Universidade Federal de Campinas é pra valer ou só promessa de campanha?

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Carta-bilhete do professor Caio Toledo a Márcio Pochmann, via e-mail para o Viomundo

Prezado MÁRCIO POCHMANN,

Como seu colega da Unicamp e morador da cidade de Campinas, acompanhei de perto sua campanha eleitoral. Não se pode senão parabenizar sua atuação e desempenho político em todos estes atribulados e tensos meses.

Foram inegáveis seu equilíbrio, clareza e seriedade em todos os eventos eleitorais de que participou. Os poucos debates na TV, por exemplo, puderam revelar suas qualidades morais e intelectuais a uma boa parcela da população de Campinas. Seu contentamento pessoal e do PT, não obstante o resultado eleitoral adverso, são justificáveis.

Neste breve comentário, destaco apenas um tema que foi exposto em alguns de seus programas no Rádio e TV: a questão da criação de uma Universidade Federal em Campinas. São suas palavras:  

“Nosso compromisso é universalizar a educação (…) além da criação da Universidade Federal de Campinas.”

Na mesma direção,  o atual Ministro da Educação e também professor da Unicamp, Aloizio Mercadante, fez um promessa idêntica em seu programa eleitoral na TV no dia 16/10/2012.

Conhecendo agora suas declarações pós-eleitorais, nas quais você afirmou que, nos próximos quatro anos, estará atento à atuação da futura administração da prefeitura de Campinas, indago se o colega se empenhará junto ao seu partido no sentido de lutar pela efetiva criação de uma Universidade Federal em Campinas.

Todos que acreditam na sua seriedade política e intelectual não podem senão esperar que isso ocorra. Entendemos que seu compromisso com a ideia da criação da Universidade Federal em Campinas – que viria beneficiar os filhos e filhas de trabalhadores e setores médios da cidade (e de toda a região) – não se constituiu uma mera peça de campanha a ser, posteriormente, lançada no “baú do eleitoralismo”.

Julgamos que a proposta de criação da Universidade é fruto de suas convicções democráticas e republicanas, pois bem sabe você que milhares de jovens de toda a região de Campinas anseiam por uma educação superior pública de qualidade e gratuita.

A Direção de seu partido – caso se empenhe na criação de uma Universidade Federal de Campinas durante a gestão de  um adversário político (aliás, conjuntural, pois o PSB compõe a atual base de sustentação política do governo federal) – demonstraria que o Partido dos Trabalhadores não pratica a “pequena política” nem defende amesquinhados interesses que bem caracterizam os partidos políticos das classes dominantes.

Por último, é de se ressaltar alguns momentos da campanha do PT em São Paulo e em Campinas; neles, finalmente, a palavra socialismo ressurgiu. Teria voltado para ficar?

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Atenciosamente,

Caio toledo

Unicamp

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