravou. O médico da UPA [Unidade de Pronto-Atendimento] também disse aos familiares que Carone corre risco de vida.”


Carone tem diabetes e hipertensão arterial há mais de dez anos. Há cinco, devido a um acidente, ficou com uma perna menor que a outra.
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Na terça-feira, 21, ele passou mal no presídio e foi levado para a UPA mais próxima. Como ele tem plano de saúde Unimed, conseguiu ser transferido para um hospital da rede. Nesta quinta-feira, 23, teve alta próximo à hora do almoço e voltou para o presídio. Passou mal de novo. Foi levado mais uma vez para a UPA. Só que no início da madrugada desta sexta-feira 24, ele foi transferido para outro setor da UPA, pois o quadro de saúde se agravou.
Os seus advogados ficaram até o final da noite dessa quarta-feira no Fórum Central de BH, aguardando decisão do juiz de plantão. Eles solicitam a revogação da prisão preventiva ou a prisão domiciliar. O juiz de plantão se julgou incompetente para analisar a prisão domiciliar e remeteu o caso à 2ª Vara Criminal.
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas (SJPMG) repudiou a prisão. Segue a nota na íntegra:
“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) repudia, com veemência, a prisão de Marco Aurélio Carone, dono do site ‘Novo Jornal’, decretada pela juíza substituta da 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte, na manhã do dia 20/1/2014. Para o SJPMG, tanto a prisão quanto a ordem de retirar do ar o site configuram ataques ao direito e à liberdade de expressão. Diante desses fatos, o SJPMG vem a público reafirmar sua posição intransigente na defesa da Democracia, da Justiça e das Liberdades Civis e Individuais.”
Já o deputado Correia, líder do PT na Assembleia Legislativa de Minas, escreveu em seu site que os acusadores estão advogando em causa própria:
“Sem provas contundentes que possam justificar a manutenção de Carone no CERESP Gameleira, a promotoria e demais interessados na prisão do jornalista fantasiam as mais diversas possibilidades de acusação. Contudo, a lógica por trás disto é absurda: a juíza responsável pelo mandado de prisão preventiva, o promotor e o delegado que deram voz de prisão a Carone são todos alvos de denúncia de crimes de corrupção no jornal do próprio preso. Ou seja, todos atuam em defesa de interesses próprios e se arvoram de defensores do combate à corrupção, quando na verdade eles mesmo seriam os réus caso confirmadas as denúncias do Novo Jornal”.
O parlamentar argumenta que a prisão de Carone teve por objetivo principal “calar a boca” do jornalista e promover o descrédito do veículo mantido por ele. “Tudo para proteger Eduardo Azeredo, Pimenta da Veiga, Aécio Neves, que são mencionados na lista de Furnas e no mensalão tucano. Até o mundo mineral sabe que houve distribuição de propina e caixa dois. Isso está comprovado em inquérito da Polícia Federal, conduzido pelo delegado Luís Flávio Zampronha, e em denúncia feita pela procuradora Andréia Bayão, do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro”, afirma Rogério Correia.
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